quarta-feira, 24 de maio de 2017

Lendo nas entrelinhas II

A decisão de acabarem com a Lava-Jato, por parte dos políticos investigados por ela é definitiva e irrevogável. Quanto mais desmentirem, mais estarão trabalhando com esse objetivo. Em todas as frentes. No congresso, no executivo, e no judiciário. Só não obtiveram, ainda, hesito completo, por conta da opinião pública. Esta é alimentada pela imprensa livre, inimiga número um das esquerdas boliviarianas, dos corruptos e corruptores. Em poucos dias nenhum preso, condenado pelo Moro, estará nas cadeias. Todos estarão em casa, livres para agirem em suas defesas, eliminando provas, ameaçando testemunhas, procrastinando seus julgamentos em segunda instância, até se livrarem das penas por meio de instrumentos legais, ou prescrição etária. Isso significa o fim da maior e mais competente operação moralizadora ocorrida no Brasil. Uma lástima, que inócua. Por essa razão, e por todas as outras que venho denunciando, não acredito numa saída para a nossa crise, a maior da história, com soluções institucionais vigentes. Quero dizer com isso que com o quadro político partidário existente, não vamos poder fazer uma eleição em 2018, que possa consagrar, nas urnas, alguma coisa diferente do que temos hoje. Serão candidatos pelos mesmos partidos, os mesmos políticos, eleitos pelos mesmos eleitores que trouxeram o país ao estado de penúria moral, desemprego de mais de 14 milhões de cidadãos, criminalidade e insegurança brutal. Estados falidos, financeira e moralmente como é o caso do Rio. Esse quadro não vai mudar, a não ser com uma nova Constituição Independente. Ainda é tempo de fazê-la com segurança institucional relativa, ao contrário da Venezuela, que prega o mesmo remédio para fins ditatoriais. Aqui a nova Constituição viria para restabelecer as regras político partidárias, e as bases para um crescimento econômico, e social baseado na iniciativa privada, eliminando a interferência do estado ao máximo, garantidos os direitos sociais por longos e duradouros anos. 
 
Eduardo P. Lunardelli 

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