Luiz Carlos Molion, um dos mais
renomados estudiosos das causas e previsibilidade das secas do Nordeste
brasileiro, professor da Universidade Federal de Alagoas, PhD em Meteorologia e
pós-doutor em Hidrologia e representante dos países da América do Sul na
Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), declarou
esta semana na imprensa da Paraíba, que “não se tem o que fazer para evitar uma
seca severa em 2016”.
As suas previsões estão embasadas em
estudos realizados sobre o El Niño atual, que segundo ele “começou em outubro
de 2014 e vai até junho de 2016 e todos os dados mostram similaridade com
o que ocorreu em 1958 e desta forma, os efeitos dele também serão os mesmos”. A
seca de 1958 é das mais faladas, exatamente porque as suas conseqüências foram
severas e terríveis para todo o sertão paraibano. Diante do atual quadro
imaginemos mais um ano de seca. Fica a pergunta: diante do assustador quadro,
qual a solução?
Com relação ao nosso município, tem-se
noticias de que são muitos os açudes, poços artesianos e cacimbões secos, sem
esquecermos que o açude Engenheiro Ávidos, que abastece a cidade, está com
nível critico de volume d’água, 8,2 % de sua capacidade, que representa
20.847.805 m³ e como nosso consumo vem sendo em torno de um milhão de metros
cúbicos por mês, a perspectiva é de que atravessaremos o ano de 2016 com certa
tranqüilidade e sem a necessidade do socorro de abastecimento do perímetro
urbano através de carro-pipa.
Em se concretizando o quadro de seca a
dificuldade maior será para os habitantes da zona rural, que desde o ano de
2013 já vem sendo atendida, em grande parte do município, por carro pipa. Fica
então outro grande problema: e os animais e o rebanho bovino? Vislumbra-se diante
da situação que a atividade de agropecuarista, por um longo período deixará de
existir no município de Cajazeiras. Ressalte-se que, atualmente, a maioria
deles fechou as porteiras de seus currais. Hoje, na zona rural, quem tem algum
estoque de água possui uma mina de ouro.
Nos últimos dez anos, (2006/2016)
tivemos quatro anos com chuvas acima um mil mm:
2006 – 1.232,80 mm
2008 – 1.824,00 mm
2009 – 1.535,60 mm
2011 – 1.723,00 mm
Em 2015, foi o que menos choveu nos
últimos dez anos: 537,9 mm, seguido de 2012, com 734,00 mm. Vale lembrar que em
2014 choveu 985,3 mm, configurando-se aí uma densidade pluviométrica acima da
média, mas as chuvas ao longo do ano foram finas, fato que impediu armazenar
água nos açudes, mas possibilitou uma boa colheita.
O Açude de Engenheiro Ávidos, depois da
temida sangria do ano de 1963, com uma lâmina de 0,30m, quando a barragem
sofreu alguns recalques e movimentos que provocaram a abertura de algumas
juntas, foi realizado um minucioso estudo e elaborado um projeto que motivou uma
grande reforma, incluindo a mudança do local do sangradouro, que antes era no
vão central da barragem. Nos últimos dez anos, depois de ter ultrapassado os
255 milhões de metros cúbicos, em 1963,o Açude de Engenheiro Ávidos, em apenas
três atingiu, no final de junho, o volume acima de 200 milhões m³ e também em
três ultrapassou os cem milhões
2006 – 211.073.501 m³
2008 – 205.957.000 m³
2009 – 211.840.971 m³
2007 – 146.598.975 m³
2010 – 110.183.040 m³
2011 – 123.410.040 m³.
Quando veremos novamente o Açude de
Engenheiro Ávidos cheio? É bom lembrar que no leito do principal afluente do
Piranhas, o Riacho da Boa Vista, foi construída uma barragem, incluída na obra
da transposição do Rio São Francisco, com a capacidade de armazenar 200 milhões
de m³. Faço uma previsão, que sem a ajuda das águas do São Francisco, só
veríamos o velho Boqueirão cheio nos próximos dez anos e se tivermos bons
invernos.
Em 2016 será uma seca igual à de 1958
Luiz Carlos Molion, um dos mais
renomados estudiosos das causas e previsibilidade das secas do Nordeste
brasileiro, professor da Universidade Federal de Alagoas, PhD em Meteorologia e
pós-doutor em Hidrologia e representante dos países da América do Sul na
Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM), declarou
esta semana na imprensa da Paraíba, que “não se tem o que fazer para evitar uma
seca severa em 2016”.
