quarta-feira, 28 de julho de 2010

No terreiro da fazenda


Zé de Benona e Forrozão Asa Branca


"Quem nunca foi a um forrozinho no mato não sabe o que está perdendo!" Esta é uma das afirmações mais comuns do homem nordestino quando se refere às tradicionais festanças de forró! O "forró no mato" é a expressão que ele usa para se referir as festas realizadas na zona rural, nos sítios e fazendas. Embalados pelo forró pé de serra, ao som do tilindar do triângulo, do zabumba e da sanfona, o sertanejo parece que, por alguns instantes, esquece a sua incansável luta pela vida e se entrega ao arrasta pé no imenso salão de barro batido no terreito da casa.

Tudo é muito rústico e simples, mas a animação é contagiante. Ao som dançante do forró de antigamente, todos se esbaldam ao ritmo agarradinho da sanfona. Não há senhas para as danças, apenas o dono da casa, à hora certa, percorre o salão por entre os casais, recolhendo a "cota", módico valor em dinheiro que é arrecadado para se pagar o sanfoneiro.

A segurança do lugar é feita pelos próprios participantes do festança. As facas, as peixeiras e tudo mais que se possa cortar, são recolhidas logo na entrada no salão.

As bebidas são "esfriadas" ao pé do pote razão porque, dificilmente, se toma uma cerveja gelada. A predominância é da cachaça, da pinga, do aguardante, que se pode tomar quente mesmo!

E o "samba" varre a noite a dentro numa apoteose de alegria e diversão. Resistência de mais uma expressão cultural do nosso povo sertanejo que luta para se manter viva!



Um comentário:

Unknown disse...

Me lembrei quando fui a um bom tempo atrás, a um legítimo forró no sítio Mufumbo, aqui na região de Pombal-Pb !!! Era a noite e o zabumba, o triângulo e a sanfona estavam tocando e havia muita gente e eu senti que o clima de sedução estava no ar; pois havia uma quantidade muito grande de jovens não só das vizinhanças , bem como de cidades da região , como Aparecida, Sousa e ainda parentes de pombalenses que eram turistas e vinham dos mais variados locais do Brasil para prestigiar aquele evento! Me lembro que, no meio da penumbra, conheci uma menina que dizia ser da cidade de Sousa, e não demorou muito, lá estavamos no maior "amasso" !!! (foi algo instantâneo mas não fulgas como aontecem em muitos relacionamentos nos dias de hoje em que tem muita gente que fica por ficar). Aquela mulher foi um cometa que iluminou aquela noite; e como um cometa, ela teve que ir embora antes da festa acabar, pois os parentes dela já estavam no carro pronto para ir embora para casa! ...o forró continuava...só que desta vez, a felicidade explodia em mim como fogos de artifício...e o zabumba desta vez...era o meu coração...TUM,TUM,TUM... :)