segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ser real quer dizer não estar dentro de mim

Seja o que for que esteja no centro do Mundo,
Deu-me o mundo exterior por exemplo de Realidade,
E quando digo "isto é real", mesmo de um sentimento,
Vejo-o sem querer em um espaço qualquer exterior,
Vejo-o com uma visão qualquer fora e alheio a mim.

Ser real quer dizer não estar dentro de mim.
Da minha pessoa de dentro não tenho noção de realidade.
Sei que o mundo existe, mas não sei se existo.
Estou mais certo da existência da minha casa branca
Do que da existência interior do dono da casa branca.
Creio mais no meu corpo do que na minha alma,
Porque o meu corpo apresenta-se no meio da realidade.
Podendo ser visto por outros,
Podendo tocar em outros,
Podendo sentar-se e estar de pé,
Mas a minha alma só pode ser definida por termos de fora.
Existe para mim — nos momentos em que julgo que efetivamente
existe —

Por um empréstimo da realidade exterior do Mundo

Se a alma é mais real
Que o mundo exterior como tu, filósofos, dizes,
Para que é que o mundo exterior me foi dado como tipo da realidade"

Se é mais certo eu sentir
Do que existir a cousa que sinto —
Para que sinto
E para que surge essa cousa independentemente de mim
Sem precisar de mim para existir,
E eu sempre ligado a mim-próprio, sempre pessoal e intransmissível?
Para que me movo com os outros
Em um mundo em que nos entendemos e onde coincidimos
Se por acaso esse mundo é o erro e eu é que estou certo?
Se o Mundo é um erro, é um erro de toda a gente.
E cada um de nós é o erro de cada um de nós apenas.
Cousa por cousa, o Mundo é mais certo.

Mas por que me interrogo, senão porque estou doente?
Nos dias certos; nos dias exteriores da minha vida,
Nos meus dias de perfeita lucidez natural,
Sinto sem sentir que sinto,
Vejo sem saber que vejo,
E nunca o Universo é tão real como então,
Nunca o Universo está (não é perto ou longe de mim.
Mas) tão sublimemente não-meu.

Quando digo "é evidente", quero acaso dizer "só eu é que o vejo"?
Quando digo "é verdade", quero acaso dizer "é minha opinião"?
Quando digo "ali está", quero acaso dizer "não está ali"?
E se isto é assim na vida, por que será diferente na filosofia?
Vivemos antes de filosofar, existimos antes de o sabermos,
E o primeiro fato merece ao menos a precedência e o culto.

Sim, antes de sermos interior somos exterior.
Por isso somos exterior essencialmente.

Dizes, filósofo doente, filósofo enfim, que isto é materialismo.
Mas isto como pode ser materialismo, se materialismo é uma ilosofia,
Se uma filosofia seria, pelo menos sendo minha, uma filosofia minha,
E isto nem sequer é meu, nem sequer sou eu?


Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Heterónimo de Fernando Pessoa


Marte sem volta

Alguns milhares de pessoas já se inscreveram no projeto que pretende mandar, daqui a mais uns anos, uma equipe de astronautas para Marte. Lá, eles terão como manter-se vivos, mas sabendo que jamais poderão voltar à Terra. Uma espécie de kamikazes em câmara lenta, viajando milhões de quilômetros e sabendo o tempo inteiro que a humanidade capaz de mandá-los para aquele abismo se recusaria, alegando razões de orçamento, a trazê-los de volta.

Por que vão? Vão pela aventura, em muitos casos, e eu imagino que esses caras que gostam de participar do Camel Trophy ou do Rally Paris-Dakar iria para Marte sem nem bater a pestana, pelo perigo da coisa, pela incerteza da coisa, e pela beleza da coisa. Volto à minha habitual comparação entre astronautas e navegantes: quem embarcou na viagem de Fernão de Magalhães tinha muita esperança de voltar? Alguns voltaram, é verdade, mas é diferente partir numa aventura da qual, por definição, não se volta.

Isto não deveria nos parecer tão irremediável (ir para Marte e nunca mais poder voltar), porque muitas vezes vamos na esquina comprar o jornal e o enfarte nos talha a vida em diagonal através do peito. Nossos aventureiros marcianos vão morrer lá? Nós vamos morrer aqui, e, como dizia aquele personagem dum filme de guerra, ao recruta que lhe perguntara a diferença entre uma granada e um obus: “Se cair em cima de você, não faz diferença nenhuma.” Pode-se imaginar que eles venham a sofrer algum acidente e morram uma morte terrível lá. Estariam 100% seguros de não morrer uma morte terrível, estando aqui?

É a situação Blade Runner. Os andróides têm um tempo de vida limitado? Nós também. Nossos astronautas estão uma viagem sem volta? Nós também. Eu já sonhei com a possibilidade de existência de um túnel linear de portais, em forma de estações sucessivas, em sucessivos planetas capazes de abrigar os humanos da Terra. Hoje, pode ser que Marte se torne o primeiro degrau de uma expansão humana pelo sistema solar. A FC já sonhou tanto com isso que é quase moralmente imperioso testar para ver se dá certo.

Na minha opinião, o senso de verossimilhança da conquista do espaço pelo homem vem se diluindo ou esboroando a cada década que se passa. Não parece provável a “galáxia 100% humana” que Asimov imaginou. Duvido que conseguíssemos colonizar populacionalmente alguma coisa fora do nosso Sistema Solar. Mas o projeto Marte não está no diapasão das tecno-fantasias de Arthur C. Clarke, e sim no dos programas de aventuras e endurância como “Survivor”, “No Limite”, etc. É o teste supremo de coragem, a partida para a batalha de quem tem certeza absoluta de que não voltará vivo.
 
Braulio Tavares
(Mundo Fantasmo)

Curiosidade: Qual a palavra mais usada no mundo?

A palavra mais usada no mundo é uma palavrinha emblemática que existe em vários idiomas e que se tornou muito popular. Estamos falando da palavra "ok".

O “ok” surgiu em 1839, graças a um jornal de Boston, nos Estados Unidos. A palavra teria sido empregada pela primeira vez como uma brincadeira. A palavra foi publicada na edição do dia 23 de março de 1839.

O termo “o.k” do jornal norte-americano significava “all correct”, numa referência ao som das duas palavras inglesas. A expressão foi utilizada para dizer que estava tudo certo, ou tudo ok!

Em pouco tempo o “ok” se tornou uma palavra famosa no inglês. Essa pequena expressão foi considerada a invenção mais sensacional da língua inglesa pelo linguista Allan Metcalf, autor do livro “OK”.

Segundo Allan Metcalf, o “ok” se tornou tão popular graças ao som da combinação das duas letras e ao formato de OK, que tem uma letra redonda e outra pontiaguda. O termo também ficou famoso pela fácil representação em vários idiomas.

A verdade é que, inexplicavelmente, a palavra “ok” se prendeu ao vocabulário mundial e se tornou tão popular. Agora que você já conhece essa história interessante, passe-a adiante, ok?
 
 
Fonte


domingo, 29 de setembro de 2013

Alto Sertão. Um jornal de Pombal para a região



Missa campal - Abertura da Festa do Rosário de Pombal-PB


Analfabetismo no Brasil

Depois de 15 anos, taxa de analfabetismo volta a crescer no Brasil". Poderíamos ter uma notícia pior do que esta? Que a educação no país é muito ruim, todos sabemos, mas que o índice de analfabetos tem aumentado é terrível. Desalentador. Não se pode esperar um futuro melhor para o Brasil se não se cuidar da educação. Não se pode ficar contando com petróleo a duzentas léguas no mar. Não se pode perder um minuto sem investir prioritariamente na educação. A saúde e a economia são importantíssimos, mas sem educação nunca teremos um povo saudável e minimamente rico. A maior das riquezas pessoais que um indivíduo pode ter nesta vida é a educação. Todo o resto é consequência direta dela. A qualidade do voto, e a qualidade dos políticos, por ele eleito, estão diretamente relacionados. De nada vai adiantar transporte, infraestrutura, e um povo semi alfabeto. Ou se cuida de aprimorar a educação média, e tornar este país livre de analfabetos, ou nunca poderemos almejar um lugar de destaque no concerto mundial. A China, a Índia e a Rússia ocuparão esse espaço, sem chances, para o velho e promissor país do futuro, que o governo do PT insiste em atrasar, inviabilizar, analfabetizar.
 
 
Eduardo Lunardelli

Frase para camiseta

A Arma Diabólica do Ritual

"A ânsia pelo ritual e pelas cerimónias é forte e generalizada. Quanto é forte e está largamente espalhada vê-se pelo ardor com que homens e mulheres que não têm nenhuma religião ou têm uma religião puritana sem ritual se agarram a qualquer oportunidade para participarem em cerimónias, sejam elas de que espécie forem. A Ku Klu Klan nunca teria conseguido o seu êxito do pós-guerra se se aferrasse aos trajes civis e às reuniões de comissões. Os Srs. Simmons e Clark, os ressuscitadores daquela notável organização, compreendiam o seu público. Insistiram em estranhas cerimónias nocturnas nas quais os trajes de fantasia não eram facultativos mas sim obrigatórios. O número de sócios subiu aos saltos e baldões. O Klan tinha um objectivo: o seu ritual simbolizava alguma coisa. Mas para uma multidão ritofaminta a significação é aparentemente supérflua. A popularidade dos cânticos em comunidade mostram que o rito, como tal, é o que o público quer. Desde que seja impressivo e provoque uma emoção, o rito é bom em si próprio. Não interessa nada o que ele possa significar. À cerimónia dos cânticos em comunidade falta todo o significado filosófico, não tem nenhuma ligação com qualquer sistema de ideias. É simplesmente ela própria e mais nada. Os rituais tradicionais da religião e da vida quotidiana sumiram-se deste mundo vastamente. Mas o seu desaparecimento causou pena. Sempre que as pessoas têm oportunidade, tentam satisfazer a sua fome cerimonial, mesmo que o rito com que a mitigam seja inteiramente destituído de significado".

Aldous Huxley, in "Sobre a Democracia e Outros Estudos"


Criatura misteriosa assusta moradores de cidade venezuelana

Ramón Morales disse ter achado a criatura no dia 8 de setembro.
Para alguns, trata-se do 'chupacabra', criatura que atacaria outros animais.

Uma criatura que teria sido encontrada em San Antonio de los Altos, na Venezuela, provocou medo entre os moradores.
 
Ramón Morales disse, em entrevista ao site "Canal de Notícia", que encontrou a criatura no bairro Los Castores no dia 8 de setembro. Ele postou a foto em seu Facebook e logo a imagem se tornou viral no país.
 
Alguns chegaram a dizer que se tratava do mítico "chupacabra", criatura que atacaria outros animais em áreas rurais em várias partes das Américas. Outros, no entanto, acreditam que a criatura misteriosa seria um ser extraterrestre.
 
Imagens do animal foram postadas em um vídeo no site LiveLeak no dia 13 de setembro.
 
 
Do G1

sábado, 28 de setembro de 2013

Pombal-PB, o calor e sua lógica comercial


A cidade de Pombal está situada no alto sertão da Paraíba, a aproximadamente 380 quilômetros da capital João Pessoa.

Sertaneja, a cidade apresenta clima quente e seco. A impressão é que o verão se mudou de vez pra cá. No momento desta postagem o meu termômetro crava a marca de 40ºC na sombra. Calor de rachar o quengo de qualquer nordestino.

À procura de amainar o sol, acabo de realizar incursão pela cidade em busca de um sorvetinho de graviola que me esfriasse os miolos. Visitei quatro sorveterias da cidade. Todas fechadas!

Em uma delas pude ler numa tabuleta pendurada em sua porta: “Abrimos somente à noite”. Ou seja, só abrimos quando o calor esfriar. E o comércio desse microempresário, acredite, é vender sorvetes.

Sem êxito, voltei para casa de miolo quente tentando compreender essa lógica comercial implantada nos vendedores de sorvetes de Pombal, sobretudo quando a cidade está repleta de turistas de várias regiões do país em face da nossa tradicional festa do rosário.

Venda-se com um calor desses!
 
Teófilo Júnior
28.09.2013 - 14h47min

Menos saúde para o Brasil

"E a varíola desceu para a cidade dos pobres e botou gente doente, botou negro cheio de chaga em cima da cama. Então vinham os homens da Saúde Pública, metiam os doentes num saco, levavam para o lazareto distante. As mulheres ficavam chorando, porque sabiam que eles nunca mais voltariam." (Jorge Amado, Capitães da Areia)


O Governo Federal, em 08 de julho de deste ano, instituiu, por meio de medida provisória, o projeto/ programa denominado “Mais médicos para o Brasil” (Medida Provisória Nº621/2013).

O referido texto autoriza o Poder Público brasileiro, dentre outras providências, a contratar médicos estrangeiros para laborarem no Brasil sem a necessidade de revalidação dos respectivos diplomas. Além disso, compele os Conselhos Regionais de Medicina, “manu milatari”, a conceder registros provisórios aos médicos intercambistas.

O médico estrangeiro que for “importado” pelo programa não poderá exercer a medicina além dos estreitos limites do convênio celebrado e, segundo a medida provisória, ainda que inscrito no Conselho Regional de Medicina, não participará dos pleitos eleitorais da entidade. Também lhe será sonegado qualquer direito trabalhista, numa visceral afronta ao artigo 7º da Carta Constitucional brasileira.

Quatro ações foram interpostas no STF para impedir a eficácia da medida provisória e a consolidação do projeto: duas ações diretas de inconstitucionalidade e dois mandados de segurança. Até agora, todas as decisões liminares foram desfavoráveis ao pleito, invocando o STF a extrema necessidade da mão de obra alienígena para tutelar o direito à saúde.

Paralelamente, algumas entidades ingressaram na Justiça Federal a fim de evitar a concessão de registro a médico estrangeiro sem diploma revalidado. No Estado do Ceará, a Justiça Federal desobrigou o CRM a registrar médicos sem o diploma devidamente reconhecido.


A realidade dos fatos denuncia que a maior parte dos médicos que aportarão no Brasil terá nacionalidade cubana. Há interesses de médicos portugueses, espanhóis e bolivianos, mas a ilha dos “Castros” será o principal órgão exportador de profissionais da saúde.

Cuba se blosna pelos baixos índices de mortalidade infantil e, com tal ponto, proclama para o resto do mundo sua excelência na saúde pública básica. Denúncias de ONGs internacionais, todavia, demonstram o inverso. Alertam que Cuba só mantém os baixos índices de mortalidade infantil porque a ordem do governo é extrair fetos prematuramente, quando demonstrem qualquer problema de formação congênita. Por essa razão, no reverso da medalha, a “ilha” detém preocupantes índices de mortalidade materna.

Ademais, as precárias condições sanitárias do país, aliadas ao não tão eficiente sistema público de saúde, atraíram risco de epidemia de cólera, mal este já dizimado em muitos países da América Latina. Para piorar ainda mais, a faculdade de medicina de Havana, que foi uma das melhores do mundo outrora, hoje amarga 68º lugar na América Latina em qualidade de ensino.

A rotina de um médico cubano, vários destes com mestrado e doutorado, é enfrentar uma dura jornada de mais de 60 horas semanais, granjeando pelo labor espartano míseros 40 dólares a título de remuneração. É este principal fundamento da enxurrada de interessados de um específico país no sofrível programa brasileiro para socorrer a saúde pública.

A atualidade demonstra o descaso histórico do Poder Público pátrio com o segmento da saúde. A ausência de médicos no Brasil poderia ser facilmente prevista através de estatísticas, e vagas em universidades federais deveriam ter sido criadas para suprir os 54 mil postos de trabalhos necessários para a otimização do sistema.

Nesse viés, o “cargo” de médico na Administração Pública poderia ter sido provido mediante concurso público e inserido num razoável plano de cargos e salários compatível com a grandeza da profissão. Tal procedimento, obviamente, aplicar-se-ia igualmente a enfermeiros, fisioterapeutas e demais profissionais, pois, ao revés do que imagina o poder público central, a estrutura de um hospital não pode ser manejada apenas por médicos, e sim por uma variada gama de profissionais a cujo respeito o Brasil tem ignorado e negligenciado de forma criminosa.

O histórico da saúde publica no Brasil e no Estado da Paraíba tem sido um desastre: inicialmente, tentou-se espraiar as cooperativas médicas como entes terceirizadores da mão de obra médica. Com o malogro da tentativa, o Congresso Nacional, através de lei de questionável constitucionalidade, regulamentou a possibilidade de organizações sociais (OS) e organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) ingressarem no Sistema Único de Saúde, como administradoras de hospitais, no malsinado contrato de gestão pactuada.

