terça-feira, 22 de dezembro de 2020

John Donne

 

John Donne foi um dos maiores poetas de língua inglesa. Incompreendido na sua época, esquecido por muitos séculos, é hoje reverenciado e lido em todo o mundo. Sua obra serviu de inspiração para muitos outros poetas além do seu tempo.
 
Foi a partir de um belíssimo texto de John Donne, que o escritor norte-americano Ernest Hemingway, encontrou inspiração para o título do seu romance “Por Quem os Sinos Dobram” (1940), mais tarde adaptado a filme de mesmo nome (1943). O texto faz parte de “Meditações”, de onde foi extraído o trecho que abre o romance de Hemingway, eternizando-o, fazendo-o um dos textos literários mais conhecidos da atualidade.
 
O texto é de uma beleza rara, que transporta o homem em um universo que o coloca no centro de um oceano, mas que o revela a fazer parte do mundo, que a grandiosidade da saga humana está na quebra da solidão, porque somos os nossos amigos, o rompimento da nossa solidão. Somos o gênero humano, exaltado pela vida e diminuído apenas pela morte.
 
Poucas pessoas souberam escrever a ideia de humanidade partilhada como John Donne o fez nos idos do século XVI. Diz-nos Donne:
 
Excerto “meditação XVII”
 
“Nenhum homem é uma ilha, inteiramente isolado, todo homem é um pedaço de um continente, uma parte de um todo. Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntai: Por quem os sinos dobram; dobram por vós! 
 
John Donne, “Meditações”. [tradução Fabio Cyrino]. Edição bilíngue, São Paulo: Editora Landamark, 2007.John Donne.

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