quarta-feira, 26 de maio de 2010

Hitler ouvia guru judeu, tinha sífilis e mordia tapetes em acessos de raiva

"O Arquivo de Hitler" mostra facetas curiosas do ditador nazista, como o seu amor por Mickey Mouse, um plano de criar campos de concentração na Madagascar francesa, detalhes de sua intimidade como o casamento com Eva Braun e a relação com outros líderes europeus como Stálin, Mussolini e Churchill.

São ao todo 265 verbetes que foram escritos pelo ex-combatente britânico Patrick Delaforce, que esteve na Guarda Oficial de Churchill durante a Segunda Guerra Mundial, serviu na 11ª Divisão Blindada na Normandia e esteve entre as primeiras tropas a entrar no campo de concentração de Bergen-Belsen, em abril de 1945.

O autor participou do Tribunal de Guerra de Hamburgo no julgamento dos guardas dos campos de concentração e foi um dos oficiais britânicos que acompanharam a execução de 13 condenados pelos crimes em Belsen. Após deixar o exército, tornou-se escritor especialista em assuntos históricos e de guerra.

Leia abaixo um trecho de "O Arquivo de Hitler".

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O Conselheiro Místico

No final dos anos 1920, Hitler descobriu um conselheiro místico, o "clarividente" judeu Erik Jan Hanussen, que ganhava bastante dinheiro nos teatros. Hermann Steinschneider - seu nome verdadeiro - tinha, de fato, extraordinárias habilidades premonitórias. Ao ser apresentando a Hitler num evento social em Berlim, insinuou que o líder nazista poderia aprimorar sua oratória. Para surpresa de todos, Hitler perguntou - delicadamente - o que Hanussen lhe sugeria. Ele explicou, então, que, embora tivesse ritmo e dicção impressionantes, Hitler poderia melhorar a linguagem corporal e gestual, pois assim teria maior impacto sobre a audiência. O que, de fato, aconteceu. Nos poucos anos que se seguiram, além de ser o guru "especial" de Hitler, o clarividente judeu o aconselhava na escolha de seus assessores com base em seus dons de clarividência e na astrologia. Em 24 de fevereiro de 1933, durante uma sessão espírita em Berlim, na qual se reuniu um grupo seleto, Hanussen previu um incêndio num grande edifício da cidade. Três dias depois, o Reichstag seria tomado pelas chamas e parcialmente destruído. Em abril de 1933, por ordem do conde Wolf Helldorf, chefe da polícia de Potsdam, Hanussem foi sequestrado em frente a um teatro e assassinado num bosque nos arredores de Berlim.

O "Macaco Falastrão"

A primeira vez que os dois ditadores europeus, Benito Mussolini e Adolf Hitler, se encontraram foi em 14 de junho de 1934 na Villa Pisani, em Stra, próximo a Pádua. O Führer se fazia acompanhar por homens da SS completamente armados sob o comando de "Sepp" Dietrich. Mussolini ficou bastante impressionado. Observou Hitler, com seu corpo franzino, os cabelos mal alinhados e os olhos úmidos; trajava uma capa de chuva amarela, calças listradas e sapatos de couro envernizado. É claro que, como um legítimo Duce, Mussolini - bella figura - trajava um esplêndido uniforme fascista, com um punhal cerimonial e botas pretas com esporas prateadas. Conversaram em alemão (Mussolini dominava várias línguas) e compartilharam seu desprezo pela Rússia e pela França. A Áustria, no entanto, era um ponto de discórdia, pois, conforme os interesses do líder italiano, a Áustria - onde os nazistas empregavam táticas "terroristas" - deveria se manter independente. Transferiu-se o encontro para Veneza, onde Hitler recitou em voz alta alguns trechos de Mein Kampf diante de um Duce entediado, que, após o encontro, expressou seu desdém por aquele "palhaço ridículo", um verdadeiro "macaco falastrão".

O Mordedor de Tapete

Nos anos 1930, quando conversavam entre si, os jornalistas que cobriam as maquinações da Alemanha para abocanhar os Sudetos, a Tchecoslováquia e a Áustria sempre se referiam a Hitler como o "teppichfresser". Na intimidade, em meio à sua pior crise nervosa, o comportamento do Führer muitas vezes assumia uma forma bizarra. Praguejando e esbravejando, por causa da fúria ou da frustração que Edward Bens, o presidente tcheco, ou qualquer um que lhe cruzasse o caminho provocava, Hitler se lançava ao chão e mordia a ponta do tapete. Por isso "teppichfresser", o "mordedor de tapete".

Sífilis

Há, em Mein Kampf, um desagradável capítulo dedicado à sífilis, e é provável que Hitler tenha convivido com prostitutas durante sua passagem por Viena. É certo que insistia em levar Gustl Kubizek para passeios pelo bairro da luz vermelha.

A condição de saúde de Hitler já foi exaustivamente discutida; acredita-se que tenha contraído sífilis em Viena antes da Primeira Guerra Mundial e que, nos anos 1940, sofresse terrivelmente com suas sequelas. A obsessão que o tomou nos últimos anos de vida é considerada um sintoma dessa doença. Além disso, o batimento cardíaco irregular que o acometia sugere uma aortite sifílica. O diário do dr. Theodor Morell, o médico favorito de Hitler, apresenta algumas evidências circunstanciais. O líder nazista era propenso a encefalites, tonturas, flatulências, pústulas no pescoço, dores no peito, dores no estômago e paralisias, todos sintomas da sífilis.

Morell, que foi dispensado por Hitler em 1944 quando médicos rivais assumiram o controle, queimou os diários nas proximidades de um bunker particular em Bad Reichngall ao final da guerra. Embora capturado pelos aliados, não foi a julgamento e morreu em 1948.


Referência:
"O Arquivo de Hitler"
Autor: Patrick Delaforce
Editora: Panda Books
Páginas: 210
Quanto: R$ 32,90
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha


Fonte:
da Livraria da Folha

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