sexta-feira, 6 de maio de 2011

Casamento: Contrato ou Instituição ?

“Casamento é mais do que relacionamento entre duas pessoas. É uma instituição. Isto quer dizer que é governado por expectativas legais, morais e comunitárias. Isto quer dizer que não importa o que o casamento signifique para determinado homem e mulher: o casamento tem significado definido para a coletividade. Como instituição, casamento tem certos sistemas de economia, governo, educação e outras coisas mais que vão além de um relacionamento íntimo simplesmente”, diz Steven Nock, professor de sociologia da Universidade de Virgínia.

“Mas a sociedade parece se esquecer disto”, afirma Nock. “A visão do casamento como um simples contrato entre duas pessoas está a cada dia mais sendo refletida na lei e nos meios de comunicação”, afirma. “Além disso”, ele diz, “tendências recentes de coabitação e nascimento de bebês fora do casamento sugerem que um número crescente de pessoas não fazem distinção entre um contrato e uma instituição”.

Nock era um entre vários “experts” em ciências sociais que se reuniram recentemente nos EUA para uma conferência de três dias sobre casamento e família.

“Infelizmente, a tendência indica uma forte desvalorização do casamento em nossa cultura”, diz Alan Hawkins, diretor do Centro de Estudos Sobre Família, que promoveu a conferência. “No entanto, questões atuais estão levantando discussão sobre o valor e definição de casamento para os próximos anos”.

“Desvalorização do casamento tem um custo pessoal e social”, diz Nock. “A instituição do casamento dá às pessoas um modelo, um padrão que guia toda a vida doméstica”, complementa.

“Um homem pode dizer a uma mulher: ‘Sou seu marido. Você é minha esposa. Eu devo fazer certas coisas para você, e você da mesma forma. Nós nos prometemos fidelidade. Nós juramos diante dos outros. Nós assumimos compromisso com nossos filhos. Temos responsabilidades e obrigações para com os parentes próximos, assim como eles têm para conosco. Estas declarações não são simplesmente votos, são para serem cumpridas!”.

Compare isto com um casal não casado vivendo os cônjuges alegremente juntos, diz ele: “Quais, se é que há alguma, as suposições que podem ser feitas? Quais são os limites do comportamento? Com quem cada um é comprometido? Com quem este casal pode contar em tempos de necessidade?”

“Meu trabalho, nos últimos anos, tem mostrado que pessoas casadas são mais saudáveis, mais felizes, mais bem sucedidas e mais produtivas. Há também evidência irrefutável de que os filhos se beneficiam mais nos casamentos do que em outros tipos de relacionamentos.”

“E finalmente”, ele diz, “há também o custo coletivo óbvio, mas ainda incalculável, que nós pagamos pela desinstitucionalização do casamento: salários mais baixos, alto índice de pobreza, alto índice de ajuda a desempregados, socorro médico, assistência pública, admissões em hospitais, suicídios, doenças crônicas e agudas, acidentes, baixa produtividade. Se nós conseguíssemos calcular o alto custo do divórcio, bebês sem famílias, e o baixo número de casamentos, nós certamente descobriríamos que pagamos um preço enorme pela ausência de casamentos.”

Então, por que está ocorrendo isto?

William H. Doherty, professor e diretor do Programa de Terapia de Casamento e Família da Universidade de Minnesota, vê isto como um reflexo penetrante da cultura consumidora de nossa sociedade. “A cultura consumidora tem se baseado em indivíduos buscando seus anelos e desejos pessoais. Mas no final do século XX, os promotores do consumo começaram a enfatizar o desejo por amor ao desejo. Isto mesmo! Satisfaça sua sede! Seus filhos sempre conseguem o que eles querem, agora é a sua vez! A cultura consumidora tem sempre oferecido prazer ao ego, mas as dimensões das exigências atuais são maiores”, diz ele. E isto alcançou a instituição do casamento.

Dos seus 23 anos de terapia de casais e famílias, Doherty diz que ele tem visto também uma mudança nas justificativas para o fim de um casamento. “Eu não quero dizer que a maioria das pessoas não está experimentando sofrimento emocional quando resolvem terminar um casamento. Só que as razões que eles alegam estão longe de ser os problemas duros e difíceis que levavam cônjuges, em gerações anteriores, a se divorciarem: abuso, abandono, alcoolismo crônico, infidelidade”.

Agora as pessoas geralmente citam razões como estarem desapontados com o que elas estão recebendo do casamento. O relacionamento não está funcionando mais para mim. Nossas necessidades são muito diferentes. Nós não somos mais as mesmas pessoas que quando nos casamos.
E aí, o que pode ser feito?

“Uma coisa”, Doherty diz, “é uma melhor preparação para o casamento”. “Outra coisa”, continua ele, “é apoiar a idéia do pacto de casamento. Um pacto de casamento eleva o matrimônio à posição de ‘compromisso sério’”, conclui.

“No final das contas”, diz Doherty, “casamento tem que ser mais do que um estilo de vida auto-gratificante”.


*Texto pescado da internet sem identificação da autoria

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