segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A voz do Brasil: um programa fora de sintonia


Há 75 anos, as emissoras de rádio são obrigadas a transmitir o noticiário. O Congresso está agora diante da chance de rever esse anacronismo.

Era início da noite de segunda-feira 22 de julho de 1935, quando o locutor Luiz Jatobá interrompeu com sua voz grave a programação das 50 rádios que operavam no país. Estreava o Programa nacional, idealizado por um amigo de infância do então presidente, Getúlio Vargas, com o objetivo de propagandear as realizações do governo federal. Em 1939, quando Vargas já estabelecera no país a ditadura do Estado Novo, o programa, rebatizado como A hora do Brasil, tornou-se transmissão obrigatória pelas emissoras de rádio, sempre no horário das 19 horas. Durante a vigência de outra ditadura, a do regime militar, A hora do Brasil virou A voz do Brasil. Mudou de nome, mas manteve seu caráter compulsório e sua marca registrada: a abertura com os acordes de “O guarani”, a ópera de Carlos Gomes, e a voz de um locutor que anunciava: em Brasília, 19 horas.

Quando A voz do Brasil foi criada, o rádio era o principal meio de comunicação de massa, e não havia outros canais para os brasileiros das regiões mais longínquas se informarem sobre os fatos e acontecimentos da vida do país. Nesses 75 anos que nos separam da primeira transmissão do programa, o Brasil passou por grandes transformações. Urbanizou-se e deixou de ser um país de população eminentemente rural. Sua economia se industrializou e se modernizou a ponto de estar diante da perspectiva de virar, em breve, uma das cinco maiores do mundo. Há mais de 25 anos, o país é governado por um regime democrático pleno. O rádio também mudou e se adequou à concorrência de outros meios como a televisão e a internet. O anacronismo da obrigatoriedade de transmissão, às 19 horas, de A voz do Brasil por todas as emissoras de rádio do país, porém, permaneceu inalterado, apesar de os poderes públicos contarem hoje com uma monumental estrutura de comunicação. Esse aparato oficial inclui a TV Brasil (controlada pelo governo federal), a TV Câmara, a TV Senado, a TV Justiça e 648 emissoras de TV e rádio de caráter governamental ou educativo.

Essa imposição – que só encontra situações semelhantes em países de regimes políticos fechados e ditatoriais, como China, Cuba e Coreia do Norte – cria situações esdrúxulas. Nas grandes cidades brasileiras, o rádio é o principal veículo de informação para quem está no trânsito. Quando um avião da TAM atravessou a pista do aeroporto de Congonhas, em 17 de julho de 2007, e explodiu em uma das mais movimentadas avenidas de São Paulo, matando 188 pessoas, o ouvinte, porém, não pôde ter informações sobre a tragédia e o caos nas ruas porque as emissoras de rádio foram obrigadas a suspender suas transmissões durante longos 60 minutos para veicular A voz do Brasil. Da mesma forma, durante a catástrofe das enchentes ocorridas em Santa Catarina em novembro de 2008, quem sintonizou o rádio às 19 horas foi privado de informações sobre a calamidade.

A obrigatoriedade de veiculação de A voz do Brasil não garante ouvintes para o programa. Em 2008, uma pesquisa do instituto InterMeios mostrou que a audiência das emissoras despenca quando A voz do Brasil começa e demora a se recuperar, causando estragos no restante da programação. Isso representa um abalo e tanto para a saúde financeira das rádios, destinatárias de uma pequena fatia das verbas do mercado publicitário, que prefere investir em televisão, publicações impressas e internet. “Transmitir A voz do Brasil num horário de pico de audiência significa um prejuízo brutal para as emissoras”, diz Daniel Slaviero, presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).

Amparadas por liminares obtidas na Justiça, com o argumento de que a obrigatoriedade de transmissão contraria a liberdade de imprensa garantida pela Constituição de 1988, algumas emissoras conseguiram alterar o horário de veiculação ou mesmo se livrar da imposição de transmitir A voz do Brasil. Mas essa é uma situação precária, porque a União sempre recorre aos tribunais superiores para tentar suspender essas liminares. Em maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou uma liminar que permitia às rádios do Rio Grande do Sul fazer a transmissão de A voz do Brasil até 24 horas depois do horário oficial, 19 horas. A revogação desse anacronismo depende, portanto, de uma mudança na legislação pelo Congresso Nacional.

Há vários projetos no Congresso que propõem mudanças em A voz do Brasil. Dois deles, que estão na Comissão de Comunicação, Ciência e Tecnologia do Senado, pretendem dar às rádios, pelo menos, a possibilidade de adequar A voz do Brasil a suas programações. Segundo as propostas, elas poderiam escolher o horário mais conveniente, entre 19 horas e meia-noite, para iniciar a veiculação do programa. “É uma maneira de enquadrar A voz do Brasil à realidade das emissoras”, diz o senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA), relator dos dois projetos de lei. “Obrigar uma rádio a usar seu horário nobre para transmitir A voz do Brasil é complicado. Muitas delas apresentam programas de notícia, falam sobre o trânsito, transmitem jogos de futebol, divulgam eventos locais. É importante dar flexibilidade para que as rádios possam preparar suas programações.” A lei atual é tão engessada que não prevê que se possa suspender ou adiar o programa nem sequer em casos de calamidades públicas.

O governo Lula já manifestou apoio à proposta de flexibilização do horário, mas ainda há resistência entre os parlamentares a mudanças no modelo vigente de A voz do Brasil por questões de conveniências políticas. “Muitos parlamentares veem em A Voz do Brasil uma oportunidade de divulgação de suas atuações. É difícil convencê-los de que precisa haver mudanças na lei do programa”, diz ACM Júnior. Em seu começo, o programa divulgava apenas notícias do Poder Executivo. Mas, desde 1967, o tempo de A voz do Brasil passou a ser dividido também com notícias da Câmara dos Deputados e Senado – hoje, o Executivo dispõe de 30 minutos para sua divulgação, enquanto o Legislativo conta com outra meia hora.


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O Fim do Mundo

A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas tanto temiam.

Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para brincar com as flores da goiabeira e as cores do tapete.

Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa. Aquilo que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum.

Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha ficado um pouco triste - mas que importância tem a tristeza das crianças?

Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois em redor de mim as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar a cada um.

Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo. Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga.

O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros. Por que fizemos voto de pobreza ou assaltamos os cofres públicos - além dos particulares. Por que mentimos tanto, com palavras tão judiciosas. Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica.

Se o fim do mundo for mesmo em fevereiro, convém pensarmos desde já se utilizamos este dom de viver da maneira mais digna.

Em muitos pontos da terra há pessoas, neste momento, pedindo a Deus - dono de todos os mundos - que trate com benignidade as criaturas que se preparam para encerrar a sua carreira mortal. Há mesmo alguns místicos - segundo leio - que, na Índia, lançam flores ao fogo, num rito de adoração.

Enquanto isso, os planetas assumem os lugares que lhes competem, na ordem do universo, neste universo de enigmas a que estamos ligados e no qual por vezes nos arrogamos posições que não temos - insignificantes que somos, na tremenda grandiosidade total.

Ainda há uns dias a reflexão e o arrependimento: por que não os utilizaremos? Se o fim do mundo não for em fevereiro, todos teremos fim, em qualquer mês...


Cecília Meireles

Texto extraído do livro "Quatro Vozes", Distribuidora Record de Serviços de Imprensa - Rio de Janeiro, 1998, pág. 73.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Vincent Willem Van Gogh

Yingmei Duan

A artista chinesa tem 41 anos e movimenta-se com a vontade nos domínios da instalação, da performance e do vídeo. Yingmei Duan foi convidada a participar no “Pavilhão do Realismo", que ocorreu ano passado em Pequim e Shangai, em simultâneo com a Exposição Mundial de Shanghai.

Yingmei Duan questiona habitualmente os aspectos da vida quotidiana – os sonhos, as memórias, os anseios, os medos.

“Venho da China, que tem uma cultura muito diferente. Não há educação sexual no sistema escolar. Antes dos 21 anos, realmente eu não sabia nada sobre sexo e nunca tinha sequer usado a palavra.

Tinha um monte de perguntas na cabeça, por exemplo: ‘Porque fica grávida uma mulher?’, ‘De onde vim?’... Tudo isso até ao dia em que uma amiga me perguntou o que eu sabia sobre sexo. Desde esse dia tenho estado muito ocupada.” (Yingmei Duan, 2003)

Yingmei Duan e Marco Mazzaro, “Friend”, Itália, 2003

Em 2003, em Braunschweig, a artista concebeu e interpretou a performance “Friend” juntamente com o seu colega Mirko Winkel. Com Marco Mazzaro participou em Itália na Bienal de Veneza e no Padiglione d'Arte Contemporanea (PAC), concluindo a sequência nesse mesmo ano em Oxfordshire (Inglaterra), no Braziers International Artists Workshop, em parceria com Cláudio Torsa. Yingmei Duan reside atualmente em Braunschweig, na Alemanha.

Do fundo do baú

Versículos do Dia

Eu te conheci no deserto, na terra muito seca. (Oséias 13:5)

Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles. Porque o Cordeiro que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima. (Apocalipse 7:16,17)

Não é meu

Tenha paciência, este parágrafo começa com Leon Trotsky mas acaba nas peladas da “Playboy”.

Quando Trotsky caiu em desgraça na União Soviética, sua imagem foi literalmente apagada de fotografias dos líderes da revolução, dando início a uma transformação também revolucionária do conceito de fotografia: além de tirar o retrato de alguém, tornou-se possível tirar alguém do retrato.

A técnica usada para eliminar o Trotsky das fotos foi quase tão grosseira — comparada com o que se faz hoje — quanto a técnica usada para eliminar o Trotsky em pessoa (um picaretaço, a mando do Stalin).

Hoje não só se apagam como se acrescentam pessoas ou se alteram suas feições, sua idade e sua quantidade de cabelo e de roupa, em qualquer imagem gravada.

A frase “prova fotográfica” foi desmoralizada para sempre, agora que você pode provar qualquer coisa fotograficamente.

Existe até uma técnica para retocar a imagem em movimento, e atrizes preocupadas com suas rugas ou manchas não precisam mais carregar na maquiagem convencional — sua maquiagem é feita eletronicamente, no ar.

Nossas atrizes rejuvenescem a olhos vistos a cada nova novela. E quem posa nua para a “Playboy” ou similar não precisa mais encolher a barriga ou tentar esconder suas imperfeições. O fotoxópi faz isso por ela.

O fotoxópi é um revisor da Natureza. Lembro quando não existia fotoxópi e recorriam à pistola, um borrifador à pressão de tinta, para retocar as imagens.

Nas “Playboys” antigas a pistola era usada principalmente para esconder os pelos pubianos das moças, que desapareciam como se nunca tivessem estado ali, como o Trotsky. Imagino que a pistola tenha se juntado à Rolleiflex no sótão da História.

Se a prova fotográfica não vale mais nada nestes novos tempos inconfiáveis, a assinatura muito menos.

Textos assinados pela Martha Medeiros, pelo Jabor, por mim e por outros, e até pelo Jorge Luís Borges, que nenhum de nós escreveu — a não ser que o Borges esteja mandando matérias da sua biblioteca sideral sem que a gente saiba —, rolam na internet, e não se pode fazer nada a respeito a não ser negar a autoria — ou aceitar os elogios, se for o caso.

Agora mesmo está circulando um texto atacando o “Big Brother Brasil”, com a minha assinatura, que não é meu. Isso tem se repetido tanto que já começo a me olhar no espelho todas as manhãs com alguma desconfiança. Esse cara sou eu mesmo? E se eu estiver fazendo a barba e escovando os dentes de um impostor, de um eu apócrifo? E — meu Deus — se esta crônica não for minha e sim dele?!


Luis Fernando Verissimo
Pescado do site do Ricardo Noblat

sábado, 29 de janeiro de 2011

Foto célebre de Nick Ut registrando o momento em que a pequena Kim Phúc fugia da chuva atômica de napalm.

Outros fotógrafos e operadores de câmara fixaram no local a memória do pavor. O enquadramento inicial não incluía a totalidade dos elementos presentes nesta fotografia.

