quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Receita para uma crônica

Claro que escrever não é um ato de tricotar, ou preparar um bolo, onde se possa seguir uma receita. No entanto depois de 1700 crônicas diárias aprendi alguma coisa. Não vamos falar de estilo ou fórmula. Não se trata de ensinar a fazer clichês. O objetivo é orientar aqueles que tem gosto pelo ato de escrever. A escolha de um bom tema é importante. Quanto mais banal maior a possibilidade de agradar um número maior de leitores. A escolha do título também é relevante. Muito leitor não passa dele. Depois do tema, é a forma como vai trata-lo que fará o sucesso do texto. Quanto mais direto, simples, e coloquial, melhor. Evite mostrar erudição. Nada de citações e outras chatices. Escreva da forma que você fala ou conversa com um amigo. Na crônica, é dessa maneira que o leitor vai encarar seu texto. Diga tudo sempre da forma que ele gostaria de ouvir. E quando o tema não é tão banal, comece, modestamente, mostrando sua ignorância sobre o assunto. Depois vá contando como aprendeu uma série de detalhes que gostaria de dividir com o leitor. Eles adoram saber que sabem mais do que você. Recentemente escrevi sobre a folhagem aspidistra, da qual o escritor inglês George Orwell ( autor de 1984) escreveu como sendo a "flor da Inglaterra". Aspidistra não é exatamente um tema comum, banal, mas dependendo como se expõe, mostrando ignorância e modéstia, pode-se envolver, pela curiosidade,  o leitor. E para concluir, a crônica deve ser curta. Nas plataformas digitais as pessoas não tem tempo nem disposição para textos longos. Este, por exemplo, já passou da conta.  

Eduardo P. Lunadelli

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