sábado, 7 de dezembro de 2013

Dez coisas idiotas para salvar a festa da firma

O patrão mandou cantar com a língua enrolada/ Everybody macacada. Everybody macacada/ E também mandou servir uísque na feijoada. /Do you like this, macacada? Do you like this, macacada?” (“O patrão mandou”, hit de Paulinho Soares).
 
Chega dezembro e aqui retomo a preocupação de sempre com a fina etiqueta para gente grossa nas confraternizações de fim de ano. Especialmente no que diz respeito à famigerada festa da firma.
 
É de alta periculosidade tal rendez-vous trabalhista. Pequenas histórias acumuladas o ano inteiro. Alguém sempre com o pote até aqui de mágoa. Qualquer descuido é fatal.
 
Para uns, a farra é um tédio, um saco; para outros uma bela chance de comer,encher a cara, vomitar na roupa nova da gerente e provocar vexames. Simples como empurrar bêbado ladeira abaixo.
 
Ao que interessa. Dez itens importantes para para uma boa festa de firma:
 
1) Botar um rabo –pode ser de papel- no patrão ou no chefe vale por um ano do surrupiado suor da mais-valia. Bela e ingênua vingança, esse clássico das brincadeiras masculinas continua valendo como desafio. Quem se habilita?
 
2) Dar em cima da mulher do patrão ou do chefe. É a noite ideal, caríssimo escravo, não perca a chance. E ainda tem o álibi da boca-livre. Segura na mão de Deus e vai. Quando ela alertar que é a mulher do seu superior, aí é que o distinto crápula desce o nível mesmo – para além da cantada de pedreiro.
 
3) Sempre tem uma gostosa do telemarketing que bebe demais e tira a roupa na hora que toca aquela da Miley Cyrus. Foco, se liga, você sempre perde esse momento nobre falando do ano perdido do Corinthians.
 
4) Querida colega de relógio de ponto, sempre tem um homem-tupperware dando sopa na confraternização. Trata-se daquela criatura que se leva para casa para comer no dia seguinte, depois da Neosaldina, depois da rebordosa, depois do café sem açúcar.
 
5) Aproveite a bebedeira e fale alto sobre propostas de trabalho que tem recebido da concorrência. Não precisam ser propostas obrigatoriamente verdadeiras. Vale o desejo de cair fora desse tronco de Isaura.
 
6) Tire onda dos puxa-sacos do chefe. É hora de dizer isso abertamente. Leia em voz alta, o clima festivo e de zoação cabe tudo, o ranking dos maiores baba-ovos do ano. Os maiores xeleléus, como se diz no Brasil lá de cima.

 
7) Se tirar homem no amigo oculto, sugestão de regalo: aquelas cuecas de copinho, finos artigos de feira. Será que ainda existe tal mercadoria na praça? Vale também qualquer item de baixaria, como uma abridor de garrafas em forma de pênis, por exemplo. É dia de sacanagem, fuleragem e baixaria explícita, amigo.

 
8) Assuma o(a) amante da repartição na frente de todo mundo, com um beijo caricato de novela. Vai perceber que até o discreto tiozinho do almoxarifado já estava ligado. Eu já sabia, sobe o cartaz. Espanto zero.

 
9) Faça a cobertura de todo o regabofe “ao vivo” nas redes sociais. Hashtag: #oTrabalhoDanificaOhomem.

 
10) É o único dia do ano em que fica declaradamente revogada a velha máxima criada pelos comerciantes fenícios, como vemos aí na foto do bar Z Carniceria, rua Augusta, SP: “Onde se ganha o pão, não se come a carne”.

 
E você, funcionário exemplar, já deu o seu vexame este ano? Abra o jogo.

 
 
Xico Sá

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