Não podemos esquecer, nesse contexto nebuloso, a criação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, que tem como finalidade precípua a terceirização de todos os hospitais universitários do Brasil, através de pessoa jurídica de direito privado, embora de capital público.

Agora, chegam-nos, como salvadores do SUS, os médicos estrangeiros. O “modus operandi” da vinda desses profissionais, como já é costume da política brasileira, foi agressivo ao ordenamento jurídico vigente e, ao meu ver, sem o planejamento devido. Todavia, caso o STF não declare a inconstitucionalidade da Medida Provisória nº 621/2013, o que não se crê, que venha para o Brasil não somente “mais médicos”, e sim “mais saúde” prestada com universalidade, gratuidade e eficiência.
 
 
Por Eduardo Varandas Araruna
Procurador do MPT
Bancários fazem passeata da Av. Paulista até a praça Roosvelt, em São Paulo, para reivindicar reajuste salarial para a categoria.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013


Versículo do dia

Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo.

 João 16-33
"As vezes me parece que estou perdendo tempo, às vezes me parece que pelo contrário, não há modo mais perfeito, embora inquieto, de usar o tempo: o de te esperar.”
 
- Ulisses- Editora Rocco Ltda., 1998, página 53
 
por Clarice Lispector em Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres (1969)

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Árvore tomba a causa danos a veículo estacionado no centro da cidade de Pombal-PB


Na noite da última quarta-feira(25) uma árvore tombou por cima de um veículo estacionado as margens da BR 427 no entroncamento com a BR 230, no centro da cidade de Pombal-PB. Aparentemente, o sinistro não teve maiores proporções afora eventuais danos ao proprietário do automóvel.
O fato é que a Prefeitura Municipal de Pombal-PB, há mais de oito anos que não faz a podagem de árvores localizadas naquele setor, notadamente na Rua Odilon Lopes bem próximo ao local do acidente.
 
No caso, o que se percebe é os danos verificados foram apenas de ordem patrimonial, mas poderia ser muito mais grave, vitimando pessoas idosas ou crianças.
 
Agora, é esperar o próximo acidente ou a edilidade adotar as medidas necessárias ao zelo e cuidado com a arborização urbana.
 
 
Teófilo Júnior
(Fotos do subscritor)
 
 
 
 
"Obrigo-me a clarificar tudo na minha mente através da escrita, para saber em que ponto estou. Nada é real agora, a não ser o que consigo manter vivo dentro de mim."
 
(May Sarton)

Juridiquês?

Ufa! Parece que a novela dos "embargos infringentes" acabou. Uma das coisas que mais se ouviram nos últimos dias foi a (im)pertinência da linguagem dos ministros do STF. Um dos alvos particulares da discussão foi justamente a expressão "embargos infringentes". Discutiu-se até sobre o número gramatical dessa expressão ("embargo infringente" ou "embargos infringentes"?).
 
Há alguns anos, corri o país ao lado de importantes figuras da nossa magistratura (os juízes Andrea Pachá e Rodrigo Collaço, entre outros) para pregarmos o fim do juridiquês. Proferi palestras em diversas faculdades de Direito para tentar mostrar aos estudantes a inadequação do emprego de certos termos ou expressões ainda comuns em petições e demais documentos.
 
Quer um belo exemplo? Lá vai: "Com supedâneo no artigo". Sabe o que é esse trem, caro leitor? Nada mais do que "com base no artigo".
 
A proposta dessa campanha (da ABM -Associação dos Magistrados Brasileiros) não era demagoga ou populista, ou seja, não tinha a intenção de negar a importância dos termos técnicos e da necessidade de rigor. A ideia era simplesmente combater o ridículo, ou seja, a linguagem rebarbativa, pedante, caricata. Em outras palavras, não se propunha a supressão ou a "tradução" de termos como "peculato", "prevaricação", "medida cautelar" etc. Propunha-se, sim, o fim do ridículo.
 
Pois bem. Não vou me meter a entrar no âmbito técnico da expressão "embargos infringentes", mas (creio) posso traduzi-la à luz da morfologia e da semântica.
 
O cidadão medianamente informado certamente já leu ou ouviu algo como "tal obra foi embargada". Falou-se disso recentemente quando desabou um edifício em construção no bairro paulistano de São Mateus. "Embargo" é o que "embarga", ou seja, o que obsta, impede, opõe obstáculo. Quando um fiscal de uma prefeitura embarga uma obra, impede, proíbe, não permite o seu prosseguimento.
 
E "infringente"? Ao pé da letra, é o que infringe. "Infringe" é forma do verbo "infringir", que significa "desrespeitar", "violar", "desobedecer", "transgredir". O "ato de infringir" se chama... Bem, no país do respeito quase zero às leis de trânsito é difícil imaginar que alguém não saiba que o ato de infringir é "infração".
 
Os dicionários e os manuais de direito definem "embargo infringente" como "recurso que se opõe a acórdão, objeto de decisão não unânime, proferida em apelação ou ação rescisória" ("Houaiss") ou como "recurso cabível quando não for unânime o julgado proferido em apelação e em ação rescisória" ("Glossário de Termos Jurídicos", da Procuradoria da República na Bahia).
 
Bem, caro leitor, se o termo jurídico é "embargos infringentes", não se pode questionar o seu emprego em ambientes específicos, e, ao que parece, é esse o caso do STF. Sobra aos que não são da área a possibilidade de (tentar) entender o significado desse e de outros termos, o que nem de longe equivale ao ridículo produzido pelo emprego de bobagens como "com supedâneo no artigo".
 
