domingo, 27 de fevereiro de 2011

Versículos do dia

E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor.

A minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder;

Para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.

(1 Coríntios 2:3;5)

Morre Moacyr Sclyar

Morreu neste domingo (27) o escritor e colunista da Folha Moacyr Sclyar, de 73 anos de idade. A morte ocorreu à 1h. Segundo o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, onde ele estava internado, Scliar teve falência múltipla dos órgãos. O velório acontece hoje na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, a partir das 14h.

Hora do recreio

Dona Tereza era muito religiosa e cumpria os mandamentos de Deus.

Casou-se e teve 11 filhos.
Depois o marido morreu.
Passado pouco tempo, voltou a casar.
Teve mais 17 filhos.
Depois o segundo marido morre.
Cinco semanas mais tarde, Dona Tereza também morre.
No funeral o padre, olhando a defunta no caixão, comenta:
- Ah! Finalmente juntos!
Uma velhota que se encontrava perto perguntou:_
- Desculpe padre... mas quando o senhor diz "finalmente juntos", refere-se a defunta e o seu primeiro marido, ou a defunta e o seu segundo marido?
E o padre, muito contrito:
- Refiro-me aos joelhos de Dona Tereza...

sábado, 26 de fevereiro de 2011

sopra o vento, sopra o vento...
(...)
mas também meu pensamento
tem um vento que o devora...
(...)

Fernando Pessoa
...e tenho dito!
A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades.

Millôr Fernandes
Foto: Delaney
(...)
Aflição de não ser a grande ilha
que te retém e não te desespera.
(A noite como fera se avizinha)

Aflição de ser água em meio à terra
e ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltiplas e imóvel.

Não saber se se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra.

Hilda Hilst
Uma amiga muito dada à acadêmia de ginástica me disse que efetivamente em uma hora de leitura, o corpo chega a queimar até 70 calorias. Já se você estiver lendo sobre qualidade de vida, a queima de calorias pode dobrar.

Logicamente que sugeri a ela, de imediato, trocar a acadêmica pela biblioteca e aguardar pra ver o resultado.

Por via das dúvidas, separei oito volumes pra devorar, de preferência depois do almoço.

Tiririca é indicado para compor comissão de Educação e Cultura da Câmara

Foto: Wilson Dias/ABr

E agora?

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Um título para este post

Pra ele também vale. Lei Maria da Penha é aplicada para casal homossexual do RS

Com base na Lei Maria da Penha, a Justiça do Rio Grande do Sul concedeu medida protetiva a um homem que afirma estar sendo ameaçado por seu ex-companheiro.

A decisão, que impede que ele se aproxime a menos de cem metros da vítima, foi decretada na quarta-feira (23) e divulgada hoje.

O juiz Osmar de Aguiar Pacheco, de Rio Pardo (144 km de Porto Alegre), afirmou na decisão que, embora a Lei Maria da Penha tenha como objetivo original a proteção das mulheres contra a violência doméstica, pode ser aplicada em casos envolvendo homens.

"Todo aquele em situação vulnerável, ou seja, enfraquecido, pode ser vitimado. Ao lado do Estado Democrático de Direito, há, e sempre existirá, parcela de indivíduos que busca impor, porque lhe interessa, a lei da barbárie, a lei do mais forte. E isso o Direito não pode permitir!".

O juiz também afirma que, em situações iguais, as garantias legais devem valer para todos, além da Constituição vedar qualquer discriminação, condições que "obrigam que se reconheça a união homoafetiva como fenômeno social, merecedor não só de respeito como de proteção efetiva com os instrumentos contidos na legislação."

Além de proibir a aproximação do companheiro que ameaçou a vítima, o juiz reconheceu a competência do Juizado de Violência Doméstica para cuidar do processo.

Fonte: folha.com

Viver é todos os dia partejar
a vida.
(Ela nasce com cabeça grande demais,
muitos braços
- às vezes sem pernas.)
Abro meu ventre,
minha alma se arreganha
como uma parturiente
em sofrimento.
Dar à luz dói.
Faço isso todos os dias,
exposto como num palco:
aquele bonequinho
sou eu
num mundo que vou montando.


