sábado, 30 de janeiro de 2021


Há aparências de dureza que ocultam tesouros de sensibilidade e de afeto.

Júlio Dinis


Porque eu só preciso de pés livres, de mãos dadas, e de olhos bem abertos.

Guimarães Rosa

Desaparece da Torre de Londres um dos corvos que, segundo lenda, garantem sobrevivência da monarquia

Superstição afirma que, caso aves abandonem local, monarquia britânica irá cair. Merlina, descrita como um pássaro de caráter independente, não é vista há semanas e pode ter morrido; cuidador garante que há seis corvos 'fixos' por decreto real e um de sobra e por isso não há motivo para preocupação. 

Sete corvos vivem na Torre de Londres, seis por decreto real e um como 'reserva' 

 

Foto: Reprodução/Youtube/Historic Royal Palaces

Um dos corvos da Torre de Londres, dos quais uma tradição afirma que, caso abandonassem o local, a monarquia britânica cairia, desapareceu e gerou preocupações de que esteja morto, anunciou o Palácio Real nesta quinta-feira (14).

Merlina, descrita como um pássaro de caráter independente, não é vista há semanas nesta histórica fortaleza nas margens do rio Tamisa.

É "uma notícia realmente preocupante", afirmou a Torre de Londres em sua página na internet, considerando que "sua ausência contínua indica que pode ter morrido".

Segundo uma lenda muito enraizada, se os corvos abandonassem a torre, o reino "desabaria" e o país seria "afundado no caos".

De acordo com um decreto real, supostamente emitido por Carlos II no século 17, deve haver seis deles no local a qualquer momento. Para garantir que seja assim, algumas penas das asas são cortadas e um ou dois corvos substitutos são mantidos.

Os responsáveis pela torre, construída a partir de 1078 e que agora guarda as joias da coroa, após ter sido ao longo dos séculos uma prisão e até um arsenal, enviaram uma mensagem para tranquilizar os britânicos: "Atualmente temos sete corvos na Torre, um a mais que os seis necessários".

Desde que se uniu ao grupo, Merlina foi "inquestionavelmente" a "rainha dos corvos", segundo esta instituição, dependente dos palácios reais históricos. Embora às vezes voasse, até agora sempre voltava a seus companheiros Poppy, Erin, Jubilee, Rocky, Harris, Gripp e Georgie.

Apesar de a ameaça do colapso do reino ser "um mito e uma lenda", o cuidador das aves, Chris Skaife, se mostrou cauteloso em suas declarações à BBC: "Temos sete corvos na Torre de Londres, seis por decreto real, e tenho mais um de sobra, então por enquanto está tudo bem".

 Por France Presse- G1

 



Sonhar o sonho impossível,
Sofrer a angústia implacável,
Pisar onde os bravos não ousam,
Reparar o mal irreparável,
Amar um amor casto à distância,
Enfrentar o inimigo invencível,
Tentar quando as forças se esvaem,
Alcançar a estrela inatingível:
Essa é a minha busca.

MIGUEL DE CERVANTES
In: Dom Quixote de la Mancha

Imagem: desenho de Pablo Picasso "Dom Quixote" (1955)

 


 


 


O espírito que anda


Encontrei o Fantasma por acaso como moeda de troca de outros gibis. A história do "espírito que anda" me fascinou de imediato e não foi difícil tornar-se um leitor voraz daqueles quadrinhos. Leio até hoje.

"A história do fantasma existe a mais de 400 anos,quando a embarcação em que o jovem Kit Walker viajava com seu pai foi atacada pelos piratas Singh na costa de Bengala na África. A tripulação foi massacrada e apenas o jovem sobreviveu,chegando a praia Kit foi acolhido pela tribo de pigmeus de Bandar e jurou sobre o crânio do assassino de seu pai que combateria a pirataria e o crime proferindo um juramento: "Juro dedicar minha vida à tarefa de destruir a pirataria, a ganância, a crueldade e a injustiça. Os meus filhos e os filhos de meus filhos me perpetuarão".
 
Os Pigmeus confeccionaram um uniforme para Kit baseado na figura de um deus africano,então o jovem adotou a alcunha do Fantasma que protege a floresta e combate o crime,ganhando a fama de imortal e o apelido de:o espírito que anda".

Curiosidade

 


sexta-feira, 29 de janeiro de 2021


 Minha avó dizia que, para ser feliz, a gente não precisa sair do lugar, a gente tem que ser o lugar.

