sábado, 17 de julho de 2021

Google não pode censurar canais do Terça Livre no Youtube, confirma Justiça


O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo confirmou nesta sexta-feira (1º) a liminar para que o Google reative os canais do Terça Livre no YouTube.

Em 4 de fevereiro, a plataforma censurou os dois canais da empresa jornalística, o oficial, por onde são transmitidos todos os programas, e também o canal reserva.

Ativo na plataforma há seis anos, quando foi derrubado, o canal oficial do Terça Livre tinha mais de um milhão de inscritos e 8 mil membros assinantes ativos. O canal reserva tinha mais de cem mil inscritos.

Os advogados da empresa recorreram judicialmente contra a censura do YouTube e o pedido foi acatado de maneira liminar. Hoje, o tribunal confirmou essa liminar, determinando que os canais sejam mantidos no ar de forma definitiva.

Entenda o caso

O Terça Livre recebeu a primeira advertência do YouTube quando transmitiu o discurso do então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no começo do ano.

O republicano falava aos jornalistas sobre seu banimento do Twitter e o YouTube alegou que ao transmitir essa entrevista, o Terça Livre propagou informações provenientes de um “grupo violento criminoso”.

O TL recorreu na própria plataforma, mas o YouTube insistiu que iria manter a restrição de alerta. Alguns dias depois, os dois canais foram derrubados por supostamente violar as políticas da rede social.

Só que a big tech nunca especificou quais regras foram infringidas e o Terça Livre acabou banido sem nenhuma possibilidade de defesa. A empresa decidiu recorrer à justiça, pedindo que os canais fossem imediatamente restabelecidos.

O desembargador Mathias Coltro, da 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, acatou o recurso dos advogados do Terça Livre e concedeu liminar para que os canais fossem reativados. O magistrado entendeu que a remoção da conta foi uma medida “desproporcional”.

Caso a determinação não fosse cumprida, a big tech teria que pagar multa diária. O Google relutou e descumpriu a ordem judicial antes de devolver os canais. Algum tempo depois, as contas voltaram ao ar, mas apenas no Brasil, o que também descumpria a determinação do TJ-SP de que todas as funções deveriam estar disponíveis.


O advogado do Terça Livre Renor Oliver comentou a decisão no Boletim da Manhã desta sexta-feira (02).

“É importante a gente levar essas demandas, como essa temática de liberdade de expressão, porque o tribunal tem uma jurisprudência muito favorável. Formando a jurisprudência, a gente está concedendo exemplos de como lidar com essas situações para casos futuros”, ressaltou.
 
Bruna de Pieri - TerçaLivre

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