Mas nem tudo me assusta,
nem tudo me prende:
posso abrir algumas portas,
posso fechar outras, posso
escolher o sexo
e a cor dos olhos de cada momento.


Lya Luft


(Poema extraído do livro Múltipla escolha, Lya Luft, Editora Record, 2010, p. 120.)


Enviado por e-mail pelo amigo Adauto

A primeira-dama francesa virá fazer show no Brasil ao lado de Toquinho em São Paulo no próximo dia 6 de maio.

Toquinho já aceitou, mas ainda aguarda a confirmação da mulher de Nicolas Sarkozy para a divulgação do espetáculo.

Carla Bruni, a princípio, demonstrou vontade de cantar ao lado de Caetano Veloso, mas houve incompatibilidade entre as agendas de ambos.

A cantora irá inaugurar no Brasil um núcleo de robótica do Hospital do Câncer de Barretos.

A informação é da coluna Mônica Bergamo, publicada na Folha desta sexta-feira (25).

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Alguém diz:
"Aqui antigamente houve roseiras"
Então as horas
Afastam-se estrangeiras,
Como se o tempo fosse feito de demoras.

Sophia de Mello Breyner Andresen

É isso ai

Por que somos corruptos?

A máxima “o poder corrompe” é a bandeira que cobre o caixão no qual velamos a política. Ela é primeiro desfraldada por aqueles que pretendem evitar a partilha do poder que constitui a democracia. Ela é aceita por todos aqueles que se deixam levar pela noção de que o poder não presta e, deste modo, doam o poder a outros como se dele não fizessem parte. Esquecem-se que a falta de poder também corrompe, mas esquecem sobretudo de refletir sobre o que é o poder, ou seja, ação conjunta.

Democracia é partilha do poder. É o campo da vida comum, a vida onde todos estamos juntos como numa mesma embarcação em mar aberto. Partilhamos o poder querendo ou não, mas podemos fazê-lo de modo submisso ou democrático, omisso ou presente. Estamos dentro da democracia e precisamos seguir suas conseqüências.

Democracia é também responsabilização pelo contexto em que vivemos: pelo resultado das eleições, pela miséria, pelo cenário inteiro que produzimos por ação ou omissão. Mas não nos detivemos em escala social para entender o que a democracia é e, por isso, falta-nos a reflexão que é capaz de orientar o seu sentido, bem como o sentido do poder e da política.

Acreditamos que o poder é mau. Que a política é ação para espíritos corruptíveis. Construímos a noção de que política não combina com ética, com moral, com princípios. Quem acredita nisso já contribui para a manutenção do estado geral da política, pois afirmamos uma essência em lugar errado. Onde deveria estar a ação que constitui a política, está a crença que determina o preconceito e a inação. Neste sentido, a compreensão disseminada no senso comum, já é corrupta. Ela compactua com a corrupção ao reafirmá-la no discurso que sempre orienta a prática.

É nosso dever hoje reavaliar a experiência brasileira diante da política. A compreensão da política como campo da profissão, por definição, corrupta, é ela mesma corrompida e corrupta. Ela destrói a política, cujo significado, precisamos hoje, refazer.

Esta é a ação política mais urgente.

Acostumamo-nos ao pré-conceito de que política é apenas governabilidade e deixamos de lado a idéia fundamental de que a política é projeto de sociedade da qual participam todos os cidadãos. Reclusos em nossas casas, acreditamos que a esfera da vida privada está imune ao político. Esquecemos que o pessoal é também político, não como espetáculo, mas como lugar de relação e modelo da esfera macroscópica da sociedade. Políticos somos porque falamos e estamos com os outros. Política é relação “entre-nós” produzida pela linguagem, pela nossa fala, por nossos discursos. O que dizemos é sempre político. Pois falar é o primeiro passo do fazer ou, mesmo, a primeira de nossas ações.

Política é a relação estabelecida no enlace inevitável entre indivíduos e sociedade. Na omissão praticamos a anti-política. Toda anti-política que seja omissão e não crítica é corrupção da política por ser corrupção da ação. A mais urgente das ações políticas na atualidade, além da punição dos que transformaram nossa governabilidade em prostituição da ação, é refazermo-nos como políticos no verdadeiro sentido.

