terça-feira, 30 de junho de 2009

Quando os ponteiros atrasam


Houve uma época em que substituir o relógio defeituoso não era uma tarefa tão simples e tão barata assim. O relógio de pulso (conta-se inventado por Santos Dumont) era alçado à condição de estima e amoldava-se à anatomia do nosso corpo, quase como parte integrante dele. Naquele tempo em Pombal, apesar do apito da Brasil Oiticica, que nos apontava a direção do tempo com seu grito sempre às onze horas, o relógio de pulso era algo pessoal, intransferível, e atingia quase o status de valor sentimental, muitas vezes, arrolado como herança de pai para filho.

Diferentemente de hoje que quando o relógio silencia logo nos aborda um desses camelôs com relógios de todo jeito, para todos os gostos e de todas as marcas. Qualquer R$ 15,00 (quinze reais) e pronto. Relógio novo no braço! Garantia que é bom, nem pensar.

Em idos pretéritos, ao menos na terrinha de Maringá, as coisas eram diferentes. Quando os ponteiros se perdiam no seu compasso, o jeito mesmo era levá-lo para uma boa limpeza ou troca de alguma de suas engrenagens. Conviver com o defeito e o desalinho dos ponteiros com o tempo ainda hoje é bastante complicado, sobretudo numa sociedade como a nossa, onde tudo tem hora e data e o tempo parece caminhar a galope. O poeta Augusto dos Anjos que o diga. Vaticinava ele “triste, a escutar pancada por pancada, a sucessividade dos segundos, ouço, em sons subterrâneos, do orbe oriundos, o choro da energia abandonada!”

Mas em Pombal, quando o relógio apresentava problemas não tinha (ou não tem) outra saída senão conduzi-lo a Zé Nogueira, relojoeiro de muitos anos, decano da cidade, onde atende a freguesia da cidade e das cercanias rurais há 54 anos, sempre no mesmo consultório do tempo, instalado com a sua banquinha de madeira ladeada de vidros, num pequeno prédio localizado à Rua Antônio Mamede, 106. Para ser mais preciso, em frente ao açougue público da cidade. Impossível se errar o caminho.

José Nogueira, hoje com 71 anos, nascido em Juazeirinho-PB, aportou em Pombal aos cinco anos de idade, nos anos de 1943. Aqui casou-se e constituiu família composta por dez filhos, todos criados com a arte de acudir relógios, profissão herdada do pai Antônio Nogueira. Dos dez filhos, apenas três se aventuram com os relógios, mas nenhum adotou o ofício por profissão.

O relojoeiro, o ferreiro, o flandeiro assim como o sapateiro, são profissões que estão em plena extinção, vão aos poucos sumindo sem deixar sucessores. E se em algumas cidades elas ainda resistem, é graça à abnegação de profissionais como José Nogueira, que apesar dos anos e do relevante serviço prestado ao tempo desta terra, oficialmente ainda não foi lembrado com a outorga de cidadão pombalense, embora a honraria já lhe tenha sido incorporada naturalmente em seu coração.

No seu dia a dia, sua menor incursão cirúrgica em um relógio, acredite, custa R$ 0,50 (cinqüenta centavos de real), as mais complexas podem chegar a R$ 20,00 (vinte reais).

Inúmeras vezes, quando criança, acudia a seu Zé para adquirir vidros de relógios já sepultados e esquecidos pelos proprietários em sua loja, a fim de utilizá-los como jogadores de futebol de botão. Fazia desses vidros de velhos relógios verdadeiros craques de mesa.

Mas Zé Nogueira não se notabilizou apenas pela sua habilidade com os relógios, mas, sobretudo, pelo seu caráter, seriedade e honestidade, matéria-prima escassa hoje em dia. Cansei de vê-lo abrir o relógio e devolvê-lo ao cliente sem lhe cobrar nenhum tostão. – Era só uma “crostazinha”, justificava ele, entregando de volta o marcador de horas.

De outro modo, quando o reparo era feito, a garantia do serviço era cuidadosamente exposta, com a fixação da data do conserto escrito com meio lápis grafite na parte interna da tampa do relógio. Para ele, aquela datação tem a valia de qualquer contrato passado em cartório.

Hoje, já cansado, aos 71 anos, o velho cirurgião dos relógios já consertou adiantando ou atrasando o tempo de muitos pombalenses, só não conseguiu parar o seu próprio tempo que, caprichosamente, teima em tingir-lhe os cabelos com fios prateados.


Teófilo Júnior

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Preço alto da telefonia é responsabilidade do Congresso, diz o ministro das Comunicações Hélio Costa

O ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), afirmou em entrevista exclusiva ao UOL Notícias que os altos preços dos serviços de telefonia no país só serão reduzidos com uma ação do Congresso Nacional, que é quem pode rever a Lei Geral das Comunicações.

"Não é o presidente da República, não é o ministro das comunicações que pode alterar a Lei Geral das Telecomunicações. A lei foi feita pelo Congresso", afirmou Hélio Costa. O ministro atribuiu ao modelo estabelecido no período das privatizações a permanência da assinatura básica para os telefones.

"Estabeleceu-se um padrão para que todas as empresas pudessem ter lucro nos primeiros anos de sua implantação. O primeiro desses padrões foi uma taxa fixa para a assinatura básica. Essa taxa deveria existir por aproximadamente dez anos. O preço fixo da assinatura básica, que hoje está em torno de R$ 40, foi instituído como uma garantia", disse ele. "Na medida em que as empresas estivessem indo muito bem, esse preço deveria ir caindo. Mas ele acabou se transformando numa segurança de receita das empresas."

Questionado se não estava transferindo a responsabilidade do governo, que tem amplo apoio popular e conta com a sustentação do partido de Costa, PMDB, no Congresso, o ministro afirmou: "Eu tentei. Há três anos e meio tento implantar o telefone social. O presidente da República nos deu autorização de fazermos o projeto, encaminhá-lo até como projeto do Executivo (...). O projeto do telefone social está no plenário [da Câmara] há mais de três anos e não é colocado em pauta."

Hélio Costa foi citado algumas vezes durante a crise do Senado. Sua secretária no ministério era paga pelo Senado, sua família usaria em Belo Horizonte um motorista pago pelo gabinete do senador Wellington Salgado, seu suplente, e uma jornalista da rádio Itatiaia também recebia salário do seu gabinete, na época em que o ministro, senador licenciado desde agosto de 2005, estava no Congresso. Costa disse que nenhum dos três está lotado no Senado e deu sua versão para cada um dos fatos. Também disse que não sabia que havia ato secreto no Senado. "E duvido que meus colegas soubessem que a administração do Senado fazia atos secretos."


Fonte: Rodrigo Flores e
Haroldo Ceravolo Sereza
Do UOL Notícias
Em São Paulo

sábado, 27 de junho de 2009

Zé Preá

O tempo, juiz de todos nós, se encarrega de prolatar algumas sentenças em nossas vidas, algumas, por sua natureza e precisão, são intocáveis e incorrigíveis em sua proficência e recordação. Uma que não me foge a mente nem me escapa os seus efeitos é a de que os amigos a gente escolhe, os parentes não. Talvez por isso tenhamos alguns amigos que mesmo longínquos são mais afeiçoados que irmãos. Nada contra os parentes, que por sinal, são poucos e distantes, também nenhum óbice aos amigos, patrimônio singular que ajuntei ao longo dessa vida, todos com defeitos e qualidades. Dentre eles, um cuidou de povoar-me a infância com mais freqüência na velha Fazenda Timbaúba e ainda hoje quando nossos caminhos se esbarram, privo com ele, vez por oura, de um dedinho de prosa e de sua agradável companhia. Trata-se de José Morais Pereira, de todos conhecido como Zé Preá, cujo apelido desconfio surgido de seu apurado gosto pela caça do roedor que vive nos capinzais à beira de córregos, lagoas e rios, saindo ao anoitecer para se alimentar de gramíneas. Cidadão comum, agricultor, sanfoneiro por opção, gente do povo, de poucas letras, embora dono de uma concordância gramatical muito própria, patenteada por ele e me parece que de uso exclusivíssimo.

Quando nós fomos apresentados, ele me pareceu mais velho do que eu; atualmente tenho dúvidas de que o Zé esteja muito mais novo, corado e disposto. Seu elixir? Nada de coisa do outro mundo: trabalha feito um touro, come como um padre e dorme como um urso. Afora isso, como dizia o poeta H. Dobal, “não lhe arde o desespero de ser dono de nada.” Preocupação mesmo só de ano em ano, com o inverno ou com a seca. Frequenta a cidade só para fazer a feira ou tirar um panarício. Disfrusco, tosse braba e a papeira dos meninos cura mesmo é com o remedinho do mato.

Foi o Zé quem me mostrou a mira e o estampido de uma lazarina, a atirar de balieira (ou baladeira como muitos chamam), a escolher um bom cambito e uma boa liga de pneu de bicicleta. E estava feito o estilingue, era só se embrenhar no mato.

Nascido e criado na roça, Zé Preá foi sempre munido de crenças, superstições e sabedorias. Perda de tempo era lhe assegurar a inexistência de botija, e mal-assombro lhe causava medo. Respeitava os dias grandes, inclusive a sexta-feira santa e era escabreado na sexta-feira treze. O trovão é o pai da coalhada. O leite de pinhão mata veneno de cobra. Pra curar hemorragia receitava a entrecasca do angico. A cantiga da acauã era prenuncio de seca na certa. A asa branca adivinhava chuva. O canto da coruja, da mãe-da-lua, da peitica e do bacurau era sinal de mal agouro.

A sua crença e superstição o torna até ingênuo e em sua sabedoria chega a ser desconfiado. Não há quem lhe convença que o homem foi à lua. Se foi, não volta. Se voltar é porque não foi.

A gordura é sinal de perigo. Se cobrir o coração mata. Vaticina ele, numa entonação quase apocalíptica! Talvez por isso ainda hoje se mantenha esguio. Nutrido o suficiente para segurar a sanfona e a lida no campo.

Manso no falar, abre a sanfona no terreiro de chão batido de sua casa de taipa onde a lua teima em clarear. Um acorde, um floreio, um verso solto, uma toada, uma voz que se perde na caatinga à dentro. Um grito de esperança e fé, marca de todo sertanejo calejado e forte.

Tem na água sua maior fortuna e a seca seu maior martírio. A chuva ele espera até o dia de São José. Não chegando, paciência, não vem mais.

Vigilante, é atento aos sinais da natureza. Os ninhos do João-de-barro, fura-berreira, o alvoroço das tanajuras, a festa das saúvas e o esconderijo dos marimbondos são sempre evidência de bom inverno e legumes fartos.

Talvez ele nem saiba, mas tive com o Zé uma convivência das mais valiosas e duradouras. Mas, um dia, tivemos de nos separar. Cortinas que se abrem no espetáculo da vida. Resolvi ir para a capital ser “doutor” e Zé Preá continuou aqui, sendo "doutor" na vida! Pena que nunca mais pude tomar as suas lições.


Teófilo Júnior

Junho de 2009

sexta-feira, 26 de junho de 2009

terça-feira, 23 de junho de 2009

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Presídio treina detentos para “fugir” em caso de emergência; penitenciária fica em área de dutos


O presídio Simões Filho, que fica perto de Salvador (BA), precisa treinar os detentos para 'fugir' em caso de emergência, uma vez que fica em área considerada de risco pela proximidade dos dutos do Pólo Petroquímico de Camaçari.

A informação consta de reportagem da "Agência Brasil" sobre a situação de presídios brasileiros.

Conforme a reportagem, o local tem 250 detentos e foi construído em 2002 mesmo sob protesto da Petrobras. Havia um estudo que mostrava que, no caso de acidente com produtos tóxicos, a área tinha que ser evacuada em dez minutos.

O Ministério Público da Bahia firmou termo com o governo estadual, responsável pelo presídio, para que, no caso de emergência, todas as portas do presídio sejam abertas eletronicamente.


Todos os presos que chegam no local são orientados sobre a rota de fuga no caso de acidentes.

A "Agência Brasil" informou que todos os detentos que chegam ao local assistem um vídeo com instruções.

Os presos do local estão em regime semi-aberto: saem durante o dia para trabalhar, mas dormem no presídio com celas trancadas.

Políticos locais, entidades e governo do estado discutem a desativação do presídio.


Fonte: G1

domingo, 21 de junho de 2009

Chico de Pombal e Adilson Ribeiro - Brinquedo usado

Pombalenses, os nossos conterrâneos Adilson Ribeiro e Chico de Pombal estão participando do quadro do Programa do Fausto Silva na "Garagem do Faustão”. Para que eles sejam selecionados há a necessidade de procedermos com a maior quantidade de votos possíveis.

Assim, vamos todos votar no vídeo e torcer pelos nossos patrícios.

Para tanto, basta acessar o sitio www.globo.com/domingao e clicar no link "na Garagem do Faustão”, na aba de "Busca", coloca-se o titulo da musica "Brinquedo usado"abaixo aparece o vídeo pra vc assistir e votar.

Uma outra opção é já ir direto no linkhttp://domingaodofaustao.globo.com/Domingao/Garagemdofaustao/0,,16989,00.html que já direciona ao vídeo http://domingaodofaustao.globo.com/Domingao/Garagemdofaustao/0,,16989,00.html

Pelo menos 11 estados abrirão concurso para cartórios até o início de 2010

CNJ determinou saída de não-concursados que assumiram após 1988.

Órgão estima que 5 mil cartórios no país estejam em situação irregular.


Cartorário ganha conforme o volume de serviços e arca com os custos do cartório: aluguel e funcionários, por exemplo. Depois de o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) regulamentar os critérios para concurso público nos cartórios de todo o país, pelo menos 11 estados abrirão, até o começo do ano que vem, processo seletivo para preenchimento de cargos.

Confira lista de concursos e oportunidades

Entre os estados que preveem concurso estão Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Roraima.

O CNJ determinou, no dia 9 de junho, que todos os responsáveis por cartórios do país que assumiram o cargo depois da Constituição de 1988 sem fazer concurso público deixem a função. A estimativa do conselho é de que 5 mil estejam nessa situação.

Quem entrou no cargo antes da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988, ganhou o que se chama de "direito adquirido" e pode ficar no cargo.

A partir da resolução do CNJ, os Tribunais de Justiça, responsáveis por controlar os serviços dos cartórios em cada unidade da federação, têm 45 dias para informar ao CNJ sua situação.

O G1 apurou a situação nos 26 estados mais Distrito Federal. Confira abaixo:


ESTADO - SITUAÇÃO

Acre - No estado, os cartórios ainda estão em fase de privatização. Um concurso foi aberto em 2006 para os titulares, que serão nomeados quando a privatização for concluída.

Alagoas - O TJ faz levantamento para depois nomear comissão para o concurso. Relatório feito no ano passado apontou mais de 200 cartórios em situação irregular.

Amapá - Não respondeu.

Amazonas - Não respondeu.

Bahia - O processo de privatização dos cartórios no estado deve ser concluído até o fim do ano. Em julho, um projeto de lei será enviado à Assembleia Legislativa. São 1,4 mil os cartórios do estado. Há previsão de concurso para até o fim do ano.

Ceará - Após conclusão do recadastramento, cartorários não-concursados serão afastados. Em seguida, será aberto concurso para preenchimento das vagas.

Distrito Federal - Segundo o TJ, desde 1988 nenhum cartório foi assumido por titular sem concurso. Do total de 36 cartórios, 6 estão com vagas abertas. Há um concurso em andamento para preencher duas das vagas disponíveis.

Espírito Santo - O TJ informou que 83 cartorários podem ser afetados com a decisão do CNJ. Eles já haviam sido destituídos do cargo, mas recorreram ao STF. Já foi realizado concurso para 160 vagas que está em fase de homologação.

Goiás - Resultado final de concurso para 334 vagas deve sair no dia 29. TJ prevê novo concurso, para um número de vagas menor, ainda este ano.

Maranhão - No estado, são 82 cartorários que podem ser destituídos do cargo. Foi realizado concurso para cerca de 120 vagas que está em fase de homologação, mas o tribunal estima que será feito outro concurso para cumprir a norma do CNJ. Não há previsão de vagas.

