IV
És tu! És tu! Sempre vieste, enfim!
Oiço de novo o riso dos teus passos!
És tu que eu vejo a estender-me os braços
Que Deus criou pra me abraçar a mim!
Tudo é divino e santo visto assim.
Foram-se os desalentos, os cansaços..
O mundo nao é mundo: é um jardim!
Um céu aberto: longes, os espaços!
Prende-me toda, Amor, prende-me bem!
Que vés tu em redor? Nao há ninguém!
A terra? - Um astro morto que flutua...
Tudo o que é chama a arder, tudo o que sente
Tudo o que é vida e vibra eternamente
É tu seres meu, Amor, e eu ser tua!
Florbela Espanca
Imagem: Reprodução/Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário