segunda-feira, 12 de julho de 2010

Manchete do Dia

A
arte
roeu
a
roupa
da razão
e
despiu
o rei
da
rima
rica.

- Nasceu um poema nu.


Teófilo Júnior

MANCHETE DO DIA é um poema que mostra a ruptura total com as regras métricas da poesia clássica. No texto, o poeta não tem nenhum compromisso com as regras métricas da forma tradicional. Sua intenção limita-se a apresentar uma mensagem em que a poesia se faz presente na conotação das palavras que recebem um sentido novo, como:

Arte - Fazer poético;

Roeu - Rompeu com a forma tradicional;

Roupa - Formas poéticas; métrica;

Razão - Convenção; estilo tradicional;

Despiu - Anulou (a Forma);

Rei - Forma poética;

Rima/Rica - Regras métricas.


A estrutura do poema enquadra-se no gênero da Poesia de Vanguarda das primeiras décadas do século XX. A partir de uma frase usada em livros de alfabetização (“O rato roeu a roupa da Rita”), o poeta constrói seu poema, dando uma nova convenção às palavras. O que parece uma linguagem prosaica ganha beleza com a nova roupagem dos termos que constroem os versos. Com o verso final: Nasceu um poema nu, ele confirma a total liberdade poética de seu poema constituído de versos brancos e livres, o qual mais parece uma notícia de jornal que um texto poético. A melhor sugestão disso é o próprio título. O novo sentido das palavras, portanto, é o que lhe dá uma linguagem poética, literária.

MANCHETE DO DIA é um exemplo típico da crítica à poesia parnasiana, feita pelos poetas de vanguarda do início século XX.


Profa. Terezinha Almeida

Nenhum comentário: