Filme estréia nesta quinta (22) nos cinemas, mantendo o espírito dos anteriores.
Projeto coordenado por George Lucas e Spielberg levou anos para sair do papel.
Muito provavelmente um dos filmes mais aguardados do ano, “Indiana Jones e o reino da caveira de cristal” chega aos cinemas nesta quinta-feira (22) para matar as saudades do mais ardorosos fãs da série, que desde 1989 estavam órfãos do arqueólogo-galã-aventureiro vivido por Harrison Ford.
O projeto levou muitos anos para se concretizar. A primeira versão do roteiro, escrita por Frank Darabont (indicado a três vezes ao Oscar e responsável pelo texto da série televisiva “As aventuras do jovem Indiana Jones”), ficou pronta em 2003, mas já no ano seguinte a produção foi engaveta, por desavenças entre Darabont e George Lucas –produtor do longa, que acabou assumindo o roteiro.
A adesão de Steven Spielberg ao projeto também não foi das mais simples. No Festival de Cinema de Cannes, onde aconteceu a estréia mundial de “Indiana Jones e o reino da caveira de cristal” nesta semana, o diretor lembrou que “foi o mais reticente” quanto a reviver a franquia. “Tive de ser convencido”, revelou. “Tanta gente vinha nos pedir para fazer mais um. Isso só acontece com ‘Indiana’ e ‘ET’. Ninguém vem me pedir para fazer mais um ‘Inteligência artificial’, por exemplo”, brincou Spielberg.
Tanta comoção justifica as enormes expectativas com relação ao lançamento do filme. No Brasil, ele sairá com nada menos que 500 cópias, e já há comentários sobre a espera de liderança nas bilheterias do mundo todo –potencializada pelo lançamento em pleno feriado.
Bom e velho Indy.
Um dos maiores receios em fazer um quarto filme de Indiana Jones tinha a ver com a idade de Harrison Ford, que aos 65 anos não teria o mesmo desprendimento e desenvoltura para encarar todas as cenas de ação protagonizadas pelo personagem. De fato, para viver um arqueólogo aventureiro, o ator está “tiozinho”, mas o roteiro trouxe uma boa saída para o que poderia ser um problema: humor.
Logo na primeira seqüência de “Indiana Jones e o reino da caveira de cristal”, Indy está em uma encrenca com seu amigo Mac (Ray Winstone), e os dois dialogam sobre a possibilidade de escaparem com vida do tal episódio. Nosso herói, descrente da própria força, se lembra que envelheceu e que já não é mais o mesmo que há 20 anos.
De fato não é. Mas isso não impede que o filme seja divertido e eficiente no quesito recuperar o que de mais bacana marcou a década de 80. Claro que não se pode, mais de 20 anos depois, encarar Indiana Jones com os mesmos olhos de antes. Ou pelo menos não se deve. Seqüências históricas, como a pedra gigante da qual Indy fugiu em “Os caçadores da arca perdida” (1981), hoje se tornam simplórias diante das inúmeras possibilidades de efeitos especiais em computação gráfica.
Mas Spielberg e Lucas decidiram manter o espírito da trilogia inicial e, com isso em mente, evitaram ao máximo colocar seu elenco em frente a telas verdes que mais tarde são preenchidas, via computador, com cenários mirabolantes.
“O reino da caveira de Cristal” se passa no fim dos anos 50, em plena Guerra Fria. Na caça desenfreada aos comunistas, o governo passa a desconfiar de Indy, que é obrigado a tirar licença da universidade na qual leciona. Decidido a viajar, o arqueólogo é encontrado por Mutt (Shia LaBeouf), um jovem rebelde que precisa de sua ajuda para tirar um grande amigo em comum de uma enrascada.
O filme se desenrola com referências aos longas anteriores, sempre dando destaque para as marcas registradas do personagem (como o medo de cobras), e trazendo de volta personagens que marcaram a trajetória do herói, como Marion Ravenwood (Karen Allen), seu par romântico no primeiro filme da saga, nunca esquecida.
Nesta quarta aventura, Indy embarca para a Amazônia, em busca de uma caveira de cristal e de uma cidade mitológica, construída por seres sobrenaturais, que ficaria no coração da selva. Falou em Amazônia, despertou automaticamente no público brasileiro –acostumado a ver as reproduções mais bizarras de seu país, de seu povo, de sua cultura e de seu idioma- o olhar atento e a cobrança por alguma verossimilhança. Respire fundo, abstraia e perdoe o Dr. Jones nesse quesito.
Débora Miranda
Do G1, em São Paulo
Um comentário:
Será que em um futuro próximo, existirá alguem a altura para substituir Harrissom Ford em Indiana Jones,V,VI,VII,VIII...(Só o tempo dirá). Creio que não. ele permanecerá para sempre como o autêntico Indiana, assim como Sean Conery é o eterno 007. (Adiós).
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