A pedido da Defensoria Pública, a 1ª Vara da Fazenda Pública do Acre suspendeu o concurso aberto pela Polícia Militar do estado, com 20 vagas para oficiais. De acordo com a defensora Juliana Caobianco, uma das autoras da ação, o edital lista condições ilegais e discriminatórias para o desempenho do cargo. Os candidatos não podem, por exemplo, ter cicatrizes que ‘comprometam’ a estética da cabeça e pescoço e não podem ter apenas um testículo.
Segundo Caobianco, os critérios são subjetivos, discriminatórios e impertinentes com a natureza do cargo, e demonstram demasiada preocupação com a estética. “Os critérios violam o fundamento legal da isonomia e amplo acesso ao concurso público, previsto na Constituição Federal. Muitos candidatos deixaram de concorrer por causa dessas exigências”.
Veja algumas condições incapacitantes para o desempenho da atividade de policial militar, segundo o anexo IV do edital:
- Cicatrizes extensas, deformantes, aderentes ou antiestéticas;
- Testículo único quando não resultante de criptorquidia do outro testículo;
- Contrações musculares anormais;
- Deficiências funcionais na mastigação e respiração;
- Doenças alérgicas do trato respiratório;
- Restaurações insatisfatórias nos dentes;
- Deficiências funcionais, para estabelecer as condições normais de estética e mastigação, tolerando-se a prótese dental, desde que o inspecionado apresente dentes naturais;
- Tatuagens na cabeça, pescoço e abaixo do terço distal do braço, antebraço e mãos
- Presença de "piercing" para candidatos do sexo masculino em qualquer área do corpo e para candidatos do sexo feminino em regiões do supercílio, nariz, lábios, língua, mamas e órgãos genitais.
Do Blog do Tião Lucena
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