domingo, 27 de setembro de 2015

Em 2016 será uma seca igual à de 1958

Luiz Carlos Molion, um dos mais renomados estudiosos das causas e previsibilidade das secas do Nordeste brasileiro, professor da Universidade Federal de Alagoas, PhD em Meteorologia e pós-doutor em Hidrologia e representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), declarou esta semana na imprensa da Paraíba, que “não se tem o que fazer para evitar uma seca severa em 2016”.
As suas previsões estão embasadas em estudos realizados sobre o El Niño atual, que segundo ele “começou em outubro de 2014 e vai até junho de 2016 e todos os dados mostram similaridade com o que ocorreu em 1958 e desta forma, os efeitos dele também serão os mesmos”. A seca de 1958 é das mais faladas, exatamente porque as suas conseqüências foram severas e terríveis para todo o sertão paraibano. Diante do atual quadro imaginemos mais um ano de seca. Fica a pergunta: diante do assustador quadro, qual a solução?
Com relação ao nosso município, tem-se noticias de que são muitos os açudes, poços artesianos e cacimbões secos, sem esquecermos que o açude Engenheiro Ávidos, que abastece a cidade, está com nível critico de volume d’água, 8,2 % de sua capacidade, que representa 20.847.805 m³ e como nosso consumo vem sendo em torno de um milhão de metros cúbicos por mês, a perspectiva é de que atravessaremos o ano de 2016 com certa tranqüilidade e sem a necessidade do socorro de abastecimento do perímetro urbano através de carro-pipa. 
Em se concretizando o quadro de seca a dificuldade maior será para os habitantes da zona rural, que desde o ano de 2013 já vem sendo atendida, em grande parte do município, por carro pipa. Fica então outro grande problema: e os animais e o rebanho bovino? Vislumbra-se diante da situação que a atividade de agropecuarista, por um longo período deixará de existir no município de Cajazeiras. Ressalte-se que, atualmente, a maioria deles fechou as porteiras de seus currais. Hoje, na zona rural, quem tem algum estoque de água possui uma mina de ouro.
Nos últimos dez anos, (2006/2016) tivemos quatro anos com chuvas acima um mil mm: 
2006 – 1.232,80 mm
2008 – 1.824,00 mm
2009 – 1.535,60 mm
2011 – 1.723,00 mm 
Em 2015, foi o que menos choveu nos últimos dez anos: 537,9 mm, seguido de 2012, com 734,00 mm. Vale lembrar que em 2014 choveu 985,3 mm, configurando-se aí uma densidade pluviométrica acima da média, mas as chuvas ao longo do ano foram finas, fato que impediu armazenar água nos açudes, mas possibilitou uma boa colheita. 
O Açude de Engenheiro Ávidos, depois da temida sangria do ano de 1963, com uma lâmina de 0,30m, quando a barragem sofreu alguns recalques e movimentos que provocaram a abertura de algumas juntas, foi realizado um minucioso estudo e elaborado um projeto que motivou uma grande reforma, incluindo a mudança do local do sangradouro, que antes era no vão central da barragem. Nos últimos dez anos, depois de ter ultrapassado os 255 milhões de metros cúbicos, em 1963,o Açude de Engenheiro Ávidos, em apenas três atingiu, no final de junho, o volume acima de 200 milhões m³ e também em três ultrapassou os cem milhões
2006 – 211.073.501 m³
2008 – 205.957.000 m³
2009 – 211.840.971 m³
2007 – 146.598.975 m³
2010 – 110.183.040 m³
2011 – 123.410.040 m³.
Quando veremos novamente o Açude de Engenheiro Ávidos cheio? É bom lembrar que no leito do principal afluente do Piranhas, o Riacho da Boa Vista, foi construída uma barragem, incluída na obra da transposição do Rio São Francisco, com a capacidade de armazenar 200 milhões de m³. Faço uma previsão, que sem a ajuda das águas do São Francisco, só veríamos o velho Boqueirão cheio nos próximos dez anos e se tivermos bons invernos.
Em 2016 será uma seca igual à de 1958