Mato Grosso - A Procuradoria-Geral de Justiça está fazendo um levantamento para verificar a situação de todos os cartorários para então fazer concurso.

Mato Grosso do Sul - Há um concurso em andamento para 63 vagas, o que deverá regularizar a situação no estado.

Minas Gerais - Atualmente, três concursos estão em andamento para preencher 1.186 vagas, o que deverá regularizar a situação no estado.

Pará - O TJ deverá instituir uma comissão para fazer o levantamento de todas os cartórios do estado.

Paraíba - De acordo com balanço parcial do TJ, até o momento concursos devem ser lançados para 269 vagas.

Paraná - O TJ está fazendo um levantamento que será passado diretamente ao CNJ.

Pernambuco - São cerca de 480 os cartórios no estado e, segundo o TJ, a maioria dos que assumiram após 1988 não fizeram concurso público. Tribunal estima que seja realizado concurso até o começo de 2010; levantamento sobre número de vagas está sendo realizado.

Piauí - TJ está realizando levantamento, mas prevê que haja concurso público até fim do ano para cerca de 100 vagas.

Rio de Janeiro - Tribunal está realizando levantamento e, segundo assessoria do órgão, o corregedor determinou "prioridade total e celeridade" no processo.

Rio Grande do Norte - 91 vagas deverão ser abertas por concurso público.

Rio Grande do Sul - O TJ prevê concurso este ano para 14 cartórios extrajudiciais que deverão ficar vagos.

Rondônia - TJ faz levantamento para saber se será preciso novo concurso. No fim do ano passado foi homologado concurso para 46 vagas.

Roraima - Está previsto edital de concurso para sair este ano.

Santa Catarina - O TJ prevê o total de 271 vagas no estado. Caso o concurso iniciado em 2007 e que está suspenso, aguardando decisão do STJ, seja retomado, todas as vagas deverão ser preenchidas.

São Paulo - Segundo o TJ, todos os cartorários que assumiram após 1988 são concursados. Entre 2 e 16 de julho é possível se inscrever para concurso com 398 vagas de cartorário, das quais 265 para ingresso e 133 para remoção.

Sergipe - A Corregedoria do TJ está fazendo levantamento a pedido do CNJ.
Tocantins O TJ informa que há um concurso em fase de conclusão para 120 vagas.


Fonte: Mariana Oliveira e Marta Cavallini
Do G1, em São Paulo

Primeiro escritório para causas LGBT chega ao país


Depois de 35 anos dedicados à magistratura, a doutora Maria Berenice Dias abriu o primeiro escritório especializado em direito homoafetivo do país, localizado em Porto Alegre (RS). Para ela, nada justifica que o casamento seja restrito a heterossexuais. "Nem a capacidade de ter filhos nem a diversidade de sexos estão na lei como condição para o casamento", diz.

A advogada relata que as conquistas dos homossexuais estão sendo concretizadas nos tribunais, pois não existem leis que reconhecem os direitos para esse público.

Segundo ela, a principal questão que deveria ser assegurada para os gays é em relação ao casamento. "Seria importante, porque não dependeria só do juiz conceder o direito ou não. Acho que essa seria uma conquista significativa, porque não há por que deixar alguém sem ter acesso ao direito à felicidade e de construir uma vida", declara.

Dias acredita que, apesar de existirem 17 projetos de leis em tramitação a favor dos homossexuais, não há possibilidade de eles serem aprovados.
"Existe uma omissão perversa do legislador, não sei se por ter medo de ser rotulado homossexual, ou por medo de desagradar o eleitorado, que a maioria é de heterossexual" .

A advogada, que foi a primeira mulher a ingressar na magistratura do Rio Grande do Sul e a primeira desembargadora do Tribunal de Justiça do Estado, conta que também sofre preconceito.

"Primeiro, fui discriminada porque quis ser juíza e entrar em um 'gueto' totalmente masculino. Depois, como magistrada e heterossexual, [estava] defendendo o direito dos homossexuais. E por incrível que pareça, agora, que eu sou advogada, eu sou discriminada pelo fato de eu ter sido magistrada e ter aberto um escritório especializado em direito homoafetivo", comenta.


Fonte:
VANESSA TEODORO
da Folha Online

Serafim e seus filhos - Ruy Maurity

Curió revela que Exército executou 41 no Araguaia


Até hoje eram conhecidos 25 casos de guerrilheiros mortos; relato do oficial confirma e dá detalhes da perseguição

Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o major Curió, o oficial vivo mais conhecido do regime militar (1964-1985), abriu ao Estado o seu lendário arquivo sobre a Guerrilha do Araguaia (1972-1975).

Os documentos, guardados numa mala de couro vermelho há 34 anos, detalham e confirmam a execução de adversários da ditadura nas bases das Forças Armadas na Amazônia.

Dos 67 integrantes do movimento de resistência mortos durante o conflito com militares, 41 foram presos, amarrados e executados, quando não ofereciam risco às tropas.

Até a abertura do arquivo de Curió, eram conhecidos 25 casos de execução. Agora há 16 novos casos, reunidos a partir do confronto do arquivo do major com os livros e reportagens publicados. A morte de prisioneiros representou 61% do total de baixas na coluna guerrilheira.

Uma série de documentos, muitos manuscritos do próprio punho de Curió, feitos durante e depois da guerrilha, contraria a versão militar de que os mortos estavam de armas na mão na hora em que tombaram.

Muitos se entregaram nas casas de moradores da região ou foram rendidos em situações em que não ocorreram disparos.

Os papéis esclarecem passo a passo a terceira e decisiva campanha militar contra os comunistas do PC do B - a Operação Marajoara, vencida pelas Forças Armadas, de outubro de 1973 a janeiro de 1975.

O arquivo deixa claro que as bases de Bacaba, Marabá e Xambioá, no sul do Pará e norte do Estado do Tocantins, foram o centro da repressão militar.


Fonte: o estado de s.paulo
De Leonencio Nossa

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Jovens: 35,4% fizeram sexo antes de 15 anos

Na faixa etária até 24 anos, 21,9% admitiram ter tido mais de uma dezena de parceiros

De cada cinco jovens entre 15 e 24 anos, um já ultrapassou a marca de dez parceiros diferentes ao longo da vida sexual. Isso significa que 21,9% dos jovens sexualmente ativos assumem já ter tido mais de uma dezena de parceiros. A alta rotatividade dos relacionamentos é considerada um dos principais desafios às políticas de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis na adolescência e no início da vida adulta.

No entanto, a pesquisa sobre o comportamento dos brasileiros também mostra que os jovens têm mais informação sobre os métodos contraceptivos e a importância de usar a camisinha.

Nessa faixa dos 15 aos 24, 14,6% disseram ter tido mais de cinco relações sexuais sem compromisso nos 12 meses que antecederam a pesquisa. O número é o dobro do registrado entre os brasileiros de 25 a 49 anos (7,2%). Os jovens iniciaram a vida sexual mais cedo (35,4% disseram ter tido a primeira relação antes dos 15 anos) e tiveram mais relações no último ano com parceiros que conheceram na internet (10,5%). O estudo também mostra que 8,7% dos jovens já tiveram ao menos uma relação homossexual antes de
completar os 25 anos.

Entre todas as faixas etárias, a evolução é comparativa a um estudo parecido feito em 2004. Segundo o ministério, na ocasião, 25,2% dos entrevistados relataram terem feito sexo com 15 anos ou menos. Em 2008, 27,7% relataram sua primeira experiência sexual com 15 anos ou menos.


Fonte: O Globo

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Almir Sater- Tocando em frente

Seio de virgem


SEIO DE VIRGEM

Quand on te voit, il vient à maints
Une envie dedans tes mains
De te tâter, de te tenir...
CLÉMENT MAROT

O que sonho noite e dia,
E à alma traz-me poesia
E me torna a vida bela...
O que num brando roçar
Faz meu peito se agitar,
É o teu seio, donzela!

Oh! quem pintara o cetim
Desses limões de marfim,
Os leves cerúleos veios
Na brancura deslumbrante
E o tremido de teus seios?

