domingo, 7 de março de 2010

Nem sempre é fácil usar a vírgula


A vírgula é o sinal de pontuação mais usado no texto. Empregá-la corretamente, na frase, requer conhecimento dos termos da oração e das orações no período. Seu uso verifica-se tanto no interior da oração como entre as orações do período.

No fragmento: Marcos, Paulo e Jorge encontraram, na praia, Cármen, Maria e Lílian, antigas colegas de estudo, e ficaram surpresos.. Depois dos cumprimentos iniciais, procuraram um lugar tranqüilo onde pudessem conversar à vontade. Como fazia tempo que não se viam, havia tanta coisa a ser dita, embora nem tudo pudesse ser lembrado..., as vírgulas aparecem separando termos de orações, como os núcleos do sujeito (Marcos, Paulo e Jorge) e do complemento (Cármen, Maria e Lílian), o adjunto adverbial (na praia) e o aposto (antigas colegas de estudo); e as orações subordinadas adverbiais: Como fazia tempo que não se viam, ... ... embora nem tudo pudesse ser lembrado...

Os gramáticos afirmam que a vírgula marca pausa entre elementos que exercem a mesma função sintática, como entre os núcleos do sujeito, do complemento e adjuntos compostos, quando não vêm unidos pelas conjunções coordenativas e, nem e ou. Mas, pode-se empregar vírgula entre estas conjunções, quando vierem repetidas: Somos luz, e sombra, e anjos, e demônios. Nem ela, nem seus amigos, nem inimigos vencerão. Por água, ou terra, ou ar chegaremos ao termo. Além desses elementos, a vírgula separa o vocativo - Carlos, saia da frente -, o aposto, o adjunto adverbial antecipado (ver exemplos do trecho), os nomes repetidos - Tinha uns olhos verdes, verdes -, palavras ou expressões explicativas, retificativas, conclusivas, continuativas (aliás, além disso, a saber, assim, com efeito, digo, então, isto é, ou melhor, por exemplo, outrossim...) e o nome locativo de datas.

A vírgula usada na pausa entre orações é verificada entre as orações coordenadas assindéticas -Comeram, beberam, fartaram-se à vontade - e as unidas pela conjunção e com sujeitos diferentes - Os amigos despediram-se, e elas foram embora. Também são separadas por vírgula as orações iniciadas pelas conjunções adversativas (porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto), se elas vierem após um dos termos da oração -Tudo estava tranqüilo, o guarda, no entanto, permanecia alerta. A conjunção conclusiva pois, é também separada por vírgulas, porque vem sempre após um dos termos da oração: Estudamos muito, fomos, pois, bem sucedidos nos exames.

São isoladas por vírgulas: a) as orações intercaladas - Eu vi, disse ele, o ladrão pular o muro; b) as adjetivas explicativas - O anel, que era de ouro maciço,caiu no esgoto; c) as adverbiais, principalmente as antepostas à principal - Como a noite estava muito quente, eles foram à praia; d) e as reduzidas adverbiais - Pensando dessa maneira, ele pode estar certo (reduzida de gerúndio). O herói, ao encontrar o bando, exterminou-o por completo (de infinitivo). Terminada a conferência, todos se retiraram (de particípio).

Não se separam por vírgula o sujeito do predicado, o verbo do seu complemento, a oração substantiva de sua principal, cuja função pode ser de sujeito, predicativo ou complemento nominal ou verbal.

Se um adjunto adverbial vier entre o sujeito e o verbo de uma oração, deve ser isolado por vírgulas. Uma só vírgula depois do adjunto separa o sujeito do verbo e não, o adjunto. Assim: O mestre no mês passado, fez duas provas. No exemplo, a vírgula não isola o adjunto O correto é: O mestre, no mês passado, fez duas provas.


Profª Terezinha Almeida



Um comentário:

Unknown disse...

Professora Terezinha é um ícone do magistério pombalense ! daquelas que basta olhar para ela e logo se sabe que ela foi e sempre será, uma ótima professora ! :)