Abaixo, algumas das releituras pelo mundo da fotografia que marcou o terror da irracionalidade humana


Advanced (Brasil), “Sistema Jangadeiro, Manipulation”, 2009

Zbigniew Libera (Polónia), “Nepal”, 2003

Mark Cox (EUA), “Untitled”

Robert Banksy (Inglaterra), “Napalm”, 2007

Dave Brown (Inglaterra), “Another Vietnam? My ass!”, 2004


Fonte: Arte Facto
"A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem. "


Arthur Schopenhauer

A Ilusão do Sufrágio Universal

“Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Esta minoria, porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo, cessarão de ser operários e por-se-ão a observar o mundo proletário de cima do Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de governá-lo.

Quem duvida disso não conhece a Natureza Humana.”
*Mikhail Bakunin (1814 – 1876) - Anarquista russo do Século XIX.

Amigos para sempre

A filosofia, cuja etimologia implica a palavra grega Philia que significa amizade, nasceu da amizade entre os homens que, por sua vez, tinham amizade pela sabedoria. Como o amor, a amizade é uma espécie de desejo, mas um desejo diferente da posse. Quando os filósofos falam da amizade entre seres humanos estão dizendo algo muito parecido ao “desejo de saber”, literalmente melhor traduzido por “amizade pela sabedoria” que anima sua atividade. Amigos não eram aqueles que se reuniam em torno da economia, nem em torno da cosmética, da ginástica, nem em torno da culinária ou da retórica. Que laço era este que unia alguns entre si em nome de algo tão complexo como a sabedoria? Qual a forma da relação a que chamamos até hoje amizade se ela é um desejo sem posse? Quando amamos alguém desejando seu bem sem que este seja o nosso próprio bem?

PESSOAS DE BEM

Sócrates defendia que a amizade só acontecia entre pessoas de bem não ocorrendo entre pessoas más e incapazes de amar o outro. Para seguir este raciocínio socrático precisamos nos perguntar se nos encaixamos na definição de uma “pessoa de bem”. Pensava ele que as pessoas totalmente de bem são auto-suficientes, não se pode dizer delas que “precisem” de amigos. Mas todos precisamos e, somos apenas humanos, não somos deuses auto-suficientes. Por isso, concluirá Sócrates no diálogo Lísis de Platão, que para se ter amigos é preciso ser alguém que sabe o que é o mal, mas deseja o bem. Desejar o bem (a alguém ou à sabedoria) é a definição mais perfeita da amizade. Amigo é, portanto, aquela pessoa na qual se acredita que os bens parciais da vida podem se agregar na realização do Bem - com letra maiúscula - que equivalia ao Bem superior, uma espécie de Bem Geral, Bem de todos, para todos, em relação a tudo o que existe. Como se fosse possível falar de um Bem do Cosmos, uma harmonia total no universo que, mesmo sendo uma utopia, é a idéia que deveria nortear as ações das pessoas de bem.

A AMIZADE É UMA VIRTUDE

Aristóteles, discípulo de Platão, herdou questões de seus antecessores. Para Aristóteles, a amizade é uma virtude. Sendo virtude ela significa a excelência de algo. O modo mais perfeito em que algo como a relação entre seres humanos pode se dar. Ela é, além disso, o objetivo último da vida moral, aquilo que define o ápice de uma vida corretamente vivida. Saber ser amigo equivale a ser ético. É amigo aquele que realiza em si e junto dos outros a excelência moral, ou seja, ele quer o bem das pessoas que ama.

Como virtude, para Aristóteles, a amizade é tanto necessária quanto desejável. Diz ele em seu principal livro sobre as questões morais - a Ética a Nicômaco - que, mesmo alguém que possuísse todos os bens, não gostaria de viver sem amigos. A amizade será até mesmo superior à justiça: quando as pessoas são amigas não é necessária a justiça, mas havendo a justiça ainda precisaremos da amizade.

Aristóteles fala de formas diferentes de amizades: a acidental comum entre idosos e jovens que precisam de amigos úteis que facilitem pensamentos, ações e os apóiem em suas fragilidades, e da amizade perfeita que é aquela que une os homens de bem e que são semelhantes em suas virtudes. A amizade perfeita é rara e incomum, tanto quanto é raro e incomum. Há certa exclusividade na amizade. Quem leva a sério a amizade costuma dizer que tem poucos amigos. O que não quer dizer que não se possa agradar muitos, ao mesmo tempo, oferecendo-lhes bens e vantagens ou simplesmente coisas úteis e agradáveis. Um amigo verdadeiro merece mais que isso.

QUERER BEM É SER RESPONSÁVEL PELO OUTRO

A amizade é uma palavra que se aplica às pessoas das quais se quer o bem enquanto delas pode-se esperar certa reciprocidade. Amigo é aquele que desejamos ver feliz e que quer nos ver do mesmo modo. Muitas pessoas demonstram não ser amigas tanto nos momentos difíceis quanto nos momentos alegres da vida de seus conhecidos. Para ser amigo é preciso alegrar-se com a alegria de outro e ajudá-lo em suas tristezas. Diz Aristóteles que “quando há reciprocidade, a boa intenção é a amizade”. Levando em conta que a amizade é um sentimento que obedece aos limites dos laços humanos, ela exige sempre reciprocidade. Não é, neste caso, apenas um sentimento, mas uma construção de laço com o que há de responsabilidade para sua sustentação. O laço que os une é o desejo do bem. Neste caso ela não é um simples sentimento, mas um sentimento complexo que envolve uma noção de liberdade do outro a ser preservada.

Amizade é, sobretudo, desejar o bem de quem se ama, não desejar seus bens, nem proveitos, nem os prazeres que advém de seus bens. Não há amizade que se sustente por interesses, nem pelo status de se ter muitos amigos. Amigo é quem tem que valer por ele mesmo, pelo que é, e não pelo que possui em termos materiais ou pragmáticos. O amigo, como pessoa, não pode ser um meio pelo qual se pode alcançar um outro fim, mas deve ser um fim ele mesmo, o objetivo da amizade.