Marcia Tiburi

* Artigo publicado em Zero Hora de 30 de abril de 2006. Coluna Tema para Debate.

Nunca tenha medo de dizer o que você sente!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Os teus pés

Foto AKTor

Quando não posso contemplar o teu rosto,
contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
teus pequenos pés duros.
Eu sei que te sustentam
e que teu doce peso
sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
a duplicada púrpura
dos teus mamilos,
a caixa dos teus olhos
que há pouco levantaram vôo,
a larga boca de fruta,
tua rubra cabeleira,
pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
é só porque andaram
sobre a terra e sobre
o vento e sobre a água,
até me encontrarem.


Pablo Neruda

Irracional

"Muamar Kadafi não é uma pessoa normal que você pode envenenar... ou contra a qual você pode se rebelar. Vou lutar até a última gota de sangue, com o povo ao meu lado. Se você ama Muamar Kadafi você vai sair às ruas para defender a Líbia".

Kadafi, ditador da Líbia há 42 anos no Poder

Da Inquieta Esperança

Bem sabes Tu, Senhor, que o bem melhor é aquele
Que não passa, talvez, de um desejo ilusório.
Nunca me dê o Céu... quero é sonhar com ele
Na inquietação feliz do Purgatório.




Mário Quintana

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Muitas vezes, basta um só gesto, uma só atitude para se contrapor a maior das disciplinas. Pense nisso!

Um cinturão

As minhas primeiras relações com a justiça foram dolorosas e deixaram-me funda impressão. Eu devia ter quatro ou cinco anos, por aí, e figurei na qualidade de réu. Certamente já me haviam feito representar esse papel, mas ninguém me dera a entender que se tratava de julgamento. Batiam-me porque podiam bater-me, e isto era natural.

Os golpes que recebi antes do caso do cinturão, puramente físicos, desapareciam quando findava a dor. Certa vez minha mãe surrou-me com urna corda nodosa que me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído, virando a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados com água de sal - e houve uma discussão na família. Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó. Se não fosse ele, a flagelação me haveria causado menor estrago. E estaria esquecida. A história do cinturão, que veio pouco depois, avivou-a.

Meu pai dormia na rede, armada na sala enorme. Tudo é nebuloso. Paredes extraordinariamente afastadas, rede infinita, os armadores longe, e meu pai acordando, levantando-se de mau humor, batendo com os chinelos no chão, a cara enferrujada. Naturalmente não me lembro da ferrugem, das rugas, da voz áspera, do tempo que ele consumiu rosnando uma exigência. Sei que estava bastante zangado, e isto me trouxe a covardia habitual. Desejei vê-lo dirigir-se a minha mãe e a José Baía, pessoas grandes, que não levavam pancada. Tentei ansiosamente fixar-me nessa esperança frágil. A força de meu pai encontraria resistência e gastar-se-ia em palavras.

Débil e ignorante, incapaz de conversa ou defesa, fui encolher-me num canto, para lá dos caixões verdes. Se o pavor não me segurasse tentaria escapulir-me: pela porta da frente chegaria ao açude, pela do corredor acharia o pé de turco. Devo ter pensado nisso, imóvel, atrás dos caixões. Só queria que minha mãe, sinhá Leopoldina, Amaro e José Baía surgissem de repente e me livrassem daquele perigo.

Ninguém veio, meu pai me descobriu acocorado e sem fôlego, colado ao muro, e arrancou-me dali violentamente, reclamando um cinturão. Onde estava o cinturão? Eu não sabia, mas era difícil explicar-me: atrapalhava-me, gaguejava, embrutecido, sem atinar com o motivo da raiva. Os modos brutais, coléricos, atavam-me; os ,sons duros morriam, desprovidos de significação.

Não consigo reproduzir toda a cena. Juntando vagas lembranças dela a fatos que se deram depois, imagino os berros de meu pai, a zanga terrível, a minha tremura infeliz. Provavelmente fui sacudido. O assombro gelava-me o sangue, escancarava-me os olhos.

Onde estava o cinturão? Impossível responder. Ainda que tivesse escondido o infame objeto, emudeceria, tão apavorado me achava. Situações deste gênero constituíram as maiores torturas da minha infância, e as conseqüências delas me acompanharam.

