segunda-feira, 30 de março de 2009

Tranquilino, o pistoleiro da pedreira

Chamava-se Francilino e havia chegado ao antigo termo de São Sebastião, hoje município de Governador Dix-sept Rosado (Estado do Rio Grande do Norte) por intermédio de Romeu Menandro da Cruz, chefe político e farmacêutico pombalense radicado em São José de Piranhas. O tarefeiro da pedreira de gêsso, de nome Lourenço Cruz, era irmão de Dr. Romeu, como todos o conheciam no oeste paraibano.

Francilino tinha se metido em encrencas grandes em sua terra natal, Mauriti, no Estado do Ceará. Pediu a proteção de Romeu Cruz e este não hesitou em interseder junto à parentada que residia em São Sebastião para acolher o cearense. Francilino passou a morar na pedreira, onde exercia o ofício de sapateiro.

Logo a freguesia apareceu, pois o calado e taciturno forasteiro sabia perfeitamente como remendar os calçados gastos com velocidade impressionante na labuta diária que era a extração de gipsita na pedreira dos Rosados. As famílias também confiavam-lhe fabricação de sapatos para filhos em idade escolar.

Poucos sabiam que na calada da noite Francilino dispensava o martelo e os apetrechos de sapateiro e ensacava Beretta de fabricação italiana na cintura, transformando-se no perigoso pistoleiro Tranquilino, a fera dos sertões potiguares, paraibanos e cearenses.

Fazia serviços de pistolagem com absoluta facilidade e naturalidade, da mesma forma como remendava, consertava ou fabricava os calçados na pedreira. Era exímio matador por encomenda, trabalho fácil e maneiro que lhe despertava prazer hediondo, prática natural em sua convivência no Estado do Ceará.

Certa vez, filho de importante agro-pecuarista em Pombal levou sova impressionante em um jogo de futebol. O autor da façanha, de nome Raimundo Aristides, precisava de lição capital que levasse os demais a respeitarem àquela família ultrajada que exigia imediatamente que a honra fosse lavada com sangue, como nos velhos e "bons" tempos da ignorância sertaneja.

Francilino foi contactado em São Sebastião, tendo se comprometido a fazer o "serviço" de pistolagem em determinada data marcada pelos seus "patrões" da hora.

Um dia antes da data determinada, deslocou-se para Pombal, pernoitando na casa da família desmoralizada em um lance mais afoito de um simples jogo de futebol. Quando chegou a noite, começou seu itinerário macabro, transitando pelas ruas da cidade como alma penada. Chapéu negro enterrado na cabeça, capa da mesma cor e a inseparável arma. Quando saia para matar, na pele de Tranquilino, o "humilde" sapareiro incorporava verdadeira coisa sinistra, capaz de meter medo no mais corajoso dos homens.

Perto do centro da cidade, despertou a atenção de grupo de amigos que bebia descontraidamente. Um mais afoito, que atendia pelo apelido de "Peia-Onça", disse aos demais que ia reconhecer àquele sujeito esquisito que passava no momento. Em carreira desabalada, o filho de Américo alcançou Tranquilino e pediu-lhe cigarro. O pistoleiro, com todo cuidado para não ser reconhecido, entregou-lhe o que pedia, evitando fitar-lhe nos olhos, não obstante as tentativas do homem que barrava seu trajeto em direção ao "serviço" de pistolagem.

Decepcionado, "Peia-Onça" voltou para a companhia dos amigos, sendo logo indagado, quando de sua chegada, se havia reconhecido a figura bizarra que despertara a atenção da turma. Resposta negativa motivou o grupo a incentivá-lo ir novamente tentar saciar a curiosidade de todos, saber quem era àquele homem misterioso que cruzava as ruas de Pombal.

Alguém lembrou a "Peia-Onça" que o cigarro que havia recebido estava apagado, sugerindo-lhe que novamente o alcançasse solicitando-lhe fogo. O pombalense, em carreira desconcertada, não tendo notado que Tranquilino o acompanhava com o apurado sentido auditivo, logo estava às costas do pistoleiro, importunando-o como uma pergunta inoportuna:

- " Moço, o senhor tem fogo???"

Inopinadamente, Tranquilino atendeu o pedido do homem às suas costas, dando-lhe três tiros de Beretta.


(*) José Romero Cardoso

Lembranças emocionadas dos plantios de alho e cebola dix-septienses

Quando criança se constituía verdadeira diversão ajudar, talvez mais atrapalhar, querido tio de nome João Onofre Cardoso a preparar canteiros de alho e cebola nas vazantes do rio Apodi-Mossoró no percurso deste curso d´água no município de Governador Dix-sept Rosado.

Ficava encantado com a destreza do meu velho tio ajeitando cuidadosamente os sedimentos depositados pelo escoamento superficial, trabalhando artesanalmente um dos principais sustentáculos econômicos das famílias dix-septienses.

Culturas bastante democráticas, as quais atendiam de forma significativa à geração de emprego e renda para a população, sobretudo àquela parcela que dispunha de terras à beira do rio, os plantios de alho e cebola tornaram-se um dos símbolos do lugar. Governador Dix-sept Rosado ficou conhecida em épocas pretéritas como a capital do alho.

Compradores de todos os recantos, espalhados Brasil a fora, procuravam o alho e a cebola plantados em Governador Dix-sept Rosado devido à qualidade inigualável. Tranças de alho eram penduradas no mercado, na estação, nos bancos das praças, nas casas, enfim, em todos os lugares da cidade. Produziam-se em larga escala o melhor alho e a melhor cebola, não havendo concorrentes para àqueles produtos maravilhosos que eram beneficiados pela melhor terra ribeirinha do Estado do Rio Grande do Norte.

As colheitas eram festas indescritíveis, todos participavam de alguma forma. Era a garantia de dinheiro extra, apurado além do que se ganhava na exploração de gipsita ou em atividades agro-pecuárias as quais se dedicava e ainda se dedica a população dix-septiense.

Em consórcio com o alho e com a cebola plantava-se ainda batata que crescia enorme, verdadeira garantia de subsistência às famílias. Quantas saudades daqueles tempos, quantas alegrias tenho em minhas recordações dos plantios em vazantes em Governador Dix-sept Rosado.

O velho e saudoso trem levava alho e cebola para vários lugares, pois era grande a demanda pelos produtos extraordinários plantados e colhidos no meu querido rincão potiguar, no município em que estão fincadas minhas mais profundas raízes, terra heróica de encantos e prazeres que marca de forma extraordinária minhas reminiscências de infância, terra que amo de todo coração.

Infelizmente a década de oitenta do século passado foi marcada pelo advento de maléfico fungo conhecido por mal-de-sete-voltas. O estrago foi total, fragmentaram-se as culturas de alho e de cebola, nada prosperava quando dos plantios em vazantes após a chegada de infernal praga.

Destruía-se de forma violenta toda uma estrutura cultural que marcou por anos e anos a coletividade dix-septiense. Difícil e caro de ser contido, o mal-de-sete-voltas é responsável pela expressiva deficiência na insuficiência da qualidade de vida do meu povo, restando apenas a saudade de uma época em que Governador Dix-sept Rosado se destacava na economia do Estado do Rio Grande do Norte, entre outros bens e serviços, devido a intensa produção de alho e cebola.



(*) José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor da UERN

domingo, 29 de março de 2009

Maioria apoia poder policial para Forças Armadas


A pesquisa promovida pelo Cepam e pela Secom, realizada com prefeitos paulistas, mostra que a maior parte deles é a favor da atribuição de poder de polícia às Forças Armadas. De acordo com o levantamento, 53% dos prefeitos são favoráveis, apesar de a segurança ser tarefa do governo estadual. O PT é o único partido em que a maioria é contra (56%). No PSDB, a maior parte dos prefeitos é a favor (51%) do poder de polícia para as Forças Armadas, mas é no PTB que o porcentual chega ao máximo: 75%.

"Isso indica que a segurança pública é um problema generalizado. O prefeitos querem dizer que são a favor de mais polícia", declarou Fernando Limongi, presidente do Cebrap.

A segurança, no entanto, não está entre as cinco principais carências dos prefeitos paulistas. Apenas 4,8% dos 624 prefeitos apontaram a segurança como a principal questão da cidade. Ela perde para economia e emprego, saúde, infraestrutura, educação e habitação.

Quando o assunto é pena de morte, os prefeitos se posicionaram majoritariamente contra: 70%. Esse porcentual é maior entre os prefeitos do PT (86% deles são contra a pena de morte e apenas 13% a favor) e menor entre os do PMDB (68% são contra e 29% a favor).

Para os prefeitos, a prioridade na gestão será saúde (30%) e educação (26,3%). Assistência social é prioridade para apenas 6,1% dos prefeitos. Os programas de transferência de renda, leia-se Bolsa-Família, têm a preferência dos prefeitos, com 76,2% das citações na área de assistência social.

Questionados sobre a reforma agrária, a maioria dos prefeitos se posicionou a favor da desapropriação de terras improdutivas. No PT, é onde aparece o maior porcentual de prefeitos a favor: 87%. É seguido pelo DEM (85%) e pelo PSDB (82%).