— Fabrício Carpinejar


A vida é para mim um grande livro de costumes. Cultivo em suas folhas o atrevimento de promover encontros, mas, cá pra nós, o que eu gosto mesmo é do imprevisível, da possibilidade que suas páginas brancas me oferece para ser diferente!

Teófilo Júnior

 


A cor do silêncio


as ruas estão vazias
o tempo não esboça sorrisos
não há paralelepípedos nas esquinas da solidão
não há flores no jardim da saudade
apenas notícias de um vento viral
que assola os corações
não se ouve a voz do destino
e a nuvem cinza se aproxima…

Charlan Fialho

Il. Wayne Brezinka

Futuro filósofo!

 



“O homem sábio é o que sabe que há as coisas que nunca vai saber. Coisas maiores que o pensamento.”

Mia Couto

 


Toda a gentileza é uma declaração de amor.

Mia Couto

 


 


Na sua opinião, por que homens bem sucedidos financeiramente usam sempre roupas básicas?

O Tango - Perfume de Mulher (4/8) clipe de filme (1992) HD

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

 


Direito x Lei

Há coisas que parecem simples mas que emocionam a gente. Quando o direito bater de frente com a lei, não hesite, fiquei com o direito!

Soneto XII


"Tudo tão vago... Sei que havia um rio...
Um choro aflito... Alguém cantou, no entanto...
E ao monótono embalo do acalanto
O choro pouco a pouco se extinguiu...
o Menino dormira... Mas o canto
Natural como as águas prosseguiu...
E ia purificando como um rio
Meu coração que enegrecera tanto...
E era a voz que eu ouvi em pequenino...
E era Maria, junto à correnteza,
Lavando as roupas de Jesus Menino...
Eras tu... que, ao me ver neste abandono,
Daí do Céu cantavas com certeza
Para embalar inda uma vez meu sono!..."

Mário Quintana, in A Rua dos Cataventos - 1940

Scorpions canta Ave Maria no Morro!

O padeiro

Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento — mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.

Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
— Não é ninguém, é o padeiro!

Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo?

“Então você não é ninguém?”

Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não, senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém…

Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina — e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.

Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “não é ninguém, é o padeiro!”
E assobiava pelas escadas.

Rio, maio, 1956.

Rubem Braga, no livro “Ai de ti, Copacabana”. Rio de Janeiro: Record, 2010.

 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Poesias de Florbela Espanca Na Voz de Miguel Falabella


"Em virtude do espírito eterno, Jesus Cristo se ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha".

- Hebreus 9,14b


 Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem...

Vença seus medos


O medo sempre aconselha a desistir. Sempre convida a fugir do novo, da incerteza, do risco.
Não há sonho, negócio ou profissão no mundo que não exijam enfrentar o desconhecido.
 
O medo foi concedido pela natureza para preservar a vida, não para paralisá-la. Quando ele nos paralisa, deixa de ser útil e torna-se uma doença.
 
No cinema, a sombra do monstro é sempre maior que o monstro. Na vida, é a mesma coisa. A maioria dos nossos medos é fruto de nossa imaginação, que agiganta as coisas, tornando-as assustadoras.
 
Quando sentem medo, as pessoas vêem mais as chances de fracasso que as de sucesso.
 
Muitas pessoas desistem quando tinham real possibilidade de vitória. Elas perderam para si mesmas, para o medo de tentar e não conseguir. O medo de perder foi maior que a vontade de vencer.
 
Assim como algo pode não dar certo, também pode dar muito certo! Fale mais alto que o medo! Faça o que você teme e perceberá que nada poderá impedi-lo de vencer.
 
Um grande abraço!
Paz e Bem
 
Pe. José Elias Sá


 Mulheres Maravilha. Elas existem sim. Estão por aí, espalhadas em nossas vidas. Só não são notadas!

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Princesa do Meu Lugar


 Ninguém consegue fugir do tempo. Ele é implacável!

 



"As mulheres são muito extensas, a gente viaja-lhes, e perdemo-nos sempre."

Mia Couto (Cada homem é uma raça)

 

Região da Toscana, Itália!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Bule Bule - Um Grande Mestre das Tradições da Música e da Cultura

 


Amor

 

Amemos! quero de amor
Viver no teu coração!
Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu'alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!


Quero em teus lábios beber
Os teus amores do céu!
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d'esperança!
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!

Vem, anjo, minha donzela,
Minh'alma, meu coração...
Que noite! que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento,
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
Morrer contigo de amor!