Quando os vejo... de paixão
Sinto pruridos na mão
De os apalpar e conter...
Sorriste do meu desejo?
Loucura! bastava um beijo
Para neles se morrer!

Minhas ternuras, donzela,
Voltei-as à forma bela
Daqueles frutos de neve...
Ai!... duas cândidas flores
Que o pressentir dos amores
Faz palpitarem de leve.

Mimosos seios, mimosos,
Que dizem voluptuosos:
"Amai, poetas, amai!
Que misteriosas venturas
Dormem nessas rosas puras
E se acordarão num ai!"

Que lírio, que nívea rosa,
Ou camélia cetinosa
Tem uma brancura assim?
Que flor da terra ou do céu,
Que valha do seio teu
Esse morango ou rubim?

Quantos encantos sonhados
Sinto estremecer velados
Por teu cândido vestido!
Sem ver teu seio, donzela,
Suas delícias revela
O poeta embevecido!

Donzela, feliz do amante
que teu seio palpitante
Seio d’esposa fizer!
Que dessa forma tão pura
Fizer com mais formosura
Seio de bela mulher!

Feliz de mim... porém não!...
Repouse teu coração
Da pureza no rosal!
Tenho no peito um aroma
Que valha a rosa que assoma
No teu seio virginal?...


Álvares de Azevedo

Celso Furtado: um apaixonado pela razão


Início de 1963, aeroporto de Congonhas, São Paulo, porta de desembarque, sábado ensolarado. Lá estava eu aguardando a chegada de um Convair da Ponte Aérea que trazia o então ministro do Planejamento, Celso Furtado, para levá-lo a um debate sobre o Plano Trienal, preparado por ele mesmo para João Goulart, cujo governo saíra fortalecido depois da recente vitória do presidencialismo contra o sistema parlamentarista, num plebiscito.

Eu tinha 20 anos e presidia a União Estadual dos Estudantes, que, junto com a UNE, organizara o seminário. Celso chegou sozinho, elogiou a iniciativa do debate e propôs tomarmos um café, antes de seguirmos para a Cidade Universitária. Por seus livros e, principalmente, pela Operação Nordeste e criação da Sudene, para nós ele já era um mito e foi uma surpresa constatar que era um homem simples, cordial e discreto.

Na mesa, o debatedor principal era Mário Alves, baiano da geração do ministro e dirigente nacional do Partido Comunista Brasileiro. O Plano Trienal pretendia, de fato, combater a inflação, naquela altura superior a 50% ao ano, promover reformas no setor público e oferecer um caminho para que a economia brasileira retomasse o dinamismo da segunda metade da década anterior. Previa deter o galope inflacionário combatendo o déficit público, controlando a expansão monetária, melhorando a oferta agrícola, atenuando o desequilíbrio externo e freando a espiral preços-salários.
A esquerda criticava não os objetivos, mas os instrumentos e a consistência do próprio plano, que, embora defendesse a reforma agrária, não previa a ampliação da participação do Estado na economia nem maiores restrições ao capital estrangeiro, considerados por ela como fatores chave de qualquer estratégia econômica nacional bem-sucedida.

Para os padrões atuais, o debate foi civilizadíssimo. Mário Alves, que poucos anos depois morreria assassinado sob tortura nos porões da ditadura, falou de forma crítica mas bem-educada, e as perguntas e comentários do público seguiram a mesma linha. As pessoas, principalmente estudantes, estavam a fim de se informar, de aprender. Celso fez uma exposição clara, com domínio de conceitos e perspectiva histórica, rebateu de forma suave as críticas, esclareceu dúvidas e respondeu com clareza e elegância a todas as questões. Um poço de racionalidade. Ganhou o debate e mesmo aqueles que não se convenceram de suas teses devem ter saído de lá desejando que sua razão fosse a verdadeira. A maioria, estivesse ou não fora da realidade, não apostava no quanto pior melhor. Naquela tarde, assistindo ao debate (e até falando, imaginem!), decidi que, depois de concluir meu curso de engenharia, iria estudar economia. Ficara fascinado pelo duelo entre Mário e Celso, e, mais ainda, com a complexidade da economia e dos problemas econômicos do país, cuja compreensão pareceu-me essencial para a construção do Brasil que ambiciosamente sonhávamos.


No bojo da instabilidade política e sob o impacto da aceleração da inflação, que já estava em andamento, as diretrizes do Plano Trienal mal saíram do papel. No segundo semestre daquele ano, Celso já havia voltado para a Sudene. Em abril do ano seguinte, rumava para o exterior, depois do golpe militar que cassou seus direitos políticos e vitimou a democracia brasileira do pós-guerra. Já nos primeiros meses angustiados do exílio, inicialmente na França, debrucei-me sobre três livros do ex-ministro brasileiro: "Formação Econômica do Brasil", "Desenvolvimento e Subdesenvolvimento" (um conjunto de ensaios que, para mim, são o melhor livro de Celso Furtado) e "A Pré-Revolução Brasileira". Ele combinava os instrumentos da melhor análise econômica cambridgeana, o conhecimento histórico, o domínio e a confiança na razão como elemento mobilizador e transformador das sociedades. Um estilo seco, objetivo, sem qualquer grandiloqüência.

Nenhum intelectual exerceu tanta influência entre nós quanto Celso Furtado, e nenhum brasileiro foi tão reconhecido, ouvido e publicado no exterior como ele, com sua obsessão pela compreensão histórico-estrutural do processo de subdesenvolvimento e das condições complexas para superá-lo. Um dos fundadores da "escola" estruturalista latino-americana, ele foi seu mais profícuo formulador.Com Celso, aliás, vai o último grande personagem dessa escola, que firmou o que há de identidade latino-americana na segunda metade do século passado: Raul Prebisch, Jorge Ahumada, Juan Loyola e o grande Aníbal Pinto. Como disse ontem seu principal auxiliar na Sudene, Francisco de Oliveira, "poucos cientistas sociais podem se orgulhar de terem visto suas idéias transformarem-se em força social e política; a obra de Furtado passou por essa dura prova da história. Contra ou a favor, ela exige que se tome posição a seu respeito".

Uma obra cuja valorização é extremamente oportuna quando nosso país vai completando um quarto de século de semi-estagnação econômica, a pior fase desde o ultimo terço do século 19 -e, mais ainda, quando a falta de um projeto nacional de desenvolvimento chega a ser apreciada pelo pensamento dominante como virtude nacional. Como se as grandes questões do país pudessem ser resolvidas pela combinação de "inativismo" estatal, sinalizações amigas ao mercado e assistencialismo, estigmatizando-se o debate sobre políticas macroeconômicas alternativas.

A última vez que encontrei Celso Furtado foi em abril último, no seu pequeno apartamento em Paris, que visitei em companhia dos jornalistas Reale Júnior e Mario Sergio Conti. Sua lucidez estava intacta, ao contrário de suas condições físicas. Entre outros temas, numa conversa despretensiosa, ele falou de sua formação, da figura de seu pai. Mas começou esclarecendo-me que a poltrona de couro já havia sido aposentada, houvera poucas semanas. Explico: quando houve o golpe no Chile, em 1973, antes de ser preso, eu havia enviado móveis e livros para a França, para onde iria com minha família, convidado para trabalhar em universidade. Depois da prisão e de uma longa reclusão numa embaixada, mudei os planos.

Uma vez na Europa, visitei-o em Paris, onde ele morava, e depois em Cambridge, na Inglaterra, onde passou um tempo como professor visitante. Hospedou-me alguns dias em sua casa. Numa conversa descontraída, eu lamentei: "Se for mesmo para os Estados Unidos (como veio a acontecer), vou acabar perdendo meus móveis. Você não quer guardar, e usar, uma poltrona de couro nova, que eu gosto tanto e mal cheguei a usar?" Ele topou e, no final, é obvio, eu nunca quis a poltrona de volta, a mesma que durante 30 anos foi usada por ele, Rosa e suas visitas, para minha enorme satisfação.


José Serra.


Fonte: Folha de São Paulo (2004)

Lei seca reduz internações por acidente de trânsito


Em vigor há um ano, a Lei Seca reduziu em 23% o número de internações provocadas por acidentes de trânsito nas capitais brasileiras. Segundo levantamento do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta-feira, os atendimentos financiados pelo Sistema Único de Saúde reduziram de 105.904, no segundo semestre de 2007, para 81.359, no segundo semestre de 2008.

Quando avaliadas as internações registradas nas capitais entre o primeiro e o segundo semestre de 2008, período anterior e posterior à aplicação da lei, houve redução de 3.325 internações por acidentes de trânsito, uma queda de 4%.


Fonte: Site Ricardo Noblat

Serviço militar poderá se tornar facultativo


A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou, por 24 votos a 10, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que torna facultativo o serviço militar. De autoria do deputado Silvinho Peccioli (DEM-SP), a proposta altera o artigo 143 da Constituição, que prevê o serviço militar obrigatório. A comissão discutiu apenas a admissibilidade da proposta. O mérito do assunto ainda terá que ser analisado por uma comissão especial antes de ser votado no plenário da Câmara.

As Forças Armadas são contra o serviço facultativo, mas o governo liberou os partidos da base para votar como quisessem. O deputado José Genoino (PT-SP), por exemplo, votou contra. Já Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) votou a favor da constitucionalidade da proposta, mas diz ser contra o mérito.

Em seu relatório, Efraim Filho (DEM-PB) defendeu que "o jovem deve ter sua liberdade respeitada quanto ao desejo de prestar serviço militar, conforme sua vocação". Pelo texto, homens e mulheres, entre 17 e 45 anos, poderão se habilitar ao serviço militar inicial, com duração mínima de 24 meses. Se quiser seguir carreira, o recruta passa então por novo processo seletivo.


Fonte:o globo

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Charge - Néo Correia


Minc compara maconha ao cigarro e defende legalização


Ministro foi chamado na Câmara para explicar participação em marcha pró-droga

Minc classificou de "pífios" os resultados de políticas antidrogas pelo mundo e propôs investimentos no tratamento de dependentes.

O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) comparou ontem o efeito da maconha ao do cigarro e do álcool ao defender a legalização da droga em audiência na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara.

"O álcool faz 25 vezes mais vítimas do que as drogas ilegais somadas. Se o que faz mal deve ser ilegal, a comissão deveria propor que álcool e cigarro fossem declarados ilegais", argumentou o ministro, que se apresentou aos deputados como "estudioso" do tema.

Minc foi convocado a explicar na Câmara sua participação na Marcha da Maconha, manifestação que reuniu cerca de 2.000 pessoas no Rio de Janeiro, em maio. Para Laerte Bessa (PMDB-DF), o ministro fez apologia do crime na ocasião.

"Seria apologia o estímulo do consumo da droga ou a defesa do descumprimento da lei. Eu participei de uma manifestação autorizada pela Justiça", disse várias vezes Minc durante mais de três horas de audiência, que lotou a sala da comissão.

O crime de uso da maconha deixou de ser punido com pena de prisão em 2006.


Fonte: FOLHA DE S.PAULO
Marta Salomon

O extinto grupo musical "Os Águias"




terça-feira, 16 de junho de 2009

Ministro das Comunicações autoriza canais de TV Digital nesta 4ª; três emissoras da PB recebem sinal


O ministro das Comunicações, Hélio Costa, recebe nesta quarta-feira, 17 de junho, os representantes das emissoras de televisão da cidade de João Pessoa para a assinatura da consignação de canais de TV Digital. A capital da Paraíba é a vigésima cidade brasileira a transmitir sinais digitais de alta definição. A Cerimônia de Assinatura dos Termos de Consignação dos Canais Digitais para Emissoras de Televisão da cidade de João Pessoa será às 10h, na sede do Ministério das Comunicações, em Brasília.

Até esta segunda-feira, 15 de junho, são três as emissoras que recebem do ministro Hélio Costa a consignação de canal: a TV Cabo Branco, afiliada da Rede Globo; a TV Correio, afiliada da Rede Record, e a TV Tambaú, afiliada do SBT. A TV Cabo Branco já transmite o sinal digital em caráter experimental e, a partir da quarta-feira, passa a transmitir em caráter definitivo a sua programação digital.

A TV Digital estreou no Brasil em 2 de dezembro de 2007, na cidade de São Paulo. Em pouco mais de um ano e meio, o sinal digital já cobre 15 capitais e quatro cidades pólo brasileiras. De acordo com Hélio Costa, o cronograma da implantação está adiantado em mais de um ano. No caso específico da capital paraibana, as emissoras locais deveriam estar iniciando as transmissões em setembro de 201João Pessoa inicia transmissões digitais

As cidades brasileiras que já recebem sinal da TV Digital são: São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Curitiba (PR), Campinas (SP), Cuiabá (MT), Salvador (BA), Florianópolis (SC), Vitória (ES), Uberlândia (MG), São José do Rio Preto (SP), Teresina (PI), Santos (SP), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE) e Recife (PE).

O ministro das Comunicações prevê a chegada da TV Digital a todas as capitais até o fim do ano.



Fonte:
da Redação
WSCOM Online

Charge - Amarildo


segunda-feira, 15 de junho de 2009

Aleijadinho de Pombal: O Mágico da Sanfona

Uma bela reportagem produzida pelo jornalista pombalense José Vieira Neto. Valeu muito a pena conferir.

Polícia espanhola multa motorista de carro por não usar capacete

A polícia de Huelva, na Espanha, multou um condutor por não usar capacete. A pena seria normal se o infrator não estivesse dirigindo um carro, mais especificamente um Seat Ibiza, segundo o jornal espanhol "O Diel".


As leis espanholas obrigam os condutores de motos e triciclos, por exemplo, a usarem capacetes, mas, em nenhum momento, estende essa obrigação para os motoristas de veículos de passageiros.

Ao aplicar a sanção, o policial destacou que o condutor está sujeito à multa prevista em lei se não utilizar ou utilizar de forma inadequada o capacete. No entanto, ao mesmo tempo, ele escreveu que o infrator circulava em um carro.

Fonte G1

Afeganistão - Excesso de carga


Aleijadinho de Pombal e Raimundo Nonato

domingo, 14 de junho de 2009

Resgate do tempo: Biino e seu fole


CERTAMENTE ESSE FOLE FEZ DELE UMA PESSOA UM POUCO MAIS FELIZ, DIANTE DE TANTA MISÉRIAS E INDIFERENÇAS NESTE MUNDO EM QUE VIVEMOS.
SE FOSSE UMA PESSOA RICA, SERIA LOUVADO NA CIDADE, OOOH QUE ARTISTA...QUE TALENTO; MAS, QUEM É BIINO MESMO ???? BIINO É UM HOMEM SIMPLES QUE NÃO FREQUENTOU ESCOLAS DE MÚSICA E MUITO MENOS, SE É QUE FREQUENTOU, QUALQUER ESCOLA FORMAL; PORÉM FOI NA ESCOLA DA VIDA QUE APRENDEU A TIRAR SONS PARA EMBALAR E AMENIZAR AS ANGÚSTIAS DESSA VIDA.
Dagvan Formiga.

Monsenhor Vicente Freitas, um sacerdote inesquecível

Não cheguei a conhecer Monsenhor Vicente Freitas, nobre cajazeirense nascido no dia dois de março de 1914. Infelizmente a única vez que o vi foi na matriz de Nossa do BomSucesso, em Pombal, inerte em urna funerária, quando da passagem do seu corpo para Cajazeiras, onde foi velado e enterrado na capela interna de Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro, edificada ao lado esquerdo da nave central da Catedral de Nossa Senhora da Piedade.

Lembro-me da notícia do seu falecimento, transmitida por telefone, diretamente de João Pessoa, pela voz triste e pausada de Ignácio Tavares de Araújo. Benigna Lourdes de Sousa, devotada zeladora do Sagrado Coração de Jesus, recebeu inconsolável e com tristeza a informação do trágico acidente automobilístico ocorrido no dia seis de março de 1982 na Avenida Epitácio Pessoa. Ela se responsabilizou em avisar à infinita legião de admiradores do saudoso vigário em Pombal a infausta notícia do absurdo e injustificável falecimento do Monsenhor Vicente Freitas, cuja história na terra de Maringá foi marcada pelo brilhantismo na expressão literal do termo, assim como em outros municípios nos quais desenvolveu trabalhos diversos, dos sacerdotais aos educacionais, passando pelos administrativos e culturais.

