É o mês da mudança.
Lânguido como o horizonte, que se toldava de
cores e sons novos, embebedando-me com compotas e vindimas.
Setembro era o mês da roupa nova e das botas
compradas em Viseu.
Da caça e das feiras francas, o mês para mudar
de namorada.
E um dia, sem dar por isso, comecei a
escrever.
Uma das poucas paixões que conservo e
alimento.
Em Setembro saboreei a primeira praia e, pouco
depois, a tropa raptou-me à adolescência.
Casei-me e divorciei-me.
De tudo, e sempre em Setembro.
Se me fosse dada a hipótese de escolha, acho
que Setembro deve ser um bom mês para se morrer.
[Longe do mundo; frenesi 2004]
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