quinta-feira, 13 de maio de 2021

É preciso botar os pingos nos is

 


Publicado em: 26/04/2021 por

É preciso botar os pingos nos is. A recente declaração do presidente Emmanuel Macron de que depender da soja brasileira representa promover e sustentar o desmatamento na Amazônia não passa de uma grande bobagem. O francês, decerto, desconhece que a soja brasileira é em sua maioria esmagadora produzida na região do Cerrado e que só o município de Sorriso-MT produz 04 vezes mais soja que toda a França.

Outra experiência bastante exitosa tem sido a produção de soja em plena região Nordeste, alcançando uma rentabilidade espantosa por hectare. A cultura de soja nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, segundo as projeções, deverá crescer mais de 6% na safra 2020/2021, o que representará o maior aumento em quatro anos, com produtores utilizando áreas marginais para superar o recorde de rentabilidade da oleaginosa, segundo atestam os especialistas. Dados da EMBRAPA apontam ainda que a produtividade obtida no Estado do Ceará se mostrou superior à da região Sul, que gira em torno de 2,4 toneladas por hectare.

Isso desperta a atenção do mundo. O olhar europeu é sempre de desconfiança quando o Brasil, ano após ano, vem consolidando a sua produção agrícola como uma das mais importantes do planeta.

De outro norte, é importante relatar que precisamos efetivamente combater todo e qualquer desmatamento indiscriminado e ilegal no Brasil. Contudo, é imperioso também registrar que a Europa teve chance de preservar suas matas e não o fez. Apenas para quantificar, das florestas francesas originárias restaram atualmente apenas 4%, todo o resto foi desmatado e encontra-se ocupado pela agricultura, das margens dos rios ao sopé das montanhas. O velho mundo sabe que o Brasil ainda é sinônimo de segurança alimentar para aquele Continente. Ademais, se a Europa se preocupa tanto com a preservação das matas deveria começar reflorestando suas terras. Simples assim. É óbvio que o interesse da Europa e do mundo no Brasil até pode ser a Amazônia, mas certamente não é pelo que está acima, mas debaixo da terra.

Teófilo Júnior

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