sábado, 14 de janeiro de 2017

O tempo de cada um

Segundo Antônio Prata o tempo é a coisa mais importante para o autor de crônicas. Diz ele que é preciso tempo para observar um detalhe, pensar em como aborda-lo, e desenvolve-lo no texto. Da minha parte os melhores temas nascem nas madrugadas insones. Como deito e durmo cedo, acordo de madrugada com ideias prontas. Outro lugar de inspiração é caminhando na praia, beira mar. O Antônio tem razão. Em ambos os lugares tenho o tempo em aberto. Mas não é regra. As redações dos jornais foram testemunha da pressa com que foram escritas muitas das melhores páginas do melhor da história. Não posso esquecer a figura do jovem jornalista Waldo Domingos Claro que sentava em frente a uma Remington, cigarro no canto da boca, óculos de aros transparentes e metralhava um texto, que saia da máquina direto para a redação da Gazeta Mercantil sem necessidade de revisão. Datilografava na mesma velocidade com que brotavam as ideias. 

Eduardo P. Lunardelli

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