 

          Álvares de Azevedo 

 


Bule Bule e Xangai

domingo, 24 de janeiro de 2021

Orquestra Petrobras Sinfônica: Bohemian Rhapsody

 


Frutos e flores

Meu amado me diz
que sou como maçã
cortada ao meio.
As sementes eu tenho
é bem verdade.
E a simetria das curvas
Tive um certo rubor
na pele lisa
que não sei
se ainda tenho.
Mas se em abril floresce
a macieira
eu maçã feita
e pra lá de madura
ainda me desdobro
em brancas flores
cada vez que sua faca
me trespassa.

Marina Colasanti

Elvis Presley - Suspicious Minds Live in Las Vegas

 Foto de Bertil Nilsson retirada do site Hypeness

sábado, 23 de janeiro de 2021

Hitler tinha um canário: notas sobre o sentimentalismo

 

“O sentimental é simplesmente aquele que deseja desfrutar do luxo de uma emoção sem ter de pagar por ela… Lembre-se que todo sentimental é sempre um cínico e que o sentimentalismo é, na verdade, apenas o feriado bancário do cinismo” 
(Oscar Wilde).

“O kitsch faz com que duas lágrimas escorram em rápida sucessão. A primeira lágrima diz: como é bom ver crianças correndo pela grama! A segunda lágrima diz: como é bom comover-se, junto com toda a humanidade, por crianças correndo pela grama!” 
(Milan Kundera)

Hitler tinha um canário. Um belo dia, morreu-lhe o canário. E, qual uma criança pequena, Hitler chorou copiosamente. Sim, o genocida era também um notório sentimentalista. Genocida, aliás, na medida mesmo em que era sentimentalista, capaz de verter lágrimas de esguicho sobre o cadáver de um pássaro e, no instante seguinte, comandar a produção de milhões de cadáveres humanos. Theodore Dalrymple parece ter acertado o alvo ao afirmar: “O sentimentalismo é o progenitor, o avô e a parteira da brutalidade”.

A história do canário é verídica. Trata-se de uma entre muitas manifestações semelhantes de emocionalismo exacerbado por parte do Führer, testemunhadas por aqueles que lhe foram próximos. Como Benito Mussolini, por exemplo. Nos diários deixados pela última amante de Il Duce, a jovem e rica romana Claretta Petacci, registra-se um encontro entre ele e o líder nazista, ocorrido em 1938, logo após a capitulação de Neville Chamberlain, então primeiro-ministro britânico. “O Führer foi muito gentil” – observou Mussolini. “No fundo, é um velho sentimental. Quando me viu, tinha lágrimas nos olhos.”

No retrato psicológico que fez de Adolf Hitler, o psicólogo americano Walter C. Langer, contratado pelos Aliados em 1943 para tentar decifrar a mente do inimigo, descreve-o como um caso típico de dupla personalidade – Dr. Jekyll e Mr. Hyde. Segundo Langer, a outra faceta psíquica do monstro era a de “uma pessoa muito frágil, sentimental e indecisa, que tem pouquíssima energia e só quer ser entretida, amada e cuidada”. Na mesma linha, observa o jornalista Frederick A. Voigt: “Colaboradores próximos durante muitos anos afirmaram que Hitler era sempre assim: a menor dificuldade ou obstáculo podiam fazê-lo gritar de raiva ou cair em lágrimas”. Um desses colaboradores foi Hermann Rauschning, que relata: “Quase tudo pode subitamente inflamar sua fúria e ódio… Mas, da mesma forma, a transição da raiva para o sentimentalismo ou entusiasmo pode ser bastante repentina”. Hitler também era conhecido por seu encanto algo obsessivo por crianças (só as alemãs, evidentemente). Na época do Reich, a imprensa nazista não cansava de exibir fotos suas ao lado de bebês. Quando em Berchtesgaden, cidade alpina sede da fortaleza nazista conhecida como “Ninho da Águia”, costumava, ao cair da tarde, receber a visita de crianças da vizinhança, oferecendo-lhes doces, sorvetes e bolos. A princesa Olga da Iugoslávia relatou certa feita que, quando visitava Hitler em Berlim e surgia o assunto sobre crianças durante a conversa, os olhos do genocida enchiam-se de lágrimas.