Certa vez, um dos meus filhos foi operado. Um dos médicos que participariam da cirurgia me disse esta maravilha: "Não se preocupe. O seu filho é uma criança eutrófica". Não lembro o que lhe disse, mas minha resposta deixou claro que eu entendera o que é "eutrófica" ("bem nutrida", "bem desenvolvida"). Sabe o que ele me disse em seguida? "O senhor é colega?" E eu: "Não. Sou professor de português". A pergunta dele evidenciou a (sua) percepção de que havia empregado linguagem inadequada à situação. Devagar com o andor. Cada caso é um caso. É isso.
 
pasquale cipro neto
Pasquale Cipro Neto é professor de português desde 1975. Colaborador da Folha desde 1989, é o idealizador e apresentador do programa "Nossa Língua Portuguesa" e autor de várias obras didáticas e paradidáticas. Escreve às quintas na versão impressa de "Cotidiano".
 

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Escorpiões do deserto

O oriente Médio tem uma fábula que é comum para quem lá viveu ou conhece bem a região: certa feita, um escorpião pediu a uma rã que o deixasse atravessar o rio nas suas costas. Ela, atenta, disse a ele que não era idiota e que não o deixaria atravessar o rio nas suas costas, porque ele a picaria no meio da travessia e ela morreria afogada.
 
O escorpião respondeu que não se preocupasse, porque se ele a picasse morreria junto com ela. A resposta pareceu razoável e eles iniciaram a travessia.
 
No meio do caminho, o escorpião picou a rã e, enquanto ela afundava, e ele com ela, ela perguntou desesperada: "Mas por quê? Você vai morrer comigo". Ele respondeu: "Sinto muito, mas é a minha natureza". É assim que o Oriente Médio se vê.
 
É impressionante como a minha classe intelectual se fez ridícula diante da Primavera Árabe, mais especificamente agora, com a Síria, achando que ali havia um movimento democrático islandês. Não há isso nem na Síria, nem no Egito. A democracia ali é tão estranha quanto para nós seria uma teocracia.
 
Mas a vida intelectual pública está morta no Brasil, vítima da mania de ver em toda parte "um processo histórico" em curso, da avenida Paulista às ruas de Damasco, o mesmo ridículo "frisson" com "um processo político" em curso, visando a "autonomia popular". Puro fetiche.
 
Não existe tal coisa como "um processo político histórico". Esses caras nunca se curaram do "mito da dialética" (expressão usada por Edmund Wilson, crítico americano, em seu grandioso "Rumo à Estação Finlândia"). Há muito que nós, intelectuais, sobrevivemos de fetiche no debate político. Esse fetiche chama-se "fetiche da democracia", "fetiche do povo" ou "fetiche da revolução".
 
Mais recentemente, e associado aos movimentos nos países árabes e às baladas de junho, nasceu um novo fetiche, o da revolução causada pelas redes sociais.
 
No Oriente Médio, os escorpiões riem desse ridículo, que tem em Obama "sua baratinha tonta" querida. O Obama pensa que é presidente de um centro acadêmico de ciências sociais.
 
Alguns intelectuais europeus, tomados pelo "frisson" de gozarem com seu próprio fetiche, chegaram a falar em "dois momentos da Primavera Árabe" (à la Marx) por conta do golpe "secular" do exército egípcio em cima do governo fundamentalista eleito democraticamente. Por que não paramos de projetar esquemas metafísicos (do tipo dialética hegeliano-marxista) sobre o mundo?
 
Acabamos por acreditar que obscuros cineastas árabes vivendo nos EUA ou professores de filosofia em capitais árabes (exemplos de "contaminação" com nosso modelo ocidental, ferramentas de nosso próprio gozo, porque "pensam como nós") representam a população e a vida nesses países.
 
Não, a Síria estava muito melhor (veja que não digo perfeita) antes dessa pseudoprimavera pela democracia.
 
A Síria, como a Jordânia hoje, era um país com razoável liberdade religiosa e social, com um cotidiano sem muita miséria e violência.
 
Ela é o palco da disputa entre Arábia Saudita (sunita) e Irã (xiita, defensora de Assad), que vivem num estado de Guerra Fria. Mas, nem o Irã, nem os sauditas, nem os EUA, nem Israel querem a queda de Assad, porque ele, mesmo que não perfeitamente, mantém um equilíbrio na região.
 
Mas, desde o momento em que a mídia ocidental batizou os movimentos nos países árabes de "primavera" (ecoando a Primavera de Praga), fetiche ocidental, estabeleceu-se um programa de interpretação daqueles fenômenos como se eles fossem réplicas da mitológica Revolução Francesa, de Maio de 68 (a revolução de queijos e vinhos) e da queda das ditaduras marxistas no Leste Europeu. Entrevistando "ocidentalizantes" naqueles países, acabamos por projetar sobre eles uma demanda estranha àquele universo.
 
Ao endossar sem crítica os chamados rebeldes sírios, acabamos por "justificar" a guerra civil síria, para depois ficarmos posando de Madalenas arrependidas com a violência na Síria.
Em vez disso, deveríamos ouvir a sabedoria do escorpião do deserto e menos nossos livros escritos sob a tutela de taças de vinhos nas ruas de Paris.
 
 
 
Luiz Felipe Pondé
 
Luiz Felipe Pondé, pernambucano, filósofo, escritor e ensaísta, doutor pela USP, pós-doutorado em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv, professor da PUC-SP e da Faap, discute temas como comportamento contemporâneo, religião, niilismo, ciência. Autor de vários títulos, entre eles, "Contra um mundo melhor" (Ed. LeYa). Escreve às segundas na versão impressa de "Ilustrada".
 