Luiz Carlos Molion, um dos mais renomados estudiosos das causas e previsibilidade das secas do Nordeste brasileiro, professor da Universidade Federal de Alagoas, PhD em Meteorologia e pós-doutor em Hidrologia e representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), declarou esta semana na imprensa da Paraíba, que “não se tem o que fazer para evitar uma seca severa em 2016”.
As suas previsões estão embasadas em estudos realizados sobre o El Niño atual, que segundo ele “começou em outubro de 2014 e vai até junho de 2016 e todos os dados mostram similaridade com o que ocorreu em 1958 e desta forma, os efeitos dele também serão os mesmos”. A seca de 1958 é das mais faladas, exatamente porque as suas conseqüências foram severas e terríveis para todo o sertão paraibano. Diante do atual quadro imaginemos mais um ano de seca. Fica a pergunta: diante do assustador quadro, qual a solução?
Segundo Molion, poderá ocorrer uma queda, em 2016, no volume das chuvas na nossa região, de 60% e como a média histórica dos últimos 100 anos é 881 mm, a previsão será de apenas 359 mm, com um agravante: os nossos açudes estão secos em função do déficit de águas acumulado desde o ano de 2011. 
Com relação ao nosso município, tem-se noticias de que são muitos os açudes, poços artesianos e cacimbões secos, sem esquecermos que o açude Engenheiro Ávidos, que abastece a cidade, está com nível critico de volume d’água, 8,2 % de sua capacidade, que representa 20.847.805 m³ e como nosso consumo vem sendo em torno de um milhão de metros cúbicos por mês, a perspectiva é de que atravessaremos o ano de 2016 com certa tranqüilidade e sem a necessidade do socorro de abastecimento do perímetro urbano através de carro-pipa. 
Em se concretizando o quadro de seca a dificuldade maior será para os habitantes da zona rural, que desde o ano de 2013 já vem sendo atendida, em grande parte do município, por carro pipa. Fica então outro grande problema: e os animais e o rebanho bovino? Vislumbra-se diante da situação que a atividade de agropecuarista, por um longo período deixará de existir no município de Cajazeiras. Ressalte-se que, atualmente, a maioria deles fechou as porteiras de seus currais. Hoje, na zona rural, quem tem algum estoque de água possui uma mina de ouro.
Nos últimos dez anos, (2006/2016) tivemos quatro anos com chuvas acima um mil mm: 
2006 – 1.232,80 mm
2008 – 1.824,00 mm
2009 – 1.535,60 mm
2011 – 1.723,00 mm 
Em 2015, foi o que menos choveu nos últimos dez anos: 537,9 mm, seguido de 2012, com 734,00 mm. Vale lembrar que em 2014 choveu 985,3 mm, configurando-se aí uma densidade pluviométrica acima da média, mas as chuvas ao longo do ano foram finas, fato que impediu armazenar água nos açudes, mas possibilitou uma boa colheita. 
O Açude de Engenheiro Ávidos, depois da temida sangria do ano de 1963, com uma lâmina de 0,30m, quando a barragem sofreu alguns recalques e movimentos que provocaram a abertura de algumas juntas, foi realizado um minucioso estudo e elaborado um projeto que motivou uma grande reforma, incluindo a mudança do local do sangradouro, que antes era no vão central da barragem. Nos últimos dez anos, depois de ter ultrapassado os 255 milhões de metros cúbicos, em 1963,o Açude de Engenheiro Ávidos, em apenas três atingiu, no final de junho, o volume acima de 200 milhões m³ e também em três ultrapassou os cem milhões
2006 – 211.073.501 m³
2008 – 205.957.000 m³
2009 – 211.840.971 m³
2007 – 146.598.975 m³
2010 – 110.183.040 m³
2011 – 123.410.040 m³.
Quando veremos novamente o Açude de Engenheiro Ávidos cheio? É bom lembrar que no leito do principal afluente do Piranhas, o Riacho da Boa Vista, foi construída uma barragem, incluída na obra da transposição do Rio São Francisco, com a capacidade de armazenar 200 milhões de m³. Faço uma previsão, que sem a ajuda das águas do São Francisco, só veríamos o velho Boqueirão cheio nos próximos dez anos e se tivermos bons invernos.
 José Antônio Albuquerque*
 
*Professor Universitário e Diretor Presidente do Sistema de Comunicação Alto Piranhas de Cajazeiras.

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