Hitler não foi, é claro, o único criminoso sentimental. No campo comunista, tivemos exemplos célebres de retórica tão lírica quanto macabra, considerando o contexto ao qual servia. Desde o maquiavélico “Deixem que floresçam cem flores” de Mao Tsé-tung – proferido como uma espécie de prólogo às barbaridades cometidas durante a Revolução Cultural – até o piegas “Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera”, atribuído a Che Guevara – o mais empenhado comandante dos paredões de fuzilamento da ditadura castrista –, revolucionários de esquerda jamais deixaram de proclamar em prosa e verso o seu amor pela humanidade, ao mesmo tempo em que, no mundo real, exerciam o seu visceral desprezo pelo próximo. A fala sobre a primavera, convém não esquecer, foi repetida por Luiz Inácio Lula da Silva no Sindicato dos Metalúrgicos no ABC paulista, pouco antes de ser preso por corrupção e lavagem de dinheiro. E costuma ser dita toda vez que um esquerdista está prestes a cometer algum crime ou violência política. É mesmo comovente.

Foi na França de meados do século 18 que o sentimentalismo fez a sua entrada triunfal na política. Não por acaso, a cultura sentimental do Iluminismo francês preparou o caminho para o Terror jacobino. Como mostra Simon Schama em Cidadãos: Uma Crônica da Revolução Francesa, entre os anos 1750 e 1780, e muito por conta das ideias que brotavam nos clubes e salões literários, os franceses experimentaram uma verdadeira revolução em sua sensibilidade moral e estética. Ali onde a França medieval valorizara o comedimento, e até mesmo certo estoicismo, a França iluminista passou a ter na sensibilidade – a capacidade intuitiva para o sentimento intenso – o seu valor cardinal. Ter un coeur sensible (um coração sensível) tornou-se pré-condição da moralidade. A manifestação irrefreada das emoções (de qualquer emoção) passou a ser não apenas aceita como valorizada.

Jean-Jacques Rousseau, é claro, foi o grande guru daquele culto à sensibilidade, uma verdadeira “revolução nos espíritos” (para usar a expressão de Albert Mathiez, historiador da Revolução Francesa). Seu livro A Nova Heloísa converteu-se em modelo para as cartas de amor da época, eivadas de melodrama. Numa de suas tantas missivas, Julie de Lespinasse, heroína do romance, consagra estilisticamente o Zeitgeist: “Mon ami, eu o amo como se deve amar, com excesso, loucura, arrebatamento e desespero”. Nesse novo mundo de expressividade à flor da pele, as lágrimas eram particularmente valorizadas como sinal de sublimidade, não de fraqueza. Eram tidas por uma espécie de transbordamento espontâneo da alma, um antídoto natural para o artificialismo das convenções sociais. Do ponto de vista ontogenético, eram como uma prova da criança interior existente na alma de cada adulto. Do ponto de vista filogenético, refletiam o bom selvagem clamando contra as amarras da civilização. Daí que, a exemplo de seu criador, os heróis e heroínas de Rousseau chorassem em abundância, soluçando e se derretendo ao mínimo sinal de estímulo.

Nas artes plásticas, o equivalente a Rousseau foi o pintor Jean-Baptiste Greuze, outro sucesso da época, cujas telas, pingando sentimentalismo, costumavam retratar os idílios e dramas da vida doméstica, um tema caro aos emergentes citoyens. Curiosamente, um dos quadros de Greuze chama-se A Menina Que Chora o Seu Canário Morto, hoje em exibição na Galeria Nacional Escocesa. Em dada ocasião, depois de contemplá-lo no Salão de 1765, o crítico de arte Charles Mathon de La Cour teve uma reação bem representativa das emoções que a obra do artista suscitava no público. Estimando em 11 anos a idade da criança, La Cour sugeriu ser aquela a fase do desenvolvimento em que “a natureza começa a amolecer o coração e prepará-lo para as impressões mais doces”. As lágrimas da menina pareceram-lhe ao mesmo tempo infantis e pré-adultas: “Vê-se que esteve chorando por um longo tempo até que, finalmente, se entregou à prostração e ao luto profundo. Seus cílios estão úmidos, suas pálpebras, avermelhadas, a boca, ainda contrita pelo choro. Mirando-lhe o colo, pode-se senti-lo estremecer com os soluços”. Não há quem não se emocionasse com o quadro, continuava o crítico, pois nele “podemos ver a natureza, partilhar do luto da menina e do desejo de a consolar. Por diversas vezes, passei horas inteiras a contemplá-lo, até o ponto de me embriagar de uma tristeza tão doce quanto terna”.
Outro a haver se encantado com a cena foi Diderot, que sobre ela escreveu: “Quando vemos esse quadro, dizemos: Delicioso! Quando paramos diante dele ou a ele voltamos, dizemos: Delicioso! Delicioso! Logo nos surpreendemos a encetar conversa com essa criança, consolando-a”. De maneira algo condescendente, imaginou o seu diálogo com a pequena enlutada nos seguintes termos: “Vamos, menina, abra o seu coração, diga-me a verdade. Foi mesmo a morte desse pássaro que a fez se recolher com tanta força e tristeza? Você baixa os olhos, não me responde. As memórias turvam sua visão. Quem é este ser que aparece em tua janela? Suas lágrimas estão prestes a correr. Eu não sou pai; não sou indiscreto, nem severo”. Em outro momento, comentando sobre a obra de Greuze em geral, o enciclopedista travou este outro diálogo imaginário (uma técnica expressiva recorrente em seus escritos), agora com o próprio artista: “Comova-me, assombre-me, faça-me tremer, chorar, soluçar e odiar”.

