segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Piu-piu, passarinho, minhoca e "aquilo"


FALTA DE EDUCAÇÃO SEXUAL ADEQUADA


Muitas pessoas aprenderam cedo na infância que sexo é errado, sujo, um assunto que jamais deve ser comentado por “pessoas de bem”. Pense na sua infância. Como você aprendeu sobre sexo? Aprendeu numa conversa calorosa, franca e amorosa com seu pai e sua mãe, sentados juntos e compartilhando parte da vida amorosa deles com você? Duvido muito. É mais provável que em algum ponto de sua vida sua mãe tenha falado a seu pai: “Você precisa ter uma conversa com seu filho (ou filha) sobre pássaros e abelhas”. E seu pai deve ter falado: “Hã... bem... sua mãe quer falar com você”.
 
Se você é mulher, durante a pré-adolescência sua mãe, a professora de ginástica ou o ginecologista lhe contou, longamente, sobre o ciclo menstrual. É claro que suas amigas mais velhas já tinham compartilhado essa novidade com você, mas alguém tinha de ensinar-lhe como agir, em questão de higiene, ao chegar o momento de lidar com essa situação excitante, embora assustadora.
 
No entanto, as informações fundamentais sobre a relação sexual entre homem e mulher chegaram à maioria de nós por meio de amigos “instruídos”, histórias pesadas e rabiscos nas paredes dos banheiros públicos.
 
De acordo com os casais que atendo em meu consultório, apenas dois por cento deles tiveram o que eles consideraram uma educação sexual adequada. Os pais passaram a esses filhos afortunados as informações, seus sentimentos, suas idéias e seus valores relativamente às questões sexuais.
 
Uma das razões por que seus pais nunca conversaram com você sobre sexo é que em nenhum momento alguém conversou com eles sobre isso. Manter-se na ignorância era a forma aceitável de viver.
 
Vamos voltar a nosso auditório. As pessoas ainda estavam rindo quando fiz a pergunta seguinte: “Como vocês chamam a genitália feminina?” Pela segunda vez houve um profundo silêncio em todo o auditório, que estivera próximo da histeria momentos antes. Eu comecei a instiga-los: “Vamos lá! Como nós chamamos a genitália feminina?”.
 
Finalmente uma mulher se arriscou: “Em minha família, não lhe dávamos nenhum nome. Simplesmente não nos referíamos a ela. Era como se não existisse.” Um homem corpulento e forte, que parecia um sargento dos fuzileiros navais, falou em voz alta: “Eu poderia responder-lhe, doutor, mas não creio que deva fazê-lo aqui”.
 
Uma das razões que levou aquele homem a pensar dessa forma é que a maioria dos nomes que conhecemos para a genitália feminina é “de baixo calão”. São nomes obscenos, desagradáveis e depreciativos. Por que os nomes para a genitália masculina são engraçados, enquanto as referências à genitália feminina não são nada divertidas?
 
 
Kevin Leman
(O Sexo Começa na Cozinha, ed. Mundo Cristão).

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