O homem não me perguntava se eu tinha guardado a miserável correia: ordenava que a entregasse imediatamente. Os seus gritos me entravam na cabeça, nunca ninguém se esgoelou de semelhante maneira.

Onde estava o cinturão? Hoje não posso ouvir uma pessoa falar alto. O coração bate-me forte, desanima, como se fosse parar, a voz emperra, a vista escurece, uma cólera doida agita coisas adormecidas cá dentro. A horrível sensação de que me furam os tímpanos com pontas de ferro.

Onde estava o cinturão? A pergunta repisada ficou-me na lembrança: parece que foi pregada a martelo.

A fúria louca ia aumentar, causar-me sério desgosto. Conservar-me-ia ali desmaiado, encolhido, movendo os dedos frios, os beiços trêmulos e silenciosos. Se o moleque José ou um cachorro entrasse na sala, talvez as pancadas se transferissem. O moleque e os cachorros eram inocentes, mas não se tratava disso. Responsabilizando qualquer deles, meu pai me esqueceria, deixar-me-ia fugir, esconder-me na beira do açude ou no quintal.

Minha mãe, José Baía, Amaro, sinhá Leopoldina, o moleque e os cachorros da fazenda abandonaram-me. Aperto na garganta, a casa a girar, o meu corpo a cair lento, voando, abelhas de todos os cortiços enchendo-me os ouvidos - e, nesse zunzum, a pergunta medonha. Náusea, sono. Onde estava o cinturão? Dormir muito, atrás dos caixões, livre do martírio.

Havia uma neblina, e não percebi direito os movimentos de meu pai. Não o vi aproximar-se do torno e pegar o chicote. A mão cabeluda prendeu-me, arrastou-me para o meio da sala, a folha de couro fustigou-me as costas. Uivos, alarido inútil, estertor. Já então eu devia saber que rogos e adulações exasperavam o algoz. Nenhum socorro. José Baía, meu amigo, era um pobre-diabo.

Achava-me num deserto. A casa escura, triste; as pessoas tristes. Penso com horror nesse ermo, recordo-me de cemitérios e de ruínas mal-assombradas. Cerravam-se as portas e as janelas, do teto negro pendiam teias de aranha. Nos quartos lúgubres minha irmãzinha engatinhava, começava a aprendizagem dolorosa.

Junto de mim, um homem furioso, segurando-me um braço, açoitando-me. Talvez as vergastadas não fossem muito fortes: comparadas ao que senti depois, quando me ensinaram a carta de A B C, valiam pouco. Certamente o meu choro, os saltos, as tentativas para rodopiar na sala como carrapeta eram menos um sinal de dor que a explosão do medo reprimido. Estivera sem bulir, quase sem respirar. Agora esvaziava os pulmões, movia-me, num desespero.

O suplício durou bastante, mas, por muito prolongado que tenha sido, não igualava a mortificação da fase preparatória: o olho duro a magnetizar-me, os gestos ameaçadores, a voz rouca a mastigar uma interrogação incompreensível.

Solto, fui enroscar-me perto dos caixões, coçar as pisaduras, engolir soluços, gemer baixinho e embalar-me com os gemidos. Antes de adormecer, cansado, vi meu pai dirigir-se à rede, afastar as varandas, sentar-se e logo se levantar, agarrando uma tira de sola, o maldito cinturão, a que desprendera a fivela quando se deitara. Resmungou e entrou a passear agitado. Tive a impressão de que ia falar-me: baixou a cabeça, a cara enrugada serenou, os olhos esmoreceram, procuraram o refúgio onde me abatia, aniquilado.

Pareceu-me que a figura imponente minguava - e a minha desgraça diminuiu. Se meu pai se tivesse chegado a mim, eu o teria recebido sem o arrepio que a presença dele sempre me deu. Não se aproximou: conservou-se longe, rondando, inquieto. Depois se afastou.

Sozinho, vi-o de novo cruel e forte, soprando, espumando. E ali permaneci, miúdo, insignificante, tão insignificante e miúdo como as aranhas que trabalhavam na telha negra.

Foi esse o primeiro contato que tive com a justiça


Graciliano Ramos
“Conhecer não é demonstrar nem explicar, é aceder à visão.”