Esse estado de espírito hiperbólico, um emocionalismo exacerbado e autocomplacente, foi um dos elementos importantes para criar o caldo cultural em que, dali a alguns anos, as cabeças começariam a rolar em nome da sagrada virtude. Como explica Schama: “A drástica alteração cultural representada pelas primeiras erupções de sensibilidade romântica tem uma importância que vai muito além das artes. Ela significou a criação de um modo de falar e escrever que se tornaria a voz padrão da Revolução, partilhada tanto por suas vítimas quanto por seus mais implacáveis algozes. Os discursos de Mirabeau e Robespierre, bem como as cartas de Desmoulins e os festivais de civilidade republicana apelavam à alma, à suave humanidade, à Verdade, à Virtude, à Natureza e ao idílio da vida familiar. As virtudes proclamadas nos quadros de Greuze formaram a base moral daquilo que a Revolução entendia por virtude”.

Com efeito, o sentimentalismo generalizado foi o fermento da violência jacobina. Eis como Arthur Young, escritor e político britânico à época em visita a Paris, descreveu o ambiente do Palais Royal (um dos principais focos revolucionários) às vésperas da queda da Bastilha: “Dez mil pessoas estiveram ali durante o dia todo; a pressão é tão grande que uma maçã atirada do balcão sobre o tapete móvel de cabeças não atingiria o solo. Pode-se imaginar a condição de tais cabeças: elas são mais vazias de lastro do que quaisquer outras na França, as mais inflamadas por ideias especulativas, as mais excitáveis e excitadas. Nesse saco de gatos de políticos improvisados, ninguém sabe quem está falando; ninguém é responsável pelo que diz. Cada um está ali como num teatro, desconhecido entre desconhecidos, sujeito a impressões sensacionais e fortes emoções, presa do contágio das paixões em torno, imersa no redemoinho de frases de efeito, notícias fabricadas, rumores crescentes e outros exageros pelos quais os fanáticos instigam-se uns aos outros”.

A relação entre sentimentalismo e violência é muito bem captada por Dalrymple, que aponta a perda da clareza dos limites entre e o permissível e o não permissível como uma das consequências da adoção geral da visão romântica e sentimental da existência. O psiquiatra inglês enfatiza o caráter exibicionista do sentimental, que usa as próprias emoções exacerbadas como poder de pressão sobre os outros, intimando-os a uma concordância forçada e, em caso negativo, submetendo-os a uma condenação moral implacável. Diz Dalrymple: “Em um estado de sentimentalismo, certamente do tipo vivido em público, a pessoa é mais comovida pelo fato de ser comovida do que por aquilo que supostamente a está comovendo. Além disso, está interessada em que todos vejam o quão comovida está”. E conclui: “O sentimentalismo é a expressão da emoção sem julgamento. Talvez ele seja pior do que isso: é a expressão da emoção sem um reconhecimen­to de que o julgamento deveria fazer parte de como devemos reagir ao que vemos e ouvimos. É a manifestação de um desejo pela ab-rogação de uma condição existencial da vida humana, a saber, a necessidade de exercer o juízo sempre e indefinidamente. O sentimentalismo é, portanto, infantil (porque são as crianças que vivem em um mundo tão facilmente dicotomizável) e redutor de nossa humanidade”.

