Quando uma aeromoça manda apertar o cinto, muito bem. Mas quando quem manda é o ministro
da Fazenda?
Pensar. Eis um verbo reflexivo.
Um homem está definitivamente velho quando aponta para o
próprio sexo e diz: "Isto é um símbolo fálico."
Chato é o sujeito que não pode ver um saco
vazio.
Todo dia leio cuidadosamente os avisos fúnebres dos
jornais; às vezes a gente tem surpresas agradabilíssimas.
Nunca deixe para amanhã o que pode deixar hoje.
Se a morte é fatal, por que será que todo mundo deixa o
enterro pra última hora?
Tem o cérebro de um verdadeiro computador:
comete erros inacreditáveis!
É preciso ter coragem. É preciso dar pseudônimo aos
bois.
Ah, se a gente pudesse empenhar as bodas de
prata!
Televisão — um veículo eletrônico com tração
animal.
Fofoca a gente tem que espalhar rápido porque
pode ser mentira.
Quando muita gente insiste muito tempo em que você está
errado, você deve estar certo.
Tempo é dinheiro. Contratempo é nota
promissória.
Eu só não sou o homem mais brilhante do mundo porque
ninguém me pergunta as respostas que eu sei.
Essa gente que fala o tempo todo contra a
corrupção está apenas cuspindo no prato em que não comeu.
De madrugada, o melhor amigo do homem é o
cachorro-quente.
O cara que gosta de arranjar encrenca cada vez
tem que andar menos.
O maior teste da dignidade é um trambolhão.
Se eu não soubesse o valor do dinheiro não
vivia botando ele fora.
A ostra pode ser pai num ano e mãe no outro. Andrógino
é isso aí. O resto é bicha mesmo.
Quem se mata de trabalhar merece mesmo morrer.
Antes de entregar sua declaração de Imposto de Renda
verifique bem se você omitiu tudo.
Uma linda mulher de quarenta anos: cara e coroa.
Millôr Fernandes
As frases e reflexões acima foram publicadas nas páginas da Revista VEJA, de 1968 a 1976, mostrando o humor refinado do autor. Constam do livro "Reflexões sem dor", Editora Edibolso S.A. - São Paulo, 1977, pág. 5 e seguintes.
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