Está no PTB o maior número de prefeitos que declararam ser contra a desapropriação de terras improdutivas para reforma agrária: 19% disseram não apoiar a medida.


Fonte: O estado de s.paulo
Julia Duailibi:

Hospitais privados poderão ser proibidos de exigir caução em casos de urgência


Tramita na Assembléia Legislativa da Paraíba um projeto de lei de autoria do deputado João Henrique (DEM) que dispõe sobre a proibição da obrigatoriedade de caução (garantia financeira) ou depósito de qualquer natureza, para possibilitar a internação de doentes em situação de urgência e emergência em hospitais da rede privada do Estado.

De acordo com o projeto, comprovada a exigência de depósito, o hospital será obrigado a devolver em dobro o valor depositado e retratar-se ao responsável pelo internamento. Em caso de repetência, os hospitais credenciados no Sistema Único de Saúde (SUS) serão descredenciados e seus diretores ou proprietários responderão criminalmente conforme o código penal brasileiro.

O deputado João Henrique destaca em sua justificativa que é preocupante o número de pessoas que deixam de ser atendidas em situação de urgência e emergência nos hospitais da rede privada por não possuírem um plano de saúde.

“Os hospitais só realizam o devido atendimento ao paciente, mediante caução ou depósito que garanta em primeiro lugar, o recebimento do valor referente ao procedimento, não priorizando a vida, que é o bem mais importante”, enfatiza.

“É certo que os hospitais privados sobrevivem de seus atendimentos, pois através deles, honram seus compromissos com funcionários e fornecedores. O que hora defendemos não é a realização por parte das unidades de saúde privadas, de todos os procedimentos gratuitos, mas sim, que possam atender aqueles pacientes que estejam em situação de urgência e emergência, portanto, com a sua vida em risco”, acrescentou.



Fonte: Cristiano Teixeira
WSCOM Online

quinta-feira, 26 de março de 2009

Saber e sofrer


Dizer que o conhecimento faz sofrer tornou-se habitual. O sofrimento foi ligado à filosofia e à literatura a ponto de que não podemos imaginar um filósofo, ou alguém com cara de sábio em meio a livros, pulando carnaval ou curtindo uma piscina. Isso é um mito. Os filósofos e os escritores são ainda hoje constantemente vistos como pessoas que sofrem por conhecerem a alma humana em sua profundidade inacessível aos demais. Não quer dizer que conheçam a alma, nem que haja nela uma profundidade inacessível. Isto é apenas possível. É, sobretudo, uma crença compartilhada e, como tal, organiza nossa visão de muitas coisas. Nunca saberemos se os filósofos antigos eram todos sofredores, nem se conheciam a alma humana. Sabemos apenas que deixaram seu testemunho, no qual confiamos e com os quais devemos discutir hoje para entender o nosso tempo.

Muitos dos pensadores contribuíram com esta imagem tratando o sofrimento como seu objeto de estudos, como Schopenhauer no século XIX. Outros fizeram de seu próprio sofrimento o objeto de suas filosofias, como Pascal no século XVII. Todos tentaram entender a relação entre conhecimento e sofrimento. Dos antigos, Aristóteles, por exemplo, usou um termo de Hipócrates, a melancolia, para explicar a relação do saber com o sofrimento. Tanto para o filósofo, quanto para o médico, a melancolia era um temperamento que explicava, inclusive, a inclinação intelectual de uma pessoa. Além de elucidar o pêndulo entre a loucura e genialidade que caracterizava alguns indivíduos.

Os mais interessantes, porém, são alguns dos padres filósofos da Idade Média que falavam de um certo “demônio do meio dia” que assolava os monges como um fantasma obsedante. Antes dos filósofos perderem a crença em entidades sobrenaturais devido ao longo processo de secularização que levou ao modo de se viver no ocidente sempre a crer em ciência e tecnologia, o dito demônio era considerado a causa da dispersão na leitura, da insatisfação no convívio dentro do mosteiro, do rancor, do torpor, da vontade de morrer, das fantasias de catástrofe, da preguiça, da indolência, e também da culpa por viver no mesmo lugar sem capacidade de agir e ajudar os outros, ao mesmo tempo que responsável por uma crítica geral a tudo a todos que o cercavam em sua experiência monacal. Era o misto de maldade com desespero, de amor com ódio, de autocrítica com crítica dos outros que caracterizava o quadro melancólico que tanto fazia com que o monge se sentisse um inútil, quanto fazia com que ele se tornasse um escritor, um artista envolvido em ilustrar os livros, um filósofo em busca das verdades próximas ou distantes.


A doença é o que cura

Na verdade, muitos acreditavam que a doença não era ruim. Hugo de São Vítor, por exemplo, falava em uma tristitia utilis, uma tristeza útil. Ela era necessária para a evolução espiritual. Esta idéia pode parecer estranha, mas nos ensina algo para os nossos tempos sombrios. Os monges acreditavam que a doença a que chamavam melancolia carregava em si o seu contrário, uma forma de saúde. Ela era uma espécie de cura.

Neste aspecto não somos diferentes dos monges medievais, só perdemos a capacidade de olhar para o que chamamos sofrimento como se ele fosse apenas um modo de ser e o preço pago quando da descoberta da vida. Mas se o valorizássemos melhor (e não mais) talvez pudéssemos aprender que a condição humana sempre foi a mesma, que não somos diferentes e, portanto, a nossa dor não é diferente. Desde sempre, se nos pensamos como espécie, sofremos. Quem tenta saber mais ou melhor sofre de um novo jeito. Em vez de afundar no lodo da dor emocional, podemos descobrir o potencial de transformação do conhecimento. Que o sofrimento não é o resultado do conhecimento, mas seu ponto de partida... saber pode ser mais a cura e a libertação da dor do que a dor.


Conhecer para quê?


Que pensar nos faz sofrer pode até ser verdade. Tanto quanto pode ser verdade que pensar pode ser um prazer imenso. Quem se ocupa em conhecer a si mesmo e ao mundo sabe que fará a experiência de prazer e desprazer nesta viagem. Os gregos tinham a idéia do phármakon, remédio e veneno ao mesmo tempo, para explicar a dialética da vida. Ela se aplica ao conhecimento. Podemos sofrer com ele e, do mesmo modo, alegrarmo-nos.

A melancolia antiga é ancestral direta da nossa depressão. O excesso de depressão nos dias de hoje não deixa de ter relação com a sociedade do conhecimento e da informação em que vivemos. Queremos resolver tudo pelo conhecimento, mas esquecemos de pensar que o conhecimento é uma saída que deve servir a algo mais do que o mero progresso da ciência. O conhecimento como potencial de saída da infelicidade, mesmo que tenha nascido dela. Se alguém busca conhecer a si é porque deve pretender com isso ser feliz. Ser feliz é mais ético e mais bonito do que apenas buscar a si mesmo como uma verdade absoluta. Sobre esta verdade de si ninguém tem garantia. A verdade não deve ser uma ilusão da resposta, mas a busca.


Marcia Tiburi

Fonte: Publicado em Vida Simples em 2008.

Charge - Zerramos


O Rebanho

Oh! minhas alucinações!
Vi os deputados, chapéus altos,
Sob o pálio vesperal, feito de mangas-rosas,
Saírem de mãos dadas do Congresso...
Como um possesso num acesso em meus aplausos
Aos salvadores do meu Estado amado!...

Desciam, inteligentes, de mãos dadas,
Entre o trepidor dos taxis vascolejantes,
A rua Marechal Deodoro...
Oh! minhas alucinações!
Como um possesso num acesso em meus aplausos
Aos heróis do meu Estado amado!...

E as esperanças de ver tudo salvo!
Duas mil reformas, três projetos...
Emigram os futuros noturnos...
E verde, verde, verde!...
Oh! minhas alucinações!
Mas os deputados, chapéus altos,
Mudavam-se pouco a pouco em cabras!
Crescem-lhe os cornos, descem-lhe as barbinhas...
E vi que os chapéus altos do meu Estado amado,
Com os triângulos de madeira no pescoço,
Nos verdes esperanças, sob as franjas de ouro da tarde,
Se punham a pastar
Rente do palácio do senhor presidente...
Oh! minhas alucinações!


Mário de Andrade

quarta-feira, 25 de março de 2009

Senado aprova projeto que tipifica crime de sequestro relâmpago

O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (24) o projeto que tipifica o crime de sequestro relâmpago. A proposta entrará em vigor a partir da sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Relatado pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), o projeto prevê pena de 6 a 30 anos de prisão, este último caso para situações em que o sequestro termine em morte.

Os senadores aprovaram ainda um projeto do ex-deputado Clodovil Hernandes (PR-SP), que morreu na semana passada vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O texto permite que o enteado adote o nome do padrasto ou da madrasta na sua certidão de nascimento, se autorizado pelo juiz.

