A importação de médicos estrangeiros, um dos
projetos invocados por Dilma Rousseff para fazer a rua voltar para casa, levará
mais gente ao asfalto. Entidades médicas organizam para as 16h desta
quarta-feira (26) um protesto nacional em defesa da valorização dos
profissionais brasileiros e investimentos no SUS.
Em reação ao pronunciamento feito por Dilma
em rede nacional de rádio e tevê, as entidades divulgaram uma “carta
aberta aos médicos e à população brasileira”. No texto, anotam que o
projeto do governo “é de alto risco” e “simboliza uma vergonha nacional.”
Subscrevem o documento quatro entidades. Entre elas a Associação Médica
Brasileira e o Conselho Federal de Medicina, que formulou proposta
para levar médicos aos fundões do país.
Para essas entidades, a iniciativa do
governo seria arriscada porque exporia a população brasileira “à ação de pessoas
cujos conhecimentos e competências não foram devidamente comprovados.” Seria
vergonhosa porque “tem valor inócuo, paliativo, populista e esconde os reais
problemas que afetam o SUS.”
Que problemas? Falta de leitos e de
medicamentos, ambulâncias paradas por falta de combustível, infiltrações nas
paredes e goteiras nos hospitais, infraestrutura precária e baixa valorização
dos médicos. Provocativo, o texto recorda o câncer que levou Dilma a tratar-se
no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
“Há alguns anos, a presidente Dilma Rousseff
foi vítima de grave problema de saúde”, anota a carta. “O tratamento
aconteceu em centros de excelência do país e sob a supervisão de homens e
mulheres capacitados em escolas médicas brasileiras. O povo quer acesso ao
mesmo, e não quer ser tratado como cidadão de segunda categoria, tratado por
médicos com formação duvidosa e em instalações precárias.”
As entidades informam que tomarão “todas
as medidas possíveis, inclusive as jurídicas” para tentar barrar o projeto
do governo. Além do protesto prevista para esta quarta-feira, as
entidades organizam para o dia 3 de julho uma “paralisação nacional” dos
médicos.
Josias de Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário