Como o meu desequilibrado e inconstante coração ... se prendeu a ti!
Como um raminho de hera que criou raízes e que se agarra cada vez mais.
Vim para os teus braços chicoteada pela vida e quando às vezes deito a
cabeça no teu peito, passa nos meus olhos, como uma visão de horror, a
minha solidão tamanha no meio de tanta gente!
A minha imensa solidão de dantes que me pôs frio na alma.
Eu era um pequenino inverno que tremia sempre; era como essa roseira
que temos na varanda ...que está quase sempre cheia de botões mas que
nunca dá rosas!
Na vida, agora há só tu e eu, mais ninguém. De mim não sei que mais te dizer: como bem mas durmo mal; falta-me todas as manhãs o primeiro olhar duns lindos olhos claros que são todo o meu bem.
Florbela Espanca, in "Correspondência"
Na vida, agora há só tu e eu, mais ninguém. De mim não sei que mais te dizer: como bem mas durmo mal; falta-me todas as manhãs o primeiro olhar duns lindos olhos claros que são todo o meu bem.
Florbela Espanca, in "Correspondência"
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