Clodovil, que era filho adotivo, defendia o projeto em prol daquelas pessoas que, “estando em segundo ou terceiro casamento, criam os filhos de sua companheira como se seus próprios filhos fossem”. A proposta de Clodovil foi aprovada na Câmara dos Deputados e precisa apenas da sanção do presidente Lula para entrar em vigor.


Fonte: IG

Romena coloca a virgindade à venda na web por cerca de R$ 160 mil


A adolescente romena Alina Percea (foto), de 18 anos, natural de Caracal (Romênia), está leiloando na internet sua virgindade por 50 mil libras (cerca de R$ 163 mil) para pagar seus estudos, segundo o tabloide inglês "The Sun".

Por enquanto, segundo o site alemão em que está sendo realizado o leilão, a maior oferta é de 5.003 euros (cerca de R$ 22 mil).

"Eu quero conhecer um homem gentil, respeitoso e generoso", disse Alina, destacando que tem um certificado de seu ginecologista que comprova que ela é "virgem".

Segundo a reportagem do jornal, a romena também disse que vai renunciar ao uso de preservativos. Ela contou que vai entregar ao vencedor do leilão um atestado médico que mostra que ela não tem nenhuma doença sexualmente transmissível.

"Quero que a primeira vez seja especial, pois não gostaria que fosse uma rapidinha", afirmou ela. "O homem que provar ser o mais generoso poderá ficar comigo por uma semana inteira, mas ele terá que pagar por tudo", acrescentou.

Outros casos

Em 2007, a britânica Carys Copestake, de 18 anos, vendeu sua primeira vez por 10 mil libras. Quatro anos antes, outra britânica, a estudante Rosie Reid, de 18 anos, leiloou sua virgindade pela Internet por 8.400 libras para pagar os estudos.

No ano passado, a jovem norte-americana que usa o pseudômino de Natalie Dylan também decidiu leiloar publicamente sua virgindade para pagar seus estudos. Ela chegou a dizer que já tinha recebido uma oferta de US$ 3,7 milhões.

Em setembro, quando decidiu leiloar a virgindade, a estudante disse que esperava que as ofertas chegassem a US$ 1 milhão. Natalie Dylan disse que foi persuadida a colocar a virgindade à venda depois que sua irmã Avia, de 23 anos, pagou seus estudos ao trabalhar como prostituta por três semanas.


Fonte:
Data: 24/03/2009
Fonte: G1

domingo, 22 de março de 2009

"...Isso tudo acontecendo e eu aqui na praça, dando milho aos pombos..."


Zé Geraldo.

Povo brasileiro


'Vizinho' de Ciro Gomes, morador de rua vira 'celebridade' em Fortaleza, mas fica sem namorada


Alexsandro Araújo da Silva, 30, ou Tigrão, como é mais conhecido, seria um típico morador de rua não fosse a forma inusitada e arriscada que encontrou para estirar o corpo cansado ao fim de cada jornada: uma galeria pluvial que dá para a mais boêmia das praias de Fortaleza, a Praia de Iracema. A galeria fica debaixo do cruzamento da avenida Historiador Raimundo Girão com Rua Ildelfonso Albano. Nessa mesma esquina, fica um luxuoso prédio onde, no alto do 23º andar, mora o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE).

Exatamente na esquina em que está o buraco que serve de moradia a Tigrão. Flanelinha de profissão, Tigrão não costuma se encontrar com o "vizinho". Ele conta que só viu o político famoso uma vez, em 2007. "Mas nem cheguei a falar com ele. Só sei que ele é casado com aquela atriz... a Patrícia Pillar".

Tigrão virou celebridade em Fortaleza depois que se recusou a trocar o lugar em que vive por um abrigo público. Virou assunto de jornais, tevês e rádios cearenses. "Muita gente veio aqui me conhecer. Tiraram fotos, mas ajuda para sair da galeria, nenhuma", reclama.

Mas ele aproveita a ocasião até para distribuir autógrafo. Como apareceu nos veículos de comunicação de massa de Fortaleza, muitos curiosos o procuram para saber se vida melhorou. Recentemente, ele foi parar no jornal porque estava morando com uma companheira. Depois de dois meses de relacionamento, no entanto, ela deixou a galeria pluvial e Tigrão está de novo sozinho.

A vida de Tigrão é marcada pelas dificuldades. Sua família mora numa casa invadida na favela Rosalina. Saiu cedo de lá para trabalhar e não mais voltou, "porque não me cabe". Passou a infância vendendo água de coco na Avenida Gomes de Matos, a principal via do bairro periférico Montese. Mas há 10 anos teve a barraca destruída. Um ônibus passou por cima.

"Perdi tudo. Abri um processo na Justiça, mas que nunca deu em nada", afirma. O apelido Tigrão vem daí. A barraca de Alexsandro ficava na calçada de um ponto de comércio chamado de "Tigrão".

Do Montese, Tigrão veio para Praia de Iracema, ainda em 1999. Num dos principais cartões postais de Fortaleza, ele resolveu ser flanelinha. "Tive que expulsar um guardador de carro para ficar com a vaga", conta com orgulho.

No início, o flanelinha passou a dormir no calçadão. "Como sempre fui muito observador, encontrei esta galeria que dá para o mar. Fui entrando e descobri um canto bom para morar. Improvisei uma cama, um banheiro, que chamo de piscina, e uma despensa", relata.

A cama inicialmente era composta de uma tábua tendo como pés uma cadeira. Mas aí veio a enxurrada, a cama foi embora. Ele então teve uma ideia. Encontrou uma tábua mais resistente e fez os pés da "cama" de mármore. Sem ter como pagar pelas pedras, improvisou. "Peguei as pedras de mármore da obra do calçadão". Ficou boa.

O sonho dele é aparecer no programa do Gugu, do SBT. "Quero que o Gugu me dê uma casa, uma mobilete e um tratamento dentário", apela confiante que a produção do programa já contatada atenda a seus pedidos.

A moradia de Tigrão é de difícil acesso. Ele tem de percorrer bastante encurvado uns 150 metros de galeria até chegar a "casa". O percurso é um verdadeiro rali humano.

Tigrão passa por lama, pedras e concreto que machucam suas costas e pés principalmente. Todo dia ele faz esta rota pelo menos quatro vezes: ao acordar, ao tirar uma soneca depois do almoço, voltar para o trabalho e para dormir à noite. "Já estou acostumado. Sei todo o caminho de cor e salteado. O que não consigo é evitar a frieira nos pés e os arranhões nas costas", lamenta.

Tigrão lembra que a única visita indesejada que teve nessa década de moradia pluvial foi um rato. "Tomei um susto. Ele entrou na minha roupa, mas acabei matando. Nunca mais apareceu outro".

Tigrão se diz bastante confiante em Deus. "Tenho esperança que um dia saio da galeria para uma casinha. Não um abrigo, como chegou a ser oferecido, pois não sei ser mandado. O pessoal do Centro de Atendimento à População de Rua chegou a me oferecer abrigo, mas não aceitei."

"Pretendo fazer uma barreira aqui na galeria para ter mais conforto.
Seria uma espécie de quarto, que diminuiria os efeitos da enxurrada em épocas de chuva, quando as águas vêm como mais força, fazendo correnteza e chegando a mais de meio metro de altura".

A galeria tem um metro de altura. Na maior chuva do ano em Fortaleza, terça-feira passada (17) teve que ser resgastado pelo Corpo de Bombeiros. Mas tão logo as águas baixaram, ele voltou para a moradia.

O flanelinha Tigrão também faz bicos de manobrista, apesar de não ter carteira de motorista. "Mas não me troco por muitos motoristas com carteira", se vangloria.

Aliás, Tigrão é muito autoconfiante. Falante ao extremo, diz ter alguns anjos da guarda. O pessoal de um restaurante e de uma pousada, na área em que ele "vigia" carros, lhe dá a alimentação básica: café da manhã, almoço e jantar.

"O que eu compro com o meu apurado no dia é o cigarro, meu único vício, material de higiene. E dou uma pensão diária de R$ 5 para um filho que tenho de dez anos. O nome dele é Anderson".

Querido na área, Tigrão só reclama do pessoal que frequenta o calçadão. "Como aqui fica perto do aterro, onde normalmente tem shows, poderia o pessoal me dar um trocado melhor para pastorar e lavar os carros. Mas muitos não dizem nem muito obrigado."

O faturamento médio diário de Tigrão com o serviço é de R$ 10. "Já cheguei a ganhar R$ 30 num dia, mas isso é uma raridade".

Tigrão imagina que pudesse fazer outras coisas na vida. "Dava para ser um policial. Não gosto de vagabundo. Tem muita gente gaiata. Não gosto de brincadeira. Trabalho. Fiz meu cantinho e não devo nada a ninguém".


Fonte:Lauriberto Braga
UOL Notícias
Em Fortaleza

Retratação

Sobre matéria reproduzida por este Blog sobre a acusação de possível irregularidade na lista dos aprovados do TJ-PB, o denunciante Alan Rigo, nos escreve esclarecendo o caso, que cuidamos de transcrever na íntegra:

"Advogado revela denúncia de candidato acusando TJ ...":

EU, ALAN RIGO AUTOR DA DENÜNCIA VENHO ME EXPLICAR POR MEIO DESTA O MAU ENTENDIDO OCORRIDO.