Reverencio a memória do Monsenhor Vicente Freitas, não obstante não ter convivido com ele, devido à intensa pregação efetivada por minha saudosa avó, na qual destacava o humanismo que embasava as práticas do marcante sacerdote cajazeirense que deixou marcas indeléveis em Pombal.

Monsenhor Vicente Freitas trabalhou em Pombal durante cinco anos, de 1945 a 1950, exercendo ofício sacerdotal e administrando o Colégio Diocesano, oportunidade em que a população pobre da velha terra de Maringá passou a dever-lhe favores imensos. Monsenhor Vicente Freitas conforme Benigna Lourdes de Sousa assistia e confortava, espiritualmente e materialmente, àqueles que o procurava intuindo melhores condições de vida através da educação.

Sua fé inquebrantável transformou-o em discípulo da paz e do amor, da concórdia e do bem comum, pois levou aos lares humildes pombalenses muitas esperanças, muita paz e promessas, inúmeras concretizadas, de mais alegria aos lares sertanejos.

Compareci naquele fatídico dia sete de março de 1982 à igreja matriz de Nossa Senhora do BomSucesso, em Pombal, para também prestar última homenagem ao grande condutor de rebanhos do sertão paraibano. Vi homens, mulheres e velhos chorar copiosamente perto do esquife que acomodava o corpo do Monsenhor Vicente Freitas, Vi pessoas humildes se despedindo do grande benfeitor sertanejo, vi choros compulsivos e incontidos, soluços de dor pela perda do grande sacerdote cajazeirense.

Ouvi súplicas e rogos a Deus para acolher a alma do Monsenhor Vicente Freitas, bem como ouvi desabafos emocionados daqueles que tanto ajudou em sua belíssima passagem na terra. Ouvi perguntas e mais perguntas sobre a razão da violência que casou sua morte repentina. Ouvi lamentos tristes, lágrimas que rolaram e impregnaram de tristeza toda matriz de Nossa Senhora do BomSucesso, toda cidade de Pombal, todo sertão que tanto deve ao piedoso sacerdote nascido na terra do Padre Rolim, terra heróica que enxerga educação e cultura como prioridades, apesar dos pesares, apesar dos percalços. Ouvi os lamentos de tristeza, de angústia e de dor, nunca hei de esquecer àquelas cenas tétricas e angustiantes demonstradas pelo povo sertanejo que se acotovelava para dar o último adeus ao Monsenhor Vicente Freitas.

Monsenhor Vicente Freitas, extraordinária figura humana, nunca esqueci das palavras emocionadas de Benigna Lourdes de Sousa. Eis aqui singela homenagem de um admirador que sempre o carrega no coração e na mente, pois eras pessoa digna e honrada em toda dimensão que acompanha os grandes homens à eternidade.



(*) José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Professor da UERN.




sábado, 13 de junho de 2009

We Are The World - Michael Jackson, Tina Turner, Stevie Wonder, Diana Ross, Lionel Richie and Ray Charles

STJ reitera que planos não podem limitar internação


A 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça declarou nula a cláusula contratual dos planos de saúde que limita o tempo de internação em UTI. Desta vez, o processo foi movido por um cliente do Rio Grande do Sul contra a Unimed Ijuí Cooperativa de Trabalho Médico. Ele pediu a condenação da empresa por causa da cobrança pelos dias de internação da mulher, que morreu em decorrência de um acidente de carro. A Justiça brasileira tem anulado esse tipo de cláusula restritiva.

A paciente ficou internada durante 47 dias. O contrato do plano de saúde previa a permanência em UTI por apenas 10 dias, período não cumulável ano a ano. O autor da ação foi informado do limite do plano de saúde e da cobrança do Hospital de Caridade com as despesas no valor de pouco mais de R$ 52 mil. O argumento para o pedido de indenização do autor foi o de que o limite do tempo de internação agravou seu estado de espírito, já angustiado pelo sofrimento da companheira.

Tanto o juízo singular da Vara Cível da Comarca de Ijuí como o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul entenderam que não era abusiva a cláusula que estipulou o tempo de internação, pois o limite fora previsto em acordo. O STJ, no entanto, entende que a cláusula é abusiva. A 2ª Seção do STJ entende que essas cláusulas são abusivas porque não há como prever o tempo de cura do paciente e não se pode suspender um tratamento já iniciado. Para o STJ, a cláusula limitativa restringe direitos fundamentais do cidadão.

O relator do recurso no STJ, ministro Luis Felipe Salomão, esclareceu que não é possível atender o pedido de indenização porque a recusa da empresa de saúde não foi materializada por nenhum ato concreto. A empresa teria se limitado a prestar informações de que o plano não cobria internações em UTI superiores a 10 dias. Segundo o relator, o autor também não teria experimentado prejuízo pecuniário pela internação. Apenas teria recebido uma “cobrança” amigável do hospital.

A questão da abusividade do limite de internação em plano de saúde é assunto pacífico no STJ (Súmula 302). No último dia 25, a 4ª Turma concedeu decisão a favor de clientes. Os ministros resolveram que as seguradoras não podem limitar o valor do tratamento das internações. A Turma concluiu que a limitação de valor é mais lesiva até que a limitação de tempo. Ambas são ilegais, segundo o STJ.

Cláusulas limitativas

O advogado Marcos Braid, do Ulisses Sousa Advogados Associados, afirmou que tal estipulação é vedada pela própria Lei 9.656/98, que regulamenta o setor de saúde suplementar. Ele explicou que isso não implica dizer que outras cláusulas limitativas de direito não possam ser previstas no contrato, a exemplo dos prazos de carências, riscos a serem cobertos e outros. “A natureza dessas cláusulas possuem respaldo no Código de Defesa do Consumidor (artigo 54, paragrafo 4.º da lei 8078/90)”, disse.

Já em relação ao pedido de indenização por danos morais, para o advogado, o STJ agiu de forma correta ao negar o pedido.

“Além do usuário não ter experimentado qualquer dano de ordem moral, com efetivo prejuízo à imagem, à credibilidade ou à honra, a operadora apenas interpretou a cláusula contratual e deu aplicação aos termos pactuados. Ora, bem ou mal, agiu a empresa no exercício regular de um direito reconhecido no contrato, de modo que não há como emergir dessa má aplicação um dano de ordem moral. Se isso não bastasse, a jurisprudência do STJ em diversas oportunidades já assentou o entendimento de que o simples descumprimento contratual não gera indenização por danos morais”, finalizou.


Fonte: Do Portal Consultor Jurídico

Câmara pode manter ''feudos'' nos cartórios

Ao contrário de decisão do CNJ, proposta garante efetivação de dirigentes admitidos sem concurso

A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de determinar a saída dos responsáveis por cartórios que assumiram os cargos depois da Constituição de 1988 sem concurso público corre o risco de ser anulada na Câmara. Está pronta para votação em plenário emenda constitucional que, no sentido contrário, garante a efetivação dos dirigentes de cartório admitidos entre 1988 e 1994 sem concurso.

Na tentativa de acabar com os feudos dos cartórios, até então transmitidos por hereditariedade, a Constituição tornou obrigatório o concurso público para tabeliães e acabou com a figura dos substitutos. No entanto, a regra só foi regulamentada em 1994 e cerca de 5 mil responsáveis por cartórios continuam beneficiados por esse vácuo jurídico de seis anos.

A proposta de emenda constitucional (PEC) 471/2005, que garante a estabilidade dos funcionários, já foi aprovada em comissão especial e depende de um acordo dos líderes para ir ao plenário. Líderes governistas ouvidos pelo Estado, no entanto, disseram que a matéria não deve ser votada logo, por causa da má repercussão que poderia gerar, em caso de aprovação.

