O filme “Relatos do Mundo”, disponível na Netflix, protagonizado por Tom Hanks e dirigido por Paul Greengrass, tem agradado imensamente o público e a crítica.
Surpreendeu o fato do diretor Paul Greengrass ter escolhido o cenário pós Guerra da Secessão estadunidense para suscitar reflexões sobre a sociedade atual, em sua divisão política e desigualdades, de forma tão contundente.
O longa Relados do Mundo nos remete ao ano de 1870 e é capaz de fazer-nos questionar diversos aspectos sociais do mundo contemporâneo.
Tom Hanks é o Capitão Jefferson Kyle Kidd, um confederado da Guerra da Secessão. Findado o conflito, o veterano viaja de cidade em cidade lendo as notícias dos principais jornais do seu país.
Em meio à viagem, ele encontra uma criança vitimada por duas situações trágicas. Trata-se de Johanna, vivida pela atriz mirim alemã Helena Zengel. Sua família alemã foi sequestrada por uma tribo (tribo Kiowa) com quem esteve durante a infância. A tribo, contudo, foi massacrada pelo “homem branco”, tendo a criança sobrevivido ao massacre.
Kidd se prontifica a levá-la a parentes próximos e, nesse trajeto, vai também ao encontro da sua própria casa, a qual não visita desde o início da guerra.
Embora ambientado no fim do século XIX, o filme trata de temas tão atuais como fake news, por exemplo. A sua visita a uma pequenina cidade do Texas deixa essa questão evidente, sendo estas as cenas talvez mais marcantes do filme.
Kidd e Jhanna falam línguas diferentes e a cena em que eles tentam se comunicar explicando e ensinando reciprocamente palavras ao apontar seres e objetos é marcantemente poética.
A mensagem é humanista e nos leva a um quê de esperança ao vermos o amor e a empatia vencerem barreiras raciais e linguísticas, consolidando-se num forte vínculo entre os protagonista.
Por Nara Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário