sexta-feira, 3 de junho de 2016

10 anos sem Padre Solon

A cidade de Paulista celebra neste dia 03 de junho, os 10 anos de falecimento do Padre Solon Dantas de França, por esta razão, é feriado no município e as repartições públicas municipais não funcionarão. A feira livre acontecerá normalmente

Uma missa será celebrada ás 19 horas na Igreja Matriz de São José, local onde estão sepultados os restos mortais do saudoso Padre.

Quem foi padre Solon?

Salete Laurentino tem a resposta;

BIOGRAFIA DE PADRE SOLON
No dia 04 de julho de 1935, no Sítio Várzea da Serra, nascia Solon Dantas de França. Filho do poeta Belarmino de França e Emerentina Dantas de Sousa. No dia 30 desse mesmo mês, foi batizado na Igreja de São José, em Paulista, pelo Pe. Valeriano Pereira.

Em 10 de março de 1946, das mãos de Frei Bruno, Solon recebeu a Primeira Eucaristia. E no dia02 de setembro daquele mesmo ano recebeu o sacramento da Crisma, celebrada pelo então Bispo da Diocese de cajazeiras Dom Henrique Gelain.

Iniciou seus estudos no Sítio Várzea da Serra, na casa de seus pais aos 10 anos de idade e como professor teve o Senhor Victor de França. Depois passou a estudar no Sítio Córrego do Velame com o Senhor Luiz de Apolinário, e concluiu o ensino primário no Sítio Barro Branco, com o Senhor José Jerônimo Neto na casa de Massilon Bananeira.

Já, aos 19 anos de idade, mais precisamente, em 12 de Novembro de 1954, ao participar de uma missa em Paulista, Deus usou Dom Zacarias Rolim de Moura, Bispo diocesano, naquele momento, como instrumento de chamado, convidando o jovem Solon, para morar no seminário de Cajazeiras, ao que, ele aceitou, e no dia 27 de fevereiro de 1955 ingressava no seminário, sendo recebido pelo Pe. Luiz Gualberto de Andrade, então reitor do Seminário. Ali, ele ficou até 1961. E assim, começava sua caminhada, escutando à voz do Mestre a dizer: “… Vem e segue-me!”.

Aos vinte e cinco anos de idade, foi transferido para o seminário Provincial de Fortaleza/CE, permanecendo até o ano de 1966. Sua primeira tonsura (admissão ao clero) realizou-se aos 12 dias do mês de Janeiro de 1965, celebrada pelo D. Zacarias Rolim de Moura auxiliado pelo Mons. Oriel Antônio Fernandes (vigário de Pombal – PB), e já, no ano seguinte recebeu as duas ordens menores aos 10 de janeiro, na catedral de Nossa Senhora da Piedade em Cajazeiras – PB, e também ali, recebeu mais, as duas ordens últimas menores aos 08 de janeiro de 1967, passando a ser chamado minurista. Foi quando ficou na sede da Diocese para concluir os Tratados de graça e Sacramentos em Moral e Teologia, ministrados por D. Zacarias, Mons. Vivente Freitas, Pe. Gervásio Queiroga e Pe. Walter Strapaguelti.

No dia 08 de dezembro de 1967, Pe. Solon, recebia o subdiaconato, na Igreja de Nossa Senhora dos Remédios em Catolé do Rocha-PB; em 12 de janeiro de 1968 na paróquia de Nossa Senhora da Piedade, celebrava-se o seu Diaconato.

No dia 10 de Julho de 1968 foi ordenado Sacerdote, pela imposição das mãos do Senhor Bispo Diocesano, também responsável pelo seu chamado, Dom Zacarias Rolim, na Matriz de São José de Paulista. Cumpria-se, assim, a promessa do salmista “Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedec”.

Pe. Solon, celebrou sua primeira missa às 17:00 horas, do dia 15 de Julho, na Igreja de Nossa Senhora da Piedade. Exatamente 1 ano depois, No dia 15 de Julho de 1969, assume como pároco da Paróquia de Nossa Senhora do Bom Sucesso em Pombal e também. Como administrador da Paróquia de São José em Lagoa, Paróquia de São José em Paulista e São Sebastião em São Bento e, ainda, por diversas vezes, assumiu a administração da Paróquia de Santa Rita de Cássia, em Coremas e da Paróquia de São Pedro em Pombal.

