sábado, 22 de abril de 2017

Onde está Diógenes?

Diógenes de Sinope foi exilado de sua cidade natal e se mudou para Atenas, onde teria se tornado um discípulo de Antístenes, antigo pupilo de Sócrates. Tornou-se um mendigo que habitava as ruas de Atenas, fazendo da pobreza extrema uma virtude; diz-se que teria vivido num grande barril, no lugar de uma casa, e perambulava pelas ruas carregando uma lamparina, durante o dia, alegando estar procurando por um homem honesto. 

Numa primeira análise, a saga de Diógenes pelas vielas de Atenas nos remonta a necessidade contemporânea de continuarmos com a sua lanterna nas mãos a procura de alguma saída para uma sociedade que parece perdida, as escuras, mergulhada na desesperança e no desassossego ético e moral que assola a todos nós. 

A priori, a corrupção incrustada entre os Poderes nasce da individualidade de cada um de nós. O pensar coletivo do homem vem se perdendo frente a marcante expiação de suas necessidades mediatas, o que sugere que o importante é a satisfação egocêntrica de cada umbigo.

Ademais, a produção política do nosso país não retrata apenas o erro simples de nossas escolhas, não, ela é mais grave, traduz um cenário mais profundo e opaco onde a formação aducacional e familiar, ao que denota-se, não tem conseguido fazer frente a uma "cultura" do imobilismo e da partidarização da figura do "eu".

A formação política de um povo é forjada em sua formação familiar, no papel exercido pelos pais, na posição dos filhos, na distribuição e cobrança das responsabilidades e nos gestos de comunhão e partilha. Precisamos ser mais pais e menos amigos irresponsáveis de nossos filhos. Talvez assim possamos ser mais luzes e não nos importemos tanto de onde deva, verdadeiramente, estar Diógenes!

Teófilo Júnior

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