sábado, 10 de setembro de 2011

Senhor Doutor

Senhor Doutor, muito bem-vinda seja
A esta mofina e mísera cidade,
Sua justiça agora, e eqüidade,
E letras com que a todos causa inveja.


Seja muito bem-vindo, porque veja
O maior disparate e iniqüidade,
Que se tem feito em uma e outra idade
Desde que há tribunais, e quem os reja.


Que me há de suceder nestas montanhas
Com um ministro em leis tão pouco visto,
Como previsto em trampas e maranhas?


É ministro de império, mero e misto,
Tão Pilatos no corpo e nas entranhas,
Que solta a um Barrabás, e prende a um Cristo.




Gregório de Matos

Um comentário:

Anônimo disse...

preciso de uma analise desse soneto, alguem poderia me ajudar? obrigado