sábado, 11 de julho de 2015

"Olhar-se ao espelho e dizer-se deslumbrada: 
Como sou misteriosa.
 Sou tão delicada e forte.
 E a curva dos lábios manteve a inocência.
Não há homem ou mulher 
que por acaso não se tenha olhado ao espelho 
e se surpreendido consigo próprio. 
Por uma fração de segundo
 a gente se vê como a um objeto a ser olhado. 
A isto se chamaria talvez de narcisismo,
 mas eu chamaria de: alegria de ser. 
Alegria de encontrar
 na figura exterior os ecos da figura interna:
 ah, então é verdade que eu não me imaginei,
 eu existo".

Clarice Lispector

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