Fonte: o estado de s.paulo
Luciana Nunes Leal

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Frank Sinatra - Canta New York, New York

TJ faz levantamento de cartórios da Paraíba para informar ao CNJ.

O secretário geral da Corregedoria do Tribunal de Justiça da Paraíba, Eduardo Faustino, informou em entrevista ao portal PB Agora, nesta quarta-feira (10), que há bastante tempo já vem sendo apurada a existência de notários e tabeliões que ingressaram nos cartórios da Paraíba sem concurso público.

Segundo Eduardo Faustino, a corregedoria só terá dados concretos na próxima semana, previsão do término da apuração.

Na terça-feira (9), os conselheiros do CNJ aprovaram as duas minutas de resolução apresentadas pelo corregedor Nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, sobre os serviços extrajudiciais no país. Uma disciplina as regras para ingresso nos cartórios e a outra declara vagos todos os cargos ocupados em desacordo com as normas constitucionais de 1988, ou seja, sem concurso público.

Com a publicação dos textos, os notários e tabeliães que ingressaram nos cartórios sem concurso após 1988 deverão perder seus cargos. Estima-se que mais de 5 mil pessoas estejam nessa situação. Já em relação à realização dos concursos, todos os cartórios deverão seguir as mesmas normas quando da realização das provas para ingresso nos cartórios. Segundo a resolução que deixa as serventias vagas, caberá aos Tribunais de Justiça elaborar a lista das delegações vagas, no prazo de 45 dias, assim como encaminhar esses dados à Corregedoria Nacional de Justiça.


Fonte: PBAGORA
Milena Feitosa

Charge - Amarildo


Só agora CNJ proíbe juiz de usar carro oficial em feriado

Veículos poderão ser utilizados apenas em dias úteis na hora do expediente.

Resolução aprovada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) proibiu apenas ontem o que já se pensava ser proibido há muito tempo. A partir de agora, o uso de carros oficiais nos tribunais será restrito aos magistrados nos dias úteis e em horário de expediente. Os juízes não poderão se valer dos automóveis aos sábados, domingos, feriados e recessos forenses ou em situações particulares.

No entanto, ministros de tribunais superiores, presidentes, vice-presidentes e corregedores dos demais tribunais poderão se valer de carros de representação, também financiados com recursos públicos, nos finais de semana e para quaisquer atividades. Questões de segurança permitiram a brecha.

A resolução do conselho visa a disciplinar o uso indiscriminado de carros oficiais e acabar com a farra na utilização dos automóveis. A intenção é evitar casos como de um desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco que foi visto indo à praia de Boa Viagem, em Recife, no sábado em carro oficial. A decisão do conselho vale para todo o Judiciário, menos para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte: O estado de s. paulo
De Felipe Recondo:

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Viação Andorinha


Encontrei perdido entre arquivos essa raridade. Trata-se de uma foto da antiga Viação Andorinha que por muitos anos fez dobradinha interligando esses rincões do alto sertão paraibano juntamente com a Viação Gaivota e a Patoense.
Para a época, era sinômino de conforto viajar naqueles ônibus.

Charge Amarildo




CNJ afasta os titulares de 5.000 cartórios

Resolução atinge não concursados e determina seleções públicas a partir de 90 dias

Tabeliães ficam nos cargos até que seleção seja feita; resolução pode perder efeito caso a Câmara aprove PEC que anistia não concursados

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) aprovou ontem por unanimidade uma resolução que determina a remoção dos titulares de cartórios civis do país que não passaram por concursos públicos para o preenchimento dos cargos.

A estimativa do CNJ é que mais de 5.000 tabeliães e oficiais registradores -cerca de um quarto do total do país- percam os postos com a medida, que vale para os que assumiram sem concurso após a promulgação da Carta de 1988.

A resolução também prevê a realização de seleções públicas para os cargos a partir de 90 dias. A expectativa do CNJ é a de que todos os novos concursos sejam concluídos até o final deste ano.

A decisão, entretanto, poderá perder efeito caso a Câmara aprove a PEC (proposta de emenda à Constituição) 471, que efetiva titulares de cartórios não concursados que já estejam há mais de cinco anos no cargo. A PEC está pronta para ser votada no plenário da Casa.

A atividade dos cartórios tem natureza privada e é realizada por meio de delegação do poder público. Os cartórios têm faturamentos que vão de R$ 500 a R$ 2,2 milhões por mês.

A medida aprovada ontem tem caráter obrigatório porque o CNJ é a instituição responsável pelo controle administrativo e disciplinar do Judiciário.

A resolução determina que os atuais titulares dos cartórios de registro civil, de imóveis, de notas e de protesto continuem nos postos em situação "precária" e "interinamente" até a realização dos novos concursos para os cargos.

A proposta inicial da resolução previa que os titulares seriam imediatamente afastados após a publicação da medida, e os cargos seriam ocupados provisoriamente pelos funcionários mais antigos dos cartórios. Porém, a ideia foi afastada na noite de ontem, porque havia risco de ser considerada ilegal.

O texto da resolução foi elaborado pela equipe da corregedoria do CNJ, presidida pelo ministro Gilson Dipp.

Nos últimos anos, o grupo realizou inspeções em vários Estados e constatou várias formas de descumprimento ao artigo 236 da Constituição, que prevê que "o ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos". Assinante do jornal leia mais em: CNJ aprova medida que afasta os titulares de 5.000 cartórios.

Fonte:Folha de S. Paulo
De Flávio Ferreira e Ana Flor



segunda-feira, 8 de junho de 2009

domingo, 7 de junho de 2009

Dona Lourdes: uma senhora que marcou profundamente minha vida


Buscando referência na emoção eis que surgem reminiscências de uma senhora que marcou profundamente fases importantes de minha vida, pois sua imagem permanece intacta em minha retina, não exigindo esforços incomensuráveis para lembrar-me de aspectos físicos e psicológicos que lhe caracterizou de forma impressionante.

Chamava-se Benigna Lourdes de Sousa, primogênita do casal Ana benigno de Sousa – Filemon Estevão de Sousa, nascida em Pombal no longínquo dia quatro de outubro de 1901, início do século XX, tendo falecido em João Pessoa no dia 21 de abril de 1995.

Era verdadeiro repositório de informações valiosas sobre a história social sertaneja, principalmente do município de Pombal, tendo em vista que foi expectadora atenta de grandes momentos.

Lembrava-se do fim da primeira guerra, quando os pombalenses comemoravam o término do conflito e a família chorava aflita a perda do chefe da casa, bem como inúmeros episódios da história do sertão, como o audacioso ataque cangaceiro do dia 27 de julho de 1924 à vizinha cidade de Sousa.

Ela me contava que assistiu à chegada dos carros-de-bois lotados de gente que fugia da sanha assassina dos oitenta e quatro homens comandados por Chico Pereira, Levino Ferreira, Antônio Ferreira, Chico Lopes, Paizinho e Sabino Gório.

Certa vez indaguei a velha senhora sobre o famoso cangaceiro da fazenda Jacu, localizada em Nazarezinho. Ela me narrou lances impressionantes de amizade ao esposo de Jardelina Nóbrega, contando da afeição que todos nutriam por Chico Pereira.

Varava noites ouvindo as histórias fantásticas contadas por dona Lourdes, pois sempre me interessei pela memória dos mais velhos. Defendo com intransigência a necessidade da criação de setor que preserve o que os mais velhos podem nos transmitir, como em Israel, onde pessoas idosas desencarnam mas suas memórias ficam arquivadas.

Trabalho louvável foi coordenado pelo filho caçula de dona Lourdes, de nome Ignácio Tavares de Araújo, realizado um ano antes do falecimento da bondosa matriarca, cujos depoimentos foram gravados pelo cineasta José Bezerra Filho e hoje se constituem referência para a história do sertão, sobretudo para a da cidade de Pombal.

Zeladora do Sagrado Coração de Jesus, dona Lourdes se desdobrava em mil para dar conta de todos os afazeres que lhe era atribuído pela Paróquia, sobretudo quando das festas pombalenses.

Saía pela zona rural em busca de galinhas, patos, guinés e perus que seriam preparados cuidadosamente para serem servidos nas quermesses, intuindo apurar dinheiro para melhor desempenho das atividades sociais da igreja.

