Primeiro dia de aula. Pastinha na mão, laço de fita no cabelo e a vontade de descobrir o
mundo. O que havia lá fora? O mesmo aconchego da casa de mãe, pai e irmãos? Lá fora...
muita gente e ela sozinha ou muita gente e ela também?
Partiu como um novo cabral. Menininhas engomadinhas rezando e rezando uma vida inteira para o Deus que ninguém via.
Perto da capela, um bebedouro engraçado. A gente aperta e a água espirra. Água gloriosa se elevando a alturas desconhecidas. Maravilha! Mundo interessante este da escola. com água dançando no ar e na boca.
— Onde já se viu! Hora de rezar...
Primeiro dia de promessas desfeitas. A menina saía da capela e a puxavam de volta. Nada de água dançando, espirrando, numa deliciosa festa de descoberta.
— Mamãe, nunca mais vou à escola.
— Por quê, filha?
— Não deixam a gente beber água.
E não voltou mesmo, a não ser muitos anos depois, com lágrimas nos olhos — água que aprendera a fabricar.
Partiu como um novo cabral. Menininhas engomadinhas rezando e rezando uma vida inteira para o Deus que ninguém via.
Perto da capela, um bebedouro engraçado. A gente aperta e a água espirra. Água gloriosa se elevando a alturas desconhecidas. Maravilha! Mundo interessante este da escola. com água dançando no ar e na boca.
— Onde já se viu! Hora de rezar...
Primeiro dia de promessas desfeitas. A menina saía da capela e a puxavam de volta. Nada de água dançando, espirrando, numa deliciosa festa de descoberta.
— Mamãe, nunca mais vou à escola.
— Por quê, filha?
— Não deixam a gente beber água.
E não voltou mesmo, a não ser muitos anos depois, com lágrimas nos olhos — água que aprendera a fabricar.
MÁRCIA CARRANO
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