sábado, 23 de fevereiro de 2013

Pesquisa mostra que 10% dos brasileiros sofrem com suor excessivo

A maior parte das pessoas que sofrem com excesso de suor não sabe que se trata de uma doença.
 
Um levantamento indica que aproximadamente 10% da população rasileira sofre de hiperidrose, doença causada pelo suor excessivo que é agravada pelo estresse. O levantamento também mostra que 71% desse total nunca procurou o médico por isso, o que mostra que a doença não é reconhecida como tal.
 
A pesquisa, feita pelo Instituto Ipsos a pedido da farmacêutica Galderma, foi dividida em duas fases. Na primeira, foram feitas 1.000 entrevistas em 70 municípios das cinco regiões do país, com o objetivo de avaliar a prevalência do problema.
 
Do total de entrevistados, 43% citaram as axilas como áreas do corpo em que o suor está mais presente. E 44% nunca tentaram nenhum tratamento para amenizar o desconforto.
 
Na segunda fase da pesquisa, um levantamento qualitativo foi feito apenas com os indivíduos que sofrem de hiperidrose e suas mães, além de médicos especializados. O resultado é um raio-X do problema no país.
 
"Eu sentia raiva, muita raiva, não entendia como um ser humano podia suar tanto", afirmou um dos jovens ouvidos. As entrevistas mostram como a hiperidrose altera as relações sociais e a rotina das pessoas. Muitas levam roupas no carro ou na mochila para se trocar ao longo do dia.
 
O médico Alexander Filippo, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, relata que o problema, de modo geral, tem início na adolescência. Mas a busca por algum tipo de tratamento ocorre mais tarde, entre 30 e 40 anos, quando o excesso de suor começa a afetar o indivíduo profissionalmente.
 
A hiperidrose pode ser causada por fatores genéticos, mas também pode ter relação com outros fatores, como hipertireoidismo e menopausa.
 
Tratamento
 
Um dos tratamentos indicados para hiperidrose é a aplicação de toxina botulínica, a mesma usada para amenizar rugas. A substância bloqueia as terminações nervosas responsáveis pela liberação de componentes que estimulam o suor.
 
A quantidade usada para combater a hiperidrose é maior que a de procedimentos estéticos (o que torna a técnica bem mais cara, também). A aplicação é feita com uso de anestésicos locais para evitar desconforto. A vantagem é que nem sempre é preciso repetir a sessão depois de alguns meses, como ocorre no tratamento de rugas.
 
"Cerca de 70% dos pacientes fazem só uma aplicação e quem repete percebe que o suor diminui de uma para outra", diz Filippo. Segundo o médico, o fato reforça o aspecto emocional envolvido na hiperidrose. "A partir do momento que a pessoa tem segurança que não vai suar tanto, ela realmente sua menos", comenta.
 
Os efeitos colaterais são raros e transitórios: "Se a aplicação for nas mãos, a pessoa pode sentir menos força durante uma ou duas semanas".
 
Em casos mais graves, a hiperidrose é tratada com uma cirurgia, para lesionar o nervo que estimula o suor. Nesse caso, segundo o dermatologista, pode acontecer de o paciente passar a suar mais em outras áreas do corpo.
 
Fonte: UOL

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