 

E a brisa sopra

Ao amanhecer, quando vindo do mar começava a soprar leve o vento, subia o rapaz no alto daquele prédio, e empinava a pipa amarela. Batendo o tênue corpo de papel contra as varetas, serpenteando a cauda, lá ficava ela no azul até que o final da tarde engolia a brisa, habilitando então o a terra sobre o mar, e descendo o rapaz para a noite.

Assim, repetia-se o fato todos os dias. Menos naquele em que, por doença ou sono, o rapaz não apareceu no alto do terraço. E a brisa da manhã começou a soprar. Mas não estando a âncora amarela presa ao céu, o edifício lentamente estremeceu, ondulou, aos poucos abandonando seus alicerces para deixar-se levar pelo vento.
 
 
Marina Colassanti

terça-feira, 24 de setembro de 2013


Se o homem amasse mulher como ama futebol





Amor fora de campo: Garrincha & Elza Soares. Foto:EPA

 
O que aconteceria se o homem, aqui vale o homem normal, a média dos homens -aquele cara simples, tarado por mulher, cerveja e futebol – gostasse tanto da sua amada como gosta do seu time do peito?
 
Seria uma revolução. Mudaria tudo. Tudo mesmo. Repare:

Para começar, o macho jamais deixaria a sua fêmea. Nunca, never. Homem que é homem muda de sexo mas não muda de time.

Mesmo quando ela se sentisse a pior das criaturas, por baixo mesmo, mesmo quando ela blasfemasse aos céus e se queixasse ao espelho que estava gorda e autoestima despencara.

Muito pelo contrário. Isso seria motivo para aumentar ainda mais o amor e até para renovar a paixão, com garantia eterna de fidelidade, como ocorre quando o time do homem cai para a Segundona do campeonato –“Eu nunca vou te abandonar, Corinthians”.

Se o homem gostasse da mulher pelo menos 50% como ama o seu time, nem uma bola nas costas, uma traição, como uma derrota incompreensível, seria motivo para o fim do relacionamento. No futebol, assim como no amor, tudo seria perdoável.

Se o macho normal gostasse da cria da sua costela como quem aprecia um Flu, um Fla,um São Paulo, um Peixe, um Palmeiras, um Bahia, um Santa Cruz, um Galo, um Grêmio, arranjaria tempo para ir com ela ao cinema ou jantar fora pelo menos duas vezes por semana – no mínimo empataria com o tempo que dedica ao clube.

Apreciasse sua mulher como é chegado ao futebol, o sujeito trocaria pelo menos uma mesa-redonda na tv por um conversa com a dama. Em vez da crise no Vasco, tentaria entender a derrota que virou seu casamento.

Se o Cruzeiro anda tão bem, brilha na dianteira do firmamento, por que não melhorar também, amigo, a posição na tabela no jogo dentro e casa? Deixar tudo mais celeste, o amor azulzinho em um céu de brigadeiro?

Não sejamos exagerados. Bastaria dedicar 30% do que se devota ao time do peito. Teríamos uma mudança radical na vida dos casais.

Imagina se o torcedor do Goiás, caro Rogério Bueno, cantasse assim para aa namorada, como canta para o time esmeraldino: “Pra vencer tem que ser guerreiro/ Pra te ver sou sempre o primeiro…”

O cara é capaz de morrer por um triunfo do Furacão, do Coxa ou do Sport, o cara chora pelo Botafogo, o cara come toda a água do planeta pelo Vitória, o timbu deixa o lar doce lar para ir sofrer em São Lourenço da Mata…

Se o homem gostasse tanto da sua mulher como gosta do seu clube o domingo seria outro. Quando o time fosse derrotado, ele se confortaria no amor e no sexo da princesa. Não é o que acontece. A desgraça no futebol o inviabiliza na cama. É batata.

No caso da mulher doente por futebol, mesmo uma corintiana, creio que a relação seja outra. Na alegria ou na tristeza clubística, ela é a mesma. Consegue separar o desejo com o amado do placar domingueiro.

Como diria meu amigo Nick Hornby, não há termômetro que entenda o macho e essa febre de bola.
 
 
 
Xico Sá
Folha.com

Berlim - Offizielles Festival of Lights


Imagem do dia

Nudistas participam do evento anual 'Mergulho sem roupa' em Northumberland, Inglaterra; cerca de 200 pessoas enfrentaram o frio para tentar quebrar o recorde mundial de maior grupo nudista mergulhando.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Anos 70 - Década de ouro



Supremada ou nocaute na moral

“Justiça é dar a cada um o que é seu”. (Ulpiano)
 
Em sua obra Lettres Philosophes, escrita pelos idos de 1720, Voltaire, em momento de insofismável sabedoria escreveu: “Foram necessários séculos para devolver a justiça à humanidade, para entender quão horrível é que o grande número semeie e um pequeno número recolha”, contudo, se estivesse vivo e acompanhando o que ocorre no Brasil, sem dúvida repensaria os seus escritos. Por aqui, infeliz e desgraçadamente, a colheita ainda é de poucos e para poucos, a SUPREMADA OU NOCAUTE na moral, aquela decisão vilipendiosa da ética, dos bons costumes e dos anseios do povo brasileiro, que além de tudo, teve a ousadia de desmentir Voltaire, pois, empedernidos em suas becas medievais, atrevidos e salientes, disseram que a justiça aqui ainda não foi devolvida ao poviléu, aqui ela pertence às malvadas classes que depauperam os cofres públicos e dominam a massa ignara , como a dizerem: Sr. Voltaire, aqui não vale os reclamos das ruas, vale as imposições e pressões dos poderosos, como disse o Ministro Decano, que em sua fala insossa e vergonhosa, concedeu embargos a periculosos criminosos, responsáveis pelo maior escândalo da história brasileira.

Tenho sempre dito: um juiz para conceder a justiça a alguém não precisa de uma peça de várias laudas, cuja leitura demanda horas, isto é exercício de engambelação, de logro, é tentativa de justificar o injustificável. O direito é fácil de se conceder, não necessita na sua maioria de maiores exegeses, de rebuscados votos , os quais, para quem entende, são na verdade chafurdos desonestos e insolentes, para conceder o direito a quem não tem, numa linguagem agressiva que só aos incautos e míopes intelectuais impressiona e ao seus juízos medíocres, passam como votos técnicos e sábios, quando na verdade não passa de um exercício esquizofrênico indecoroso e indigno de falsear a moral, a ética, o direito e os mais caros valores axiológicos.

Esses malsinados embargos concedidos a essa súcia de quadrilheiros, só se concede quando se analisa recurso de apelação ou revisão criminal originárias de outras cortes de justiça, no entanto, o vetusto Regimento Interno do STF, que possui status de lei ordinária, prevê essa monstruosidade, mas ultrapassado e revogado e tal assertiva encontra amparo na própria Constituição Federal, que prevê a igualdade para todas as pessoas, todavia, nenhum outro tribunal superior possui esse entulho de tristes eras e por isto mesmo, brasileiros não possuem o mesmo tratamento, quando outros pretórios não prevêem sem seus regimentos o malfadado recurso.

Não me conformo, quando ele tinha mil justificativas para não conceder o recurso, arranjar apenas uma para contemplar os sicários da res pública, numa afronta ao povo brasileiro e a própria justiça, cuja descrença não passa pelos juízes da base, mas por esses figurões solenes, que desapiedadamente ajudam a matar aquela que é protegida por Têmis, a justiça, cujos sinos não demorarão a dobrar por sua morte.

E a interpretação é muito simples, o Regimento do STF é de 1980, ainda fala em julgamento secreto e com 47 emendas, enquanto a Lei 8.038/90, não se refere à possibilidade de embargos infringentes em ações originárias (nascidas no mesmo tribunal), de forma que é patente que essa norma revogou a mais antiga, no caso, o Regimento do Supremo.

Mas como fica o clamor e o interesse público? Às favas, o direito e a justiça somente poucos podem colher, esse é o entendimento declinado na SUPREMADA, ou melhor, NOCAUTE NA MORAL chamada de decisão lançada nos autos da AP 470, mas que se constitui na verdade, num exercício de indecência, de arrogância e do mais lídimo e cristalino arroubo contra os que pagam e bancam aqueles insinceros senhores, os quais seriam chamados por Jesus de “sepulcros caiados”, “ falsos profetas”, “indigestos fariseus”, os quais arderão nos sete degraus do fogo do inferno, pois sabem o que dizem e a qual preço, principalmente pelos pecados da vaidade, luxúria e extremada soberba.
 
 
Marinho Mendes Machado

Lya Luft

Para construir de forma mais positiva nossa vida, é preciso dispor da melhor das armas, que temos de conquistar sozinhos, duramente, quando não a recebemos em casa nem na escola: capacidade de analisar, argumentar e escolher para nosso bem. (A riqueza do mundo, Lya Luft)
 
Educar deveria ser ensinar a pensar, ajudar a observar e admirar o mundo, e a reconhecer, buscar, e administrar a própria liberdade. (A riqueza do mundo, Luya Luft)
 
 
Sugestão de postagem do amigo Adauto Neto

Mistérios - Zé Geraldo


domingo, 22 de setembro de 2013

Mais uma Doutora no clã dos Franças

Essa moça bonita ai é a minha prima Josi. A mais nova doutora da família França. Fica aqui os nosso parabéns a ela e aos pais Neide e Josimar.
 
Felicidades e sucesso Dra. Josi.

Soneto do embargo infringente

Você abusou, e eu aqui todo carente
E você não aceita, nem a pau,
meu pobre embargo infringente,
Lascou, que fazer, perdão, foi mal…

Sempre te tratei como Lewandowski
Você surtou, fez pirraça de mim,
Cheguei com o lirismo de Maiakovski
E só recebi de volta um Joaquim.

O que fazer, velho Lênin, que fazer
Diante desse meu profundo amorzim?
Talvez recorra, socorra, talvez beber…

Talvez eu morra, talvez, só para mim
Que o mundo escorra, que me saiba ler
Meu supremo de frango, assado, assim.
 
 
Xico Sá

Poesia - Herberto Helder: As musas cegas


Versiculos do dia

Graça e paz a vós da parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo.


Sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus por vós, como é justo, porque a vossa fé cresce muitíssimo e o amor de cada um de vós aumenta de uns para com os outros.

De maneira que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus por causa da vossa paciência e fé, e em todas as vossas perseguições e aflições que suportais;
 

Stephen Carroll


São casas com telhados de mãos postas na distância. Vibrantes pela cal e a memória vulcânica. Desconhecem a olaria, as dedadas da tatuagem.
 
São refúgio de aves e mistérios. Coalho fresco.
 
O gado dorme à beira da corda e as hortênsias dividem-lhe o açougue. A inevitabilidade.
 
Emergiram da lava, sob o olhar das aves que demandam a ilha, guiadas pelas constelações do instinto e a geometria da sobrevivência.
 
