“Eu fui acusado do hábito de mudar minhas opiniões. Eu não tenho um
pingo de vergonha de ter mudado minhas opiniões. Um físico que já estava
ativo em 1900 sonharia em dizer que suas opiniões não mudaram durante o
último meio século? Na ciência, os homens mudam suas opiniões quando
novos conhecimentos se tornam disponíveis; mas a filosofia na mente de
muitos é assimilada à teologia, não à ciência. O tipo de filosofia que
eu valorizo e me esforço para buscar é a científica, no
sentido de que há algum conhecimento definido a ser obtido e que as
novas descobertas podem tornar a admissão de um erro anterior inevitável
a qualquer mente sincera. Pelo que eu disse, seja cedo ou tarde, não
reivindico o tipo de verdade que os teólogos reivindicam por seus
credos. Eu reivindico, apenas, na melhor das hipóteses, que a opinião
expressada, na época, era a sensata de se manter no momento em que foi
expressada. Clareza, acima de tudo, tem sido meu objetivo.”
— Bertrand Russell, preface to The Bertrand Russell Dictionary of Mind, Matter and Morals (1952).
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