Por Francisco Chagas
Desde que salvou do lixo algumas dezenas de livros, descartados por uma viúva, o pedreiro Evando dos Santos faz da literatura uma causa. Dez anos depois, mais de 40 mil livros entopem sua varanda, sala, cozinha, quarto – e sua casa virou a Biblioteca Comunitária Tobias Barreto de Meneses, em Vila da Penha, zona norte do Rio. Seu sonho de construir um prédio moderno para a biblioteca acabou conquistando adeptos. O centenário arquiteto Oscar Niemeyer fez o projeto, o BNDES financiou a construção e o prédio está pronto. O acervo tem de didáticos a raridades, como um Sobrados e Mocambos, de Gilberto Freyre (de 1958), ou um Estudos Alemães, de Tobias Barreto (de 1888), “marco do realismo brasileiro”, ensina. “Dê o livro para um brasileiro pegar, cheirar, sentir, e verá como ele se apaixona.”
Evando mudou-se de Sergipe para o Rio aos 16 anos. Analfabeto, tomou contato com as letras por intermédio do conterrâneo Dernival Pereira, colega mais velho de obra, que no horário de almoço lia e explicava obras de Machado de Assis, Lima Barreto, Graciliano Ramos, Shakespeare. “Sou eternamente grato”, diz. A predileção é pela obra de Tobias Barreto (1839-1889), filósofo e poeta sergipano, patrono da cadeira número 38 da Academia Brasileira de Letras. Evando sonha agora em ativar ali também uma faculdade. Só não tem, ainda, de onde tirar os cerca de 4 mil reais mensais que acredita bastarem para a manutenção da instituição. Para oferecer cursos de literatura, inglês, italiano, fotografia, latim, espanhol e tupi-guarani, conta com voluntários. E que vingue uma campanha para receber doações.
Desde que salvou do lixo algumas dezenas de livros, descartados por uma viúva, o pedreiro Evando dos Santos faz da literatura uma causa. Dez anos depois, mais de 40 mil livros entopem sua varanda, sala, cozinha, quarto – e sua casa virou a Biblioteca Comunitária Tobias Barreto de Meneses, em Vila da Penha, zona norte do Rio. Seu sonho de construir um prédio moderno para a biblioteca acabou conquistando adeptos. O centenário arquiteto Oscar Niemeyer fez o projeto, o BNDES financiou a construção e o prédio está pronto. O acervo tem de didáticos a raridades, como um Sobrados e Mocambos, de Gilberto Freyre (de 1958), ou um Estudos Alemães, de Tobias Barreto (de 1888), “marco do realismo brasileiro”, ensina. “Dê o livro para um brasileiro pegar, cheirar, sentir, e verá como ele se apaixona.”
Evando mudou-se de Sergipe para o Rio aos 16 anos. Analfabeto, tomou contato com as letras por intermédio do conterrâneo Dernival Pereira, colega mais velho de obra, que no horário de almoço lia e explicava obras de Machado de Assis, Lima Barreto, Graciliano Ramos, Shakespeare. “Sou eternamente grato”, diz. A predileção é pela obra de Tobias Barreto (1839-1889), filósofo e poeta sergipano, patrono da cadeira número 38 da Academia Brasileira de Letras. Evando sonha agora em ativar ali também uma faculdade. Só não tem, ainda, de onde tirar os cerca de 4 mil reais mensais que acredita bastarem para a manutenção da instituição. Para oferecer cursos de literatura, inglês, italiano, fotografia, latim, espanhol e tupi-guarani, conta com voluntários. E que vingue uma campanha para receber doações.
P.S. Essa é uma daquelas noticias que nos emociona. Um homem simples, um homem do povo, sem estudo, sem "berço de ouro", sem sobrenome importante e, no entanto, munido de uma fome de cultura e conhecimento incomum para gente de seu padrão.
Conheço dezenas de secundaristas que jamais leram um livro sequer em toda a sua história de estudante, outros, nunca leram nada em sua vida, alguns leram, mas foram incapazes de entender o que estava escrito.
São os "Zés", "Evandros" e "Marias" dessa nação que ainda me faz alimentar o sonho de ver o Brasil um país formado essencialmente por leitores.
Um comentário:
Como autor de um projeto solitário chamado LIVROS PARA A LIBERDADE, que tem o objetivo de levar o mundo da leitura para os presídios, coloquei a disposição dos presidiários de nossa biblioteca,cerca de setenta livros diversos e mais de uma centena de revistas Sentinelas e Despertai,cuja tiragem global ultrapessa os milhões em todo o mundo, com a certeza de que alguem tem que fazer alguma coisa,já que neste país, que se dizem cristãos, não existe praticamente nenhuma política pública nacional efetiva para a recuperação de detentos, . É justamente a este brasileiro anônimo que faço aqui a minha homenagem,pois mesmo sem estar nos palácios de mármore dos nossos "três poderes" ,teve a sensibilidade dos anjos,de entender que ,ter acesso a leitura é como ter acesso a asas, ...as asas do conhecimento...que podem nos levar para qualquer lugar.
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