A amizade não pode ser uma máscara. Por isso, sua noção envolve sempre a verdade da relação para que seja algo excelente. Só é amizade se for verdadeira. Descobrir que um amigo não era verdadeiramente amigo é uma dor que pode ser maior que a perda de um amor. A um amigo, não basta, ser agradável ou útil, mas ter caráter. Nele não está em jogo a paixão que nos torna cegos e, por isso, por ser a amizade uma escolha com forte carga de racionalidade e consciência, sofremos tanto quando somos enganados. A rigor, podíamos ver e saber tudo e nos percebemos traídos por nós mesmos.


Marcia Tiburi

*Publicado na Revista Vida Simples. Novembro de 2006. Ed. 47. P. 54-55.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Pais lutam pelo direito de educar filhas em casa

As irmãs Vitória, de 11 anos, e Hannah, de 9, terão uma longa batalha pela frente para provar à Justiça de Serra Negra, no interior de São Paulo, que podem continuar estudando em casa, apenas com a ajuda dos pais.

Filhas de um americano com uma brasileira, as meninas foram tiradas da escola há três anos. Agora, os pais são alvo do Conselho Tutelar e do Ministério Público Estadual da cidade, que querem que eles cumpram o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), matriculando as meninas em uma escola regular.

Philip Ferrara, de 48, e Leila Brum Ferrara, de 44, são adeptos do movimento homeschooling ("ensino domiciliar", em inglês), prática de ensino amplamente difundida nos EUA - onde reúne mais de 1 milhão de adeptos -, mas proibida no Brasil.

As duas nasceram e viveram nos EUA por seis anos. No Brasil, os pais chegaram a matricular as meninas em uma escola regular particular, mas não gostaram da qualidade do ensino. Daí veio a decisão de oferecer a educação domiciliar para elas.

O problema é que o casal foi denunciado ao Conselho Tutelar, que constatou a ocorrência do que eles chamam de "evasão escolar" e pediu que o Ministério Público tome providências.

"Esses pais estão descumprindo o estatuto e precisam rematricular essas crianças na escola", afirmou uma conselheira que não quis se identificar.


Fonte:
Fernanda Bassette, O Estado de S.Paulo

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Praia de Majorlandia-CE - Esculturas em tamanho natural

O Brasil que temos, a Cidade que Queremos

Gostaria antes de qualquer pré-julgamento dizer o quanto aprecio o respeito e a discussão do campo das idéias dentro de uma reflexão individualmente e coletivamente.

Refletir o modelo de governo Local, e tratando-se do município de Pombal, é mais do que justo repensar uma sociedade mais justa, fraterna e solidaria do ponto de vista de acompanhar, fiscalizar e vistoriar a execução das obras municipais verificando minuciosamente os gastos com o dinheiro público, e as propostas e promessas se estão sendo cumpridas ao pé da letra.

Digo isto, por ainda vivermos os grandes porões da miséria, acorrentados pelas oligarquias que predominam e exploram os homens do Campo, mulheres e a grande maioria da juventude empobrecida que se quer tem oportunidade.
A fragilidade em Pombal é tão grande que não percebemos a falta de moradia das famílias do Cruzeiro, a falta de assistência as famílias, moradores da Favelinha no bairro Nova Vida, e sem contar a política assistencialista e eleitoreira que vivemos ao logo dos últimos anos.

Isto dar-se, pelo comodismo da grande parte da sociedade dita “solidária, religiosa, intelectualizada e conformista que temos”.

Como interferir numa política centralizadora, dominadora que fala as regras: você é Pinaraca ou você é Paruara, Vermelho ou é Amarelo?
Como desmistificar a idéia predominantemente das oligarquias detentoras e reguladora do poder econômico?

Por outro lado, a fragilidade das organizações sociais associações, movimento estudantil, comunidades rurais fica atrelados no conformismo.
E sem Contar ainda, a pobreza dos partidos políticos denominados “nanicos” com seus quadros de pouco poder de fogo econômico, ficam a mercê da pouca participação política administrativa, ficando com migalhas de um terceiro ou quarto escalão que mal dar para dizer; porque veio e para onde estar indo.

Ou seja, o poder arraigado em nosso município e visto ao olhar do vale quem tem. Se você tem uma bicicleta vale uma bicicleta, se tens um carro vale um carro, Se estar no Poder deixa para traz sua história e esquece quem a colocou lá. ( assista um filme quanto vale ou é por quilo)
Diante de tantas diversidades, encontramos ainda um Brasil de Brasileiros e Brasileiras, a exemplos do: saudoso Gestor Jairo Viera Feitosa a humildade, Levi Olimpio pela humanidade e o coração generoso que tinha com os pobres e a nossa inesquecível “Margarida da Creche” pelo trabalho social. E tantos outros Paraibanos e Sertanejos.

E vivemos novos tempos na esfera federal com a grande revelação extraordinária do homem que mudou a cara do Brasil e nos enche de fé, esperança e garra, para continuar a sonhar.

O populismo do ex-presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, com uma linguagem popular e de referência fortíssima ao anseio do povo mais pobre e miserável, fazendo corpo a corpo de forma a acalorada com o povão, transforma a vida dos mais pobres com o jeito bonito de governar.

Vivemos novas tempos, e não podermos deixar de registrar que os 8 anos do governo Lula, você tem 18 milhões saíram da linha da miséria , 32 milhões que saíram da linha da pobreza, 40 milhões de empregos novos com elevação salarial. Você tem 73 Conferencias Nacional com 70 mil pessoas participando para decidir sobre todos.

Os efeitos da mudança na política nacional trazem e traduzem as melhorias para qualidade de vida local, ou seja a municipalidade (administrar fazendo o bem comum ou promover a dignidade humana com justiça social), algo que deveria acontecer de maneira pontual e presente na vida do ser Humano Inacabado. Como diz o grande educador social - Paulo Freire “Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado, mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Está é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado”.

