A
arte
roeu
a
roupa
da razão
e
despiu
o rei
da
rima
rica.
- Nasceu um poema nu.
Teófilo Júnior
arte
roeu
a
roupa
da razão
e
despiu
o rei
da
rima
rica.
- Nasceu um poema nu.
Teófilo Júnior
MANCHETE DO DIA é um poema que mostra a ruptura total com as regras métricas da poesia clássica. No texto, o poeta não tem nenhum compromisso com as regras métricas da forma tradicional. Sua intenção limita-se a apresentar uma mensagem em que a poesia se faz presente na conotação das palavras que recebem um sentido novo, como:
Arte - Fazer poético;
Roeu - Rompeu com a forma tradicional;
Roupa - Formas poéticas; métrica;
Razão - Convenção; estilo tradicional;
Despiu - Anulou (a Forma);
Rei - Forma poética;
Rima/Rica - Regras métricas.
A estrutura do poema enquadra-se no gênero da Poesia de Vanguarda das primeiras décadas do século XX. A partir de uma frase usada em livros de alfabetização (“O rato roeu a roupa da Rita”), o poeta constrói seu poema, dando uma nova convenção às palavras. O que parece uma linguagem prosaica ganha beleza com a nova roupagem dos termos que constroem os versos. Com o verso final: Nasceu um poema nu, ele confirma a total liberdade poética de seu poema constituído de versos brancos e livres, o qual mais parece uma notícia de jornal que um texto poético. A melhor sugestão disso é o próprio título. O novo sentido das palavras, portanto, é o que lhe dá uma linguagem poética, literária.
MANCHETE DO DIA é um exemplo típico da crítica à poesia parnasiana, feita pelos poetas de vanguarda do início século XX.
Profa. Terezinha Almeida
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