Pe. Solon foi Professor de Português, Educação Moral e Cívica no seminário de Cajazeiras. Em Pombal, foi professor nas escolas estaduais Arruda Câmara e João da Mata, do Colégio Josué Bezerra, foi diretor do Orfanato Nossa Senhora de Fátima, da Escola Paroquial São Vicente de Paula, Diretor Fundador da Creche Pequeno Príncipe e Diretor do Hospital e Maternidade Sinhá Carneiro.
 
Levou, também, até Pombal as Faculdades de Ciências Contábeis e Agronomia. No entanto, ele dirigiu por poucos meses estas Faculdades, pois, em decorrência de problemas de saúde, foi afastado de suas atividades, tanto paroquiais quanto administrativas.

Em nossa terra, Pe. Solon, deu início à construção da Maternidade Yayá Queiroga, trouxe a Agência do Banco do Brasil, trouxe água saneada pra cidade, através da CAGEPA, a primeira banda marcial da cidade, construiu o Hospital e Maternidade “Emerentina Dantas”, dando o direito aos nossos filhos de não nascerem em terras estranhas. Construiu a Casa do Estudante “Belarmino de França”, oferecendo aos filhos de agricultores da zona rural um teto que os abrigava durante seus estudos, construiu a Escola Paroquial “Cândido de Assis Queiroga”, possibilitando à nossa gente o direito de estudar, construiu a Creche “Robson de Araújo Veras”, o Centro de Pastoral “Nova Betânia” (hoje, Centro de Recuperação para dependentes químicos), a Praça São José, ao lado da Igreja Matriz, diversas passagens molhadas no Rio Piranhas, para melhorar o acesso à zona rural.

Quando ainda era muito difícil a comunicação por telefone, conseguiu para o Município vários postos da TELPA – Telecomunicações da Paraíba, interligando e levando a comunicação a muita gente.

Quando energia rural era coisa de grandes proprietários, ele favoreceu os mais pobres, conseguindo eletrificação para suas pequenas propriedades e moradias.

Também se preocupava com a participação social do seu povo, por isso, trouxe a festa do Rosário e tantas outras manifestações culturais para festejar com sua gente.

E como último legado, exercendo o seu direito de cidadão, usando sua influência como homem público e, como sempre, pensando no bem comum, não pediu para si, regalias, nem luxo, nem poder, mas sim, uma Comarca para nossa terra, e nos veio o Fórum Leandro Gomes de Barros. Era o último presente deste grande homem à terra que o viu nascer.

Exerceu seu sacerdócio trazendo a igualdade do Evangelho para a vida dos menos favorecidos.

Foi o maior líder político de sua terra, sem exercer nenhum cargo. É difícil definir ao certo, Pe. Solon. Visionário? Lutador? Sonhador? Como todos os que vão à frente do destino de sua gente, um homem cheio de esperanças, também, um SOFREDOR! Muitas vezes aplaudido, outras vezes, criticado e machucado. Porém, uma coisa se sabe, diante da luta, das ingratidões e mesmo do sofrimento, ele nunca perdeu a altivez e nem a dignidade.

Em 2006, atendendo ao último chamado de Deus, Pe. Solon nos deixou e foi habitar junto ao Pai celestial, aquele que tantas vezes invocou em suas orações.

Quem conviveu com Pe. Solon, teve a graça de conhecer um homem de coração bondoso e generoso, um sacerdote que não deixou morrer seus sonhos de menino. Um homem que ajudou a muitos construírem seus próprios sonhos. Muitos jovens, não somente de nossa terra, receberam verdadeiras graças das mãos de Pe. Solon: foram muitas bolsas de estudos, moradias em locais por ele administrados, oportunidades de emprego e muitas outras ajudas.

A conduta moral e espiritual desse grande líder, ainda moldará e inspirará muitos jovens de nossa terra. E, como está escrito no Sl. 39: “A sua memória não desaparecerá; seu nome será repetido de geração em geração… Enquanto viver terá maior nome que mil outros e quando repousar, será feliz”.
 
HW COMUNICAÇÃO
Fonte: Fala PB

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