Foram inúmeros párocos que contaram com os serviços da dedicada zeladora do Apostolado da Oração. Ela tinha especiais recordações do Monsenhor Vicente de Freitas e Padre Oriel Fernandes.

Em muitas conversas, dona Lourdes me contava da verdadeira afeição que esses religiosos nutriam pela missão que abraçaram, não obstante destacar trabalhos realizados por outros.

Dona Lourdes era referência quando o assunto eram guloseimas que produzia, como biscoitos, doces, sequilhos e inúmeras outras iguarias. Tinha predileção especial pelo inigualável bolo de batata que ela fazia em forno a lenha.

Como assinalou brilhantemente o filho caçula em documentário por título “Dona Lourdes: Mãe de todos os filhos”, a velha e saudosa matriarca tinha o toque de Midas para fazer o bem, pois sempre pensou nisto, nunca desviou suas virtudes Divinas em nenhum momento, tendo cumprido magistralmente sua missão de fazer o bem sem olhar a quem, razão pela qual, com toda e absoluta certeza, és especial aos olhos de Deus em recanto sublime do Paraíso.


José Romero Araújo Cardoso, com muito orgulho, neto de dona Lourdes

Pré-sal ou pré-escola?

Diversos recursos econômicos do Brasil foram apresentados, cada um à sua época, como o caminho para o progresso nacional e a emancipação pessoal dos brasileiros: o açúcar, o ouro, o café, a borracha, a indústria. Em todos esse momentos, o futuro do País foi prometido como o resultado de uma atividade econômica central. Agora surgiu o pré-sal.

O açúcar gerou riqueza, mas não emancipou o povo do Nordeste, nem deixou o país mais civilizado. O ouro serviu mais para embelezar Portugal e enriquecer a Inglaterra do que para desenvolver o Brasil. A industrialização fez do Brasil uma potência econômica, mas ao custo de uma sociedade campeã em violência e desigualdade.

Com o pré-sal não será diferente. Depois de gastar centenas de bilhões, aproveitando toda a reserva a um preço satisfatório do petróleo, o resultado final será igual ao dos anteriores. Terá apenas duas diferenças: o custo financeiro será muito maior, sacrificando o presente; e os impactos ecológicos muito maiores, sacrificando o futuro. Como o ouro acabou, o petróleo do pré-sal acabará. Ou será substituído, como foi a borracha.

Outra vez, prisioneiro da economia baseada em recursos naturais, o Brasil não percebe que a saída está em se transformar em produtor de conhecimento: ciência, tecnologia, cultura. O único recurso capaz de superar dificuldades, substituir obsolescências e dinamizar a economia é o conhecimento: capaz de explorar o pré-sal, e mais – de inventar substitutos para o petróleo.

E para ter ciência e tecnologia, é preciso investir na pré-escola de todas as crianças. Por isso, no longo prazo, a pré-escola é mais importante do que o pré-sal.

Lamentavelmente, essa não é visão da nossa sociedade. Um clássico da literatura de esquerda diz que o subdesenvolvimento da América Latina foi provocado pelas “veias abertas” que provocaram a sangria dos recursos naturais de nosso continente. Na verdade, o atraso decorre do abandono da educação de nossas populações e a resultante impossibilidade de construir uma forte infra-estrutura científica e tecnológica. Mais do que as “veias abertas”, foi o “abandono dos cérebros” que atrasou o continente. Se, ao longo dos séculos, o Brasil tivesse perdido seu patrimônio natural mas investido na educação de seu povo, hoje, na época da economia do conhecimento, estaríamos na linha de frente do desenvolvimento econômico.

Finalmente, diversos projetos têm surgido visando à vinculação dos royalties do petróleo com investimentos na educação. O presidente da República também de apropriou da ideia de que parte dos recursos do pré-sal seja canalizada para financiar a educação. No entanto, o risco é que, de novo, os investimentos na educação sejam adiados para um futuro distante. E quando o pré-sal começar a dar resultado, o Brasil tenha perdido mais uma geração e o pré-sal se torne outra ilusão, adiando a revolução de que o Brasil tanto precisa. Além disso, de pouco servirá investir em educação daqui a alguns anos se, até lá, não tivermos cuidado das crianças que estão em idade pré-escolar hoje.

O Brasil não pode nem precisa esperar o pré-sal para investir nas suas crianças. Não pode porque o futuro estará na economia do conhecimento, não na exportação petrolífera. Não precisa, porque já dispõe dos recursos necessários. Vincular a revolução educacional à hipotética e futura exploração da reserva do pré-sal é um suicídio nacional.

“Adotar” todas as crianças em idade pré-escolar – com tudo o que for preciso para iniciar o desenvolvimento intelectual das futuras gerações – custará, no máximo, R$15,5 bilhões por ano, o equivalente 1% do que será gasto com o PAC, o pré-sal, a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, caso o Rio de Janeiro seja a cidade escolhida. Mas para fazer o PAC, a Copa e as Olimpíadas, ninguém propõe esperar o pré-sal.

A pré-escola é mais importante, construtiva, viável, ética, barata e sustentável do que o pré-sal. Entre pré-escola e pré-sal, três letras a mais fazem uma radical diferença no futuro do País.



Cristovam Buarque (PDT-DF) é senador

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Dia Internacional da Prostituta é comemorado na Rua da Areia

Na última terça-feira (2), foi comemorado o Dia Internacional da Prostituta, data comemorada mundialmente.

A homenagem às Profissionais do sexo aconteceu na Rua da Areia, nas proximidades da Casa dos Estudantes. O SESC participa do evento há cinco anos, em parceria com outras instituições provedoras de Cultura na capital Paraibana, tais como Funjope - Fundação Cultural de João Pessoa e Agência Ensaio.

A festividade começou logo cedo, às 06h02, com a largada da Corrida da Calcinha, pelas ruas centrais da capital paraibana. As três primeiras atletas que cruzaram a linha de chegada ganharam, pela ordem, um bode e um aparelho de DVD; três galinhas e um ferro de engomar; e duas cordas de caranguejos mais um liquidificador. A inscrição foi gratuita e pôde ser feita na hora, na boêmia Rua da Areia, com a equipe da Associação de Profissionais do Sexo da Paraíba (Apros-PB), “lembrem-se apenas de trazer a sua calcinha”, avisou Ricardo Peixoto, membro da organização do evento.

Depois de todo esse esforço, houve uma pausa para o descanso e novas atividades a partir das 14h02, com Oficina de Máscara, Performance e Alimento. No período da noite a programação reuniu a Galeria de Rua, Mostra Puta Arte, Tenda Eletrônica, Radiola de Ficha, Oficina Cabaré e o 4º Desfile de Roupas Íntimas, que aconteceu na boate Scalla, a partir das 23h53, com ingresso sendo vendido a três reais. O evento contou com um palco montado na Rua da Areia, objetivando uma melhor visualização das apresentações para o público Pessoense.

O Projeto Glória Vasconcelos, promovido pelo SESC PB também foi parte da grade de programação do evento, apresentando atrações musicais. O Projeto contou ainda com a exibição dos filmes “Sentado na Beira do Rio”, “Miró: Preto, Pobre e Periférico”, “Seu Pita Social Clube” e uma seleção de Curtas Paraibanos, através do Projeto Cinema na Rua, que disponibiliza grandes títulos da sétima arte a exibição pública. A mostra artística Parede Poética também esteve presente na Rua da Areia, destacando os poemas de Pedro Osmar, Clarice Lispector, Lúcio Lins, Cátia de França e Ariano Suassuna. As atrações musicais ficaram por conta da cantora Isa y Plá e da Banda Sudamérica.

A organização do evento esteve a cargo da Associação dos Profissionais do Sexo da Paraíba (Apros-PB), que promove a festança em parceria com a Agência Ensaio. Além do apoio de dezenas de artistas, simpatizantes e empresários que aprovam a realização do evento, assim como o Museu da Imaginação, a Prefeitura de João Pessoa, o Governo da Paraíba, o Sesc - PB, o Ministério da Saúde e Funjope.


Fonte: JORNAL CORREIO DA PARAÍBA

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