quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Pablo Neruda


Um dos vocábulos mais expressivos e difíceis de se definir talvez seja a palavra "saudade". Ora porque é sentimento que se traduz, ora porque é dor que se exterioriza. De certo mesmo é que Saudade a gente sente e pouco importa o que se defina.

Já cioso desse conceito e certo de ter compreendido o termo saudade, o poeta Pablo Neruda cuidou de vasculhar o meu pobre e velho dicionário particular de emoções:

"Saudade.

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido."

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