A imprensa esportiva brasileira tem criticado nos últimos dias os novos estádios que estão sendo construídos para a Copa 2014. A principal crítica é que tais “arenas” serão verdadeiros elefantes brancos, sem qualquer utilização após a Copa do Mundo.
Concordo em parte com essa afirmação. O erro foi o Brasil ter se candidatado. Se somos contra a Copa e tudo que ela representa, deveríamos ter ficado de fora. Mas essa decisão me parece que tem um viés político muito forte e fugiu à nossa governança.
Agora, já que estão sendo construídos e entregues não tem mais choro. O que não dá pra aguentar é esse sentimento de pequenez do brasileiro. Quando se constrói uma grande obra é porque estão roubando e não vai servir para nada. E o que dizer dos aeroportos? Verdadeiras “quitinetes” se comparados aos melhores aeroportos internacionais. Por que estamos fazendo “puxadinhos” nesses aeroportos? Provavelmente, é que quando foram construídos pensaram pequenos.
Agora, vamos ao que interessa: e os “estábulos do campeonato carioca” pelos nomes já se tem uma ideia da tragédia: Moacyrzão, Marrentão, Laranjão, Bariri, Moça Bonita, Conselheiro Galvão, Trabalhador, Raulino de Oliveira, Bacaxá e São Januário. São verdadeiras várzeas, sem estrutura mínima, conforto e segurança, além é claro da imprestabilidade para a prática do futebol.
Semana passada, o jogo do Flamengo com não se quem teve seu início antecipado em 30 minutos. Motivo: o “estádio” não tinha iluminação. Há bom, pensei que fosse outra coisa, mas iluminação é bobagem. (imagina uma prorrogação numa várzea dessas?)
O Campeonato Carioca representou a grande paixão de 2/3 da população brasileira, mas isso ficou no passado e distante. O que vemos hoje é um show de horrores, um campeonato de 4 (quatro) times apenas. Nível baixo, público pífio e estábulos que insistem em chamar de estádios.
Incoerência: como atacar os novos estádios se usamos nos campeonatos regionais estruturas deploráveis? Qual o conforto e a segurança que tem o torcedor?
Será que um estádio novinho e seguro vai atrair o público?
Fica essa questão para o debate dos interessados no tema.
Tarciso Melo é advogado, foi centroavante do nosso Nacional Futebol Clube, é natural de Pombal-PB e radicado na Capital Federal
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