Saint-Exupéry

Charge Néo Correia

Efeito cascata

Após o Egito, Marrocos enfrenta manifestações por reformas políticas - Foto AFP

Segure a sua cruz!

Encaminhada por e-mail pela amiga Josélia

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Eu tenho um sonho


                                             Grupo ABBA

Governo paga salário a dependentes de presos

O governo federal deverá pagar este ano cerca de R$ 210 milhões para parentes de presos contemplados com o auxílio-reclusão. O benefício é uma ajuda de custo a quase 30 mil dependentes de presos de baixa renda que contribuíam para a Previdência Social, antes de cometer o crime.

O valor médio é de R$ 594,28, acima do salário mínimo de R$ 545 aprovado esta semana pelo Congresso. A bolsa é paga há 50 anos pela Previdência Social, mas causa polêmica.

Nesta semana, o assunto começará a ser discutido na Câmara dos Deputados. O deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) apresentará projeto que proíbe a concessão do benefício para presos condenados por crimes hediondos como estupro e homicídio.

Para Francischini, delegado licenciado da Polícia Federal, não faz sentido o governo premiar a família de um criminoso com uma ajuda financeira e deixar familiares da vítima sem qualquer proteção. O deputado entende que pessoas que cometeram crimes graves devem sustentar dependentes com trabalho em presídios.

"É um absurdo: a família da vítima não tem benefício, enquanto a família do cara que mata tem. Dar auxílio-reclusão para quem comete estupro é inaceitável", disse Francischini.

Deu em O Globo
Leia mais em O Globo

sábado, 19 de fevereiro de 2011

“A lua, que é a própria imagem do capricho, olhou pela janela enquanto dormias em teu berço, e disse consigo, mesma: “Esta criança me agrada.”
E desceu maciamente a sua escada de nuvens, e deslizou sem ruído através das vidraças. E pousou sobre ti com um suave carinho de mãe, e depôs as suas cores em tuas faces. Então, tuas pupilas se tornaram verdes, e tuas faces extraordinariamente pálidas. Foi contemplando essa visitante que os teus olhos se dilataram de modo tão estranho; e ela com tão viva ternura te apertou a garganta que ficaste, para sempre, com o desejo de chorar.
Entretanto, na expansão da sua alegria, a lua invadia todo o quarto, como uma atmosfera fosfórica, como um peixe luminoso; e toda esta luz viva pensava e dizia:
- Tu sofrerás eternamente a influência do meu beijo.
Serás bela à minha maneira. Amarás o que eu amo e o que me ama: a água, as nuvens, o silêncio e a noite; o mar imenso e verde; a água informe e multiforme; o lugar onde não estiveres; o amante que não conheceres; as flores monstruosas; os perfumes que fazem delirar; os gatos que desmaiam sobre os pianos e gemem que nem as mulheres, com uma doce voz enrouquecida!
“E tu serás amada pelos meus amantes, cortejada pelos meus cortejadores. Serás a rainha dos homens de olhos verdes a quem também estreitei a garganta em minhas carícias noturnas; daqueles que amam o mar, o mar imenso, tumultuoso e verde, a água informe e multiforme, o lugar onde não estão, a mulher que não conhecem, as flores sinistras que sugerem incensórios de alguma religião ignota, os perfumes que turbam a vontade, e os animais selvagens e voluptuosos que são os emblemas da sua loucura.
E é por isso, maldita e querida criança mimada, que estou agora prosternado a teus pés, buscando em toda a tua pessoa o reflexo da terrível Divindade, da fatídica madrinha, da ama-de-leite envenenadora de todos os lunáticos.


Charles Baudelaire

Aquilo que o "eu " tem de único se esconde exatamente naquilo que o ser humano tem de inimaginável. Só podemos imaginar aquilo que é identico em todos os seres humanos, aquilo que lhes é comum . O "eu" individual é aquilo que se distingue do geral, portanto aquilo que não se deixa adivinhar nem calcular antecipadamente, aquilo que precisa ser desvelado, descoberto e conquistado do outro.

Milan Kundera

Fazendo a diferença

Ser rico, famoso ou poderoso tem sido o objetivo da maioria das pessoas, mas sempre falta algo. Recentemente, ouvi sobre uma nova postura ética de sucesso, que vale a pena resumir aqui, porque na época ninguém noticiou.

