terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Dezembro chegou novamente

Todo ano tem seu fim marcado por um mês particularmente desagradável. Por que? Porque dezembro é mês de festas e eu não gosto de festa. A hipocrisia, a falsidade e os custos decorrentes dessas festividades natalinas sempre me incomodaram. As tais lembrancinhas. Os amigos secretos. As listas de gratificações. A voracidade com que as pessoas saem às compras. O comportamento dos donos de estabelecimento comercial nessa época, em que procuram acertar os desacertos, eventuais, do ano que finda, tudo isso me incomoda. Sempre que posso fujo no natal. Sempre foi assim. Minha mãe tinha verdadeiros ataques de tristeza quando eu a participava de que não estaria presente no jantar de natal, por motivo de viagem. Na verdade é uma festa importada com veados e trenós, Papai-noel de vermelho e botas, tudo num cenário de pinheiros e muita neve. Nada menos apropriado para um país tropical. Dezembro, quarenta graus. Nada mais fora de lugar e propósito. Deve ser por essa razão que não gosto de natal. O que deveria ser uma festa infantil, cheia de simbolismos positivos, vira uma cobrança amarga de retribuições indesejáveis e de votos falsos e hipócritas. Gostaria de deitar no dia primeiro e só acordar dia dois de janeiro.
 
 
Eduardo P. Lunardelli

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