O sentimentalismo é, portanto, a manifestação de emoções desordenadas e corrompidas, que conduzem à autopermissividade, à húbris, à irresponsabilidade e, como corolário, à brutalidade – manifesta quer direta, quer indiretamente. Olhando para o debate público brasileiro, é fácil constatar o quanto de sentimentalismo existe na personalidade de nossos intelectuais, jornalistas e autoridades, que não se vexam de exibir em público a sua constrangedora infantilidade moral, como quando o sociólogo Emir Sader, por ocasião da condução coercitiva de Lula, choramingou em seu perfil no Twitter, emulando Mário Quintana: “Se a direita acreditava que terminaria com um mito, só multiplicou o mito do Lula. Eles passam e o Lula passarinho”. Como sói acontecer, a realidade atropelou as ilusões do adolescente tardio. Lula, de fato, terminou como passarinho… só que na gaiola.

Mas à parte essas manifestações tragicômicas do que poderíamos chamar de sentimentalismo lulopetista – hoje quase um novo gênero literário, tipicamente brasileiro –, há casos bem mais graves desse senso moral corrompido, autoproclamado “progressista”, com consequências sociais altamente nocivas. Eles têm sido recorrentes, por exemplo, em declarações públicas de ministros do Supremo Tribunal Federal, titulares do temerário poder de consagrar a própria visão sentimental de mundo em normas constitucionais. Quando vemos uma Carmem Lúcia dizendo que “a única força legitimada a invadir uma universidade é a das ideias livres e plurais”, estamos diante do mais açucarado sentimentalismo. Eis uma daquelas frases que, nas palavras de Dalrymple, “transmite um calorzinho ao suscetível, assim como um gole de uísque provoca um quentinho no esôfago”. No entanto, esse linguajar kitsch, aparentemente inócuo, usado por uma senhora de semblante morfético, revela toda a sua perversidade quando lembramos que serviu a uma decisão liminar destinada a impedir que a Justiça Eleitoral coibisse propaganda partidária irregular favorável à esquerda dentro de universidades públicas. Ao longo dos últimos anos, a universidade foi sequestrada pela extrema-esquerda, que utiliza métodos stalinistas e maoístas para cercear violentamente a liberdade de expressão de docentes e discentes não alinhados. E, durante todo esse tempo, a douta apologista da pluralidade manteve-se em silêncio. Como escrevi no artigo “A guerra pela universidade”, publicado aqui na Gazeta há duas semanas, agir como Carmen Lúcia é o mesmo que “se omitir por anos a fio diante das agressões cometidas por uma pessoa mais forte contra uma pessoa mais fraca e, de repente, no justo instante em que esta última reage, começar a pontificar, em termos tão grandiloquentes quanto genéricos, sobre a importância do princípio da não violência”. Portanto, a pieguice da juíza não é inofensiva, não se reduzindo a uma pitoresca curiosidade de província (o que também não deixa de ser). Na verdade, ela mascara o ato infame de, sob o pretexto de resguardar a pluralidade, chancelar a violência política unilateral dentro do ambiente acadêmico.

Mas talvez o mais perigoso sentimentalista do nosso STF, um homem que parece ter sido teletransportado diretamente da França do século 18, e que certamente se desmancharia em lágrimas diante dos quadros de Greuze (e não menos diante das cabeças cortadas dos “conservadores”), é Luís Roberto Barroso. Há poucos dias, durante o 1.º Congresso Internacional de Direito e Gênero promovido pela Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, o pretenso guardião da Constituição, sempre tão cheio de ideiazinhas próprias, desfiou a sua tradicional arenga abortista, manifestando-se nos seguintes termos: “A mulher não é um útero a serviço da sociedade. Se os homens engravidassem, esse problema já teria sido resolvido”. Ao tomar conhecimento dessa fala por meio da imprensa, tentei lembrar onde já vira argumentação parecida e, depois de um breve esforço da memória, finalmente consegui. Estava lá, num vídeo que circulou nas redes sociais há alguns anos, mostrando a performance da banda Putinhas Aborteiras, formada por jovens militantes feministas. Sobre a melodia de For He’s a Jolly Good Fellow (“Ele é um bom companheiro”), cantavam as moçoilas a seguinte letra: “Se o Papa fosse mulher. Se o Papa fosse mulher. Se o Papa fosse mulher (pausa dramática)… O aborto seria legal”.