Numa reunião no World Economic Fórum, em Davos, o local onde o mundo empresarial se reúne uma vez por ano em janeiro, um empresário que acabava de fazer um tremendo negócio foi convidado numa das várias sessões a expor suas idéias.

Primeiro perguntaram como ele se sentia, subitamente, um bilionário. Sem pestanejar um único minuto, ele afirmou que o dinheiro não lhe pertencia, e que doaria toda a sua fortuna a instituições beneficentes.

“Sou simplesmente fruto do acaso, tenho os genes certos e estou no momento certo, no setor certo. É difícil falar em ‘mérito’ numa situação dessas.”

“Se eu, o Bill Gates aqui presente, ou então o Warren Buffett tivéssemos nascido dois mil anos atrás, nenhum de nós teria tido o porte atlético necessário para se tornar um general do Império Romano, posição de destaque equivalente à nossa, na época. Teríamos sido trucidados na primeira batalha.”

Alguns seres humanos sempre estarão momentaneamente mais adequados ao ambiente que os outros e receberão, portanto, melhores salários, apesar do esforço dos demais.

A idéia da meritocracia tão decantada pela direita conservadora como justificativa para sua riqueza, cai por terra se levarmos em consideração a nova teoria de que somos todos frutos do acaso genético das interpolações do DNA dos nossos pais.

Se nossos genes são meros acaso da variação genética, falar em QI, mérito, proeza atlética e se achar merecedor de 100% dos ganhos que esses atributos nos proporcionam não faz mais muito sentido. O que há de meritocrático em ter os genes certos?

Ninguém está sugerindo o outro extremo de salários iguais para todos, porque toda sociedade precisa incentivar os que se esforçam mais, os que trabalham melhor e especialmente os que assumem riscos e têm a coragem de inovar.

O que essa nova postura sugere delicadamente é uma maior humildade e generosidade daqueles que ganham fortunas por ter uma inteligência superior, um porte atlético avantajado ou um talento excepcional. Por trás de toda “fortuna” existe um elemento de sorte, muito maior do que os “afortunados” gostariam de admitir.

Mas a frase que mais tocou a platéia estarrecida foi esta: “Mesmo doando toda a minha fortuna”, disse o empresário, “continuará a existir uma enorme injustiça social do mundo. Eu terei tido um privilégio que muitos não terão. O privilégio de ter feito uma diferença com o meu trabalho e minha vida.”

Segundo essa visão, o mundo é dividido entre aqueles que fizeram ou não uma diferença com sua vida, o dinheiro não é o objetivo final. E existem inúmeras maneiras de fazer uma diferença desde inventar coisas, gerar novos empregos, criar novos produtos, até ajudar os outros com o dinheiro obtido.

Aproximadamente 55% dos empresários americanos não pretendem legar sua fortuna aos filhos. Acham que estariam estragando sua vida gerando playboys e um bando de infelizes. Percebem que o divertido na vida é chegar lá, não está lá. Ser filho de empresário e receber de mão beijada uma BMW, um Rolex e uma super mesada não é o caminho mais curto para a felicidade. Muito pelo contrário, é uma roubada.

Por isso, os ricos de lá criaram instituições como a Fundação Rockfeller, a Fundação Ford, a Fundação Kellogg, a Fundação Hewlett. No Brasil, estamos muito longe de convencer os empresários a fazer o mesmo, razão pela qual sua fortuna provavelmente virará mais um imposto. O imposto sobre herança.

O segredo da felicidade, portanto, não é ganhar dinheiro, que a maioria acabará perdendo de uma forma ou de outra. O segredo é ter feito uma diferença.


Stephen Kanitz
Administrador por Harvard

Ponto de Vista – Revista VEJA 28.01.04
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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Humor - Por que as crianças precisam das mães!

Enviada por e-mail pela amiga Socorro Barbosa (do CEMAR)

Ruby descreve como eram as orgias organizadas por Berlusconi

Dezenas de mulheres nuas dançando e se acariciando em torno do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, disputam sua atenção para excitá-lo: de acordo com "Ruby Rouba Corações", pivô do escândalo envolvendo Il Cavaliere, era assim que aconteciam as chamada "festas bunga-bunga" do chefe de governo italiano.

