terça-feira, 4 de abril de 2017

Meio, muito cafajeste

Amanheceu um dia escuro, céu totalmente encoberto e ligeiramente mais frio do que fora a noite. Tão escuro que perdi a hora de acordar. Coloquei, depois da barba feita e um bom banho, minha bermuda, camiseta XL branca, e havaianas que compõe meu traje na praia. A manhã continuou nublada mas um vento sul levou as nuvens, fazendo aparecer o sol ao meio dia. A temperatura continuou caindo, apesar do sol. Minha camiseta XL branca é mais gostosa quanto mais velha e rala fica. Com o uso e lavagem perde o algodão de que são feitas e ficam uma delícia. Mas não agasalham. Às cinco e meia da tarde o tempo voltou a fechar, e virou noite. A chuva era evidente no horizonte. Esfriou ainda mais. Subi para o meu quarto com a intenção de pegar um agasalho. Ao passar pela cama, mudei de ideia. Tirei a bermuda e entrei embaixo das cobertas.  Só acordei às 22:30, portanto cinco horas depois. O que me despertou foi a luz de uma lua descomunal, exatamente no lugar que nasce o sol. Como durmo de janela e porta do terraço abertas, os 10 000 wats da lua me acordaram. Não choveu. Com a forte luz da lua batendo no meu rosto, a ponto de ferir minha vista lembrei que não uso óculos, com lente escura, há décadas. Desde que fui obrigado a usar lentes de grau, para perto e longe, aposentei os óculos escuros contra o sol. E confesso, não sei se por inveja, ou por outra razão qualquer, acho meio brega a maioria dos usuários de lentes escuras. E se usarem corrente no pescoço, de ouro ou prata, não importa, acho meio cafajeste. Confesso, porém, que quando tinha meus vinte anos, cabelo com topete, usei óculos escuros, e corrente de ouro branco no pescoço. E achava o máximo. 

Eduardo P. Lunardelli

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