HOUVE UM ENGANO POR PARTE DA COMISSÃO ORGANIZADORA AO PUBLICAR AS LISTAS DE APROVADOS COLOCANDO OS NOMES DOS CANDIDATOS DEFICIENTES

JUNTO DOS CANDIDATOS NÃO DEFICIENTES O QUE CAUSOU O MAU ENTENDIDO,

APÓS A DENÚNICA VERIFIQUEI O ERRO MAS INFELIZMENTE A DENÜNCIA JÁ HAVIA SIDO FEITA E ENVIADA.

O ADV. ALEXANDRE GUEDES COM TODA PRESTESA E ATEMNÇÃO DIANTE DOS FATOS ENCAMINHOU A DENÚNCIA NA BUSCA DA JUSTIÇA.

CÁ ENTRE NÓS ERRAR É HUMANO

PEÇO DESCULPAS E ESTOU DISPOSTO A REPARAR O ERRO DA MELHOR FORMA


FONE 86903566
De três coisas precisam os homens: prudência no ânimo, silêncio na língua e vergonha na cara.


(Sócrates.)

Estacionamento para carros de mão - João Pessoa-PB


Racismo na Alemanha ainda preocupa Estado e sociedade civil


Em 21 de março se celebra o Dia Internacional para Eliminação do Racismo, introduzido pelas Nações Unidas em 1966. Desde o começo desta semana até o fim de março, inúmeros eventos realizados na Alemanha abordam o problema, que tendeu a aumentar nos últimos anos. O racismo no país conta com a resistência da sociedade civil e do Estado.

O balanço do horror pode ser lido no relatório do Departamento Federal de Proteção à Constituição: 17.176 delitos motivados por extremismo de direita foram registrados em 2007. Dois terços deles foram delitos de propaganda, o que inclui - por exemplo - a demonstração de símbolos inconstitucionais, como a suástica.

A categoria "atos de violência" inclui 845 agressões físicas. Estatisticamente, isso corresponde a 2,3 crimes ocorridos a cada dia em alguma parte da Alemanha. Trata-se de agressões xenófobas, antissemitas e racistas, às quais o país parece ter se acostumado.

"Racismo é encarado como algo periférico"
Em reação a isso, no ano passado o governo alemão criou um plano nacional de ação contra o racismo, que representou uma virada no combate a esse tipo de criminalidade. Com isso, a Alemanha cumpriu uma exigência da Conferência Mundial contra o Racismo, realizada em Durban em 2001.

O plano da ação inclui diversos programas e leis com objetivos nobres: democracia, tolerância, integração. Uma das iniciativas é a de apoiar quem queira se desligar de grupos de extrema direita, por exemplo.

Apesar desse empenho, o plano de ação tem recebido críticas - entre outras, por parte do Instituto Alemão de Direitos Humanos. O argumento é o plano contém muita coisa genérica e descomprometida demais. Esta é a opinião da deputada Petra Pau, do partido A Esquerda, vice-presidente do Bundestag, a câmara baixa do Parlamento alemão:

"O racismo costuma ser encarado na Alemanha como problema periférico, infelizmente também graças aos políticos. Segundo ela, não são tomadas medidas contra medidas contra o racismo no cotidiano, algo que não parte somente dos extremistas de direita, mas também se deve a decisões estruturais, à discriminação por lei. De acordo com a deputada, não se dá muita atenção no país a esse tipo de racismo cotidiano.

Xenofobia ainda propagada entre jovens
O ministro alemão do Interior, Wolfgang Schäuble, da União Democrata Cristã, considera o plano de ação uma base eficiente de combate ao racismo. Para ele, violência e discriminação devem ser combatidas através de "prevenção eficaz, incentivo e fortalecimento da coesão social".

"A disposição está aí, em todos os níveis estatais e dentro da sociedade. Por isso, tenho a confiança de que poderemos fazer progressos. Sem que o problema possa parecer inofensivo, também há avanços perceptíveis e mensuráveis. Portanto, vale a pena agir."

Isso foi o que declarou o ministro alemão do Interior há alguns dias, quando apresentou um estudo abrangente sobre violência juvenil. Nessa ocasião, Wolfgang Schäuble se mostrou "bastante assustado" com os dados sobre as posições de extremistas de direita.

Uma das revelações do estudo encomendado pelo Ministério do Interior e divulgado na última terça-feira (17/03), é a de que um a cada sete estudantes do ensino fundamental acha que existem estrangeiros demais na Alemanha.

A pesquisa feita com 45 mil jovens entre 14 e 16 anos, a mais abrangente sobre o assunto já realizada na Europa, também revela que quase 20% dos entrevistados do sexo masculino demonstram fortes tendências xenófobas e boa parte tende à extrema direita e ao antissemitismo.


Fonte: Marcel Fürstenau
WD-WORLD.DE
DEUTSCHE WELLE

Por que sua voz fica mais grave quando você está gripado?

"Com uma gripe, diversas partes do aparelho respiratório superior ficam inchadas, incluindo as cordas vocais", diz Michael G. Stewart, otorrinolaringologista e chefe do Hospital Presbiteriano de Nova York/Centro Médico Weill Cornell. As cordas vocais são finas membranas que vibram sobre uma pequena área entre duas camadas de tecido, ele explica, "e cada pequeno inchaço da própria corda ou o espaço de tecido de suporte faz com que a voz soe mais grave ou rouca, pois a frequência da vibração é reduzida."


Cada pequeno inchaço da própria corda ou o espaço de tecido de suporte faz com que a voz soe mais grave ou rouca, pois a frequência da vibração é reduzida
Tecnicamente, trata-se da laringite, ou inflamação da laringe com inchaço das cordas vocais, mesmo que a pessoa não fique realmente sem voz, diz Stewart.

"Em casos mais graves, se o inchaço for grande demais", ele continua, "as cordas vocais deixam de vibrar, fazendo com que a pessoa não consiga falar exceto em sussurros - que é como a 'laringite' é representada em filmes e na TV."

Sussurrar causa o aumento do inchaço, e deve ser evitado quando se tem laringite, explica Stewart. Tosses excessivas fazem as cordas vocais se chocarem fortemente, o que também causa inchaço e explica porque sua voz também fica rouca após muita tosse, segundo ele.

A laringite também pode ser causada por uma infecção da própria laringe, ou caixa vocal, sem outras infecções no aparelho respiratório superior, diz Stewart. Essa infecção é geralmente viral, mas também pode ser por bactérias.


Fonte: Por C. Clairborne Ray
The New York Times

sábado, 21 de março de 2009

A forma mais comum do medo é o medo do medo

Até mesmo os animais sentem medo. Seres humanos que também são animais, do mesmo modo, sentem medo. Na vida humana o medo é mais que uma sensação corporal. Ele é também um sentimento e, como tal, tem sua carga de enigma. Por isso é tão difícil analisá-lo.

Nenhum sentimento consegue se explicar muito bem, mas sabemos que o medo tem certa validade objetiva. Quando alguém sente medo é porque há, ou pode haver, alguma ameaça. Sentir medo, portanto, é não só aceitável, mas algo razoável. E se ele tem sentido, não é errado pensar que ele seja até desejável. Em certa medida, o medo pode até proteger. Porém, ao ultrapassar sua medida aceitável, ou seja, aquela que não causa sofrimento, o medo pode transformar-se em medo do medo, eis o que significa o pânico. O pânico é o medo desmedido que ataca a capacidade de viver e conviver. É uma espécie de medo da vida e de tudo o que ela implica. Alguém em pânico está doente de medo como alguém apaixonado pode estar doente de amor. O problema, em qualquer dos casos não é o sentimento em si, pois não é possível viver a vida humana sem sentimentos. O problema é sempre a sua desmedida.

Que o medo seja um sentimento significa que ele está pleno de uma carga simbólica. Ou seja, que o medo sentido nunca está livre dos seus significados, do modo como nos relacionamos com ele. Não existe um grau zero do medo. O medo não é só uma sensação. Isto quer dizer que nunca experimentamos o medo diretamente, mas sempre por meio do que se diz dele.


O medo e a política

Poucas vezes os filósofos se ocuparam do medo. Thomas Hobbes, filósofo do século XVII que tornou famosa a frase de Plauto “o lobo é o lobo do homem” foi um dos poucos a pensar o medo como um sentimento manipulável que estaria na base da fundação do estado social. A frase explica que o homem, em vez de ser solidário e parceiro de seu semelhante, seria, na verdade, seu maior inimigo. Em função disso, a autoridade política teria a função específica de proteger os homens uns dos outros. Sem medo não haveria governabilidade, mas o governo deveria justamente tornar a vida das pessoas livre do medo. Cidadãos seriam aqueles que não viveriam mais do medo, mas em função de leis. O medo de ser morto pelo outro, ou de ser por ele dominado e escravizado, faria com que cada indivíduo entregasse ao governante a sua própria liberdade e até mesmo o direito que tem sobre suas próprias coisas. Em troca, o governante agiria como bem entendesse na realização do seu objetivo.