O entendimento político que deveríamos ter sobre conceitos de administrações municipais esbarra meramente no julgamento de ser situação ou oposição. Isto é o retrato do Brasil que vivemos que prega vergonhosamente que o poder emana do povo para o povo – Constituição de 88
Sinopse de um povo que costumava declamar ainda na minha adolescência e nas minhas falas atuais do autor: (Ronaldo da Remidos do Senhor)
Dizia a seguinte frase: Eu, ainda não consegui entender por quer a vida, não me deu chances, Se penso não existo, Se ajo não conquisto, Se calo sou comodista, se falo sou comunista. Quase ninguém fala por mim, nem o PSDB que vestes, nem o PMBD com forma e Poder. Nem o DEM, PDT ou PTB.

Quanto a mim todos Consumem sem ninguém querer perceber que estou passando Fome, Ninguém teve clemência quando sofri conseqüência do nazismo do fascismo do capitalismo que me faz padecer, que insiste em não querer me ver, miserável passando Fome. Vivi Juscelino com suas fantasias de Menino vivi Geisel, sem Geisel, Vivi Figueiredo e depois Sarney com o plano cruzado cobrando-me ágio. Vivi Collor e fui a Impeachment. Sem falar no outro Fernando que esqueci se sobre Nome.

E o meu nome!

Povo Brasileiro.


José Ribeiro da Silva – Dirigente da ONG – CEMAR, Memro da Executiva da ACONTESSER, ACONTEPAB, Fórum DCA, MNMMR, e dirigente partidario Vice-presidente Estadual do PMN -PB

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.

E que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.

É ter coragem para ouvir um não.

É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo"


Fernando Pessoa

Se não for agora, quando?

Não diga que é muito cedo, nem que é muito tarde,
ou que está escuro, é perigoso, muito alto, muito fundo, muito longe...

Não!

Se você não compreende o entusiasmo das escolhas que eu faço;
Se você não pode respeitar minhas loucuras e delícias;
se você não consegue me empurrar com amor e doçura para o miolo da Vida,
— não me segure, não me prenda, não me amarre.

Não tente me salvar de coisa alguma.
Não me afaste do que mais preciso.

Você tem a opção de testemunhar uma bela transformação,
ou de apenas fechar os olhos e dizer não.

Porque agora — agora é hora de voar,
é hora de abrir-me a todas as possibilidades.

Estou partindo em voo livre para dentro de mim!


Edson Marques


Reflexão

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto. "


Ruy Barbosa

Outro tipo de mulher nua

Nunca vi tanta mulher nua. Os sites da internet renovam semanalmente seu estoque de gatas vertiginosas. O que não falta é candidata para tirar a roupa. Serviu cafezinho numa cena de novela? Posa pelada. É prima de um jogador de basquete? Posa pelada. Caiu do terceiro andar? Posa pelada.

Depois da invenção do photoshop. Até a mais insignificante das criaturas vira uma deusa, basta dar uns retoquezinhos, aqui e ali. Dá uma grana boa. E o namorado apóia, o pai fica orgulhoso, a mãe acha um acontecimento, as amigas invejam, então pudor pra quê?

Não sei se os homens estão radiantes com essa multiplicação de peitos e bundas. Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os que têm mais de 14 anos.

Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade - emocionalmente.

Nudez pode ter um significado diferente e muito mais intenso. É assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história. É erótico ver uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente. Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias verdades, sem esconder seus pequenos defeitos - aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas, e não bonecas de porcelana. Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher em quem sempre se poderá confiar, mesmo que vire ex, mesmo que saiba demais.

Pouco tempo atrás, posar nua ainda era uma excentricidade das artistas, lembro que esperava-se com ansiedade a revista que traria um ensaio de Dina Sfat, por exemplo - pra citar uma mulher que sempre teve mais o que mostrar além do próprio corpo. Mas agora não há mais charme nem suspense, estamos na era das mulheres coisificadas, que posam nuas porque consideram um degrau na carreira. Até é. Na maioria das vezes, rumo à decadência. Escadas servem para descer também.

Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal mas, difícil por difícil, também é complicado abrir mão de pudores verbais, expor nossos segredos e insanidades, revelar nosso interior. Mas é o que devemos continuar fazendo. Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro. Não conheço strip-tease mais sedutor. Esse assunto pode ser algumas vezes repetido, mas creio que nesse caos, são necessárias algumas palavras para pensarmos um pouco. Coisa tão rara e não quista...


* Texto pescado da net. Autoria atribuida a Martha Medeiros

O jeito é rir!!!

Um paulista, trabalhando pesado, suado, terno e gravata, vê um baiano deitado numa rede, na maior folga.

O paulista não resiste e diz:

- Você sabia que a preguiça é um dos sete pecados capitais?

E o baiano, sem nem se mexer, responde:

- A inveja também!!!

Foto Markus Arns

"Eu gosto de viver.
Já me senti ferozmente,
desesperadamente,
agudamente infeliz,
dilacerada pelo sofrimento,
mas através de tudo ainda sei,
com absoluta certeza,
que estar viva é sensacional."

Agatha Christie

Google amplia acesso a arquivos do Holocausto

O Google lançou na quarta-feira um grande projeto de recuperação histórica com o museu nacional do Holocausto de Israel a fim de facilitar o acesso do público a documentos e fotos da era nazista.

O projeto foi apresentado na véspera do dia global de rememoração pelos 6 milhões de vítimas do Holocausto, que ocorre anualmente em 27 de janeiro.

Funcionários do Google e do museu Yad Vashem, criado no início da década de 1950, esperam que a Internet ajude a manter viva a lembrança da tragédia judaica, e que também possa agregar novas informações sobre o tema.

- Há muitas histórias importantes por aí. Se não as capturarmos, elas podem se perder - disse Yossi Matias, diretor de desenvolvimento do Google Israel.


Leia mais em O Globo

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Tempus fugit.

Tive, na infância, a doce e singela presença de um móvel petisqueiro igualzinho a este, onde a minha avó guardava todos os seus instrumentos de servir delícias e adoçar a nossa idade! Que saudades, que saudades...

Refrigerante de maconha será vendido nos EUA no próximo mês

Um refrigerante de maconha, o "Canna Cola", estará nas lojas do Estado americano de Colorado em fevereiro. Cada garrafa custará entre US$ 10 e US$ 15 e terá entre 35 e 65 miligramas de THC (tetrahidrocanabinol), o principal ingrediente psicoativo do cannabis, o gênero botânico utilizado para produzir haxixe e maconha.

