quinta-feira, 23 de junho de 2011

Tempos idos

Não enterres, coveiro, o meu Passado,
Tem pena dessas cinzas que ficaram;
Eu vivo dessas crenças que passaram,
E quero sempre tê-las ao meu lado!


Não, não quero o meu sonho sepultado
No cemitério da Desilusão,
Que não se enterra assim sem compaixão
Os escombros benditos de um Passado!


Ai! não me arranques d’alma este conforto!
- Quero abraçar o meu passado morto
- Dizer adeus aos sonhos meus perdidos!


Deixa ao menos que eu suba à Eternidade
Velado pelo círio da Saudade,
Ao dobre funeral dos tempos idos!




Augusto dos Anjos

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