Museu em Pernambuco reúne documentos que retratam paradoxos do cangaço.
Historiador tem coleção de 115 peças que pertenceram ao bando de Lampião.
A morte de Lampião completa 70 anos na segunda-feira (28), mas o mito permanece vivo no cinema, na dança e na cultura popular. O cangaço seduziu artistas populares e os intelectuais. Inspirou quase 50 filmes. “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, marcou a geração do cinema novo.
“O cineasta começou a ver no cangaço, na figura do cangaceiro, um herói, entre aspas, um herói ou um bandido sendo levado à telas com a chancela, com a identidade nacional”, diz Marcelo Dídimo de Oliveira, pesquisador cearense que tem uma tese de doutorado sobre esses filmes.
O “Baile Perfumado”, dos pernambucanos Paulo Caldas e Lírio Ferreira, mostra um bando muito cruel, mas que não descuida da aparência. Conta a história do fotógrafo Abraão Benjamim, que convenceu Lampião a deixá-lo acompanhar o grupo. Queria ser o primeiro a documentar o cangaço.
Do filme original resta um fragmento de aproximadamente 11 minutos, que revela a rotina de Lampião e seus comandados, inclusive as mulheres. Maria Bonita, entre elas.
O sírio-libanês Abraão Benjamim foi assassinado antes de Lampião. Muitas das fotos que ele tirou estão expostas em Serra Talhada, sertão de Pernambuco, onde Virgulino Ferreira nasceu. Um museu reúne documentos para quem quer entender um pouco dos paradoxos do cangaço, que teve lampião como principal personagem.
“Um dia de 1929, por exemplo, em que ele sangrou sete soldados do destacamento de Queimadas, na Bahia, uma hora depois estava dançando um forró animado com as damas da vizinhança, chamadas pra dançar com os cangaceiros. Então, essa convivência de contrários, essa convivência de antinomias, confere essa grandeza à personalidade de alguém que pode ser considerado tudo menos vulgar”, diz Frederico Pernambucano, historiador.
O historiador Frederico Pernambucano de Melo prepara o terceiro livro sobre cangaceiros. O título é “Estrelas de Couro - A estética do cangaço”. Ele tem uma coleção de 115 peças que pertenceram a diversos cabras de Lampião. Entre elas, os óculos de Virgulino, e o chapéu, onde exibia moedas de valor.
Os cangaceiros também estampavam nas bolsas que levavam a estética própria do cangaço. Como eram nômades, elas funcionavam como espécies de armários, onde levavam de tudo, dos alimentos ao ouro. Uma delas pertenceu ao próprio capitão Lampião.
Na roupa de Maria Bonita, encontrada dentro do bornal que ela carregava quando morreu, o desenho caprichado em galão. Nas luvas do companheiro, a declaração de fé em Santo Expedito.
“O nível de preocupação estética dele era muito maior do que a do moderno homem urbano. A estética do cangaço encerra também uma mensagem mística, no sentido de talismã ou de amuleto”, afirma Melo.
Lampião morreu há 70 anos e deixou herança na música e na dança. Quando queriam se divertir os cangaceiros dançavam xaxado. Até hoje jovens de Serra Talhada fazem o mesmo, sem descuidar não somente do passo, mas também de cada detalhe da roupa, do jeito dos cangaceiros.
Historiador tem coleção de 115 peças que pertenceram ao bando de Lampião.
A morte de Lampião completa 70 anos na segunda-feira (28), mas o mito permanece vivo no cinema, na dança e na cultura popular. O cangaço seduziu artistas populares e os intelectuais. Inspirou quase 50 filmes. “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha, marcou a geração do cinema novo.
“O cineasta começou a ver no cangaço, na figura do cangaceiro, um herói, entre aspas, um herói ou um bandido sendo levado à telas com a chancela, com a identidade nacional”, diz Marcelo Dídimo de Oliveira, pesquisador cearense que tem uma tese de doutorado sobre esses filmes.
O “Baile Perfumado”, dos pernambucanos Paulo Caldas e Lírio Ferreira, mostra um bando muito cruel, mas que não descuida da aparência. Conta a história do fotógrafo Abraão Benjamim, que convenceu Lampião a deixá-lo acompanhar o grupo. Queria ser o primeiro a documentar o cangaço.
Do filme original resta um fragmento de aproximadamente 11 minutos, que revela a rotina de Lampião e seus comandados, inclusive as mulheres. Maria Bonita, entre elas.
O sírio-libanês Abraão Benjamim foi assassinado antes de Lampião. Muitas das fotos que ele tirou estão expostas em Serra Talhada, sertão de Pernambuco, onde Virgulino Ferreira nasceu. Um museu reúne documentos para quem quer entender um pouco dos paradoxos do cangaço, que teve lampião como principal personagem.
“Um dia de 1929, por exemplo, em que ele sangrou sete soldados do destacamento de Queimadas, na Bahia, uma hora depois estava dançando um forró animado com as damas da vizinhança, chamadas pra dançar com os cangaceiros. Então, essa convivência de contrários, essa convivência de antinomias, confere essa grandeza à personalidade de alguém que pode ser considerado tudo menos vulgar”, diz Frederico Pernambucano, historiador.
O historiador Frederico Pernambucano de Melo prepara o terceiro livro sobre cangaceiros. O título é “Estrelas de Couro - A estética do cangaço”. Ele tem uma coleção de 115 peças que pertenceram a diversos cabras de Lampião. Entre elas, os óculos de Virgulino, e o chapéu, onde exibia moedas de valor.
Os cangaceiros também estampavam nas bolsas que levavam a estética própria do cangaço. Como eram nômades, elas funcionavam como espécies de armários, onde levavam de tudo, dos alimentos ao ouro. Uma delas pertenceu ao próprio capitão Lampião.
Na roupa de Maria Bonita, encontrada dentro do bornal que ela carregava quando morreu, o desenho caprichado em galão. Nas luvas do companheiro, a declaração de fé em Santo Expedito.
“O nível de preocupação estética dele era muito maior do que a do moderno homem urbano. A estética do cangaço encerra também uma mensagem mística, no sentido de talismã ou de amuleto”, afirma Melo.
Lampião morreu há 70 anos e deixou herança na música e na dança. Quando queriam se divertir os cangaceiros dançavam xaxado. Até hoje jovens de Serra Talhada fazem o mesmo, sem descuidar não somente do passo, mas também de cada detalhe da roupa, do jeito dos cangaceiros.
Do G1, com informações do Jornal da Globo
2 comentários:
Tem muita gente que ainda pergunta: HEROI O VILÃO ? (Minha resposta é: é claro que foi um VILÃO, pois quem mata ou matou pessoas não pode ser considerado outra coisa). O Estado brasileiro tambem foi.
sim, eu concordo que quem mata pessoas inocentes é um vilão,um demônio,bandido,um marginal da pior espécie...mas quem mata uma coisa dessas,um marginal com certeza deveria ganhar um belo prêmio e com muitas honras.viva a justiça com ou sem sangue,mas que seja justiça.
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