"Depois do jantar, íamos para um salão no subsolo, onde acontecia a bunga-bunga", relata Karima El Mahroug, dançarina marroquina que ficou conhecida pelo apelido "Ruby Rouba Corações" e cujo depoimento para os investigadores que apuram o caso teve trechos vazados e publicados no jornal "La Repubblica".

"Todas as garotas ficavam nuas durante a bunga-bunga, e eu tinha a sensação de que elas estavam competindo umas com as outras para fazer com que Berlusconi as notasse, com performances sexuais cada vez mais ousadas", lembra Ruby, citada no diário italiano.

Ela é peça-chave do processo que corre na justiça italiana contra Berlusconi, acusado de contratar seus favores sexuais quando Ruby ainda era menor de idade - embora tanto ela quanto ele neguem.

Berlusconi também é acusado de abuso de poder, por um episódio em que obrigou a polícia a libertar Ruby, detida por roubo.

O julgamento do primeiro-ministro, que declarou não estar nem um pouco preocupado com o processo, começará no dia 6 de abril.

Em outro trecho do depoimento, Ruby descreve como foi seu primeiro encontro com o premier italiano.

"Naquela noite, Berlusconi me disse que a bunga-bunga era um harém, o que ele copiou de seu amigo (o ditador líbio Muamar) Kadhafi, e que consistia de garotas tirando a roupa e concedendo-lhe 'prazeres sexuais'".

"O primeiro-ministro me levou até seu escritório, e me fez entender que minha vida mudaria completamente se eu participasse na bunga-bunga", acrescenta a jovem.

Ela conta ter se recusado em uma primeira ocasião, mas acabou se unindo ao "harém" de Berlusconi da segunda vez em que o visitou, em março - mas garantiu que sua condição era manter-se vestida.

"Eu não tirava a roupa e não tinha relações sexuais", afirma. "Eu era a única garota vestida, e apenas para ter algo para fazer eu levava para o primeiro-ministro um Sanbitters de vez em quando", contiua, referindo-se a um popular drink não alcoólico vendido na Itália.

Não há menção no relatório sobre o que Berlusconi usava nessas ocasiões.

Não houve acusações judiciais relacionadas com as festas "bunga bunga", que, no entanto, se tornaram motivo de inúmeras piadas na Itália nos recentes meses.

Berlusconi admitiu que é "um pecador, como todo mundo", mas acusou os juízes moralistas e adversários puritanos de orquestrarem uma campanha contra ele.

Agência: AFP

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Foto Sanvean

...por que tudo é uma questão de fé!!!

Agora, Inês é morta.

Hoje, quando queremos dizer que uma situação é irreversível referimo-nos ao triste destino de Inês. Sua história é a de um amor impossível, como o de Romeu e Julieta, mas a diferença é que Inês existiu de verdade: ela e Pedro viveram no século 14. Oitavo rei de Portugal, Pedro reinou de 1357 a 1367. Quando era príncipe, em 1340, ele se casou com Constança, princesa de Castela, num acordo político comum na época. Porém, Pedro e Inês, dama de companhia de Constança, mantiveram um romance por anos e chegaram a ter quatro filhos.

O romance, no entanto, nunca contou com o apoio do pai de Pedro, Afonso IV, e do clero, os fiadores do acordo entre Castela e Portugal. Após a morte de dona Constança, no entanto, a ligação entre o casal se tornou mais estreita e a nobreza passou a temer que um dos filhos de Inês reivindicasse o trono.

Em 1355, essa tensão alcançou o ponto máximo e, aproveitando que Pedro estava caçando, o rei Afonso ordenou a morte de Inês. Pero Coelho, Àlvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco executaram a sentença, cortando-lhe a garganta. Quando recebeu a noticia, Pedro avançou em direção à cidade do Porto, pretendendo enfrentar o próprio pai. Porém, foi demovido da idéia pela mãe, dona Beatriz, e pelo seu primo, o bispo de Braga. Resignado, teria dito: “Agora, Inês é morta.