O mar arrefeceu-lhes o ímpeto pelas ravinas, onde traçaram caminhos futuros. Fossilizaram solidões.
 
Refém das armadilhas deste dialeto, esqueço os faróis e acendo palavras para me esquecer do mar.


 

[Longe do mundo; frenesi 2004]

sábado, 21 de setembro de 2013

Senhorita (Zé Geraldo)


Frase

“...as leis são teias de aranha que servem para apanhar insetos, mas que se deixam romper pela pressão de qualquer corpo mais pesado.”
 

 (Dom José da Cunha Azevedo Coutinho)

O que é ócio criativo?

O ócio criativo é uma teoria desenvolvida pelo sociólogo italiano Domenico de Masi nos anos 90.
 
Para "praticar" o ócio criativo, é simples! basta se libertar da ideia tradicional do trabalho como obrigação e mesclar atividades, como o trabalho, o tempo livre e o estudo.
 
Uma sociedade livre deste conceito tradicional é uma sociedade em que as pessoas são educadas a privilegiar a satisfação de necessidades radicais, como a introspecção, a amizade, o amor, as atividades lúdicas e a convivência.
 
Segundo Masi fazemos parte de uma sociedade em que a vida adulta era dedicada exclusivamente ao trabalho, mas isso está mudando, hoje grande parte da sociedade dedica-se a outra atividade e essa é a abertura para o ócio criativo. A geração Y tem demonstrado muito isso com o seu comportamento. É uma geração muito mais preocupada com o bem estar, meio ambiente e qualidade de vida, bem diferente das outras gerações que esperam a aposentadoria para começar a curtir a vida, os Y querem curtir e aproveitar o hoje e o agora.
A teria do Ócio Criativo mostra uma visão do que pode vir a ser a sociedade pós-industrial, tendo uma distribuição da riqueza, do trabalho, do saber e do poder. O ócio pode se transformar em violência, neurose, vício e preguiça, mas pode também se elevar para arte, para a criatividade e para a liberdade.
 
“O trabalho é uma profissão e o ócio é uma arte”.
 
Além disso Masi destaca que a criatividade é um processo mental prático, ainda bastante misterioso, visto que, depois de ter pensando algumas ideias novas e fantasiosas é necessário colocá-las em pratica, pois a criatividade não é só ter ideias, mas sim realizá-las.
Trabalho + estudo + apredizado + divertimento = Ócio criativo

 
“Nossa identidade depende cada vez menos da natureza, que pode nos ter feito bonitos ou feios, da estirpe, que pode nos ter feito nascer ricos ou pobres, e do fato de pertencer a uma classe, seja aristocrática ou proletária. A identidade depende cada vez mais daquilo que aprendemos, da nossa formação, da nossa capacidade de produzir idéias, do nosso modo de viver o tempo livre, do nosso estilo e da nossa sensibilidade estética.”
 
Domenico Masi é professor da Universidade de La Sapienza de Roma, criador do conceito do Ócio Criativo, já publicou diversos livros, entre eles Desenvolvimento Sem Trabalho; A Emoção e a Regra;O Ócio Criativo e O Futuro do Trabalho.
 
 
Enviado pelo Dr. Tarciso Melo
 
Viver é todos os dia partejar
a vida.
(Ela nasce com cabeça grande demais,
muitos braços
- às vezes sem pernas.)
Abro meu ventre,
minha alma se arreganha
como uma parturiente
em sofrimento.
Dar à luz dói.
Faço isso todos os dias,
exposto como num palco:
aquele bonequinho
sou eu
num mundo que vou montando.
 
 
Mas nem tudo me assusta,
nem tudo me prende:
posso abrir algumas portas,
posso fechar outras, posso
escolher o sexo
e a cor dos olhos de cada momento.
 
(Múltipla escolha, Lya Luft, editora Record, 2010, p. 121.)
 
 
Sugestão de postagem do amigo Adauto Neto

Charge


Interlúdio


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Analista judiciária passa em concurso para juíza, mas resolve voltar a ser Analista

Posse da juíza no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, no início de abril - Foto: TJ/MG
 
Causou perplexidade no meio jurídico a escolha feita por Cecília de Moura Barbosa Lima. Ela ocupava o cargo de analista judiciário no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e passou em um concurso para juíza de direito no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG).

 
Virar juíza lhe deu hierarquia e vencimentos superiores a de uma analista, além de possibilidades de crescimento dentro das instâncias jurídicas. Em 05 de abril deste ano Cecília tomou posse como juíza no TJ-MG, em Belo Horizonte, junto com outros 95 novos juízes. Antes, no mesmo dia, ela deixou o cargo de analista judiciário na cidade mineira de Carmo da Mata.
 
No dia 08 de abril a juíza Cecília de Moura foi designada para a Comarca de Turmalina, no norte de Minas Gerais. Surpreendentemente, menos de 2 meses depois, no dia 20 de junho, ela desistiu da magistratura, sonho de milhares de estudantes de direito em todo o país, e solicitou sua recondução ao cargo de analista judiciário, abrindo mão da concorrida vaga de juíza obtida em concurso.

 
Pode até ter pesado em sua decisão a distância, já que Turmalina fica a mais de 7 horas de carro de Carmo da Mata. Mas, decisões como esta mostram que o cargo de juiz já não atrai como antes. No custo e benefício, computados salários, benefícios, carga e volume de trabalho, responsabilidade e tempo dedicado, a magistratura muitas vezes vem perdendo para várias carreiras jurídicas.
 
 
 
Fonte
Folha da manhã on line
O ser humano vivência a si mesmo, seus pensamentos como algo separado do resto do universo - numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior.