terça-feira, 8 de abril de 2008

Por que as pessoas mentem em pesquisas sobre vida sexual


Há sete décadas, homens e mulheres não conversavam sobre desejo e prazer sexual em público ou na intimidade.

"As pesquisas costumam ser sérias sim, mas muitas pessoas, mesmo no anonimato, têm o desejo de serem valorizadas por sua performance, é um querer ser" A pílula anticoncepcional na década de 60 abriu um novo horizonte à mulher, que pôde experimentar o sexo sem colocar em risco a ‘moral familiar’ com uma gravidez fora de hora. Com esse controle sobre sua fertilidade, ela adentrou as universidades e ocupou espaço no mercado de trabalho.

Nos anos 60 e 70 o movimento feminista defendeu o amor livre, a busca de prazer e a sexualidade. Isso tudo passou a ser uma bandeira.

Ditadura do prazer

É muito triste perceber que esse ideal cultural tornou-se uma grande ditadura de prazer e de obrigações sexuais. O que antes era proibido ou mal visto foi re-significado e passou a ser, ao invés de uma vivência de sexo livre por escolha, uma obrigação.

É uma loucura pensar numa mudança comportamental e psicossexual tão radical em menos de 50 anos. O número de pessoas que hoje sofrem por não se sentirem fazendo parte das estatísticas divulgadas por institutos de pesquisa sobre sexo é muito grande.

Conflitos em relação à ejaculação precoce, dificuldade de ereção nos homens e diminuição de desejo e dificuldade de obtenção de orgasmo nas mulheres, já contabilizam entre 40 a 50% das dificuldades sexuais para casais homo e heterossexuais.

Mas o restante desses casais também acaba muitas vezes apresentando queixas que se referem à sensação de inadequação aos padrões divulgados nas pesquisas.

Essas pesquisas podem gerar cobranças e conflitos. Muitos não se sentem ‘enquadrados’, principalmente nos aspectos freqüência e satisfação sexual. Afinal, algumas pesquisas afirmam os brasileiros têm em média três relações sexuais por semana.

Se há desinteresse sexual, se o casal possui um ritmo de vida muito estressante e o clima de descontração e relaxamento acontece só nos finais de semana, não há problema nenhum nisso. O que não pode é ficar sofrendo por não estar inserido nas estatísticas, que não são necessariamente fiéis.

As pesquisas costumam ser sérias sim, mas muitas pessoas, mesmo no anonimato, têm o desejo de serem valorizadas por sua performance, é um querer ser.

Aprenda a investir na qualidade da relação, saia da rotina, tire o máximo de prazer e de intimidade.

Vale repensar:

- Vocês reservam um tempo para trocarem idéias sobre como estão vivendo?

- Vocês têm sonhos e projetos juntos?

- Você sabe das dificuldades que o outro enfrenta no trabalho?

- Seu parceiro sabe de seus conflitos?

Tempo, namoro e sexo

- Não vale a desculpa de não ter tempo, desligue a televisão, mude o perfume, o local de transar, tente uma nova posição sexual, saia para namorar, uma vez por semana. Isso é muito importante para que não se crie um labirinto de desconhecimento e desinteresse.

- Mande um cartão ou torpedo afetuoso

Pare de sofrer pelo que dizem que os outros fazem, olhe para você, para seu relacionamento e invista nesse afeto e desejo. Boa sorte e muito prazer!

Um comentário:

Unknown disse...

A maioria das pessoas ainda continuam associando quantidade a qualidade;achando elas que,quanto mais melhor,(e não é bem assim), isso é o resultado de uma sociedade capitalista em que vivemos, onde ACUMULAR bens e coisas é o objetivo maior e é por isso fica na mente da maioria que para você ser um SUPERHOMEM OU UMA SUPERMULHER, tem que sair por ai "traçando tudo",ah,ah,ah...mas depois vem aquelas voz silenciosa dentro de nós que diz. Eu quero alguem que possa valer por mil, e feliz nesta vida quem encontra.(Eu encontrei).