Amanheceu um dia escuro, céu totalmente encoberto e ligeiramente mais
frio do que fora a noite. Tão escuro que perdi a hora de acordar.
Coloquei, depois da barba feita e um bom banho, minha bermuda, camiseta
XL branca, e havaianas que compõe meu traje na praia. A manhã continuou
nublada mas um vento sul levou as nuvens, fazendo aparecer o sol ao meio
dia. A temperatura continuou caindo, apesar do sol. Minha camiseta XL
branca é mais gostosa quanto mais velha e rala fica. Com o uso e lavagem
perde o algodão de que são feitas e ficam uma delícia. Mas não
agasalham. Às cinco e meia da tarde o tempo voltou a fechar, e virou
noite. A chuva era evidente no horizonte. Esfriou ainda mais. Subi para o
meu quarto com a intenção de pegar um agasalho. Ao passar pela cama,
mudei de ideia. Tirei a bermuda e entrei embaixo das cobertas. Só
acordei às 22:30, portanto cinco horas depois. O que me despertou foi a
luz de uma lua descomunal, exatamente no lugar que nasce o sol. Como
durmo de janela e porta do terraço abertas, os 10 000 wats da lua me
acordaram. Não choveu. Com a forte luz da lua batendo no meu rosto, a
ponto de ferir minha vista lembrei que não uso óculos, com lente escura,
há décadas. Desde que fui obrigado a usar lentes de grau, para perto e
longe, aposentei os óculos escuros contra o sol. E confesso, não sei se
por inveja, ou por outra razão qualquer, acho meio brega a maioria dos
usuários de lentes escuras. E se usarem corrente no pescoço, de ouro ou
prata, não importa, acho meio cafajeste. Confesso, porém, que quando
tinha meus vinte anos, cabelo com topete, usei óculos escuros, e
corrente de ouro branco no pescoço. E achava o máximo.
Eduardo P. Lunardelli
Nenhum comentário:
Postar um comentário