Relembrando ainda alguns causos de Seu Chico Pereira, deputado
estadual pela cidade de Pombal, figura que já não habita mais este planeta, mas
que nem por isso deixou de marcar sua passagem por aqui com acontecidos dos mais
interessantes.Vamos a eles:
Fazendo as contas dos fiados a receber no seu gabinete da Assembléia, o deputado Chico Pereira foi procurado por um conterrâneo de Pombal, que lhe pediu ajuda para enterrar a mãe, falecida num dos hospitais da Capital. O corpo deveria ser transportado urgentemente para o sertão, vez que já fazia um dia que a falecida esticara as canelas.
Fazendo as contas dos fiados a receber no seu gabinete da Assembléia, o deputado Chico Pereira foi procurado por um conterrâneo de Pombal, que lhe pediu ajuda para enterrar a mãe, falecida num dos hospitais da Capital. O corpo deveria ser transportado urgentemente para o sertão, vez que já fazia um dia que a falecida esticara as canelas.
-Passe no fim do mês que é quando sai o pagamento do Estado -, sugeriu seu Chico.
-Então me arrume um real pra eu comprar um quilo de sal -, pediu o filho, meio enfezado. Seu Chico, claro, quis saber pra que o rapaz queria comprar um pacote de sal. E ele:
-É pra eu salgar a velha e ver se ela não apodrece até lá”.
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Meio mouco, Seu Chico se fazia de mouco por inteiro quando não queria escutar certas coisas, principalmente pedido de dinheiro.
Risadinha, figura folclórica que freqüentava os bastidores da Assembléia, chegou para ele e pediu:
-Seu Chico, me arrume aí “dez real”.
-Aaaahnnnn???? “, fez Seu Chico, botando a mão em forma de concha ao redor do ouvido, dando a entender que nada escutara.
Risadinha repetiu:
-Eu pedi pru senhor me arrumar “20 real”!
Aí Seu Chico, melhorando subitamente das oiças, retrucou:
-Oxente, e num era dez?!
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Campanha pegando fogo em Pombal, comícios gigantes de parte a parte, passeatas invadindo as ruas, brigas e apostas fedendo a chifre queimado, Seu Chico Pereira arma seu palanque em frente a matriz, os oradores falam, o filho de Seu Chico, Aércio Pereira, faz candente discurso e então Seu Chico se manifesta, pedindo a palavra:
-Agora é eu!”
Aércio, letrado e falante, corrige o pai:
-Agora é eu não, pai, agora sou eu”.
Seu Chico não concorda:
-Agora é eu sim, porque você já falou”.
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Já com 70 e lá vai bocado, o deputado Chico Pereira teve um derrame na face e herdou um pequeno defeito no olho direito. Ficava o tempo todo piscando, como se quisesse namorar ou se tornar cúmplice de alguém.
Naquela noite ele chegou ao hotel, em Brasilia, acompanhado de bela loira, pegou a chave na portaria e avisou ao funcionário do hotel:
-Me acorde às sete horas, porque às oito eu vou me encontrar com o ministro Mário Andreazza.
O dia amanheceu, deu sete, deu oito, deu nove e somente depois das 10 seu Chico apareceu na recepção, avexado porque perdeu a audiência. E reclamou:
-Eu disse pra você me acordar de sete horas.
E o pobre do funcionário:
-Me desculpe, mas o senhor chegou aqui acompanhado daquele avião de mulher e me pediu pra eu acordá-lo às sete horas pinicando o olho. Eu pensei que era de mentirinha.
Do blog do Tião Lucena
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