Dalrymple tem razão. O sentimentalismo é mesmo a expressão evidente de uma ética infantil, graciosa em crianças autênticas, decerto, mas nauseabunda em crianças crescidas e com barba na cara. À moda de Hitler, que chorou feito criança diante do canário morto (como numa paródia grotesca da tela de Greuze), Barroso expressa-se tal qual uma adolescente feminista sobre um tema tão sério quanto o aborto. Com seus modos afetados, e seu já notório exibicionismo moral, o ministro apela ao simbolismo da emancipação feminina como forma de, num ato de prestidigitação retórica, ocultar a realidade brutal e concreta do ato de abortar – o sacrifício covarde de uma vida humana indefesa. Para esse típico representante da noblesse de robe, a mulher não pode ser convertida em “um útero a serviço da sociedade” (reparem que o feto desaparece da equação), mas o embrião pode ser convertido num “amontoado de células” (segundo o jargão abortista) a serviço do farisaísmo progressista. Citando Dalrymple mais uma vez, e para encerrar: “O sentimentalismo foi o precursor e o cúmplice da brutalidade sempre que as políticas su­geridas por ele foram postas em prática. O culto do sentimento destrói a capacidade de pensar, e até a consciência de que é necessário pensar. Pascal tinha toda a razão quando disse: Travaillons donc à bien penser. Voilá le príncipe de la morale. Esforcemo-nos, portanto, para pensar bem. Eis o princípio da moral”.
 
 
Por Flávio Gordon - GazetadoPovo

The Piano by Aidan Gibbons

 


Adele - Set Fire To The Rain

 


As três experiências

Há três coisas para as quais eu nasci e para as quais eu dou minha vida. Nasci para amar os outros, nasci para escrever, e nasci para criar meus filhos. O “amar os outros” é tão vasto que inclui até perdão para mim mesma, com o que sobra. As três coisas são tão importantes que minha vida é curta para tanto. Tenho que me apressar, o tempo urge. Não posso perder um minuto do tempo que faz minha vida. Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.

E nasci para escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo. Eu tive desde a infância várias vocações que me chamavam ardentemente. Uma das vocações era escrever. E não sei por quê, foi esta que eu segui. Talvez porque para as outras vocações eu precisaria de um longo aprendizado, enquanto que para escrever o aprendizado é a própria vida se vivendo em nós e ao redor de nós. É que não sei estudar. E, para escrever o único estudo é mesmo escrever. Adestrei-me desde os sete anos de idade para que um dia eu tivesse a língua em meu poder. E no entanto cada vez que vou escrever, é como se fosse a primeira vez. Cada livro meu é uma estreia penosa e feliz. Essa capacidade de me renovar toda à medida que o tempo passa é o que eu chamo de viver e escrever.

Quanto a meus filhos, o nascimento deles não foi casual. Eu quis ser mãe. Meus dois filhos foram gerados voluntariamente. Os dois meninos estão aqui, ao meu lado. Eu me orgulho deles, eu me renovo neles, eu acompanho seus sofrimentos e angústias, eu lhes dou o que é possível dar. Se eu não fosse mãe, seria sozinha no mundo. Mas tenho uma descendência e para eles no futuro eu preparo meu nome dia a dia. Sei que um dia abrirão as asas para o voo necessário, e eu ficarei sozinha. É fatal, porque a gente não cria os filhos para a gente, nós os criamos para eles mesmos. Quando eu ficar sozinha, estarei cumprindo o destino de todas as mulheres.

Sempre me restará amar. Escrever é alguma coisa extremamente forte mas que pode me trair e me abandonar: posso um dia sentir que já escrevi o que é o meu lote neste mundo e que eu devo aprender também a parar. Em escrever eu não tenho nenhuma garantia.

Ao passo que amar eu posso até a hora de morrer. Amar não acaba. É como se o mundo estivesse à minha espera. E eu vou ao encontro do que me espera.

Espero em Deus não viver do passado. Ter sempre o tempo presente e, mesmo ilusório, ter algo no futuro.

O tempo corre, o tempo é curto: preciso me apressar, mas ao mesmo tempo viver como se esta minha vida fosse eterna. E depois morrer vai ser o final de alguma coisa fulgurante: morrer será um dos atos mais importantes da minha vida. Eu tenho medo de morrer: não sei que nebulosas e vias lácteas me esperam. Quero morrer dando ênfase à vida e à morte.

Só peço uma coisa: na hora de morrer eu queria ter uma pessoa amada por mim ao meu lado para me segurar a mão. Então não terei medo, e estarei acompanhada quando atravessar a grande passagem. Eu queria que houvesse encarnação: que eu renascesse depois de morta e desse a minha alma viva para uma pessoa nova. Eu queria, no entanto, um aviso. Se é verdade que existe uma reencarnação, a vida que levo agora não é propriamente minha: uma alma me foi dada ao corpo. Eu quero renascer sempre. E na próxima encarnação vou ler meus livros como uma leitora comum e interessada, e não saberei que nesta encarnação fui eu que os escrevi.