A teoria de Hobbes explica assim a função do governo e, por outro lado, a obediência dos homens às leis que viriam regular as relações humanas sempre perturbadas pelo medo que os homens têm dos próprios homens. A forma de vida na qual o medo seria absoluto foi chamado por Hobbes de “estado de natureza”. Nesta condição estaria em vigência a “guerra de todos contra todos”. Seria um tempo sem lei, de ameaça e angústia geral. O “estado de natureza” pode assustar, mas é bom lembrar que ele é hipotético. Nunca ninguém poderia localizá-lo na história. O que significa que, até hoje, o estado de natureza serve para que seres humanos pensem no que fazem com a política. Se não valeria a pena viver uma vida e trabalhar por uma sociedade na qual o medo não ocupasse a cena geral.

Deixar o medo em paz

Se bastasse falar do medo para superá-lo, já estaríamos livres deste sentimento há muito tempo. É impossível viver sem ele. Podemos dizer que o medo faz parte daquelas razões do coração desconhecidas da razão que rege os pensamentos. Sentimos medo, mas em uma sociedade que perde o sentido dos sentimentos diariamente, o medo se torna mais um destes nomes para uma diversidade de sensações inespecíficas. Como sentimento ele é intangível e, em certo sentido, até intraduzível. Melhor guardar o medo para falar de coisas sérias do que inflacionar seu sentido e produzir histerias desnecessárias.

Se é difícil compreendê-lo, será muito difícil superá-lo, deixar de ser sua vítima ou fazer dele um uso benéfico. Nossa cultura, por exemplo, trata o medo como um defeito, como algo negativo. Neste caso, ela deveria valorizar a coragem como seu oposto. Mas não é bem assim. Se esquecemos, no entanto, que a coragem precisa do medo para existir, podemos, ao assumir o medo como uma coisa absoluta, tornarmo-nos covardes, ou, negando absolutamente o medo, tornarmo-nos temerários. Nem uma coisa nem outra ajuda a ultrapassar o medo. Pode-se, assim, até renová-lo. Por isso, se o medo, em certa medida é até bom, mas é ruim quando desmedido, do mesmo modo, superá-lo vale apenas em certa dose.

Podemos odiar o medo, querer extirpá-lo de nossas vida, mas nem sempre o fazemos pela via mais simples, porque é muito difícil combater um sentimento. Melhor, quando se trata de sentimentos, aprender a conviver com eles. Um sentimento cresce na exata proporção em que o negamos. Torna-se mais leve quando o aceitamos. É a única chance de que nos deixe em paz.



Marcia Tiburi



Fonte:Publicado em Vida Simples em 2008.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Dom José assume defesa da camisinha


O arcebispo emérito da Paraíba, Dom José Maria Pires, completa hoje 90 anos, 68 dos quais dedicados à Igreja e três décadas desta trajetória religiosa vividas na Paraíba. Nascido em 15 de março de 1919, em Córregos, Minas Gerais, estado onde hoje reside, ele revelou que não esquece da sua "paraibanidade". De gestos simples e consciente dos problemas sociais, Dom José Maria Pires afirmou que a pedofilia é uma tendência negativa que pode ser controlada se tratada na infância e que o uso do preservativo pode ser usado "para que se evite um mal maior".

"O uso do preservativo é algo que merece reflexão. O sexo existe e deve ser usado de acordo com sua finalidade, de aproximar as pessoas, sem destruição da vida. Na doutrina bíblica a vida tem de ser preservada sempre. Mas se você vai fazer algo errado, que pelo menos proteja a outra pessoa para se evitar um mal maior", ponderou. Sobre os escândalos envolvendo casos de pedofilia, assunto comumente divulgado na imprensa nacional, Dom José Maria Pires alertou que os acusados precisam de apoio para superar o problema. Para ele, a falha de atitude não pode ser revertida, mas, superada.

"A pedofilia é uma questão de educação. Essas pessoas têm uma tendência negativa, fora do normal, que deveriam ser tratadas desde criança para superar este problema. A igreja, escola e sociedade poderiam contribuir para isso. Se a pessoa não tem uma oportunidade, um ambiente adequado, não pode superar isso. Ao invés de condenação, ela precisa de apoio".

O arcebispo emérito da Paraíba ponderou ao falar sobre o uso de células troncos para fins medicinais. Mas não descartou totalmente o uso destas experiências no tratamento de algumas doenças.

"O princípio da palavra de Deus é proteger a vida. Se as células usadas pela medicina não forem embrionárias podem ser usadas para fins terapêuticos. Se for embrionária, significa que já existe um ser humano em formação, então não é possível porque temos sempre que celebrar a vida. Isso seria uma espécie de aborto no início".

Para Dom José, celebrar 90 anos de vida não há nada de especial, mas uma de suas grandes gratificações foi ter vivido "todo esse tempo com alegria por ter sido chamado por Deus para o sacerdócio". A comemoração relativa à data ocorrerá em uma missa em Minas Gerais e um almoço na Casa dos Jesuítas, no bairro de Itapuã, Belo Horizonte-MG.


Fonte:O Norte

domingo, 15 de março de 2009

Conclusões de Aninha


Estavam ali parados. Marido e mulher.
Esperavam o carro. E foi que veio aquela da roça
tímida, humilde, sofrida.
Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho,
e tudo que tinha dentro.
Estava ali no comércio pedindo um auxílio para levantar
novo rancho e comprar suas pobrezinhas.

O homem ouviu. Abriu a carteira tirou uma cédula,
entregou sem palavra.
A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconselhou,
se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar
E não abriu a bolsa.
Qual dos dois ajudou mais?

Donde se infere que o homem ajuda sem participar
e a mulher participa sem ajudar.
Da mesma forma aquela sentença:
"A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar."
Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada,
o anzol, a chumbada, a isca, apontar um poço piscoso
e ensinar a paciência do pescador.
Você faria isso, Leitor?
Antes que tudo isso se fizesse
o desvalido não morreria de fome?
Conclusão:
Na prática, a teoria é outra.


Cora Coralina

sexta-feira, 13 de março de 2009

STJ anula processo em que advogado pediu a condenação do próprio cliente

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) anulou um processo no qual o advogado de defesa concordou com a condenação de seu próprio cliente. O ministro Arnaldo Esteves Lima entendeu que não é possível aceitar, nas alegações finais, posições da defesa que reforcem a tese do adversário, uma vez que ofenderia o próprio sentido de existir da defesa, o que equivale à omissão.

Segundo informações do STJ, um motorista do Acre foi condenado por homicídio culposo a uma pena de dois anos e três meses de detenção em regime aberto, substituída, ao final, por duas penas restritivas de direito. Ele apelou, alegando nulidade do processo por ausência de defesa e pedindo a absolvição.

O TJ-AC (Tribunal de Justiça do Acre) reconheceu a culpa do acusado, que não cumpriu com seu dever de cuidado, o que justifica a repreensão do ato. O motorista recorreu novamente, dessa vez ao STJ.

Ele reiterou que haveria nulidade absoluta do processo por ausência de defesa, uma vez que o advogado que o representava à época da apresentação das alegações finais pediu a sua condenação, concordando com a manifestação do Ministério Público. O advogado não apresentou nenhuma tese a seu favor. Alegou, ainda, que a sentença condenatória seria contrária às provas dos autos.

O ministro Arnaldo Esteves Lima acolheu o parecer do MPF (Ministério Público Federal) apresentado sobre o caso, para que fosse declarada a nulidade do processo a partir da apresentação das alegações finais pela defesa.

O parecer ressalta que a defesa técnica é indisponível pois, mais do que garantia ao acusado, é condição para a imparcialidade do juiz.


Fonte: Uol

Os versos que te fiz


Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.

Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!


Florbela Espanca

Piso de professor subirá de R$ 950 para R$ 1.132,40


Estados e municípios, porém, não querem pagar nem sem reajuste.


O piso salarial dos professores, que é questionado no Supremo Tribunal Federal por cinco governos estaduais e enfrenta resistências nas prefeituras, vai subir de R$ 950 para R$ 1.132,40 - aumento de 19,2%, retroativo a janeiro. Pelo menos é o que está previsto na lei do piso, que contém uma fórmula de reajuste atrelada à elevação do valor mínimo por aluno/ano do Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica.

Diante da divergência legal em torno da adoção do piso de R$ 950, professores e parlamentares temem que o valor reajustado venha a ser ignorado por governos estaduais e municipais. A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) já ameaça fazer greve nacional, em abril ou maio, para reivindicar a aplicação do piso, com reajuste ou sem.

- Vai ser uma guerra para que essa lei vingue - diz o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão.
Após a vitória parcial dos estados no STF, no ano passado, foi criada uma frente parlamentar mista em defesa do piso.