As informações foram publicadas na revista americana "Time".

São 15 os Estados americanos onde o uso da maconha para fins medicinais é legal. No entanto, as condições para sua legalidade mudam de um lugar para o outro, e maconha, independentemente do propósito, continua sendo ilegal pelas leis federais.

Há um projeto de lei no Congresso assinado pela senadora Dianne Feinstein, conhecido como "Brownie Law", aprovado pelo Senado no ano passado. A proposta é aumentar as penas para os que fazem produtos que misturem maconha com "algo doce".

O criador do "Canna Cola" é o empresário Clay Butler, que assegura que nunca fumou maconha e que elaborou a bebida por "acreditar que os adultos têm o direito de pensar, comer, fumar, ingerir ou vestir o que quiserem", disse em entrevista à publicação "Santa Cruz Sentinel".

Além do sabor de cola, serão lançados, ao mesmo tempo, o de limão chamado "Sour Diesel", o de uva de nome "Grape Ape", o de laranja "Orange Kush" e, por fim, o inspirado na popular bebida Dr. Pepper, o "Doc Weed".

De acordo com Scott Riddell, criador da empresa que comercializará a bebida, os níveis de THC em "Canna Cola" serão menores que os de outras bebidas do mesmo tipo que já estão no mercado. O efeito no organismo é similar ao de uma "cerveja suave".


Deu na folha.com
Icapuí é um recanto esquecido desse imenso país. Uma cidadezinha de pescadores ao leste do Ceará ainda indescoberta pelas massas e pelos turistas. Ideal para um merecido descanso, longe da agitação, dos relógios do tempo e da tecnologia.

A cidadezinha, com cerca de 2.300 habitantes, tem sua economia centrada na pesca, no cultivo do caju e do artesanato em madeira e labirinto.

Para quem ainda não foi lá, Icapuí faz divisa com o Rio Grande do Norte e fica a 50 km de Canoa Quebrada e conta com pousadas com preços convidativos.

Dentre tantas praias, a de redonda se destaca por sua beleza.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ministros mais lentos deterioram desempenho do Supremo Tribunal Federal

Dados do projeto Meritíssimos, da Transparência Brasil, mostram que três dos dez ministros em atividade no Supremo Tribunal Federal (Joaquim Barbosa, Marco Aurélio e Dias Toffoli) acumulam, sozinhos, 50% dos 64,4 mil processos que permanecem sem resolução na Corte (congestionamento). No caso de Dias Toffoli, a quantidade elevada se deve ao fato de ele ter "herdado" mais de dez mil processos que o ex-ministro Menezes Direito deixou sem resolução quando morreu, em 2009.

No caso dos ministros Joaquim Barbosa e Marco Aurélio, o acúmulo de processos mantidos sem decisão resulta de um desempenho marcadamente mais lento desses ministros em comparação com seus colegas.

Enquanto ministros como Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello demoram cerca de 60 semanas, em média, para decidir sobre processos do ramo Tributário, Barbosa demora 114 semanas e Marco Aurélio, 82.

Os ministros do STF têm desempenhos bastante variáveis conforme o ramo do Direito e a classe processual (o tipo de processo). Na importante classe das Ações Diretas de Inconstitucionalidade, por exemplo, os ministros Cezar Peluso, com média de 219 semanas, e Celso de Mello, com 218 semanas, são cerca de duas vezes mais lentos do que Ellen Gracie (102) ou Gilmar Mendes (98).


Íntegra do site transparência brasil
Te sequestrei
Vou te reter pra sempre
Na minha ideia
No teu lugar, talvez
Fique alguma tonta, uma dublê
Uma mulher alheia


Romance, de Chico Buarque

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Cá entre nós no mundo. Nossos acessos registrados!

Brasil 43.163
Portugal 2.052
Estados Unidos 1.140
Dinamarca 302
Canadá 167
Alemanha 165
França 82
Moçambique 81
Itália 63
Holanda 60
“ Viaje segundo seu projecto próprio, dê mínimos ouvidos à facilidade dos itinerários cómodos, aceite enganar-se na estrada e voltar atrás, ou, pelo contrário, persevere até inventar saídas desacostumadas para o mundo.

Não terá melhor viagem.

A felicidade tem muitos rostos. Viajar provavelmente é um deles.

Entregue as suas flores a quem saiba cuidar delas, e comece. Ou recomece. Nenhuma viagem é definitiva. "


José Saramago

Caricatura, Glenn Ferguson

domingo, 23 de janeiro de 2011

Corra e olha o céu!

A elegância do comportamento


Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.

Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas no boca a boca.

É possível detectá-las nas pessoas que não usam um tom superior de voz.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante não ficar espaçoso demais.

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade. Sobrenome, jóias, e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras".

Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.

Educação enferruja por falta de uso.

E, detalhe: não é frescura.

Quando criei coragem para olhar meu interior, descobri que a vaidade, o orgulho e o egoísmo ainda governam e atordoam a paz que também mora em mim.

Descobri que ainda sou cego da beleza infinita, cego do tesouro da caridade que faz tantos corações harmoniosos e divinos.

Ainda valorizo as paixões, as ilusões e quase tudo que é transitório.

Que adianta eu ganhar o mundo e perder a alma?



* Baseado no texto “Educação enferruja por falta de uso” de Henri Toulosse Lautrec.

Entre aspas

"Há duas formas para viver sua vida. Uma é acreditar que não existe milagre. A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre".


Albert Einstein.

_____________________________________________________

"Nas horas graves, os olhos ficam cegos; é preciso, então, enxergar com o coração".


Antoine de Saint-Exupery


Porque me despes completamente
sem que eu nem perceba
E quando nua
por incrível que pareça
sou mais pura...
Porque vou ao teu encontro
despojada de critérios
liberto os mistérios
sem perder o encanto
do prazer

Porque
quando nua
sou única
e exclusivamente
tua

[Isabel Machado]

sábado, 22 de janeiro de 2011

Gilles Lipovetsky - O filósofo do hiperconsumismo


Há quem não veja muito espaço, ou utilidade, para a filosofia em um mundo tão cheio de opções. Quando se trabalha tanto, quando se tem 170 canais a cabo, quando seu Twitter pia o dia todo no celular, quem tem tempo para duas horas diretas sobre a análise da paradoxal sociedade de hiperconsumo? Na noite de quarta-feira, pelo menos 140 pessoas tinham. Em um evento promovido pela Trip em parceria com o Manioca, o espaço de eventos do restaurante Mani, o filósofo francês Gilles Lipovetsky falou a uma plateia de convidados sobre sua interpretação da sociedade de nossos dias.