As suas previsões estão embasadas em
estudos realizados sobre o El Niño atual, que segundo ele “começou em outubro
de 2014 e vai até junho de 2016 e todos os dados mostram similaridade com o que
ocorreu em 1958 e desta forma, os efeitos dele também serão os mesmos”. A seca
de 1958 é das mais faladas, exatamente porque as suas conseqüências foram
severas e terríveis para todo o sertão paraibano. Diante do atual quadro
imaginemos mais um ano de seca. Fica a pergunta: diante do assustador quadro,
qual a solução?
Segundo Molion, poderá ocorrer uma
queda, em 2016, no volume das chuvas na nossa região, de 60% e como a média
histórica dos últimos 100 anos é 881 mm, a previsão será de apenas 359 mm, com
um agravante: os nossos açudes estão secos em função do déficit de águas
acumulado desde o ano de 2011.
Com relação ao nosso município, tem-se
noticias de que são muitos os açudes, poços artesianos e cacimbões secos, sem
esquecermos que o açude Engenheiro Ávidos, que abastece a cidade, está com
nível critico de volume d’água, 8,2 % de sua capacidade, que representa
20.847.805 m³ e como nosso consumo vem sendo em torno de um milhão de metros
cúbicos por mês, a perspectiva é de que atravessaremos o ano de 2016 com certa
tranqüilidade e sem a necessidade do socorro de abastecimento do perímetro
urbano através de carro-pipa.
Em se concretizando o quadro de seca a
dificuldade maior será para os habitantes da zona rural, que desde o ano de
2013 já vem sendo atendida, em grande parte do município, por carro pipa. Fica
então outro grande problema: e os animais e o rebanho bovino? Vislumbra-se diante
da situação que a atividade de agropecuarista, por um longo período deixará de
existir no município de Cajazeiras. Ressalte-se que, atualmente, a maioria
deles fechou as porteiras de seus currais. Hoje, na zona rural, quem tem algum
estoque de água possui uma mina de ouro.
Nos últimos dez anos, (2006/2016)
tivemos quatro anos com chuvas acima um mil mm:
2006 – 1.232,80 mm
2008 – 1.824,00 mm
2009 – 1.535,60 mm
2011 – 1.723,00 mm
Em 2015, foi o que menos choveu nos
últimos dez anos: 537,9 mm, seguido de 2012, com 734,00 mm. Vale lembrar que em
2014 choveu 985,3 mm, configurando-se aí uma densidade pluviométrica acima da
média, mas as chuvas ao longo do ano foram finas, fato que impediu armazenar
água nos açudes, mas possibilitou uma boa colheita.
O Açude de Engenheiro Ávidos, depois da
temida sangria do ano de 1963, com uma lâmina de 0,30m, quando a barragem
sofreu alguns recalques e movimentos que provocaram a abertura de algumas
juntas, foi realizado um minucioso estudo e elaborado um projeto que motivou uma
grande reforma, incluindo a mudança do local do sangradouro, que antes era no
vão central da barragem. Nos últimos dez anos, depois de ter ultrapassado os
255 milhões de metros cúbicos, em 1963,o Açude de Engenheiro Ávidos, em apenas
três atingiu, no final de junho, o volume acima de 200 milhões m³ e também em
três ultrapassou os cem milhões
2006 – 211.073.501 m³
2008 – 205.957.000 m³
2009 – 211.840.971 m³
2007 – 146.598.975 m³
2010 – 110.183.040 m³
2011 – 123.410.040 m³.
Quando veremos novamente o Açude de
Engenheiro Ávidos cheio? É bom lembrar que no leito do principal afluente do
Piranhas, o Riacho da Boa Vista, foi construída uma barragem, incluída na obra
da transposição do Rio São Francisco, com a capacidade de armazenar 200 milhões de m³. Faço uma previsão, que
sem a ajuda das águas do São Francisco, só veríamos o velho Boqueirão cheio nos
próximos dez anos e se tivermos bons invernos.
José
Antônio Albuquerque*
*Professor
Universitário e Diretor Presidente do Sistema de Comunicação Alto Piranhas de
Cajazeiras.
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