Modelos matemáticos enviesados, criados de modo a refletir certa pauta
política, criam cenários catastrofistas para o futuro da Humanidade.
As mudanças climáticas em breve constituirão “uma catástrofe global custando milhões de vidas em guerras e desastres naturais”, previu um estudo governamental.
Em 2020, de acordo com uma reportagem do Guardian sobre o estudo,
“a mudança abrupta do clima poderia levar o planeta à beira da anarquia
enquanto os países desenvolvem armas nucleares para defender e
assegurar suprimentos de comida, água e energia".
Isso foi há 16 anos. Agora que o ano de 2020 está sobre nossas cabeças, será que algum desses cenários “catastróficos e sombrios” está se realizando? Longe disso.
Realmente, o planeta experimentou um leve aquecimento. Mas as
alegações de que há um aumento nas condições climáticas extremas são
muito exageradas.
Pelo contrário, as sociedades conseguiram enriquecer e, como
resultado, se tornaram mais capazes de resistir aos eventos extremos que
enfrentaram.
Aqui nos EUA, a economia está prosperando. O desemprego se mantém nos
níveis mais baixos da história. E, ao conquistarmos a independência
energética, transformamos o panorama global de energia.
Retórica alarmista
Então de onde veio toda essa retórica alarmista? Bom, modelos
matemáticos equivocadas explicam boa parte do problema. Os modelos
matemáticos às vezes se baseiam em premissas que foram reforçadas para
satisfazer uma pauta regulatória específica.
Isso faz parte de um estudo novo que publiquei na publicação
Environmental Economics and Policy Studies, juntamente com Ross
McKitrick, da University of Guelph, em Ontário, e Pat Michaels, do
Competitive Enterprise Institute, um think tank de livre mercado.
O estudo analisou algumas das premissas contidas num modelo
matemático que pretendia estimar os efeitos econômicos das mudanças
climáticas. Chamado de modelo FUND, ele foi usado para estimar um conceito chamado "custo social do carbono", que se refere aos danos econômicos associados às emissões de dióxido de carbono em uma determinado intervalo de tempo.
Ao contrário de outros modelos que o governo usou antes, no entanto, o
FUND na realidade incorpora os benefícios das emissões do dióxido de
carbono em sua estrutura.
Todos esses modelos matemáticos se baseiam em premissas. Nesse estudo, nos ativemos às premissas relacionadas à sensibilidade climática, bem como nos benefícios agrícolas.
Custo social do carbono
Embora se saiba há muito tempo que as emissões de dióxido de carbono afetam as temperaturas, a questão é em que medida.
Descobrimos que atualizar as premissas de acordo com pesquisas mais
recentes pode ter um efeito significativo no custo social do carbono.
Em alguns cenários realistas de aquecimento moderado, descobrimos que
o custo social do carbono é essencialmente zero e pode até ser negativo.
Isso mesmo: os benefícios associados a um acréscimo moderado de calor
pode superar os custos. Normalmente, esses benefícios advém de janelas
de cultivo mais longas e um aumento da produção agrícola.
Conclusão: O FUND, sob premissas bastante razoáveis, indica
que uma quantidade moderada de aquecimento praticamente não tem impacto
negativo e pode até ser algo bom.
Este estudo é apenas um de muitos numa torrente de pesquisas sobre o
custo social do carbono publicadas pela Heritage Foundation’s Center for
Data Analysis. Minha pesquisa anterior demonstrou que os modelos
matemáticos usados para estimar o impacto econômico das mudanças
climáticas também são extremamente sensíveis a alterações de outras
premissas.
Entre essas premissas estão tentativas tolas de se fazer projeções para daqui a 300 anos e o desprezo às recomendações do Escritório de Gerenciamento e Orçamento (EGO) em relação à análise de custo-benefício.
Em nossa pesquisa, mudamos essas premissas alterando os modelos de
projeção de uma maneira mais sensata, incorporando as recomendações do
EGO para esse tipo de análise e atualizando as premissas relacionadas à
sensibilidade climática. Descobrimos que o ajuste dessas premissas é
capaz de reduzir o custo social do carbono em até 80% ou mais em
comparação com as estimativas feitas pelo governo Obama.
Nossa conclusão é a de que o governo Obama inflou deliberadamente as
estimativas do custo social do carbono para justificar sua pauta
política. Desde então, a Heritage defende que esses modelos
matemáticos estão tão sujeitos à manipulação pelo usuário que é uma
ingenuidade e um perigo colocá-los nas mãos de legisladores, reguladores
e burocratas.
Sim, modelos estatísticos podem ser úteis para a compreensão de fenômenos do mundo real.
Mas qualquer modelo é tão bom quanto as premissas que o compõem.
Modelos criados s de maneira imprópria podem enganar o público, enganar
os formuladores de políticas e resultar em grandes custos para os
americanos comuns.
Kevin D.
Dayaratna é especialista em questões tributárias, de energia e políticas
de saúde como estatístico sênior e programador de pesquisas no Centro
de Análise de Dados da Heritage Foudation.
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