Segundo Antônio Prata o tempo é a coisa mais importante para o autor de
crônicas. Diz ele que é preciso tempo para observar um detalhe, pensar
em como aborda-lo, e desenvolve-lo no texto. Da minha parte os melhores
temas nascem nas madrugadas insones. Como deito e durmo cedo, acordo de
madrugada com ideias prontas. Outro lugar de inspiração é caminhando na
praia, beira mar. O Antônio tem razão. Em ambos os lugares tenho o tempo
em aberto. Mas não é regra. As redações dos jornais foram testemunha da
pressa com que foram escritas muitas das melhores páginas do melhor da
história. Não posso esquecer a figura do jovem jornalista Waldo Domingos
Claro que sentava em frente a uma Remington, cigarro no canto da boca,
óculos de aros transparentes e metralhava um texto, que saia da máquina
direto para a redação da Gazeta Mercantil sem necessidade de revisão.
Datilografava na mesma velocidade com que brotavam as ideias.
Eduardo P. Lunardelli
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