terça-feira, 16 de abril de 2013


Açude do município de São José do Bonfim - PB
 
A inclemência da seca que assola o nosso sertão da Paraíba continua tingindo os nossos olhos secos com a aridez da caatinga cercada por um imenso cemitério de ossos insepultos.
Essa desesperança que pouco a pouco nos domina, é a mesma que, estranhamente, une a todos nós que nascemos no sertão num grito de socorro e de protesto pela falta de decisão política para o nordeste brasileiro e para o enfrentamento da seca.
Nesse cenário, tenho desenvolvido algumas viagens por nossas cidades sem chuva. Percorro a desilusão de nossas veredas, feridas abertas, caminhos tristes quase sem vida.
Vez por outra, aqui ou acolá, surge na paisagem um juazeiro frondoso, florindo  fé e confiança na espera da água que nunca vem. Noutra imagem, um ato de entrega e cansaço de uma velha  canoa esquecida no fundo de um torrão rachado reclamando pela chuva.
E o sertanejo parece já conformado. Meu Deus, não chove mais!

Um comentário:

Jairo Alves disse...

Não sei o que mais grave: se a sede, ou se a falta de água no Nordeste. Aposto na segunda opção. E o drama se torna mais tenso quando as esperanças, os planos, as gestões governamentais, os projetos hídricos pro Nordeste ficam em pauta quase todas as Sessões e nada é aproveitado. Nada é aprovado. Só conversa pra boi dormir, como se diz o ditado daqui, as crianças quando zooam demais. Não adianta mais tentar descrever um solução. Porque não é falta de de voz, nem de fala de autoridades, nem muito menos de papel. Basta entendemos que, se quisermos resolver este problema, com certeza teríamos recursos de sobra pra projetar, irrigar e matar a sede de milhares de nordestinos que vivem ameaçados de continuarem com suas panelas vazias, e também os potes de cabeça para baixo! É lamentavel e triste. Enquanto comparado outras terras do Norte por exemplo, os rios já nascem ali mesmo. Não precisa do homem enveredar vossas águas: elas quem vem as casas com abudancia. Aqui no Nordeste existe sim, Rios, Lenções de águas, terrenos hídricos que se explorados, supria, mataria a sede dessa gente já cansada, já esmigalhada, torrada pelo sol e pela frieza das autoridades que nada fazem para garantir, pelo menos que nós pudessemos se alimentar e depois beber um cpo de água potável para matarmos a sede!...