Na faixa etária dos 14 aos 17 anos, quase 60% dos adolescentes brasileiros têm seus direitos violados
O Brasil vive uma triste realidade, com um em cada quatro brasileiros vivendo na pobreza. As crianças no Brasil são as que mais sofrem.
Elaborado pelo UNICEF, o relatório ‘Pobreza na Infância e na Adolescência’
apontou que 39,7% das crianças entre 0 e 5 anos têm seus direitos
violados no Brasil. Isso representa mais de 1 criança em cada 3.
Na faixa etária dos 14 aos 17 anos, quase 60% dos adolescentes brasileiros têm seus direitos violados.
No país, 14,3% das crianças e adolescentes não conseguem ter o
direito ao acesso à água garantido. A desigualdade racial também se faz presente no levantamento, pois crianças negras possuem uma taxa de privação de 58,3%, enquanto as brancas têm uma taxa de 40%.
Segundo o relatório, no Brasil, 3,1% das crianças e dos adolescentes
não têm um banheiro em casa. E a principal privação em relação a
saneamento está no descarte de resíduos: 21,9% das meninas e dos meninos
brasileiros vivem em domicílios com apenas fossas rudimentares, uma
vala ou esgoto sem tratamento.
No total, 24,8% das crianças e dos adolescentes estão em privação de
saneamento. O problema afeta de maneira semelhante meninas e meninos, em
todas as faixas etárias. A maior diferença se dá entre brancos e
negros. Entre crianças e adolescentes privados de saneamento, 70% são
negros.
A moradia também é um direito violado das crianças e adolescentes no
Brasil. Viver em uma casa com quatro ou mais pessoas por dormitório e
cujas paredes e tetos são de material inadequado é a realidade de 11%
das crianças e dos adolescentes de até 17 anos, que não têm o direito à
moradia garantido: 6,8% vivem em casas de teto de madeira reaproveitada e
4 pessoas por quarto, em privação intermediária; e 4,2% em casas com 5
ou mais pessoas por dormitórios e teto de palha, em privação extrema.
A privação de moradia afeta igualmente meninas e meninos, mas incide
mais entre crianças mais novas do que entre adolescentes. A grande
maioria das crianças e dos adolescentes privados, sete em cada dez, é
negra.
Maria Fernanda Garcia
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