Está-me faltando um aviso, um sinal. Virá como intuição? Virá ao abrir um livro? Virá esse sinal quando eu estiver ouvindo música?

Uma das coisas mais solitárias que eu conheço é não ter a premonição.

Clarice Lispector 

Texto extraído do livro “Aprendendo a viver”, Clarice Lispector. (Crônicas). Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2004.

O adeus de Teresa

A vez primeira que eu fitei Teresa,

Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus
E amamos juntos E depois na sala
"Adeus" eu disse-lhe a tremer coa fala
 
E ela, corando, murmurou-me: "adeus."
 
Uma noite entreabriu-se um reposteiro. . .
E da alcova saía um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus
Era eu Era a pálida Teresa!
"Adeus" lhe disse conservando-a presa
 
E ela entre beijos murmurou-me: "adeus!"
 
Passaram temposseclos de delírio
Prazeres divinaisgozos do Empíreo
... Mas um dia volviaos lares meus.
Partindo eu disse - "Voltarei! descansa!. . . "
Ela, chorando mais que uma criança,
 
Ela em soluços murmurou-me: "adeus!"
 
Quando voltei era o palácio em festa!
E a voz dEla e de um homem lá na orquesta
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei! Ela me olhou branca surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!
 
E ela arquejando murmurou-me: "adeus!"
 
Castro Alves

OFFICIAL Somewhere over the Rainbow - Israel "IZ" Kamakawiwoʻole


A felicidade aparece para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam em nossa vida.

Clarice Lispector

 


sexta-feira, 22 de janeiro de 2021


Nas mulheres jovens, a beleza supre o espírito. Nas velhas, o espírito supre a beleza.

Barão de Montesquieu

Belchior canta "Divina Comédia Humana" - 1982

A França e a soja brasileira

 


É preciso botar os pingos nos is. A recente declaração do Macron de que depender da soja brasileira representa promover e sustentar o desmatamento na Amazônia não passa de uma grande bobagem. O francês, decerto, desconhece que a soja brasileira é em sua maioria esmagadora produzida na região do Cerrado e que só o município de Sorriso-MT produz 04 vezes mais soja que toda a França. De outro norte, precisamos sim combater todo e qualquer desmatamento indiscriminado e ilegal no Brasil. Contudo, é importante registrar que a Europa teve chance de preservar suas matas e não o fez. Apenas para quantificar, das florestas francesas originárias restaram atualmente apenas 4%, todo o resto foi desmatado e encontra-se ocupado pela agricultura, das margens dos rios ao sopé das montanhas. O velho mundo sabe que o Brasil ainda é sinônimo de segurança alimentar para aquele Continente. Ademais, se a Europa se preocupa tanto com a preservação das matas deveria começar reflorestando suas terras. Simples assim. É óbvio que o interesse da Europa e do mundo no Brasil até pode ser a Amazônia, mas certamente não é pelo que está acima mas debaixo da terra.

Teófilo Júnior

Quem me levará sou eu - Raimundo Fagner e Zeca Baleiro - O show

 


Pálida Inocência

Por que, pálida inocência,

Os olhos teus em dormência
A medo lanças em mim?
No aperto de minha mão
Que sonho do coração
Tremeu-te os seios assim?
 
E tuas falas divinas
Em que amor lânguida afinas
Em que lânguido sonhar?
E dormindo sem receio
Por que geme no teu seio
Ansioso suspirar?
 
Inocência! quem dissera
De tua azul primavera
As tuas brisas de amor!
Oh! quem teus lábios sentira
E que trêmulo te abrira
Dos sonhos a tua flor!
 
Quem te dera a esperança
De tua alma de criança,
Que perfuma teu dormir!
Quem dos sonhos te acordasse,
Que num beijo t’embalasse
Desmaiada no sentir!
 
Quem te amasse! e um momento
Respirando o teu alento
Recendesse os lábios seus!
Quem lera, divina e bela,
Teu romance de donzela
Cheio de amor e de Deus!
 
Álvares de Azevedo


"Essas duas tresloucadas, a Saudade e a Esperança, vivem ambas na casa do Presente, quando deviam estar, é lógico, uma na casa do Passado e a outra na do Futuro. Quanto ao Presente — ah! — esse nunca está em casa."

Mário Quintana

Queen - We Are The Champions (Live Aid 1985)


O altruísmo consiste em deixarmos todo o mundo viver do jeito que bem quiser.

Oscar Wilde


 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021