- A expectativa é que o reajuste seja concedido, mas não temos ainda confirmação - diz a coordenadora da frente, deputado Fátima Bezerra (PT-RN).

O piso vale para quem trabalha 40 horas por semana. Com a transição, quem ganha abaixo do piso deveria receber este ano dois terços da diferença.


Fonte: O Globo
De Demétrio Weber

quinta-feira, 12 de março de 2009

Me dá preguiça


Quem nunca teve preguiça que atire a primeira pedra. De onde vem a preguiça que só de pensar nela ela já aparece? Se uns dizem que são preguiçosos para estudar, ler ou trabalhar, outros dizem que preguiça é “o que dá” diante de certas pessoas ou programas, causas políticas e ecológicas cheias de discursos que se repetem ou que exigem esforço. Em nossos tempos já se falou até de preguiça do sexo. Se a preguiça é difícil de explicar, não é difícil de entender que ela é reação a algo que, na falta de expressão melhor, chateia. Pode ser causa, mas também efeito. Pode ser direito e pode ser desculpa. Em qualquer caso, ela é sempre um mal estar. Tal mal estar não é só ruim, pode também ser proteção contra o excesso de trabalho, contra a super produtividade de cuja exigência ninguém escapa na vida contemporânea. Mal compreendida a preguiça pode ser só uma forma de violência passiva diante das urgências da vida.

A preguiça é um vício

Há preguiça demais e pouca análise dos seus motivos. Até por preguiça. Até parece a grande vitoriosa diante das possibilidades da vida. A preguiça é redundante. Seu nome próprio é a vitória sobre qualquer esforço, até o do pensamento que parece não exigir força alguma. Mas por qual motivo?

Os filósofos antigos se ocupavam da preguiça como um dos sintomas da melancolia que compõe a pré-história da depressão atual. A preguiça era falta de vontade de tudo e qualquer coisa. Na Idade Média, São Tomás de Aquino tratou-a entre os vícios capitais que se opunham às virtudes. Virtude, para o filósofo santo, era tudo aquilo que dizia respeito à realização da natureza de algo. Por exemplo: a virtude da faca é cortar, a virtude do homem é raciocinar, a virtude do cão de guarda é guardar assim como a da estante é suster livros. Neste sentido, mesmo sendo cristão, ele pensava como os antigos gregos. Vício, por outro lado, era tudo o que não alcançava seu próprio objetivo interno, era como perder-se no meio do caminho: uma faca que não corta, um homem que não raciocina, um cão que não guarda, etc. Mas por que algo deixaria de fazer o que deve, ou deixaria de realizar o motivo pelo qual existe?

A definição tomista de preguiça é importante ainda hoje: ela se caracterizava como uma tristeza que impossibilitava a quem dela padecia de agir para fazer o bem. A preguiça era um torpor do espírito que impedia o indivíduo de agir. Não era a maldade, mas a inatividade.

Não é nenhum exagero a sua íntima relação com a cultura brasileira. Quando Mario de Andrade escreveu seu Macunaíma não errou nem por um segundo quanto ao sentido da preguiça que, como sério fator cultural, nos assola desde sempre.


A preguiça é a doença da ação

A preguiça tem alvo. Sua arma é o abandono. Quando temos preguiça tratamos nosso alvo como algo que simplesmente não nos interessa. Abandonamos ou ficamos abandonados a nós mesmos. Pode-se ter preguiça de conversar com amigos, mas também de educar os filhos, de ensinar alunos, de informar um funcionário sobre seus erros ou até acertos. A preguiça não vem do cansaço. É bom esclarecer que cansado é aquele que fez ou tentou fazer, que exauriu forças e não pode prosseguir por esgotamento. Esgotou uma força que havia. Preguiçoso é quem nem tentou fazer, mas está impedido por um outro motivo, o descaso. Em sua base está um desinteresse pelas coisas e pelas pessoas que, sem cuidado, pode se transformar em falta de respeito. O preguiçoso é aquele que esgota uma força que nunca existiu, ele se cansa antes de ter começado como se estivesse doente de uma curiosa incapacidade de agir.

Impotência

Se a violência é destrutiva do poder como um dia comentou a filósofa da política Hannah Arendt, podemos dizer que a preguiça também nega o poder, mas não por contradizê-lo e sim por localizar-se onde ele falta. A preguiça é o nome que se dá a uma forma de impotência, à potência que não se realiza. O preguiçoso não é simplesmente aquele que “não pode”, mas aquele que não tenta, não deseja e, no limite, não se permite sair da inatividade na qual está lançado. No fundo, o impotente é aquele que “poderia, mas não pode”. Porém, é preciso lembrar que “não poder” também está ao alcance de todo aquele que pode. Quem faz algo poderia sempre “não ter feito nada”. O que nos ensina que fazer ou não fazer tem relação direta com a possibilidade de escolha.

A preguiça neste sentido não é o ócio, mas o seu momento negativo, pejorativo. Assim como o negócio é a negação do ócio, mas num sentido positivo, a preguiça é a negação do ócio num sentido pejorativo. Por isso é possível dizer que a preguiça é autoritária, porque ela é fechada, não deixa espaço para as novidades da vida, para outros olhares, para a aceitação de novas potências. Se há segredo em conviver com a preguiça nossa de todo dia, ele está na possibilidade de saber sua diferença com o descanso necessário ou a falta de desejo pela vida e suas possibilidades. É muito bom não fazer nada quando isto é uma escolha, mas não é nada bom ser escravo da própria impotência.


Marcia Tiburi


Fonte: Publicado em Vida Simples em 2008.

CCJ do Senado aprova fim da prisão especial


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou ontem projeto que acaba com o direito a prisão especial para quem tem curso superior completo. O texto também retira esse direito de padres, pastores e bispos evangélicos. O texto vai agora para votação no plenário do Senado.

O projeto, já aprovado na Câmara dos Deputados, teve origem na proposta elaborada, em 2000, por uma comissão de juristas criada pelo Poder Executivo. O substitutivo do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) restringe a prisão especial a uma lista mais restrita.

Segundo a proposta do senador, terão direito à prisão especial ministros de Estado, governadores, senadores, deputados federais e estaduais; prefeitos e vereadores; membros das Forças Armadas; magistrados, delegados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública; membros dos tribunais de Contas; e cidadãos que já tiveram exercido efetivamente a função de jurado, salvo quando excluídos dessa lista por motivo de incapacidade para o exercício da função.

- O objetivo é igualar o cumprimento da pena, sem distorções. Por que o Pimenta Neves tem direitos que uma pessoa que não tem curso superior não tem? - disse Demóstenes Torres.


Fonte: O Globo

quarta-feira, 11 de março de 2009

Assim eu vejo a vida

Assim eu vejo a vida

A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
Cora Coralina



Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas ou Cora Coralina, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985) foi poeta e contista brasileira. Mulher simples, doceira de profissão, viveu longe dos grandes centros urbanos, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás. Começou a escrever poemas aos 14 anos, porém, Publicou seu primeiro livro em 1965, aos 76anos. Encantou o poeta Carlos Drummond de Andrade.

Chimpanzé consegue planejar futuro, diz estudo


Um chimpanzé teria planejado ataques a visitantes do zoológico onde é mantido, em uma das evidências mais fortes já coletadas até hoje de comportamento cognitivo, ou racional, em animais.
Provar que animais têm a capacidade de antecipar estados mentais futuros sempre foi tarefa difícil de comprovar, de acordo com Mathias Osvath, um dos responsáveis pelo estudo publicado nesta segunda-feira na revista científica Current Biology.

A pesquisa teve início depois que, em meados dos anos 1990, funcionários do zoológico de Furuyik, na Suécia, descobriram que o chimpanzé coletava e guardava pedras que seriam, posteriormente, arremessadas contra o público.

Outras espécies

O macaco Santino guardava as pedras enquanto estava calmo, antes da abertura do zoológico. Os arremessos aconteciam horas depois, durante demonstrações de dominância, quando o primata já se encontrava em um estado mais agitado.

Santino havia, inclusive, desenvolvido uma técnica para detectar pedaços mais vulneráveis do concreto de sua jaula, que poderiam ser mais facilmente retirados.

Quando a água entrava por dentro de frestas no concreto e se congelava, o pedaço de concreto se tornava mais frágil e produzia um som diferente ao toque.

Santino foi observado dando tapas no concreto para descobrir os pontos mais fracos, destacando pequenos pedaços e os armazenando em estoques para munição.

"Estou pessoalmente convencido de que pelo menos os chipanzés planejam para necessidades futuras", disse o professor Osvath.

"Não me surpreenderia se descobríssemos esse tipo de comportamento em golfinhos e outras espécies", disse ele.


Fonte: Agência EFE

BBC Brasil.com

terça-feira, 10 de março de 2009

Técnicos da Petrobrás descobrem novas pegadas de dinossauros no Sertão da PB


Durante uma sessão de estudos e perfurações de solo em busca de petróleo no interior da Paraíba, técnicos da Petrobrás descobriram gigantescas pegadas fossilizadas que podem ser de dinossauros. A descoberta aconteceu no município de Santa Helena, na região do Vale do Rio do Peixe, Sertão Paraibano.

