O goleiro Bruno Fernandes foi condenado a 22 anos de prisão por vários crimes, entre eles o assassinato da mãe de seu filho.
Segundo a sentença, ele é responsável e o mandante do homicídio, do
esquartejamento e da ocultação do corpo. Um crime bárbaro e hediondo sob
qualquer ponto de vista.
Bruno ficou 6 anos e 7 meses de cadeia. Aos 32 anos, Bruno está solto. Eliza foi morta aos 25.
Segundo os especialistas da Globonews, a causa da violência é "desigualdade social" (Bruno era um milionário e uma celebridade de sucesso) e a "cultura do aprisionamento". Agora ele não está mais preso e os especialistas da Globonews podem comemorar.
Para os reacionários da ultra-extrema-direita-conservadora como eu, a
criminalidade no país é explicada, em grande parte, pela impunidade e
pela leniência (ou conivência) com a bandidagem.
Se você pensa que soltar um assassino psicopata em seis anos é uma
aberração, ajude a começar um movimento para elegermos senadores e
deputados comprometidos com a revisão da legislação penal do Brasil.
Ano que vem é ano de eleição. Pare de reclamar e participe de
qualquer movimento que coloque no parlamento políticos comprometidos de
verdade com a mudança do código penal e das leis que permitiram que Bruno, aos 32 anos, seja solto na sexta-feira de Carnaval, pronto para a folia.
Assumo aqui o compromisso com vocês de participar da luta por uma bancada de senadores e deputados contra o crime.
Alguns deles já estão no parlamento mas são minoria e precisamos ter
maioria para mudanças realmente profundas nas leis. Espero poder contar
também com advogados comprometidos com a vida na elaboração urgente de
propostas para chegarmos a um país em que o crime hediondo não compense.
Sei que a ponta de estoque da filosofia forneceu figuras ao debate
público que estão por aí dizendo que furar fila é o mesmo que roubar
bilhões da Petrobras, mas qualquer bípede sabe que defender que "todos são criminosos" é uma maneira de absolver os verdadeiros vilões da sociedade.
Quando se fala em "tolerância zero" à criminalidade, quando a teoria
da janela quebrada é citada, a intenção é exatamente que não se deixe o
clima de impunidade tomar conta. O menino que pegou uma fruta no
pomar do vizinho não é igual ao monstro que premeditou, matou e
esquartejou a mãe do próprio filho, mesmo que o menino mereça um puxão
de orelha do pai, até para que não se torne um criminoso no futuro.
O país que colocou Bruno em liberdade depois de seis anos na cadeia é
o mesmo que prendeu Eliana Tranchesi, herdeira da Daslu, numa operação
das mais espetaculares que o Brasil tem notícia. Eliana conseguiu sair da prisão por conta do tratamento do câncer que acabou matando a empresária poucos anos depois.
Eliana Tranchesi foi condenada a 94 anos e seis meses de prisão por
sonegação fiscal. Bruno Fernandes foi condenado a 22 anos por uma série
de crimes que incluem sequestro, assassinato premeditado e
esquartejamento do corpo. Seis anos depois de preso, aos 32 anos, ele
está solto.
A justiça brasileira considerou a sonegação fiscal de Eliana
Tranchesi um crime quase cinco vezes mais grave do que os de Bruno
Fernandes. Sequestrar e matar é, comparando as duas sentenças,
muito mais leve do que não pagar imposto de importação de produtos. Este
é o valor da vida no Brasil, especialmente se comparado à sanha
arrecadadora do estado.
A defesa da vida é a primeira e mais importante pauta do Brasil hoje.
Não esqueça disso. Quando assassinos estão soltos nas ruas procurando a
próxima vítima, o preso é você.
Alexandre Borges
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