A língua sem arcaísmos. Sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.
País de dores anônimas. De doutores anônimos. Sociedade de náufragos eruditos.
A Poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.
Obuses de elevadores, cubos de arranha-céus e a sábia preguiça solar. A reza. O Carnaval. A energia íntima. O sabiá. A hospitalidade um pouco sensual, amorosa. A saudade dos pajés e os campos de aviação militar. Pau-Brasil.
Toda a história da Penetração e a história comercial da América. Pau-Brasil.
O Carnaval. O Sertão e a Favela. Pau-Brasil. Bárbaro e nosso.
Oswald de Andrade: in Manifesto da Poesia Pau-Brasil, 1924.
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