O professor Lipovetsky é dos mais relevantes e provocativos pensadores da cultura contemporânea. Analisando alguns dos fenômenos mais importantes das últimas décadas, ele esbarra em temas que normalmente passam longe dos olhos dos filósofos: marcas, luxo, consumismo, redes sociais e as consequências emocionais de um mundo pós-pós-moderno. Uma época que ele batizou como hipermoderna se manifesta mais claramente no que Lipovetsky chama de hiperconsumismo. Um termo que pode enganar... hiperconsumismo não significa exatamente consumo exagerado, compulsivo. É algo mais sutil, e mais relevante, do que frenesis em shopping centers. Trata-se de uma mudança crucial no padrão e nas motivações do consumo humano.

Culto às marcas.

De acordo com Gilles, “a sociedade de consumo, comumente definida a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, era definida pelo consumo semicoletivo. A família comprava bens para o uso coletivo em casa. Uma TV, um carro, uma linha telefônica eram itens de desejo e status”. O que se vê a partir dos anos 70, mas que acelerou vertiginosamente a partir dos anos 80, sob a tutela americana de Ronald Reagan, foi o consumo dirigido quase que exclusivamente ao indivíduo. “Uma TV, um carro, um telefone por pessoa. E mais do que isso. Um culto às marcas e um desejo coletivo, que transcende classes sociais, por artigos e símbolos que denotem luxo.” Tudo, de acordo com Lipovetsky, para adular o indivíduo que volta suas paixões para si mesmo, seu ego e seu conforto, em um mundo de ideologias coletivas arruinadas.

"Vivemos em uma sociedade paradoxal, que não se equilibra facilmente entre o materialismo e a espiritualidade"

O professor analisa como esse fenômeno transformou as marcas em entidades onipresentes e como essa prioridade ao indivíduo serve aos interesses competitivos do mercado – e moldou, assim, uma nova cultura no trabalho, que demanda mais investimento emocional das pessoas e que contribui para o muito bem conhecido nível de ansiedade, tristeza e venda de antidepressivos neste começo de século. E é aí, através dessa infelicidade hiperconsumista, que Gilles faz sua mais contundente análise. A da relação entre felicidade e nossos hábitos. Entre a obsessão em produzir sensações constantes de bem-estar e boa autoestima com nosso estranho fracasso em obtê-los mesmo em um mundo em franco progresso.

Brasil, um laboratório exemplar.

“Trocamos o status pelo consumo como uma experiência emocional. E não acho isso necessariamente ruim. O problema é que o consumo e o mercado se tornaram objetivos em si. E não existe felicidade dentro de um paradigma egoísta, individualista e fora das relações humanas”, vaticina diante da heterogênea plateia. Esportistas de ponta como o big rider Carlos Burle e o snowboarder Felipe Mota, empresários como Álvaro Coelho da Fonseca, João Paulo e Pedro Paulo Diniz, artistas como Fernanda Lima, publicitários como Marcelo Serpa, João Farkas e Fran Abreu, são apenas alguns nomes que lotaram o espaço Manioca. Ouvidos diversos e atentos às palavras do professor: “Vivemos em uma sociedade paradoxal, que não se equilibra facilmente entre o materialismo e a espiritualidade. Entre a ideia bem difundida de que a felicidade é uma conquista interna e a projeção de nossos desejos em objetos e marcas.”

E se é o paradoxo que melhor define os tempos hipermodernos, para Gilles o Brasil é um laboratório exemplar para suas teses. “A enorme distância entre as classes e uma cultura que congrega tantos elementos consumistas e espirituais, que se inseriu de modo muito acelerado na sociedade de consumo, faz do Brasil um lugar muito significativo, onde a análise que proponho está clara”, ele diz em resposta a uma pergunta da plateia no fim de sua exposição. E conclui sua complexa coleção de argumentos com uma posologia mezzo filosófica, mezzo espiritual. “Precisamos criar novas paixões para conter a paixão consumista. Oferecer objetivos para mobilizar emoções além do consumo. O mercado não é ruim. Mas o culto do mercado apenas é o demônio”, pregou o papa da hipermodernidade.

Fonte: Revista Trip

Por que ainda não inventaram???





"Tenho a suspeita de que a espécie humana - a única - está prestes a extinguir-se e que a Biblioteca perdurará: iluminada, solitária, infinita, perfeitamente imóvel, armada de volumes preciosos, inútil, incorruptível, secreta."

Jorge Luis Borges

O comércio da fé!

O primeiro milagre do heliocentrismo.


*Claudio Ângelo e Rafael Garcia - Folha de São Paulo.


Eu, Claudio Angelo, editor de Ciência da Folha, e Rafael Garcia, repórter do jornal, decidimos abrir uma igreja.

Com o auxílio técnico do departamento Jurídico da Folha e do escritório Rodrigues Barbosa, Mac Dowell de Figueiredo Gasparian Advogados, fizemo-lo. Precisamos apenas de R$ 418,42 em taxas e emolumentos e de cinco dias úteis (não consecutivos) . É tudo muito simples.

Não existem requisitos teológicos ou doutrinários para criar um culto religioso. Tampouco se exige número mínimo de fiéis.

Com o registro da Igreja Heliocêntrica do Sagrado Evangélio e seu CNPJ, pudemos abrir uma conta bancária na qual realizamos aplicações financeiras isentas de IR e IOF. Mas esses não são os únicos benefícios fiscais da empreitada. Nos termos do artigo 150 da Constituição, templos de qualquer culto são imunes a todos os impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda ou os serviços relacionados com suas finalidades essenciais, as quais são definidas pelos próprios criadores. Ou seja, se levássemos a coisa adiante, poderíamos nos livrar de IPVA, IPTU, ISS, ITR e vários outros "Is" de bens colocados em nome da igreja.

Há também vantagens extratributárias. Os templos são livres para se organizarem como bem entenderem, o que inclui escolher seus sacerdotes. Uma vez ungidos, eles adquirem privilégios como a isenção do serviço militar obrigatório (já sagrei meus filhos Ian e David ministros religiosos) e direito a prisão especial.


LISTA DE IGREJAS ABERTAS NO BRASIL EM 2010 (até setembro)

- Igreja da Água Abençoada
- Igreja Adventista da Sétima Reforma Divina 
- Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder
- Congregação Anti-Blasfêmias
- Igreja Chave do Éden
- Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta 
- Igreja Batista Incêndio de Bênçãos
- Igreja Batista Ô Glória!
- Congregação Passo para o Futuro
- Igreja Explosão da Fé
- Igreja Pedra Viva
- Comunidade do Coração Reciclado 
- Igreja Evangélica Missão Celestial Pentecostal
- Cruzada de Emoções 
- Igreja C.R.B. (Cortina Repleta de Bênçãos)
- Congregação Plena Paz Amando a Todos 
- Igreja A Fé de Gideão
- Igreja Aceita a Jesus 
- Igreja Pentecostal Jesus Nasceu em Belém 
- Igreja Evangélica Pentecostal Labareda de Fogo
- Congregação J. A. T. (Jesus Ama a Todos)
- Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo 
- Igreja Pentecostal Uma Porta para a Salvação
- Comunidade Arqueiros de Cristo
- Igreja Automotiva do Fogo Sagrado 
- Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo 
- Assembléia de Deus do Pai, do Filho e do Espírito Santo
- Igreja Palma da Mão de Cristo
- Igreja Menina dos Olhos de Deus
- Igreja Pentecostal Vale de Bênçãos
- Associação Evangélica Fiel Até Debaixo DÁgua 
- Igreja Batista Ponte para o Céu
- Igreja Pentecostal do Fogo Azul
- Comunidade Evangélica Shalom Adonai, Cristo!
- Igreja da Cruz Erguida para o Bem das Almas
- Cruzada Evangélica do Pastor Waldevino Coelho, a Sumidade 
- Igreja Filho do Varão
- Igreja da Oração Eficiente
- Igreja da Pomba Branca 
- Igreja Socorista Evangélica 
- Igreja A de Amor 
- Cruzada do Poder Pleno e Misterioso 
- Igreja do Amor Maior que Outra Força
- Igreja Dekanthalabassi 
- Igreja dos Bons Artifícios
- Igreja Cristo é Show 
- Igreja dos Habitantes de Dabir 
- Igreja Eu Sou a Porta 
- Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo
- Igreja da Bênção Mundial
- Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse
- Igreja Barco da Salvação
- Igreja Pentecostal do Pastor Sassá
- Igreja Sinais e Prodígios
- Igreja de Deus da Profecia no Brasil e América do Sul
- Igreja do Manto Branco
- Igreja Caverna de Adulão
- Igreja Este Brasil é Adventista
- Igreja E..T.Q.B (Eu Também Quero a Bênção) (????????)
- Igreja Evangélica Florzinha de Jesus
- Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando 
- Ministério Eis-me Aqui
- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia
- Igreja Evangélica A Última Trombeta Soará
- Igreja de Deus Assembléia dos Anciãos
- Igreja Evangélica Facho de Luz
- Igreja Batista Renovada Lugar Forte
- Igreja Atual dos Últimos Dias
- Igreja Jesus Está Voltando, Prepara-te
- Ministério Apascenta as Minhas Ovelhas
- Igreja Evangélica Bola de Neve
- Igreja Evangélica Adão é o Homem 
- Igreja Evangélica Batista Barranco Sagrado
- Ministério Maravilhas de Deus
- Igreja Evangélica Fonte de Milagres
- Comunidade Porta das O velhas
- Igreja Pentecostal Jesus Vem, Você Fica 
- Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo 
- Igreja Evangélica Luz no Escuro
- Igreja Evangélica O Senhor Vem no Fim 
- Igreja Pentecostal Planeta Cristo
- Igreja Evangélica dos Hinos Maravilhosos 
- Igreja Evangélica Pentecostal da Bênção Ininterrupta
- Assembléia de Deus Batista A Cobrinha de Moisés 
- Assembléia de Deus Fonte Santa em Biscoitão 
- Igreija Evangélica Muçulmana Javé é Pai 
- Igreja Abre-te-Sésamo 
- Igreja Assembléia de Deus Adventista Romaria do Povo de Deus
- Igreja Bailarinas da Valsa Divina
- Igreja Batista Floresta Encantada 
- Igreja da Bênção Mundial Pegando Fogo do Poder 
- Igreja do Louvre
- Igreja ETQB, Eu Também Quero a Bênção
- Igreja Evangélica Batalha dos Deuses 
- Igreja Evangélica do Pastor Paulo Andrade, O Homem que Vive sem Pecados 
- Igreja Evangélica Idolatria ao Deus Maior
- Igreja MTV, Manto da Ternura em Vida 
- Igreja Pentecostal Marilyn Monroe 
- Igreja Quadrangular O Mundo É Redondo 
- Igreja Pentecostal Trombeta de Deus (Samambaia -DF)
- Igreja Pentecostal Alarido de Deus (Anápolis -GO)
- Igreja pentecostal Esconderijo do Altíssimo (Anápolis -GO) 
- Igreja Batista Coluna de Fogo (Belo Horizonte -MG)
- Igreja de Deus que se Reúne nas Casas (Itaúna -MG)
- Igreja Evangélica Pentecostal a Volta do Grande Rei(Poços de Caldas-MG)
- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia (Uberlândia -MG)
- Igreja Evangélica a Última Trombeta Soará (Contagem -MG)
- Igreja Evangélica Pentecostal Sinal da Volta de Cristo (Três Lagoas -MS)
- Igreja Evangélica Assembléia dos Primogênitos (João Pessoa -PB)
- Ministério Favos de Mel (Rio de Janeiro -RJ)
- Assembléia de Deus com Doutrinas e sem Costumes (Rio de Janeiro -RJ)