Assim que se tornou rei, no entanto, Pedro mandou prender os assassinos. Pacheco escapou para a França, mas Coelho e Gonçalves forma capturados em Castela e depois torturados (ambos tiveram o coração arrancado) na presença do rei. A segunda providência foi ainda mais macabra. Alegando ter se casado com Inês às escondidas, Pedro fez com que ela fosse coroada rainha. Seu corpo foi desenterrado e colocado no trono. Durante a cerimônia, Pedro teria ordenado que toda a nobreza e membros do clero presentes ajoelhassem diante do cadáver e beijassem os ossos da mão de Inês.


Fonte: Revista Aventuras na História
Calma, calma! O jogo tá apenas no primeiro tempo. É certo que o placar é adverso: 1 X 0, mas ainda há tempo, ainda há tempo! Relembrando a frase célebre de Vicente Mateus, ex-presidente do Corinthians, "o jogo só termina quando acaba".

Pra todos esses que ai estão no caminho, deixo aqui o meu recado na voz do Demônios da Garoa.

Um abraço, um abraço...

Versículos do dia

Pois tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para todos os que te invocam. (Salmos 86:5)

Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno. (Hebreus 4:16)

Pensão de ex-governadores começa a cair

Relatora de ação no Supremo, Cármen Lúcia considera benefício de ex-chefes do Executivo do Pará inconstitucional e defende sua suspensão.


A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu ontem a suspensão do pagamento de pensões a ex-governadores. Ao votar a favor de uma ação na qual a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contesta a concessão do benefício a ex-chefes do Executivo do Pará, a ministra concluiu que o pagamento é inconstitucional.

Após o voto de Cármen Lúcia, José Antonio Dias Toffoli pediu vista, adiando a conclusão do julgamento.

Apesar de o tribunal estar analisando apenas um pedido de liminar, que é uma decisão provisória, ministros deram sinais de que vão adiantar o mérito e, possivelmente, declarar inconstitucional o benefício. No caso do Pará, a pensão equivale ao salário de desembargador, que é de cerca de R$ 24 mil.


Fontes:
Site do Ricardo Noblat
e O Estado de S. Paulo

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Hoje estou assim, nevoado. Sem inspiração alguma! Melhor deixar vazia esta minha pública caixa de entrada! Amanhã quem sabe...
“Pina”, o filme, estreou na última semana na Berlinale 2011, o festival Internacional de cinema de Berlim e estreia dia 24 de fevereiro nos cinemas da Alemanha. É o primeiro filme em 3D de Wim Wenders.
A avó pergunta para a netinha:
- Aninha, como é mesmo o nome daquele alemão que me deixa louca?
- Alzheimer, vovó... Alzheimer!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011


Meto-me para dentro, e fecho a janela.
Trazem o candeeiro e dão as boas noites,
E a minha voz contente dá as boas noites.
Oxalá a minha vida seja sempre isto:
O dia cheio de sol, ou suave de chuva,
Ou tempestuoso como se acabasse o Mundo,
A tarde suave e os ranchos que passam
Fitados com interesse da janela,
O último olhar amigo dado ao sossego das árvores,
E depois, fechada a janela, o candeeiro aceso,
Sem ler nada, nem pensar em nada, nem dormir,
Sentir a vida correr por mim como um rio por seu leito,
E lá fora um grande silêncio como um deus que dorme.”

Alberto Caeiro in “O guardador de rebanhos”

O amor é uma questão geométrica ou aritmética?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Foto Desiree Dolron

Photoblog

Este blogueiro aos 20 anos

Você também pode montar fotos bem legais. Acesse: http://www.dumpr.net/ e se divirta!

Bandeiras comestíveis

Reconhecidamente a agência WHYBIN/TBWA é uma das mais competentes na área de design de comunicação da Australia.

Uma de suas campanhas, realizada em 2009 em Sydney, foi a International Food Festival. Uma campanha publicitária onde foram recriadas gastronomicamente as bandeiras de várias países.

Além da criatividade em se produzir bandeiras com alimentos, a ideia além de encher os olhos, enche a boca também.

Confira as bandeiras abaixo:

Vietnã
Espanha
Suíça
Japão
Coreia do Sul
Líbano
Grécia
Indía
Itália
França
Austrália
Brasil