Uma mentirinha aqui, outra ali. Quem nunca? Ao
longo da história muita gente forjou a própria realidade, seja em benefício
próprio, de seu país e até mesmo sem um motivo aparente.
As mentiras podem ter várias dimensões ou
consequências, mas algumas pessoas são capazes de superar qualquer expectativa:
o que dizer, por exemplo, do golpista que tentou vender a Torre Eiffel logo
depois da Primeira Guerra Mundial?
Nesse primeiro de abril, o internacionalmente
famoso dia da mentira, o História Sem Fim fez uma seleção de fatos curiosos
sobre a mentira e os mentirosos que se deram bem contando histórias absurdas. É
ver (ou melhor, ler) para crer.
3. O homem que vendeu a Torre
Eiffel
Ele era tcheco, mas isso não o impediu de vender
a Torre Eiffel… duas vezes.
Victor Lustig vivia praticando golpes no início
do século XX. A primeira vez que “vendeu” a famosa torre francesa foi em 1925,
quando reuniu 6 empresários sucateiros em um luxuoso hotel em Paris.
Identificando-se como o diretor do Ministério dos Correios e afirmando que o
governo não tinha mais condições de arcar com os custos de manutenção do
monumento, convenceu a todos que a torre seria, de fato, vendida – seu material
deveria ser derretido e posteriormente comercializado como sucata.
O discurso funcionou tão bem que, no final do
mesmo dia, Lustig fechou negócio com o empresário André Poisson – com direito
até a um suborno para que ele tivesse preferência na compra.
Assim que conseguiu colocar as mãos na grana, o
tcheco fugiu. Mas Poisson ficou em Paris e, ao perceber o golpe, não teve
coragem de denunciar o farsante com medo do vexame da situação. Dá para entender
o motivo, né? Percebendo que o golpe não fora noticiado, Lustig voltou a Paris
certo tempo depois e tentou aplicar o golpe novamente. Não deu certo. Mas mesmo
assim ele não foi preso.
O mais impressionante é que Lustig não foi o
único espertinho a tentar vender grandes monumentos. O norte-americano George C.
Parker ficou mundialmente famoso por vender para turistas afortunados objetos
muito simples como a Estátua da Liberdade e a Ponte do Brooklyn – tinha muita
gente interessada nesta última, aliás. De acordo com depoimentos do próprio
Parker, ele chegou a vender a ponte cerca de duas vezes por semana por anos
seguidos.
Parker alegava que os turistas poderiam ganhar
muito dinheiro com a quantidade de carros que entrava e saía de Nova Iorque
todos os dias. Alguns desses clientes chegaram a ser presos quando tentavam
construir pedágios no local.
2. Orson Welles e a invasão
alienígena
Essa você provavelmente já conhece, mas a gente
conta mesmo assim. Tudo começou com um mal entendido… que foi ouvido por milhões
de pessoas. O ano era 1938 e, ao final do dia, como em muitos países do mundo,
os norte-americanos estavam em suas casas ouvindo rádio. Welles era responsável
por um programa da rádio CBS e, naquela ocasião, decidira apresentar uma
adaptação da obra Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, que narra uma invasão
alienígena. Ao lado de seus roteiristas, o apresentador optou por adaptar a obra
para o presente, transportá-la de Londres para Nova Iorque e apresentá-la em
forma de noticiário – um grande erro, como ficou comprovado no final da
história.
No início da transmissão, bem como nos jornais
daquele dia, o público fora avisado de que se tratava de uma peça ficcional. O
problema é que nem todos os 6 milhões de ouvintes estavam sintonizados na CBS
durante os avisos. Para piorar, a transmissão acontecia da seguinte forma: a
música tocada era constantemente interrompida por entradas ao vivo dos
repórteres que anunciavam a queda de meteoros e o surgimento de monstros vindos
de outros planetas, construindo uma tensão crescente.
Acredita-se que mais de 1 milhão de pessoas
levaram a invasão a sério – o que resultou em ruas cheias, linhas telefônicas
congestionadas, e muito trabalho para a polícia. Algumas testemunhas
acreditaram, por muitos anos, ter realmente sentido o cheiro do gás tóxico usado
como arma pelos invasores.
1. Mentira tem perna curta!
Provavelmente você já ouviu a expressão, mas não
conhece sua origem. As pernas curtas em questão tinham dono: o famoso pintor
Henri de Toulouse-Lautrec.
No final do século XIX, Lautrec era famoso pelas
histórias generosas que contava sobre si mesmo – dizem que seu talento para a
mentira era tão grande quando sua vocação artística. Como o pintor tinha um
defeito físico que impediu suas pernas de se desenvolverem como o esperado,
surgiu a expressão “a mentira tem perna curta”, que usamos até hoje.
Fonte: Superinteressante
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