Dezenas de pegadas, que possivelmente podem ser de animais pré-históricos, foram descobertos durante a perfuração de poços de petróleo no distrito de Melancias, no município de Santa Helena.

De acordo com as primeiras informações, técnicos da Petrobrás faziam estudos para exploração do petróleo, quando se depararam com as enormes pegadas, parecida com as que fazem parte do Vale dos Dinossauros, em Sousa. A nova descoberta fica há apenas 40 km das antigas pegadas em Sousa e o proprietário da fazenda onde foram encontrados os indícios, o empresário Rony Dantas, se diz contente com a possibilidade de ter em suas terras pegadas de animais pré-históricos.

De acordo com o empresário, a Petrobras vai patrocinar a vinda de paleontólogos para que seja feito um estudo aprofundado dos indícios encontrados.

Foi na região do Vale do Rio do Peixe onde se descobriu as primeiras pegadas de dinossauros no Brasil, em 1897, na localidade de Passagem. Das Pedras no município de Sousa, pelo agricultor Anísio Fausto, Sousa e Uiraúna-Brejo das Freiras são duas bacias cretáceas da região do Rio do Peixe que possuem uma grande quantidade de pegadas de dinossauros.

A área mais importante de distribuição de pegadas fósseis está localizada na Passagem das Pedras na Fazenda Ilha, no município de Sousa, que é atualmente um parque natural - Monumento Natural Vale dos Dinossauros.




Fonte:
Da redação com folhadosertao.com.br
Wscom Online

No Chile


domingo, 8 de março de 2009

08 de março - Dia Internacional da Mulher


Dizem que a mulher é o sexo frágil
Mas que mentira absurda
Eu que faço parte da rotina de uma delas
Sei que a força está com elas

Vejam como é forte a que eu conheço
Sua sapiência não tem preço
Satisfaz meu ego se fingindo submissa
Mas no fundo me enfeitiça

Quando eu chego em casa à noitinha
Quero uma mulher só minha
Mas pra quem deu luz não tem mais jeito
Porque um filho quer seu peito
O outro já reclama a sua mão
E o outro quer o amor que ela tiver
Quatro homens dependentes e carentes
Da força da mulher

Mulher, mulher
Do barro de que você foi gerada
Me veio inspiração
Pra decantar você nessa canção

Mulher, mulher
Na escola em que você foi ensinada
Jamais tirei um dez
Sou forte mas não chego aos seus pés

Erasmo Carlos
Desenho João Carlos Pecci

sábado, 7 de março de 2009

Charge - Amarildo


Por estas noites


Por estas noites frias e brumosas
É que melhor se pode amar, querida!
Nem uma estrela pálida, perdida
Entre a névoa, abre as pálpebras medrosas

Mas um perfume cálido de rosas
Corre a face da terra adormecida ...
E a névoa cresce, e, em grupos repartida,
Enche os ares de sombras vaporosas:

Sombras errantes, corpos nus, ardentes
Carnes lascivas ... um rumor vibrante
De atritos longos e de beijos quentes ...

E os céus se estendem, palpitando, cheios
Da tépida brancura fulgurante
De um turbilhão de braços e de seios.

Olavo Bilac
Foto de Armindo Dias

sexta-feira, 6 de março de 2009

'Homem-Aranha' é preso no José Américo


Diogo Felipe de Oliveira Aquino, 18 anos, foi preso em flagrante na madrugada desta sexta-feira (6) tentando invadir um apartamento no Conjunto Colibri Dois, no bairro José Américo, na Capital.

'Homem Aranha', como é conhecido o acusado, escalou um prédio e arrombou a janela de um apartamento junto com mais dois comparsas. Diogo foi preso quando estava deixando o local com uma bicicleta. Já os outros dois acusados conseguiram fugir.

Informações dão conta de que no momento em que foi detido 'Homem-Aranha' estava sob efeito de drogas. O acusado foi preso há pouco tempo acusado de efetuar diversos assaltos a apartamentos na Zona Sul da Capital.

Tentativa de Fuga - No momento em que estava prestando depoimento na delegacia, Diogo Felipe tentou fugir da delegacia pela porta da frente, sendo detido por agentes que estavam no local.


Fonte: Portal Correio
Eliseu Lins, com informações de Anderson Soares

PF prende prefeitos no Maranhão


A Polícia Federal prendeu ontem 24 pessoas envolvidas em um esquema de fraudes em contratos públicos nas áreas de saúde e educação, que agiam em três cidades do interior do Maranhão. A quadrilha, desmantelada na operação batizada de Rapina 3, era formada por empresários, prefeitos, secretários municipais, servidores e dois escritórios de contabilidade. Durante um ano e meio de investigações, os agentes apuraram desvio de R$ 30 milhões dos cofres públicos.

A operação da PF atingiu três municípios onde as fraudes teriam ocorrido - Imperatriz, Ribamar Fiquene e Senador La Rocque - e também a capital, São Luís. Ao todo, foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região 27 mandados de prisão e 38 mandados de busca e apreensão de notas fiscais, computadores e outros equipamentos.


Fonte: o estado de s.paulo
De Wilson Lima

quinta-feira, 5 de março de 2009

Arcebispo excomunga quem fez aborto de menina estuprada


'Nenhum motivo justifica a morte de inocentes, mesmo que para salvar outra vida', diz Dom José


O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho condenou veementemente o aborto da menina de 9 anos que engravidou de gêmeos após ser estuprada pelo padrasto. Ele reafirmou que a "lei de Deus está a cima de todas as leis humanas", e que as pessoas que participaram do aborto e o apoiaram estão excomungadas da Igreja Católica, pois, na opinião dele, os fins não justificam os meios.

"Não consideramos lícito pôr fim a uma vida para salvar outra. A finalidade é boa, querem salvar a vida da menina, mas pôr fim a vida de outras não é correto. Nós fizemos tudo que foi possível para impedir a realização do aborto e lamentamos muito o fato, consideramos um delito muito grave. Nenhum motivo pode justificar a morte de inocentes, mesmo que seja pra salvar outra vida. A gente não pode contrariar a lei de Deus porque as leis civis dizem o contrário. O quinto mandamento da lei divina é não matar", enfatizou.


Fonte: Do JC OnLine e site do Ricardo Noblat

quarta-feira, 4 de março de 2009


Gás responsável por cheiro de ovo podre pode ajudar na cura da impotência


O gás responsável pelo mau cheiro de um ovo podre pode ser a chave para um novo medicamento contra a impotência, segundo cientistas da Universidade de Nápoles, na Itália.

Eles descobriram que a liberação de sulfeto de hidrogênio no pênis tem um papel importante na ereção.

Em um artigo publicado na revista científica "Proceedings of the National Academy of Sciences", os pesquisadores dizem que a descoberta pode levar à criação de uma droga alternativa ao Viagra.

O Viagra é o medicamento mais popular usado contra a impotência, mas muitos homens com o problema não respondem ao remédio.

Relaxamento

Segundo os cientistas na Itália, o sulfeto de hidrogênio ajuda a relaxar células nervosas do pênis, estimulando o fluxo sanguíneo.

Pesquisas anteriores mostraram que outra substância, o óxido nítrico, agia de maneira semelhante, mas em outra área do pênis. Esta descoberta acabou levando ao desenvolvimento do Viagra.

Os estudiosos da Universidade de Nápoles testaram a teoria sobre o sulfeto de hidrogênio injetando o gás no tecido erétil retirado intacto de oito homens que haviam passado por uma cirurgia de mudança de sexo. Eles também aplicaram a substância em ratos.

Giuseppe Cirino, chefe da equipe de pesquisadores, disse ter certeza de que o gás é parcialmente responsável pelo processo de ereção, e que isso poderia levar ao desenvolvimento de um novo remédio.

"A descoberta pode ajudar a desvendar os complexos mecanismos por trás da fisiologia da ereção humana, e pode levar ao desenvolvimento de técnicas terapêuticas para a disfunção erétil e outros problemas semelhantes", afirmou.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, cerca de metade dos homens com mais de 40anos apresentam alguma queixa em relação a suas ereções.


Fonte: Da BBC Brasil

Roma é punida por cânticos racistas de seus torcedores


A Roma foi multada nesta terça-feira em pouco mais de US$ 10 mil por cânticos racistas de seus torcedores direcionados ao jovem Mario Balotelli, da Inter e Milão, em jogo disputado na capital italiana, no último domingo. O meia-atacante é filho de uma família de Gana, mas foi adotado quando criança por italianos.

"Em duas ocasiões, na segunda metade do segundo tempo, torcedores da Roma discriminaram um jogador do time contrário com canções racistas", disse a organização da liga de futebol italiano em comunicado emitido em seu site oficial.

Balotelli, de 18 anos, marcou duas vezes na segunda etapa e foi fundamental para o empate de 3 a 3 da Inter de Milão com a Roma. O time de Adriano e Julio César conseguiu se recuperar e arrancar o empate nos minutos finais.

