Senhor Doutor, muito bem-vinda seja
A esta mofina e mísera cidade,
Sua justiça agora, e eqüidade,
E letras com que a todos causa inveja.
Seja muito bem-vindo, porque veja
O maior disparate e iniqüidade,
Que se tem feito em uma e outra idade
Desde que há tribunais, e quem os reja.
Que me há de suceder nestas montanhas
Com um ministro em leis tão pouco visto,
Como previsto em trampas e maranhas?
É ministro de império, mero e misto,
Tão Pilatos no corpo e nas entranhas,
Que solta a um Barrabás, e prende a um Cristo.
Gregório de Matos
Um comentário:
preciso de uma analise desse soneto, alguem poderia me ajudar? obrigado
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