O técnico da Roma, Luciano Spalletti, e o meia Daniele de Rossi acusaram Balotelli de ter simulado o pênalti que ele mesmo converteu. Spalletti foi punido em um jogo de suspensão por "insultos e provocações", durante a sua reclamação ao quarto árbitro após o apito final.


Fonte: Das agências internacionais
Em Roma (ITA)

Calor aumenta 11% o risco de infarto em SP, indica pesquisa


Em dias quentes, em que os termômetros ultrapassam a casa dos 24 graus, o risco de morte por infarto agudo do miocárdio aumenta 11% na capital, atesta pesquisa realizada pela Sociedade Paulista de Cardiologia (Socesp). Para chegar ao resultado, os pesquisadores analisaram 12.007 casos de vítimas fatais de "pane do coração". O impacto direto das altas temperaturas em um dos órgãos mais importantes do corpo humano foi medido por meio do cruzamento de três bancos de dados.

A Prefeitura de São Paulo forneceu dados sobre morte por enfarte; na Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) foi obtido o índice de concentração de poluentes; e um terceiro dado sobre a temperatura média diária teve como base as medições pelo Instituto de Geofísica da Universidade de São Paulo. "Entre 20 e 21 graus foi obtida a menor taxa de infarto", afirma um dos autores do estudo, Luiz Antônio César, vice-presidente da Socesp e médico do Incor. "A medida que a temperatura aumentou, o risco de problemas também cresceu, atingindo um acréscimo de 11% na escala entre 23,8 e 28 graus", completa.

Ontem, informa o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os paulistanos enfrentaram mais um dia em que a condição climática foi arriscada ao coração. A média diária ficou em 33,3 graus. A explicação para o calor influenciar no risco de problemas cardiovasculares é que o suor em excesso promove a concentração de colesterol, queda da pressão e deixa o sangue mais denso, condições ideais para o enfarte e derrame.

Conclusões semelhantes estão em outro estudo brasileiro, publicado na Revista de Saúde Pública, feito com 7 mil pacientes que chegaram aos prontos-socorros em 1993. Foi concluído que 4,9% das internações anuais por infartos e 2,8% das de derrame são devido à alta temperatura. E um relatório publicado em 2005 pelo Centers for Disease Control and Prevention (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), entidade norte-americana, apontou que entre 1979 a 2002, 4.780 mortes foram atribuídas à exposição ao calor extremo.

Idosos

Não é apenas o coração o único que adoece em dias bem quentes. Paulo Olzon, clínico geral da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), lembra que os efeitos na saúde são vários e que algumas pessoas, em especial os idosos, podem até mesmo morrer de calor. "Um diagnóstico que quase não é feito no Brasil, mas que existe. É a hipertermia, quando o corpo não consegue eliminar o calor, situação muito comum de ser relatada em países da Europa e nos EUA." As informações são do Jornal da Tarde.


Fonte: Da Agência Estado
Em São Paulo

terça-feira, 3 de março de 2009

Professores ameaçam fazer greve nacional pelo piso de R$ 950

A CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) planeja greve nacional de professores para abril ou maio pela aplicação do piso salarial nacional de R$ 950. Durante o mês de março, eles realizam uma série de assembleias em todo o país para decidir a data.

Aprovada em julho do ano passado e em vigor desde 1º de janeiro de 2009, a Lei 11.738/08, que estabelece o piso, ainda não é realidade na maioria dos estados e municípios, segundo a confederação. Os estados teriam até 2010 para pagá-lo como vencimento inicial (salário-base). Segundo a assessoria de imprensa da entidade, a greve está prevista para começar em abril ou maio.

Governadores do Ceará, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina entraram com uma Adin (Ação Direta de inconstitucionalidade) contra o piso, e foram apoiados por Distrito Federal, Minas Gerais, Roraima, São Paulo e Tocantins. O STF (Supremo Tribunal Federal) considerou a lei constitucional, mas limitou sua abrangência até o julgamento do mérito da ação.

A CNTE planeja para o dia 2 de abril uma manifestação em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal) para pedir celeridade no julgamento da ação proposta pelos cinco estados. Pontos como o valor a ser pago em 2009, a aplicação do reajuste e a jornada de aplicação do piso geram dúvidas em torno da implementação da lei e ainda esperam decisão do STF.

"Estamos trabalhando na perspectiva de que as nossas entidades façam mobilizações para que os municípios e estados cumpram a lei. É preciso criar uma mobilização nacional para que não caia no esquecimento uma lei que é de tamanha importância para a melhoria da educação brasileira", afirmou Roberto Leão, presidente da CNTE, em entrevista à Agência Brasil.


Histórico.

A lei tramitou por 13 meses no Congresso Nacional e foi sancionada em 16 de julho pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo a lei, até 2010, os salários deveriam ser reajustados progressivamente: o primeiro reajuste estava previsto para janeiro de 2009. Os estados que entraram com a Adin argumentam que a lei fere o pacto federativo porque interfere na estrutura do serviço e da carreira pública nos estados e municípios. Além disso, eles alegam que, para muitos, a lei é inviável do ponto de vista orçamentário.

Fonte: Da redação da Uol

Repente

"Eu já vi um deputado/dizendo no Cariri/que Dilma é linda e charmosa/ igual não existe aqui/ é capaz de ser mais bela/que a Angelina Jolie!"

Miguezim da Princesa, poeta popular do Nordeste

Ao coração que sofre

Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.

Olavo Bilac

segunda-feira, 2 de março de 2009

Vantagens da estruturação de pólo turístico sustentável na área do Poço Feio


Estruturar pólo turístico sustentável na área correspondente à caverna calcária do Poço Feio representa alento importante à economia e à consciência dix-septiense, em vista que se apresentam carentes de perspectivas mais otimistas com relação à melhoria da qualidade de vida da população e à preservação ambiental.
Pólo turístico sustentável é garantia de geração de emprego e renda e respeito à natureza, contrapondo-se ao irracional uso presente da área do Poço Feio, marcado pelo desgaste acentuado do meio ambiente natural graças, principalmente à forma como o turismo predatório tem, continuamente, se efetivado.
Infra-estutura e dedicação são exigências essenciais para a consolidação de empreendimento desse porte, sendo indispensável a participação da gestão pública para a concretização de sonhada sustentabilidade, articulando-se com setores privados que realmente possuam embasamento ideário calcado na defesa intransigente da natureza, não apenas busque maximização de lucros e minimização de custos.
A riqueza natural representada pela área do poço feio ainda não foi dimensionada, principalmente em razão que as perdas devido a não existência de racional indústria do turismo vem inibindo geração d renda, desperdiçada cotidianamente por não existir empreendimentos turísticos que primem pela sustentabilidade.
População bastante necessitada de estruturas que viabilizem a geração de emprego e renda, o povo dix-septiense viu e sentiu, dia após dia, era após era, importantes atividades econômicas serem fragmentadas, como o cultivo de alho e cebola e a extração de gesso. Elevar a economia, proporcionando o desenvolvimento regional, também se constitui em bases do desenvolvimento sustentável.
Postura absolutamente irracional é desprezar potenciais econômicos magníficos, sobretudo localizados no semi-árido nordestino onde os indicadores sócio-econômicos revelam-se extremamente incipientes e contrastantes. Aproveitar benesses naturais de forma sustentável para melhorar as condições de vida da população deve constar nas bases filosóficas de qualquer ação humana, principalmente em se tratando de áreas frágeis que revelam estupendas intervenções antrópicas, como a do Poço Feio, localizado na comunidade rural do sítio Bonito, município de Governador Dix-sept Rosado/RN.
Para que um pólo turístico sustentável obtenha sucesso e longeva existência, garantindo às gerações futuras seu usufruto, torna-se necessária vigília permanente, independente de qualquer posição político-partidária ou ideológica. O desenvolvimento sustentável deve ser independente de qualquer querela administrativa, pois é à natureza e à humanidade que estes possuem vínculos funcionais intrínsecos.
Transformar a área do Poço feio em pólo turístico sustentável seguramente é garantia de melhor relação do homem com a natureza, tendo em vista que os impactos ambientais tornam-se cada dia mais preocupantes, em razão do advento da pós-modernidade e suas máquinas fantásticas, frutos da incrível dinâmica do consórcio que a ciência vem efetivando com a técnica.
Rica em reservas calcárias, a área do Poço feio precisa urgentemente ser preservada, pois precisamos evitar incalculável desastre ambiental e cultural, pois, marca indelével da identidade dix-septiense, o Poço Feio deve ser visto como um dos mais belos patrimônios naturais do Estado do Rio Grande do Norte, do Nordeste, do Brasil e do mundo.
Posicionar-se favorável à vida e ao meio ambiente, tanto natural como artificial, é a única maneira de buscarmos construir um mundo melhor, com paz e harmonia do homem com as belezas que a natureza, criação Divina, nos presenteou e que precisamos conservá-las para nossos filhos, netos, bisnetos, trinetos, etc.

(*) José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor da UERN. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.